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terça-feira, 3 de julho de 2007

Solidão


Então me vens agora e é muito tarde...
Nos meus olhos nem encontro prantos!
Por ti assim vivi – quieto, sem alarde,
espera que se fez de ausência e desencantos.

Sei que és tu. Posso sentir-te. Tocar-te.
Mas, na sensibilidade nua do meu dedo,
no frêmito da pele, no segredo
fugaz da frase não pronunciada,
falta-me o mistério, já não pulsa a arte.

Desse amor voraz ficou-me só vertigem:
eu nada sou e me conformo com ser nada;
tenho o corpo ermo, a alma soterrada,
e minha carne é triste ainda por ser virgem.
(Ademir Braz, foto e texto - julho 3, 07)

5 comentários:

  1. Mas que belíssima Foto !!!

    Quem é o felizardo que capturou ?

    Marcones José

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  2. Beleza pura.
    Sensibilidade pura.
    Nesses tempos de pura violência, lava-nos a alma...
    você com a pureza de suas idéias.

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  3. Ao Marcones:
    a foto é minha,caríssimo. Às vezes também me faço de fotógrafo.
    Ao dr. Roberto Salame:
    Obrigado pela visita ao blog. e pela ternura de suas palavras.
    Sim, precisamos cada vez mais de poesia.

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  4. A data desta poesia é essa mesma?

    Tem certeza?

    rsrsrs

    A última linha é interessante!!!

    (um pouco de ironia não faz mal)!

    Beijos.

    Olhe lá a resposta, heim?

    rsrsrs

    Mais beijos.

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  5. Ai, Cris, quem dera!... Ela é de um tempo em que meu coração era melhor, menos árido, mais humano rsrsrs
    Era pra ser música, em parceria com Ricardo Smith,grande e desperdiçado talento, mas virou poesia intraduzível em notas musicais.
    Acho que omomento da foto, hoje,corresponde a uma lembrança do ontem de mim e juntei as coisas porque se complementam, ao menos penso assim.

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