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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Os argumentos da Cosipar

Através da sua Coordenação de Comunicação, que fica em Belém, embora a empresa esteja no Distrito Industrial de Marabá desde 1986, a Cosipar manda esclarecimentos quanto à matéria "A morte anunciada de uma siderúrgica", sobre suas agruras com a Sectam do Pará, o Ibama, a Justiça Federal e o Ministério Público Estadual. Diz, por exemplo, não estar “operando na clandestinidade”, embora a justiça tenha revogado a liminar que prorrogava sua licença de operação até outubro de 2009, porque seu departamento jurídico está tomando as providências cabíveis para reverter o caso no prazo de 15 dias que o decisum levará para ter efeito legal. Recorda que em dezembro de 2007 “a Cosipar e o Ibama assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta que prevê a plantação e/ou preservação de 32 mil hectares de floresta nativa no Estado do Pará. O TAC suspende todos os questionamentos ambientais do órgão para com a empresa. É importante destacar que a Cosipar foi a única siderúrgica de Carajás a assinar o documento apesar da Justiça Federal exigir o documento de praticamente todas as empresas”. Admite que a MC Log, empresa do grupo que transporta minério Tocantins abaixo mesmo sem as eclusas, teve um incidente com duas barcaças “mas foi um ato criminoso que está sendo investigado pela polícia” e que “não gerou danos ambientais e nem no tráfego de embarcações no rio”. Fica no ar, ainda assim, a razão por que Secretaria de Meio Ambiente (Sema) acusa a Cosipar de lançar irregularmente efluentes nos rios Tocantins e Itacaiúnas, de não cumprir a determinação de reflorestar para fins de auto-sustentabilidade e porque tinha carvão vegetal de origem não comprovada – fatos que liberam a secretaria para medidas de polícia ambiental cabíveis, inclusive a interdição da siderúrgica. “Nos últimos três anos, diz a nota da empresa, a Cosipar intensificou seu programa de reflorestamento tendo plantado mais de 10.000 hectares nos Estados do Pará e Tocantins. É importante registrar que o programa de sustentabilidade da empresa poderia estar bastante adiantado não fosse a invasão ocorrida em uma fazenda de sua propriedade, com 19 mil hectares. A área foi invadida em 1999 e durante anos a Cosipar aguardou o cumprimento do mandado de reintegração de posse, até que em 2007, a justiça homologou a desapropriação parcial, permanecendo promovida pelo INCRA, o restante da área permanece ocupada. A lentidão do processo prejudicou a empresa que com a área, que acabou desapropriada, asseguraria cerca de 50% da necessidade de biomassa através do plano de manejo florestal então existente nesta área”. Ora, a Cosipar está no DIM há 22 anos, tempo suficiente para ter plantado, se quisesse, mais de 210 mil hectares de biomassa para seu consumo, o que não aconteceu.

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