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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Empreiteiras tentaram acordo 'imoral'



Advogados das cinco maiores empreiteiras do país buscaram fechar um acordo considerado "imoral" pelo Ministério Público Federal, na véspera da deflagração da 7ª fase da operação Lava-Jato, que levou 23 pessoas à prisão e contou com dezenas de ações de busca e apreensão em cinco Estados e no Distrito Federal.
A informação é de André Guilherme Vieira e Juliano Basile, publicada pelo jornal Valor (19/11).
Na quinta-feira que antecedeu a etapa "Juízo Final" da investigação, advogados da Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e de duas outras construtoras compareceram juntos, em Curitiba, ao prédio que abriga a força-tarefa que investiga o caso e propuseram o pagamento de até R$ 1,2 bilhão para livrar as empresas e seus executivos de sanções judiciais. O plano era fechar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). As autoridades recusaram a oferta.
"Todos se reuniram conosco ao mesmo tempo. Expuseram suas propostas. Nós as ouvimos. E dissemos obrigado, mas não", disse um dos investigadores. O advogado da Camargo Corrêa, Celso Vilardi, confirmou o encontro e a oferta.
Agora, novas investigações poderão incluir familiares dos empresários e executivos detidos, o que poderá contribuir para novos acordos de delação, como ocorreu com Paulo Roberto Costa.

Vai abrir valas?


Edital de licitação da prefeitura, publicado no Diário do Pará de segunda-feira (17/11), informa a abertura em 5 de dezembro próximo das propostas para aquisição de caminhão frigorífico e de uma retroescavadeira para a Secretaria Municipal de Educação.
Opa! Peraí! É, é sim uma retroescavadeira pra Semed.

Para deputado, TJPA é banca de negócios


O Tribunal de Justiça do Estado deve receber, semana que vem, expediente do promotor Alfredo Amorim, de Conceição do Araguaia, com gravação anexa em que o deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) declara que o afastamento judicial de prefeito nas comarcas do interior “vira comércio” na fase de recurso no TJE: “Lá em cima é 300 mil (reais) para retornar um prefeito”, disse. Indagado se tinha prova disso, reiterou: “Eu sei, eu estou lá”.
Essa história aconteceu em Conceição do Araguaia no último dia 10 de novembro, segunda-feira, quando o Partido dos Trabalhadores decidiu promover ato público pelo retorno do prefeito Valter Rodrigues Peixoto, afastado judicialmente por 180 dias desde 7 de julho deste ano, no bojo de devassa que o Ministério Público realiza na sua administração.
A manifestação estava prevista para as 16h00 numa praça, mas já na manhã daquele dia cerca 60 pessoas ocuparam a Câmara, fazendo churrasco ao ar livre, com carro de som e discursos inflamados, e impedindo que os vereadores realizassem, a partir das 16h00, a sessão em cuja pauta havia pedido de abertura de comissão processante contra Valter Rodrigues Peixoto.
Foi esse o clima que o promotor Alfredo Amorim encontrou ao ir à sede do Legislativo averiguar a denúncia de obstrução dos trabalhos da Casa. E chegou na hora exata em que o prefeito afastado disparava ofensas contra o Ministério Público e o Poder Judiciário local, responsáveis pelo seu afastamento. Imediatamente Alfredo Amorim começou a gravar as diatribes no seu celular.
Foi então que o deputado federal, ao notar sua presença, convidou-o para uma conversa num canto, acontecendo o seguinte diálogo, igualmente gravado, porque Amorim não desligou o celular:
Zé Geraldo: Quanto é uma liminar aqui?
Alfredo Amorim: Aqui, nada
Zé: Quando vocês afastam prefeito aqui, lá em cima vira comércio.
Alfredo: Você tem prova disso?
Zé: Lá em cima é 300 mil (reais) para retornar um prefeito.
Alfredo: O senhor tem prova disso?
Zé: Eu sei, eu estou lá.
Zé Geraldo não regateou críticas à promotora Cremilda Aquino da Costa e à juíza da comarca, ambas responsáveis pelo afastamento do prefeito- decisão mantida pelo TJE - que estariam “perseguindo o PT e o prefeito Valter”, partidarizando as coisas.
O promotor Alfredo Amorim não se fez de rogado :contou a história inteira para uma rádio local, com grande repercussão na população, e deu entrevista a correspondente de jornal de Belém, matéria que aparentemente não foi veiculada, segundo ele.
O passo seguinte agora é mandfar relatório e gravação ao Tribunal de Justiça, para conhecimento e providências dos desembargadores.