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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Um governo na corda-bamba

Marabá inicia o ano com o prenúncio de enchentes, viagens internacionais do prefeito à Itália e à Alemanha e greve dos professores.
A cidade continua suja, o curtume continua exalando sua fedentina aos finais de tarde, ruas esburacadas e a desculpa de sempre: está-se pagando as dívidas do gestor passado; dívidas essas no mínimo suspeitas, que deveriam ter sido submetidas à uma auditoria e que com seu pagamento deixam no ar a possibilidade de acordos, talvez generosos no interior da Prefeitura de Marabá.
O que tem bem funcionado, sem dúvida, é a assessoria de comunicação, que não deixa nada sem resposta e tem sido ágil em responder qualquer crítica ou questionamento; assim como os órgãos de comunicação locais, como de costume em Marabá, estão bem próximos ao governo municipal; alguns numa aliança que transcende o dever de informar e certamente alcança a própria aliança política, com objetivos e interesses comuns. Salvo alguns poucos e raríssimos blogs que noticiam alguns fatos e assim mesmo, sem aprofundar a investigação dos fatos a que se referem.
A greve de professores, por sua vez, está se revelando um imbróglio interessante porque significa um verdadeiro cabo-de-guerra entre a administração municipal e o sindicato de professores: o prefeito João Salame no afã da campanha eleitoral comprometeu-se, por escrito, com uma carta-compromisso em relação às reivindicações de temas afetos à educação do município e agora não pode voltar atrás sem sofrer uma espécie de desmoralização política, embora se saiba que campanha eleitoral é uma coisa e governo é outra. E agora ele procura de forma subterrânea querendo convencer o Ministério Público a entrar com ação de inconstitucionalidade contra a lei aprovada no governo Maurino Magalhães, para desfazer as gratificações de cem e cento e cinquenta por cento para os professores municipais com mestrado e doutorado, demonstrando que existe saída jurídica para esse impasse, mas que delonga por conta dos prejuízos políticos em ano eleitoral. Do mesmo modo como pode pedir a ilegalidade da greve em juízo, através de sua assessoria jurídica e com isso impedir que se prejudique o ano letivo dos alunos das escolas municipais que estão no meio de uma guerra política e corporativista, entre os interesses dos professores e os do Prefeito Municipal e sua entourage. O prefeito teve um ano inteiro para negociar as reivindicações dos professores mas relutou e agora tem em suas mãos um problemão para resolver, que, ao que parece, impediu seu périplo pela Europa. Esta tem sido uma característica de João Salame desde que assumiu; resta saber se faz parte do seu modo de governo ou é decorrência dos inúmeros acordos políticos que fez para obter o governo municipal, o que lhe impede que tenha mais espaço
para agir; de fato, sua campanha representou a junção de vários grupos políticos locais contra um adversário comum: Tião Miranda. Diz-se que na reta final até mesmo integrantes do grupo de Maurino Magalhães pediram votos para João Salame, o que explicaria, talvez, a leniência do governo atual em cobrar, com maior ênfase, os descalabros administrativos e financeiros de seu antecessor. Daí, talvez, a morosidade em empreender logo no início do governo, as reformas administrativas que a municipalidade tanto precisava, como extinção de cargos comissionados, junção de secretarias desnecessárias e outras medidas desagradáveis que somente são bem aceitas em começo de governo. Entretanto, João Salame recuou e manteve os mesmos apanágios anteriores, inclusive nomeando desbragadamente e contratando temporários. Perdeu o timing político de efetuar uma reforma administrativa, sanear as contas da prefeitura e deslanchar um ambicioso programas de reformas, que poderia, quem sabe, alcançar os prometidos quinhentos quilômetros de asfalto, pois as ruas da cidade estão esburacas, enlameadas, com capim crescendo nas ruas, como no Novo Horizonte, além daquelas sequelas que acima citei e outras que não cabe enumerar. Para piorar, a cassação pelo Tribunal Regional Eleitoral, com a inelegibilidade por oito anos e a sua manutenção no governo por conta de uma liminar, que cedo ou mais tarde será julgada, com consequências imprevisíveis, sendo que este fato já é contabilizado nos cálculos políticos dos aliados e dos adversários políticos; um governo, portanto, que está na corda bamba; tantos que já se protagonizam nos bastidores, choques entre vários dos fiadores de sua campanha. Sem contar a insegurança que esse tipo de situação provoca, já que um governo cambaleante pode, de um lado, intensificar as negociações entre aliados visando o futuro e a exclusão do sentenciado; de outro, diminuir o apetite do próprio governante para o dia-a-dia estressante da administração municipal, passando a desenvolver outros interesses, como por exemplo, diante desta situação insegura, tem pretendido lançar às assembleias estadual e federal, seu irmão e sua esposa, o que contraria, certamente, seus aliados próximos que tenham a mesma pretensão, sendo mais um fator desagregador da combalida aliança que o levou o posto máximo municipal, o de alcaide. Entretanto, João Salame ainda confia em seu imenso poder de convencimento pessoal, para ir levando seu governo aos troncos e barrancos, esquecendo que na esfera administrativa, ações falam mais que palavras, diferentemente da esfera legislativa, onde a retórica tem um peso muito maior. Enquanto isso Marabá ainda aguarda um ação efetiva do poder público municipal, que a torne, de fato, um lugar agradável para se viver, como já foi um dia. (Tito Magalhães)


MAIS UM PACOTE DE PROMESSAS DO JOÃO FALASTRÃO

Gazetando  - Aurismar Queiroz




Dezenas de obras serão inauguradas no aniversário de Marabá

A listagem de obras definida pelo prefeito João Salame para serem inauguradas, na semana do aniversário de 101 anos de Marabá, terá ruas pavimentadas, escolas e paisagismo de vias.
Além da entrega de logradouros beneficiados, a prefeitura abrirá oficialmente um pacote de obras a serem iniciadas a partir de maio, priorizando, principalmente, asfaltamento de bairros, recuperação de praças, e a construção de outras.
O secretário de Obras, Antonio de Pádua, recebeu a missão do prefeito de concluir o projeto de reconstrução da praça Duque de Caxias – símbolo da população pioneira do município, e que nos últimos anos ficou relegada, ou maltratada com intervenções infelizes em seus traços arquitetônicos.
Na reunião no gabinete do prefeito que definiu o pacote de obras de aniversário de Marabá, incluiu-se na programação a realização de ato na própria praça, para Salame assinar a ordem de serviço de reformatação da área de lazer.

Solenidade será dia 5 de abril.

Pádua recebeu também a missão de concluir as obras de urbanização do aterro que liga a Transamazônica a Velha Marabá, incluindo ciclovia e área de pista para pedestre, além de iluminação.

A avenida Antonio Maia também sofrerá modificações.

Proposta é de torná-la via única, para quem entra no Núcleo Pioneiro, a partir da loja do Armazém Paraíba, separando o tráfego de ônibus e motos, numa pista; e demais veículos, na outra.

Ainda este mês, Salame se reunirá com os comerciantes para discutir proposta de parceria, visando padronizar as calçadas da avenida.

Lojistas entrariam com o custo do material na parte que cabe a cada largura de loja, e a prefeitura com a mão de obra.

Dentre as ruas pavimentadas que serão entregues no aniversário, algumas já estão concluídas, outras em fase final, entre elas, rua Pará e travessas que ligam esta a rua Silvino Santis, no bairro Santa Rosa; ruas das Folhas 23, 22, Alfredo Monção, Cuiabá, etc.

Salame deu início, também, a pavimentação do restante da Orla, até o encontro dos rios Tocantins e Itacaiúnas.

Antes, resolveu um grave problema que vinha afligindo os moradores da beira-rio, no trecho que vai de uma garagem náutica até a confluência dos dois rios: a escuridão na avenida.


ESQUECERAM DESSAS, UMA DAS PRINCIPAIS VIAS DO BAIRRO BOM PLANALTO, E DE TANTAS RUA DE PERIFERIA, NUNCA ESQUEÇO DAS PALAVRAS DO CANDIDATOS "Vou começar pela periferia"


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Problemas nos conjuntos

Presidentes das associações de moradores dos conjuntos habitacionais Tiradentes e Vale do Tocantins, zona urbana do bairro São Félix, reuniram-se mais uma vez ontem à tarde com representantes da Prefeitura Municipal, da construtora HF Engenharia, Câmara Municipal, e da Superintendência da Caixa Econômica Federal. O objetivo foi verificar as pendências da última reunião de 17 de outubro e redefinir ações para resolver problemas continuados como abastecimento duradouro de água livre do excesso de ferro, esgoto entupido, drenagem de áreas alagadas a cada chuva, limpeza pública irregular e pavimentação asfáltica sem qualidade.
A queixa das comunidades procede. Na conclusão de 60% das obras, pela construtora HF, a prefeitura municipal deveria ter iniciado a construção de escola e creche, o que desde a administração Maurino Magalhães não foi feito. Somente agora a prefeitura providencia terraplanagem de área para essas obras. No que respeita ao entumimento de esgotos, a HF insistiu que seu trabalho foi correto e isso é resultado de possível mau uso da obra por alguns mutuários,  que resolveram implementar construções por por sua conta e risco.

Uma avaliação concreta e talvez definitiva saiu do encontro: o terreno onde foram edificados os conjuntos habitacionais e inadequado para assentamento humano. 

Justiça condena jornal e jornalista por danos morais


A juíza Elaine Neves de Oliveira, respondendo pela 3ª Vara Cível, determinou à Diretoria Regional do Detran em Marabá a indisponibilidade de 14 veículos supostamente pertencentes ao jornalista Hiroshi Bogéa e à empresa J. Salame Neto, que publica o jornal Opinião, do atual prefeito João Salame.
Os veículos agravados com a constrição possuem as seguintes placas: JVA-4054, JUU-5443, NSG-1691, JUR-2380, JVK-4620, JVK-4610, JUU-3913, JUI-5196, NSG-1721, OSX-0169, OBY-9356, NSK-5983, JTT-4170 e JUO-4690.
A indisponibilidade dos bens, para cumprimento de Execução de Sentença, vem no bojo de ação de indenização por danos morais que Mascarenhas Carvalho da Luz, proprietário do jornal Correio do Tocantins, move desde 2001 contra Bogéa e a empresa jornalística, em razão de artigo do primeiro réu publicado no então semanário Opinião, considerado ofensivo à honra de Carvalho da Luz.
Na verdade, foram dois os artigos difamatórios, segundo o texto inicial da ação: o primeiro, de 12 de junho de 2001, que inclusive o acusa sem provas de desvio de materiais públicos em benefício próprio, e outro, igualmente pejorativo e malicioso, publicado na edição seguinte, mesmo dia em que seu direito de resposta foi divulgado.
“Não é concebível que a imprensa procure substituir a função do Poder Judiciário, como faz frequentemente, sentenciando alguém por antecipação, com base em meras alegações, como no caso presente, em que o primeiro demandado profere opiniões e o segundo publica, de forma desarrazoada, matérias de cunho ofensivo, extrapolando os limites do direito de informação”, ponderou a juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, da 3ª Vara Cível, por onde tramitou o processo.
Ato contínuo, julgou procedente o pedido de indenização por danos morais, condenando os requeridos solidariamente em R$ 50.000,00 – mais 10% de honorários - e determinando a publicação do inteiro teor da sentença no mesmo espaço, sob pena de multa diária de mil reais. A sentença é de 10 de agosto de 2011.

Decorridos treze longos anos da petição inicial, enfim a Justiça adota medidas concretas para que ainda seja executada a sentença e reparada monetariamente a lesão sofrida por Mascarenhas Carvalho. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Você já leu Schopenhauer? Tira um fino...


O que Arthur Schopenhauer tem a dizer para você, escritor

Por Jana Lauxen
Artigo publicado Homo Literatus

Há alguns anos caiu em minhas mãos um livro de título clichê chamado A Arte de Escrever (L&PM Pocket, 2005, R$16), de Arthur Schopenhauer. Esta leitura realmente me colocou a refletir sobre a forma como eu lia e escrevia, e posso garantir que o livro merece a atenção de todos – especialmente dos escritores e aspirantes a escritores que andam por aí.
Apesar de ter sido escrita há mais de um século, a obra ainda é atualíssima em sua forma e em seu conteúdo, e o texto, nada rebuscado, literalmente nos coloca para pensar.
Estes dias, relendo o livro, sublinhei algumas passagens que considero preciosas, e resolvi compartilhá-las aqui, no Homo Literatus. Acredito que, como autores, só temos a ganhar e a crescer, se refletirmos sobre este estranho ofício que é escrever. E que Arthur sabiamente compilou em seu livro:

Tipos de Autores
"Se pode dizer que há três tipos de autores: em primeiro lugar, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam enquanto escrevem. Eles pensam justamente para escrever. São bastante numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem apenas por que pensaram. São raros."

Muitos autores não param para analisar o que querem dizer com seu texto, e como não sabem para onde estão indo, nunca chegam a lugar nenhum.
É importante que, no momento em que sentamos para escrever, já saibamos o que pretendemos contar. Ir pensando enquanto escrevemos geralmente traz como resultado final um texto confuso, extenso e pouco interessante, pois, como não sabemos o que desejamos dizer, acabamos não dizendo nada.

Arthur acrescenta e finaliza:
"Poucos escrevem como um arquiteto constrói: primeiro esboçando o projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve da mesma maneira que jogamos dominó. Às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma peça se encaixa na outra, e o mesmo se dá com o encadeamento e a conexão de suas frases. (…) Uma frase se encaixa em outra frase, encaminhando-se para onde Deus quiser."

Criatividade

"É fácil acrescentar algo ao que já foi inventado."

Baseando-me nos originais que já recebi para avaliação, percebo que muitos autores reproduzem sistematicamente a forma de escrever de determinado escritor que, por regra, está na moda. A construção das frases, a estrutura do texto e, não raro, a própria temática do dito autor renomado estão ali, sem tirar nem pôr.
Ocorre que, geralmente, novos autores ainda não escreveram o suficiente, e por conta disso também não desenvolveram seu próprio estilo de escrita. Logo, é natural repetirem (ou ao menos tentarem repetir) o estilo de um autor que admiram. Todavia, é importante que o autor busque, desde o início, desenvolver sua própria maneira de se comunicar com o leitor. Tentar repetir o estilo de um autor já renomado não lhe tornará um autor renomado também. Pelo contrário. O mais do mesmo costuma ser sumariamente ignorado, pois, se podemos ter o original, por que vamos nos contentar com uma cópia?
Também é importante ter cuidado ao utilizar elementos que estão na moda, na tentativa de tornar seu livro ‘comercialmente viável’. Este é um tiro que pode sair pela culatra – e quase sempre sai. O autor, querendo chamar a atenção das editoras e dos leitores para sua obra, acaba escrevendo sobre algo que não entende e pelo qual não se interessa. Assim, o texto fica inverossímil, equivocado, e termina não convencendo ninguém.
E, por fim, eu vos suplico: parem de escrever trilogias!
O novo autor aparece com três livros, cada um com trezentas páginas, sendo um diretamente dependente do outro. Ou seja: para que o leitor consiga se situar na história, ele precisa obrigatoriamente comprar os três livros – caso contrário vai acabar mais perdido que cachorro em dia de mudança. E vai ser difícil algum leitor comprar os três volumes, já que o preço final será alto. Afinal, são três livros que possuem mais de trezentas páginas cada um. Logo, serão três diagramações, três capas e três impressões diferentes. O investimento apenas triplica. E eu pergunto: quem vai comprar um livro com mais de quinhentas páginas (depois da diagramação o número de páginas costuma aumentar significativamente), caro (não sairá por menos de R$50 cada um, tenha certeza), e de um autor do qual nunca ouviu falar (lembre-se: você não é o Dan Brown)?
Resposta: ninguém.
Talvez nem a sua madrinha.

Escrever Difícil

"Não há nada mais fácil do que escrever de tal maneira que ninguém entenda; em compensação, nada mais difícil do que expressar pensamentos significativos de modo que todos os compreendam. (…) A simplicidade sempre foi uma marca não só da verdade, mas também do gênio."

Sem muito mais a acrescentar.

Exceto esta dica, que considero de utilidade pública: uma forma de avaliar até que ponto você está no controle de seu próprio texto, é tentar resumi-lo em cinco linhas. Não importa se é uma crônica, um conto, um romance, um artigo. Se não conseguir sintetizá-lo em cinco linhas, é provável que você não tenha a ideia do texto clara em sua cabeça – e se ela não está clara para você, imagine para o leitor.

Escrever Muito

"É preciso ser econômico com o tempo, a dedicação e a paciência do leitor, de modo a receber dele o crédito de considerar o que foi escrito digno de uma leitura atenta e capaz de recompensar o esforço empregado nela. É sempre melhor deixar de lado algo bom do que incluir algo insignificante. (…) O segredo para ser entediante é dizer tudo."

Em outras palavras: não tome o leitor por estúpido. Não precisa descrever até a cor das meias do personagem, nem o que ele está almoçando, e muito menos a decoração do escritório, a não ser que isso seja estritamente necessário. Saber a cor das meias do personagem faz diferença na história? Traz alguma informação nova ao leitor? Não? Então corta!
E, não. Seu livro não é seu filho, e essa conversa de que “dói cortar” o texto é papo de escritor amador. Seu livro é seu livro, e deve ser visto por você com seriedade e comprometimento (e não com paternalismo delirante). Não dá para querer ser tratado como um escritor profissional se você age como um maluco apegado aos seus próprios caracteres.
Além do que, tantas páginas e detalhes irrelevantes somente atuam contra o novo autor, inclusive financeiramente. Quanto mais páginas, mais caro o preço final do livro. E não adianta dizer: mas o Crepúsculo custa só R$29.90. Sabe quantos exemplares foram impressos dessa obra? Aposto em pelo menos trezentos mil, sendo pessimista. E você? Vai imprimir quantos mesmo?
O preço do livro sobe na medida em que a tiragem diminui e o número de páginas aumenta. Como novos autores dificilmente imprimem tiragens altas (a média é cem exemplares), o preço vai lá em cima. E depois o autor ainda vai no Facebook reclamar que o preço de seu livro de 580 páginas é muito alto e ninguém apoia a literatura nacional e mimimi blábláblá.

Repetirei até meu último suspiro: escrever é a arte de cortar.
Arte esta que nem todos dominam.



Escrever Muito – Parte II

"(O autor) quer dizer seis coisas de uma vez só, em vez de expor uma após a outra. (…) Assim, quem lê recebe muita coisa para decorar, antes de obter algo para entender. É evidente que se trata de um péssimo procedimento e de um abuso da paciência do leitor. (…) Com isso, produz-se a aparência de que o escritor possui mais profundidade e inteligência do que o leitor."

Não adianta entupir o leitor de informações, sendo em sua maioria inúteis, e não contextualizá-lo, não fazê-lo entrar, participar e se envolver com o texto. Para isso é preciso organizar a escrita de modo que o leitor tenha vontade de continuar – e para que queira ir adiante, ele precisa saber de antemão qual caminho está seguindo.
Arthur explica: “É necessário dispor as palavras de maneira que elas forcem o leitor, de imediato, a pensar exatamente o mesmo que o autor pensou”.
Lembre-se que existe um bilhão de livros, e nada é mais fácil do que deixar um livro chato de lado e pegar outro, melhor.
Um leitor perdido é, geralmente, um leitor perdido para sempre. E enquanto novos autores não podemos nos dar ao luxo de descartar leitores assim, levianamente.
Mais Arthur: “(…) Um estilo descuidado, negligente e ruim demonstra um menosprezo ofensivo pelo leitor, que retribui, com todo direito, deixando de ler o que foi escrito”.
Findo o argumento.
Escrever Mal

"(…) Deixam de lado três quartos das vírgulas necessárias, e oriente-se quem puder. Onde devia se encontrar um ponto, há uma vírgula, ou no máximo um ponto e vírgula. A primeira consequência disso é que se torna necessário ler cada frase duas vezes."

Ou três, ou quatro, ou simplesmente desistir.
O mau uso da pontuação pode transformar um texto bacana em um amontoado de palavras sem significado – ou mesmo alterar o sentido de uma frase, mudando radicalmente o que o autor quis dizer.
Aliás, o ponto-final sofre bullying do novo autor, por que costuma ser sumariamente desprezado. Assim, temos frases gigantescas, onde o autor nos fornece cinquenta informações diferentes, sem que tenhamos sequer um tempo e um ponto-final para retomar a respiração e nos situar na história.
 Forma & Conteúdo

"Os autores não se esforçam para convencer, mas para impressionar."

Acredito ser importante nos questionarmos para que e por que, afinal de contas, escrevemos.
Para convencer ou para impressionar?
Para ser conhecido ou para ser reconhecido?
Saber as respostas para estas perguntas pode fazer a diferença entre conseguir o seu espaço embaixo deste sol chamado literatura, ou não conseguir.

Livros:
"É comum confundir a compra dos livros com a assimilação de seu conteúdo."

Livros na estante não servem para absolutamente nada.
Eu, inclusive, tenho o costume de dar meus livros – ao menos aqueles que sei que não irei ler ou reler. Mas a maioria dos leitores que conheço sofre de um mal que eu chamo de Apego Literário. Não passam um livro adiante nem que Jesus Cristo peça emprestado.
E o pior: também não leem os muitos livros que compram, que ficam na estante tal e qual suvenires literários, juntando poeira e criando ácaros.
Como disse, meu interesse em compartilhar estes trechos do livro A Arte de Escrever é, basicamente, nos colocar a refletir sobre o nosso próprio trabalho literário. Pois, muitas vezes, envolvidos que estamos com mil compromissos diários, acabamos no piloto automático, e passamos a simplesmente fazer, sem se perguntar como, por que e para quem.
É preciso saber que sempre temos o que aprender e melhorar. Com cem anos estaremos aprendendo e melhorando – ao menos é o que eu espero. Pois, se já nos consideramos geniais agora; se acreditamos que já sabemos de tudo, e que somos os melhores; talvez esteja na hora de pararmos para pensar.
Por que provavelmente estamos errados.



Jana Lauxen- É produtora cultural e escritora, autora dos livros Uma Carta por Benjamin (Ed. Multifoco, 2009) e O Túmulo do Ladrão (Ed. Multifoco, 2013). Colunista da revista Café Espacial, publicou pela Mojo Books a historieta Pela Honra de Meu Pai. Publicou em mais de quinze coletâneas, e organizou seis em parceria com outros escritores. Foi editora da versão brasileira da revista eletrônica inglesa 3:AM Magazine, e também uma das idealizadoras do projeto E-Blogue.com (in memoriam). Atualmente trabalha na Editora Os Dez Melhores e é redatora na agência Teia de Marketing Literário Virtual.

Governo quer usar de intimidação contra o servidor

Gazetando:



A Secretaria de Educação em mais uma medida desesperada está ligando para as escolas marcando uma reunião com o diretor e todos os funcionários da escola. Três escolas já foram intimadas a reunir seus trabalhadores: a EMEF Pedro Peres, em Morada Nova; EMEF Silvino Santis, na Nova Marabá e Oneide Tavares também na  Nova Marabá.
O prefeito e o secretário de educação preferem intimidar os trabalhadores com discursos mentirosos a fazer o diálogo com o sindicato. Conclamamos a todos os trabalhadores em greve a não se sentirem intimidados, resistirem a todas as jogadas do governo, o que eles querem é desmoralizar o sindicato para a categoria perder sua representatividade. Se com o sindicato ativo que temos, o governo ameaça retirar direitos reduzindo nossas conquistas, humilhando trabalhadores que estão em dias de se aposentar, imaginem se eles conseguirem desarticular o SINTEPP, ficaremos a ver navios.

Reunião em Marabá discute situação de fazenda ocupada por sem terra


Na última quarta (29), sem terra entraram em confronto com seguranças.
Incra irá até o local realizar o cadastro das famílias que ocupam a área
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Do G1 PA

Uma reunião realizada nesta sexta-feira (31) discutiu a situação da Fazenda Astúria, emAbel Figueiredo, no sudeste do Pará. Esta semana, segurança e sem terras entraram em confronto. O encontro ocorreu emMarabá e ficou definido que i Incra fará uma visita ao acampamento na próxima semana para cadastrar as famílias e distribuir cestas básicas aos acampados.
Os advogados da fazenda garantiram que os trabalhadores rurais não serão mais proibidos  de entrar e sair do acampamento até que a situação fundiária da fazenda seja resolvida.
O confronto ocorreu na última quarta-feira (29). Os sem terra registraram o momento em que os seguranças da fazenda atiraram contra os trabalhadores rurais. As imagens mostram o momento dos tiros, quando os seguranças empurram os sem terra e tentam impedir a filmagem.  Um homem, que teria levado um tiro, aparece caído no chãoA fazenda Astúria foi ocupada há nove meses por 60 famílias sem terra. A Comissão Pastoral da Terra pediu ao Incra que esclareça se a área ocupada pelos sem terra pertence à União ou à fazenda. O incra encaminhou a solicitação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e aguarda o parecer.