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quinta-feira, 23 de julho de 2009

O efeito “teflon” do secretário Nagilson

Ulisses Pompeu* O atual secretário de saúde de Marabá, médico Nagilson Amoury, vivia escrevendo em sua antiga coluna em um jornal da cidade que a saúde do município estava na UTI. Agora, seis meses depois que assumiu o cargo, ele continua batendo na mesma tecla e avisa que vai demorar para tirar o sistema de saúde dessa condição vexatória porque dependeria de uma série de fatores. Ora, se a saúde do município está na UTI, só se for do Hospital Regional, que é do Governo do Estado, porque nos dois hospitais administrados pela prefeitura, não existe UTI, ironicamente. Está doente, passando mal, mas internado em hospital alheio, porque os seus não têm um leito de Unidade de Tratamento Intensivo. Desde o início deste ano, o secretário de Saúde tem um calo no sapato na Câmara Municipal. Chama-se Vanda Américo. A vereadora, defensora número um do governo de Sebastião Miranda, voltou a experimentar o gosto da oposição na gestão de Maurino Magalhães, depois de tantos anos acostumada a estar do lado do poder. Embora isolada nessa posição ao lado de Antônia Carvalho e Júlia Rosa, Vanda esperou pouco mais de 30 dias de governo para começar a dar as primeiras cutucadas no governo de Maurino, a maioria direcionada à Secretaria de Saúde, onde seus antigos colegas visitadores da extinta Sucam e FNS (agora Funasa) passaram a reclamar de perseguição por parte de Nagilson. Vanda tem voz forte na Câmara, independente de sua posição política. Seu discurso anti-Nagilson, inicialmente, encontrou eco entre as colegas citadas acima, e só. Ela pedia aos demais membros da Comissão de Saúde da Câmara (Miguel Gomes Filho e Nagib Mutran) que fossem visitar os centros de saúde, os hospitais Municipal e Materno Infantil para traçar uma radiografia das condições de cada um e, ainda, ter em mãos os resultados de todos os programas de saúde executados pela SMS, como, por exemplo, PSF (Programa de Saúde da Família), entre outros. “Os resultados, fiquei sabendo, não são nada animadores”, garantiu. Mostrando paciência diante do pouco tempo de governo e ainda como aliado do mesmo, Nagib fez corpo mole e foi empurrando com a barriga as reclamações da antiga opositora que ajudou a lhe tirar da prefeitura há duas décadas. Nas últimas sessões na Câmara, no entanto, ele já havia amolecido e passou a defender uma varredura na Secretaria de Saúde por entender que já deu tempo para trabalhar, mas os resultados são desalentadores. Por outro lado, circulam nos corredores da Câmara boatos de que Nagib agora teria pretensão de derrubar Nagilson da SMS para, na condição de aliado do prefeito Maurino, emplacar como nova secretária de saúde sua esposa e também médica Cristina Mutran, deixando Amoury apenas como vice-prefeito. Mas dizem os aliados governistas que, apesar da crise na SMS, Nagilson tem prestigio junto ao gestor municipal e seria beneficiário daquele efeito político conhecido como “teflon” (nada de ruim gruda nele). Resta saber quanto tempo o teflon de Nagilson vai aguentar o “bombril” de Vanda Américo tentando lhe descascar. E agora também a força da palha de aço do galego Nagib Mutran. * Ulisses Pompeu é jornalista e está presente na maioria das sessões na Câmara Municipal de Marabá

Luciane de Novaes

- Munições - E mesmo que eu não atire todas as pedras em tua direção, Em tua alma quedarão as marcas de tudo que não foi dito De tudo que não foi feito enquanto havia tempo De tua latente covardia De tua insana ironia Ao brincar com a vida, com o tempo e com o amor Mesclando tudo com palavras idas em tua tormenta de mentiras Findaste toda a esperança que dentro de mim havia E que em ti nunca vão cravar Destroçaste montanhas de sentimentos nobres Que adormeciam sob o manto da ilusão domesticada em meu peito   E mesmo que alguém se acerque mais do que eu Te saiba como eu E mesmo assim te ame, consciente Duvido que alcances o céu dos teus sonhos Munida da tua verdadeira face Um disfarce, Um desastre, Um lamento, Um temor, Um tormento, Meu amor. (julho/2009)