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sábado, 24 de julho de 2010

Em quem votar?

Lúcio Flávio Pinto *
Quando chegar à urna eletrônica, o eleitor poderá escolher um candidato com identidade, proposta e currículo honorável? Ou os nomes foram nivelados por baixo e estabeleceram seus acordos visando, acima de tudo, o interesse pessoal? Está difícil o voto consciente.
A eleição deste ano será a mais fisiológica no Pará desde que o povo voltou a eleger a principal autoridade pública do Estado, em 1982.
De 1971 até 1982 os governadores foram eleitos apenas pelos deputados estaduais. No retorno da votação direta e geral se uniram o último governador eleito, em 1965, o tenente-coronel Alacid Nunes, um dos militares que entraram na vida política com o golpe de 1964, e a maior liderança da oposição, o então deputado federal Jader Barbalho. Apesar dessa companhia contraditória, Jader se elegeu governador com uma boa imagem porque do outro lado estava a outra facção da política até então dominante, liderada pelo coronel Jarbas Passarinho.
O governo federal, chefiado pelo general João Batista Figueiredo (o último dos generais-presidentes), apoiou Passarinho, que disputava a reeleição para o Senado, e seu candidato ao governo, o empresário Oziel Carneiro. Já a máquina pública estadual foi colocada a serviço de Jader Barbalho, garantindo sua vitória por uma pequena diferença de votos. Jader se iniciara na política como vereador, 12 anos antes, sob o eco do baratismo, que mandou no Pará em boa parte das quatro décadas anteriores, sob a liderança do coronel Magalhães Barata. O pai de Jader, o ex-deputado estadual Laércio Barbalho, era um destacado baratista.
Mesmo com essa origem, o filho prometia inaugurar um tempo novo no Pará. Era da corrente dos "autênticos", os mais à esquerda do então MDB, o partido da oposição consentida ao regime militar, do qual resultou o PMDB. Jader parecia disposto a fazer a vontade dos que queriam pôr um fim à era dos coronéis e abrir as portas do Pará à modernidade.
Logo se livrou de um deles, o tenente-coronel Alacid, aliado de ocasião, para apoiar o antigo inimigo, o coronel Passarinho, que ajudou a voltar ao Senado. Indo e vindo, recompondo ou rompendo, Jader Barbalho acabou por revelar o que era: um novo coronel, sem precisar de farda para se impor. Cativando parte expressiva da população com seu carisma, dispensou as armas para suplantar os coronéis fardados, que foram catapultados para o poder pelo regime militar. Desde a República Velha, nenhum político paraense foi tão forte quanto ele.
Suas inquestionáveis habilidades para fazer política e a simpatia do povo constituíram um capital notável. Com ele, Jader se tornou duas vezes governador e ministro, conquistou a presidência do Senado e bateu de frente com o mais terrível político nacional, o baiano Antônio Carlos Magalhães. Venceu-o, mas não levou o troféu. Jader superestimou sua força e subestimou suas fraquezas. A principal delas: a associação da sua fortuna pessoal a enriquecimento ilícito, à base do desvio de dinheiro público.
Hoje, individualmente, ele ainda é o político mais importante do Pará, mas a nódoa que estigmatiza sua imagem o impede de usufruir na plenitude essa condição e lhe impõe contrariedades. Seu índice de rejeição não o animou a concorrer ao governo do Estado e dessa maneira se tornar o único eleito três vezes pelo povo (Almir Gabriel, que voltou a ser seu surpreendente aliado, depois de duas décadas como inimigo figadal, tentou e não conseguiu realizar a façanha). Sua candidatura ao Senado, considerada a favorita, foi tisnada pelo pedido de impugnação formulado pelo Ministério Público Eleitoral no dia 10.
Essa iniciativa não impedirá que a candidatura de Jader se mantenha e que ele venha a ser votado e até eleito. A quantidade dos recursos previstos na lei processual e os prazos para as decisões transferirão por meses o pronunciamento final da justiça. Se depender das manifestações do Tribunal Superior Eleitoral, é provável que a impugnação do líder do PMDB seja mantida, assim como a do petista Paulo Rocha, também para o Senado, e de Luiz Afonso Sefer, do PP, para a Assembléia Legislativa. Todos renunciaram sob a ameaça de ter seus mandatos cassados por quebra do decoro parlamentar. Mas talvez não venha a ser o mesmo o entendimento do Supremo Tribunal Federal diante da argüição de inconstitucionalidade da chamada lei da ficha limpa, que procura afastar da corrida eleitoral políticos com passado desabonador.
A simples apresentação da impugnação pelo Ministério Público, porém, não causará desgastes aos candidatos? Não colocará em ação o mecanismo do voto útil, fazendo o eleitor desistir de votar em candidato ameaçado de afastamento da disputa por transgressão à lei, mesmo se eleito? Certamente este será um recurso de campanha dos adversários. Ainda assim, mais uma vez, no caso de Jader e Paulo Rocha, eles conseguirão compensar esse risco e o neutralizar, como fizeram num passado ainda tão recente?
O fato negativo, de qualquer maneira, existe e vai ter conseqüências. Porém, não é único: é mais um dentre vários fatores de desgaste do processo eleitoral no Pará. Não se tem notícia de governador que tenha ido para uma nova eleição (para eleger seu sucessor ou tentar a reeleição, conforme a possibilidade mais recente na vida pública nacional) com um índice de rejeição tão alto quanto Ana Júlia Carepa. Seu mau conceito experimentou ligeira melhora ultimamente, mas o grande empenho do caro marketing colocado ao seu serviço é fazê-lo ficar abaixo dos 50% nas sondagens que continuam a ser feitas.
Claro que até o dia da votação a situação poderá mudar, mas a estratégia tem que reconhecer essa fragilidade da candidata do PT para tentar evitar o desfecho insinuado pelas pesquisas. É o que pode explicar suas atitudes inconsistentes, sua falta de orientação e diretriz, sua insegurança. E também algo que mesmo entre protagonistas de currículo ruim precisa existir, mas que nela é uma ausência: a palavra, o compromisso. Depois de ter desgastado ao máximo sua relação com o PMDB, mais por omissão em relação à ação dos integrantes do seu grupo, que não controla, por falta de liderança real ou por conveniência, Ana Júlia Carepa tentou ressuscitar a aliança de uma forma primária, amadorística, diante de um jogador tão profissional quanto Jader Barbalho.
A governadora parecia consciente de que o acordo fora rompido e por isso saiu à cata de novos parceiros para encher o baú de legendas, o que acabou conseguindo, com 13 delas ao lado do PT. É uma maneira de fortalecer o seu nome e dar a impressão de ser apoiada por uma frente de partidos e ter a hegemonia, ao menos no plano institucional. Incluiu nesse balaio o seu maior adversário na eleição anterior, o prefeito de Belém, Duciomar Costa, cujo principal título no momento é o de ter rejeição ainda maior do que a de Ana Júlia (a medida pelo Ibope chegou a 73%). O acerto de gabinete foi rápido, à base de toma-lá-dá-cá de favores, compensações e brindes.
Mesmo para um PT cada vez mais fisiológico, no entanto, a mudança, além de súbita, foi radical demais. Provocou traumas internos e desencadeou a ameaça de cisões. Para tentar restabelecer a aparência de unidade, a governadora deixou de cumprir o compromisso com o PTB. De pronto, Duciomar mexeu numa pedra importante do jogo: apresentou a candidatura do empresário Fernando Yamada ao Senado.
Viu-se então o que parecia inimaginável em outros tempos, quando princípios e palavras não haviam sido tão desgastados e desprezados: o PT foi atrás dos partidos aliados para que aderissem à candidatura única ao Senado - no caso, do próprio PT, Paulo Rocha. Iludido pelo domínio dos penduricalhos do poder, o PT parece convencido de que pode substituir eleição por plebiscito, a maneira de manter-se no poder com um sofrível elenco de nomes.
Atento, Jader reagiu apresentando um verdadeiro "laranja" como o segundo candidato do PMDB ao Senado. Esse movimento se harmonizou com a atitude de Simão Jatene de fechar as portas do PSDB a Valéria Pires Franco, pré-candidata que ficou em segundo lugar na pesquisa do Ibope encomendada pelo seu partido, o DEM, dirigido pelo seu marido, o deputado federal Vic Pires Franco. Significaria que, se passar para o 2º turno, Jatene - e não Ana Júlia - será apoiado por Jader?
O PT renunciou à sua história e ingressou de vez na mixórdia que faz todos os partidos políticos patinarem na mesma lama. Buscam a vitória dos seus interesses sem a menor consideração pelo que representavam ou pela idéia que dele faziam - ou ainda fazem - os eleitores. O cidadão que comparecer à sua seção para exercer o "sagrado direito do voto" deverá se inspirar em alguma coisa que o motive, menos no futuro do Pará, que não estará em jogo na eleição de outubro.
Os candidatos que se apresentam agora ao eleitor embaralharam tudo para criar uma enorme ameba, indistinguível, indefinida, que tudo absorve e forma um organismo pegajoso, que não tem identidade nem proposta. Um retrato triste da representação política do Estado.
(*Jornalista paraense. Publica o Jornal Pessoal  – Fonte: Adital)

A mercantilização da fé

Caro amigo e colega Ademir:

Teu blog cada vez mais reflete a tua formação intelectual multifacetada. Já tive oportunidade de falar-te sobre o que penso acerca do ínfimo aproveitamento dos valores intelectuais e morais de Marabá, pois existe muita gente que poderia estar contribuindo para o desenvolvimento e melhoria das condições gerais de nossa terra e que vive ao largo, execrada e rejeitada pela tirania da mediocridade que impera na política e administração pública. Quanto ao assunto sob enfoque, confesso-te que me preocupa sobremaneira e cada vez mais, a direção que se dá à vivenciação da fé. O relacionamento com DEUS é a coisa mais importante na vida do homem, penso eu e muitos, pois temos dentro de nós um vazio que tem o formato DELE e só por ELE pode ser preenchido. Esse vazio provoca uma insaciedade permanente, que os bens materiais, riquezas, poder e louvores do mundo não podem satisfazer. O homem sem DEUS está sempre a buscar algo que desconhece e não sabe onde encontrar, uma felicidade inatingível, como nos versos de Vicente de Carvalho:

"Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos."

Por isso o homem é tão vulnerável diante da dor e dos problemas e se torna facilmente manipulável e explorado em sua ignorância sobre as coisas de DEUS.
Se colocarmos DEUS em nossas vidas e as nossas vidas em DEUS, passaremos a ter, não a ausência de problemas, até mesmo porque JESUS nos diz que "no mundo teremos aflições”, mas que ELE venceu o mundo por nós, e por isso temos uma confiança e uma segurança de que os problemas serão ultrapassados, porque "NELE somos mais do que vencedores".Encontraremos a paz e a felicidade em meio a tormenta, a paz "que o mundo não pode nos dar", só o Príncipe da Paz. Assim sendo, não se compra a presença de DEUS em nós e não se barganha com ELE sobre a concessão de suas bênçãos, pois estas são alcançadas "buscando em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça, para que todas as demais coisas nos sejam acrescentadas". Não se encontra DEUS partindo da matéria para o espiritual, mas sim tomando a espiritualidade como ponto de partida. A mercantilização, e consequentemente a banalização do agir de DEUS. são abomináveis e um dia serão cobradas de quantos assim procedem. Demora um pouco, pois o agir do SENHOR não tem pressa, já que ELE dá ao homem toda a oportunidade de se redimir e retroceder de seus maus caminhos, como nos é dito de Eclesiastes 8.11: "Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal".
O homem pensa que ninguém está vendo, nem DEUS, e continua a praticar o mal que o consome. Os que já foram alcançados pela Verdade que liberta devem proclamá-la e levá-la a quantos possam alcançar, com "decência e ordem" como aconselha Paulo, e obedecendo à Palavra que diz "de graça recebeis, de graça deveis dar".
Quanto ao dízimo, este foi instituído desde o principio e o livro de Gênesis já nos fala dele e representa o reconhecimento e a gratidão do homem pelo que DEUS lhe dá, fazendo com que devolva a ELE as primícias que Lhe pertencem, contribuindo para o desenvolvimento de Sua obra. Este reconhecimento e essa gratidão são tão exigíveis, inarredáveis e firmes para DEUS, que em Malaquias 3.10 nos é dito: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós benção sem medida".
É a única passagem bíblica em que DEUS nos manda fazer prova com ELE. Portanto, a obrigação do cristão é devolver a DEUS as primícias de sua vida. Quanto à correta utilização destas, é responsabilidade dos pastores e se eles não usarem de forma correta, digna, honesta e coerente com a vontade divina, isso lhes será cobrado, talvez em um tempo em que não mais poderão arrepender-se. A verdade é que as coisas e os usos e costumes do mundo estão invadindo a igreja, fazendo a mistura do "limpo e do imundo", do "santo e do profano", que tanto desagrada a DEUS.Porém como foi dito a Elias, existe ainda muita gente que não se contaminou e nem dobrou seus joelhos ao mundanismo.

O amigo e colega
Plínio Pinheiro Neto

Para relembrar a poesia


foto: Ademir Braz


Escuna arcaica
                                                Ademir Braz

 O rio grávido ressona junto ao cais, ao muro
e seus desenhos. Para além deles, só o céu aguado.
Vão igual sem graça o pasto, a música da casa
de calçada alta, e os vendedores piratas
à porta, mãos cheias de crime e pornografia.

Algo no dia torna insossa a feira dominical.
Num imaginário bosque de cores, a manhã
pendura a saia nos quaradouros do mundo.

Do cais, eu busco em vão a tepidez da tarde
e minha angustia é chuva que jamais cessa.
Rio abaixo, duas canoas, em parelha, caceiam
alheias à escuna arcaica do meu coração.
Toda cheia de adeuses, lá vai a minha barca
no rio remoto! Velas enfunadas a lugar nenhum.
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Candidatos impugnados no Pará

Foram protocolados 57 pedidos de impugnação no Tribunal Regional Eleitoral

Dos 57 pedidos de impugnação feitos ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) até as 19 horas da última segunda-feira, o candidato a deputado estadual Luiz Rebelo (PP) foi quem mais recebeu pedidos de impugnação, com cinco processos. A candidata à reeleição ao governo do Estado, Ana Júlia Carepa, é alvo de três questionamentos.
Os candidatos a senador Paulo Rocha (PT); a deputado estadual, José Raimundo de Oliveira (o "Belo", do PPS) e Roselito Soares da Silva (PR); a deputado federal, Emerson Monsef (PMDB); e a vice-governador, Helenilson Cunha (PPS), receberam cada um dois pedidos de impugnação.
O candidato a senador Jader Barbalho (PMDB) também figura na lista, que no total tem 42 nomes.
Outros conhecidos nomes do cenário político paraense, como Bernadete Ten Caten (candidata a deputada estadual pelo PT), Nadir Neves (candidato a deputado estadual pelo PTB) e Ana Cunha (candidata a deputada estadual pelo PSDB) também receberam um pedido de impugnação cada.
As coligações "Frente popular acelera Pará", "Juntos com o povo" e "Juntos pelo povo" também foram alvos de questionamentos. Do total de pedidos de impugnação, o Ministério Público Eleitoral fez 20; a coligação "Frente Popular Acelera Pará" fez nove; e o PMDB fez quatro.
O secretário Jurídico do TRE-PA, Bruno Giorgi, explica que os candidatos impugnados serão notificados e podem entrar com recursos ou serem chamados a comparecer ao TRE e apresentar documentos ou defesa.

CANDIDATOS COM PEDIDOS DE IMPUGNAÇÃO

Amiraldo Pereira Barbosa ,
Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (3)
Ana Maria do Socorro Magno Cunha,
André Teixeira Dias
Antonio Armando Amaral de Castro,
Benedito Augusto Bandeira Ferreira
Bernadete Ten Caten,
Delvani Balbino dos Santos
Emerson Ferreira Monsef (2),
Everaldo França Nunes
Fernando de Castro Ribeiro,
Francisco Aguiar Silveira
Francisco Wilson Ribeiro,
Genivaldo Ribeiro Araújo
Helenilson Cunha Pontes (2),
Jader Fontenelle Barbalho
João Bosco Rufino Moysés,
José Alberto de Sousa Branco
José Fernandes de Barros,
Josehildo Taketa Bezerra
José Raimundo de Oliveira (3),
Jose Roberto da Costa Martins
José Rodrigues de Carvalho,
Laércio Rodrigues Pereira
Luiz Afonso de Proença Sefer,
Luiz Alfredo Amin Fernandes
Luiz Furtado Rebelo (5),
Lourivan Pereira Gomes da Silva
Maria Auxiliadora Nunes de Sá,
Mário Osvaldo Correa
Marlio Sued Lopes Teles,
Manoel Nazareth Santana Ribeiro
Nadir da Silva Neves,
Nelito Correa Lopes
Nelson da Silva Parijós Neto,
Neuton Paulino de Souza
Paulo Roberto Galvão Da Rocha (2),
Raimundo Pinheiro dos Santos
Roselito Soares da Silva (2),
Samara Pinheiro Machado Ribeiro
Saulo Castro Costa,
Sebastião Ferreira Neto

Vai uma prece aí, freguesa?

Tomás Chiaverini 
Neste enregelado anoitecer de junho, ao volante de seu moribundo Fiat Uno, Maria Lopes, de 57 anos, é só desolação. As bijuterias que vende para garantir o sustento foram furtadas de sua casa, ela acaba de sair da delegacia, não tem esperanças de que a justiça terrena interceda a seu favor e, perfeitamente derrotada, se vê presa num congestionamento descomunal na Vila Mariana, em São Paulo?- especificamente, no trecho mais largo da Domingos de Morais.
De repente, nesse mar vermelho de luzes de freio, lá vem coisa. Um rapaz parece caminhar bem em direção a Maria. Como um Moisés pós-industrial que partisse o oceano de carros, ele ergue um cartaz acima da cabeça: "Nunca diga não para uma oração." Frequentadora ocasional de templos evangélicos, Maria não poderia estar mais de acordo. Jamais recusaria um tête-à-tête com o Criador, ainda mais na atual conjuntura.
Cem arrastados metros adiante e o seu agonizante Unozinho é cercado por um coletivo de jovens evangélicos que agitam os braços e distribuem panfletos. Outros tantos metros e já não resta dúvida: o Senhor chama. Apenas que, enjoado de se fazer anunciar por arbustos em chamas, pombas alvíssimas ou trovões tonitruantes, dessa vez Ele optou por uma singela faixa que duas belas jovens fiéis seguram com circunspecção: drive-thru de oração?- receba uma oração sem sair do carro.
Outro rapaz agora para ao lado do Fiat e pergunta: "Vai uma oração, senhora?" Maria nem pensa. Com notável destreza, dá seta e entra na rampa que leva a uma pequena tenda branca, erguida diante do recém-inaugurado templo da  igreja Universal na Vila Mariana.
Pare, ore, siga, diz o adesivo colado no toldo, obra do pastor Osvaldo Volpini, o homem de Deus responsável por aquele templo. Ele está na melhor quadra de sua vida. Aos 33 anos, tem o vigor da mais cristã das idades. Seu cabelo é escovinha e ele veste jaqueta de tactel e calça de microfibra. Exala otimismo e felicidade, um homem convicto da precisão de sua obra.
Na verdade, parcialmente sua. A idéia original do drive-thru de oração veio do bispo Renato Cardoso, que implantou o sistema na Universal de Houston, no Texas. Foi lá que surgiu, nos idos de 1931, a primeira lanchonete drive-thru de que se tem notícia. Modesto, Volpini explica que sua contribuição se resumiu a transplantar a iniciativa para o Brasil. "Eu estava olhando a fachada desse templo, quando Deus me deu essa idéia", explica. A iniciativa deve ser estendida a todas as unidades do Brasil que tiverem espaço adequado.
O serviço está ativo há cerca de um mês - das 18 às 21 horas, para aproveitar o generoso horário de pico paulistano - e mobiliza umas dez pessoas, entre pastores e obreiros. A esses últimos cabe atrair os motoristas. Sem ligar para o frio de 14 graus, eles se metem por entre os carros, desviam dos motoboys e às vezes chegam a atrapalhar o trânsito.
A maioria dos motoristas, por sua vez, parece ter algum receio de retaliações divinas, pois raramente se ouve uma buzina, o que não significa, em absoluto, dar canja para o assédio. Em geral, os obreiros são recebidos com caretas e cabeças que dizem não. No entanto, há quem se arrisque a ludibriá-los, como aquele motorista que desce o vidro, faz que ouve, diz que gostaria, sim, de orar e está até precisando, mas aí o sinal abre e ele acelera, sem maiores considerações com a palavra do Senhor.
Há casos de sucesso, claro. Com orgulho, o pastor conta que já orou até para umbandista. A maioria dos que desviam o carro para a tenda, entretanto, já é membro da Universal, como Maria Lopes. Assim que ela estaciona o carro sob o toldo, o pastor se aproxima e pergunta se ela está enfrentando algum problema específico.
Geralmente as reclamações são de ordem financeira, campo em que a Universal desenvolveu uma expertise própria, muito dinâmica, como prova sua programação na tevê. De todo modo, os religiosos do drive-thru estão preparados para dar uma mãozinha seja qual for a aflição. Nesta noite, rezaram para curar uma cefaléia, um sangramento uterino e uma surdez inexplicável. Somente pedidos para fazer fluir o trânsito não são atendidos.
Sempre ao volante, Maria Lopes relata brevemente as suas desventuras. O pastor unge a testa da motorista com óleo, depois espalma a mão direita na cabeça dela, espalma a esquerda no para-brisa, fecha os olhos e espera até que a conexão wireless com o Todo-Poderoso se estabeleça: "Meu Deus!", exclama, "ela me disse que acabou de ser roubada, mas o Senhor pode muito bem restituir, meu Pai do Céu! E fazer, meu Deus, com que aquilo que ela perdeu, ela venha a recuperar! Porque o Senhor é dono do ouro e da prata, meu Deus!"
Em seguida, atestando com o rabo de olho as condições precárias da charanga pilotada por Maria, o pastor faz um adendo providencial: "Aproveito para orar por este carro, Senhor! Para que o Senhor livre este veículo do roubo, da bala perdida e do sequestro!"
 Pronto. Em menos de cinco minutos Maria é liberada para voltar ao congestionamento. Garante que está aliviada e tem certeza de que essa prática oração lhe devolverá a mercadoria roubada.
Antes de ligar o Fiat, pergunta se precisa pagar e é informada que não, de jeito nenhum. "Se quiser fazer uma doação, tudo bem, mas no culto", explica o pastor. Até as 20h30, Volpini e sua equipe terão atendido 39 motoristas, incluindo quatro taxistas, dois carteiros e um repórter da Folha de S.Paulo que precisa voltar ao jornal com provas de que a Universal cobra pelas preces.
A poucos instantes de fechar a tenda, um obreiro aproveita para abordar um derradeiro taxista: "Senhor, o semáforo está fechado. Então o senhor entra aqui, recebe uma prece e em 30 segundos sai lá na frente. Vai ultrapassar toda essa fila de carros." O homem olha para a frente, olha para os lados. calcula prós e contras e resolve acatar a sugestão. É apenas um motorista paulistano e, como tal, a essa altura deve estar com as ambições na lona. Avançar uns metros já dá para chamar de bênção.  (Revista Piauí)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Indenização milionária na Justiça

A juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati, titular da 3ª Vara Cível (Privativa da Fazenda Pública), condenou o Hospital Celina Gonçalves, representado na ação pelo empresário Demétrius Ribeiro, a pagar ao ex-acionista da extinta sociedade, Marlon Lopes Pidde, cerca de R$ 3,5 milhões a título de ressarcimento de valor integralizado pelo autor em 1983, perdas e danos, e dividendos ou lucros adquiridos. A conta ultrapassa a R$ 4 milhões, em razão da fixação dos honorários em 20% mais custas processuais.
Há cinco anos, Marlon Pidde propôs ação ordinária de cobrança cumulada com perdas e danos em desfavor de Hospital Celina Gonçalves S/A e do Estado, em litisconsórcio passivo, ao tomar conhecimento que a referida sociedade estava sendo objeto de desapropriação por utilidade pública. Alegou ser sócio fundador desde 1983, tendo direito a 5,88% dos R$ 13.708.387,54 da desapropriação, e que não lhe foram pagos.
Na análise da documentação da sociedade, perita nomeada pela 3ª Vara Cível observou que em 17.01.2004 a D. N. Participações Ltda., representada por Demétrius Fernandes Ribeiro e sua esposa Naila Uthman Ribeiro, entraram no negócio, o primeiro como presidente, não constando em ata de Assembléia Geral  Extraordinária o valor integralizado ou subscrito da referida empresa.
Em 02.04.04, conforme Ata de Assembléia Geral ordinária o capital aumentou através da integralização de 2.200.000 ações ordinárias nominativas pela D. N. Participações Ltda., sendo doadas 60.000 ações para meia dúzia de beneficiários, não constando entre esses o nome de Marlon Pidde.
A perícia verificou que a indenização paga pelo Estado (R$ 13.708.387,54), foi usada “apenas para efetuar pagamentos na sua maioria com a empresa D N participações Ltda., e seus representantes, e aquisição de terrenos no valor de R$ 800 mil do proprietário Osvaldo dos Reis Mutran, entre outros”. Para a juíza Aldecy Pissolatti, a dilapidação do patrimônio da sociedade aconteceu sem a necessária prestação de contas.
“O valor da desapropriação não aproveitou a sociedade, considerando que pela demonstração financeira o patrimônio (...) hoje é quase zero. Nem tampouco apresentou em juízo a demonstração financeira da referida sociedade que diz chamar-se agora Universidade de Marabá S/A, conforme alteração em Assembléia Geral Extraordinária realizada em 20.05.2005”, diz a fundamentação da sentença.
Na avaliação de uma fonte que de longa data acompanha esses negócios, a condenação da sociedade Hospital Celina Gonçalves em R$ 3,5 milhões a título de ressarcimento de perdas e danos ao acionista Marlon Pidde pode desencadear uma torrente de ações assemelhadas a partir de outros supostos sócios supostamente  lesados na partilha da desapropriação milionária.
O outro lado
Ouvido quarta-feira por telefone, o empresário Demetrius Ribeiro disse não ter sido ainda notificado e garantiu que vai recorrer da decisão judicial: “Primeiro, não houve dissolução da sociedade anônima Hospital Celina Gonçalves S/A, oportunidade em que os acionistas seriam convocados todos para apuração de perdas e danos e divisão proporcional do remanescente. No caso, a D. N. Participações Ltda. Limitou-se a vender o ativo representado pelo hospital, sem liquidação da empresa”.
Para Demétrius Ribeiro, Marlon Pidde jamais foi integrante da sociedade de capitais. “Supostamente ele participou de uma assembléia na qual manifestou interesse em adquirir ações prometendo dar uma entrada e o restante em notas promissórias, o que foi registrado em ata. Deu-se, então, que foi feito um recibo para ser entregue a ele na secretaria, mediante pagamento das cotas, o que jamais aconteceu. Sem pagamento, não há participação”.
À época, a crise já rondava a sociedade e o interesse de Marlon Pidde gerou a expectativa do ingresso de novos ativos. Como isso não aconteceu, o hospital acabou sofrendo novos prejuízos com o aumento de suas dívidas. “Para se ter uma idéia, o débito do Celina Gonçalves é hoje de R$ 5,7 milhões à Receita Federal”, argumenta.   
Segundo Ribeiro, Pidde teve acesso à cópia da ata e tentou registrá-la em cartório para comprovar a emissão das ações em seu nome. Quando, porém, o cartório exigiu-lhe comprovantes do pagamento do acordo, Pidde desistiu por não possuí-los. “Quem juntou o recibo entre os documentos apresentados na defesa judicial fomos nós, não o sr. Pidde, porque esse recibo jamais lhe foi entregue em vista do não pagamento das ações que ele diz ter adquirido”, assegura.
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quarta-feira, 21 de julho de 2010

A fé e o pão

Site do Conselho Nacional do Laicato do Brasil publicou ontem, sob o título "Do pão nosso de cada dia à reforma do sistema econômico", o texto abaixo que trago para nossa reflexão. Juntamente com o ponto de vista do Sr. Nicodemos anteriormente publicado, meu objetivo é propor que nem tudo, nas igrejas, é alienação e cobrança de dízimo do parco recurso do pobre rebanho para a construção de templos suntuosos. 
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A prece do Pai Nosso aponta, quando se roga pelo pão de cada dia, para os limites, para o reconhecimento de que sistemas econômicos e financeiros promovem “um mundo que torna uns poucos cada vez mais ricos, enquanto priva a muitos outros da possibilidade de viver uma vida digna”.
As palavras, pronunciadas hoje (20/07) na abertura da 11ª Assembléia da Federação Luterana Mundial (FLM), reunida em Stuttgart, não são de algum conceituado teólogo, mas do ministro da Economia da República Federal da Alemanha, Wolfgang Schäuble, que se apresentou como evangélico e saudou os participantes em nome da chanceler Ângela Merkel.
Schäuble defendeu a reforma de sistemas econômicos, a fim de que os governos democraticamente eleitos tenham a possibilidade de garantir que o setor econômico não esteja completamente desligado de considerações éticas e políticas.
“Um dos grandes desafios para os países democraticamente modernos consiste em aportar conhecimentos de origem religiosa e impulsos provenientes da fé ao processo de decisão política”, declarou. E um dos elementos fundamentais para tanto é a fé em Deus, porque significa que “existe uma última autoridade diante da qual somos responsáveis por tudo o que fazemos”, disse.
O ministro enfatizou, contudo, que Estado e Igreja na Alemanha são independentes um do outro. Caso contrário, se teria uma religião pobre e uma má política. Mas tampouco estão completamente desligados um do outro. “Fé e política jamais são, nem podem ser, duas coisas completamente distintas”, frisou.
A fé em Deus, prosseguiu, “exige que aceitemos limitações da nossa própria atuação”. Existe um limite para o crescimento econômico? – indagou. “Nosso desejo constante de maior riqueza deu lugar a graves desequilíbrios econômicos a nível global e também no interior dos países. Esse processo esgotou os nossos recursos naturais e todos nós vemos as graves conseqüências ecológicas desse desenvolvimento”, arrolou.
Para o ministro, o sistema econômico hegemônico é deficiente pelos dois extremos: “Priva em demasia pessoas daquilo que elas realmente necessitam e ao mesmo tempo alimenta uma cobiça ilimitada e desenfreada que persiste inclusive na riqueza e na abundância.”
A prece do Pai Nosso pelo pão de cada dia é “um chamado a aceitar os limites do crescimento, os limites da acumulação de bem-estar”, assinalou.
Rogar pelo pão significa aceitar o compromisso de que se garanta a satisfação das necessidades básicas de todas as pessoas, o que vem a ser mais do que uma questão política, pois constitui uma exigência moral, “da qual não podemos nos esquivar se respeitarmos a dignidade humana como fundamento da vida comunitária e social”.
Schäuble enfatizou que a democracia requer a participação crítica de pessoas que, motivadas por sua convicção religiosa, trabalhem em favor de um mundo em que as necessidades dos seres humanos são levadas a sério, em escala mundial. (CNLB Regional Sul)
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Resistir é possível!

Texto que vale a pena ler e refletir.

Quanto vale seu direito? Esaú descobriu...
Nos últimos estudos analisamos como o mau uso da Palavra de Deus para fins particulares, ainda que disfarçados supostamente em objetivos da igreja, e percebemos o escândalo e descrédito que tais atitudes atraem sobre o nome das igrejas evangélicas.
Noutros tempos a igreja era perseguida por denunciar os erros e a hipocrisia do sistema do mundo com seus valores corrompidos; a igreja assumia o papel de sal na terra de luz no mundo trazendo o amor, a justiça e o juízo de Deus a todas as pessoas mediante o poder do Espírito Santo e do testemunho pessoal na vida de cada crente.
Hoje a igreja é confrontada com os mesmos erros que critica e condena. Aqueles que deveriam ser modelos no comportamento são muitas vezes mais corruptos e criminosos que aqueles que acusam. E superando em muito a perfídia e maldade dos fariseus dos tempos de Jesus mercadejam as almas das pessoas a troco de votos e poder temporal. Enganam e torcem o direito, justificando os erros e ignorando os princípios eternos da Palavra de Deus.
Isto ficou bem evidenciado nos artigos que a mídia secular tem escrito e no artigo de minha autoria que demonstro que a propaganda política dentro da igreja camuflada em mandamentos divinos é uma falácia mentirosa que somente aqueles que dela obtêm lucro direto ou indiretamente têm coragem de apoiar.
Mas do mesmo modo que Esaú vendeu o seu direito de primogenitura por um guisado de lentilhas eles vendem a honra e privilégio de servir a Cristo pela oportunidade de agradar a homens e lucrar com o “status quo” que adquirem após eleitos.

30 E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom. 31 Então disse Jacó: Vende-me hoje a tua primogenitura. 32 E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura? 33 Então disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34 E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura. Gênesis 25:30-35

Mas não podemos ignorar as conseqüências que certamente vêm sobre qualquer um que na semelhança de Esaú vende aquilo que não pode ser negociado por preço nenhum. Esaú vendeu o direito a ser o primogênito de seu pai Jacó.
Qualquer crente (seja Pastor ou não) que trocar a Palavra de Deus por mandamentos de homens; que trocar o certo pelo errado; o puro pelo impuro; a santificação pela encenação; a justiça pelo benefício próprio; o arrependimento do pecado pelo encobrimento dos erros terá o seu prato de sopa nesta terra tão saboroso quanto o dele e sofrerão ainda nesta vida e no dia do juízo a rejeição de Deus.

14 Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; 15 Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. 16 E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura.
17 Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou. Hebreus 12:14-17

Então mesmo que tais se julguem espertos a ponto de escaparem da justiça de Deus poderão, caso não se arrependam a tempo, terminar condenados eternamente e tendo como companhia eterna Satanás e seus demônios.
Tem coisas que só se percebe mesmo o valor é quando se perde....
Não venda  nem por alto preço ou preço algum aquilo que foi o maior presente que a humanidade recebeu gratuitamente cujo preço foi pago por Cristo Jesus.
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O texto acima é do Prof. Nicodemos (blog Atalaia Forte), que assim se define:
“Sou um cristão em construção, sempre buscando aprender com o Mestre a viver e ser um Filho de Deus. Sou um religioso em desconstrução, cada dia mais convicto que sistemas religiosos são falhos e geralmente submetidos aos desejos de quem lidera e não necessariamente a Vontade do Mestre. Sou parte de um povo que vive num mundo por demais injusto e que anseia todos os dias por retornar à minha pátria. Mas que enquanto não volta para lá, vai viver por aqui a lutar contra "o sistema" que manipula a mente e a alma, destruindo pessoas de modo que nem se dão conta. Sou um louco por acreditar... - que é melhor lutar e morrer por uma boa causa, do que viver escravo de coisas, pessoas ou ideologias. -que pessoas comuns hoje por seu nascimento e condição social, um dia podem ser grandes por se esforçarem e perseverarem. que grandes mudanças e revoluções podem começar de baixo... e que pequenas atitudes podem iniciar grandes movimentos, basta pensar que uma gota caindo do céu pouco representa, mas que bilhões delas podem trazer vida ou morte. Enfim sou uma pessoa comum, de atitudes incomuns...”


Estatuto da Igualdade Racial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem (20/7) o Estatuto da Igualdade Racial e a lei que cria a Unilab (Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira). Aprovado pelo Congresso no mês passado, após sete anos de tramitação, o Estatuto prevê garantias e o estabelecimento de políticas públicas de valorização aos negros.
O Estatuto da Igualdade Racial define ainda uma nova ordem de direitos para os brasileiros negros, que somam cerca de 90 milhões de pessoas. O documento possui 65 artigos e objetiva, segundo a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a correção de desigualdades históricas no que se refere às oportunidades e aos direitos dos descendentes de escravos do país.
O ministro, Eloi Ferreira de Araújo, disse que a sanção do Estatuto da Igualdade Racial “coroa o esforço de muitos e muitos anos”, das comunidades negras no país.
Também sancionada hoje, a Unilab (Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira) tem o objetivo de promover atividades de cooperação internacional com os países da África por meio de acordos, convênios e programas de cooperação internacional, além de contribuir para a formação acadêmica de estudantes dos países parceiros.
A nova universidade será localizada no município de Redenção, no maciço de Baturité, a 66 km de Fortaleza. De acordo com a secretaria, a previsão é de que as obras do campus comecem em meados de 2011. As atividades acadêmicas terão início este ano em instalações provisórias em Redenção, em prédios cedidos pela prefeitura local.
A previsão é de que a Unilab atenda a 5.000 estudantes presenciais de graduação, dos quais 50% serão brasileiros e 50% originários de países parceiros.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Overlaping

Depois do empate milagroso em Fortaleza, o técnico Galvão prepara novo esquema para enfrentar o São Raimundo no próximo confronto

TRE libera Ferreirinha

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, o desembargador João José da Silva Maroja deferiu nesta segunda-feira (19/07) liminar pleiteada por Sebastião Ferreira Neto para sustar decisão do próprio TRE que lhe negara registro de candidatura, a pretexto de dupla filiação, assegurando-lhe vínculo com o Partido dos Trabalhadores (PT), até decisão pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre a questão.
Entendeu Maroja haver Ferreira demonstrado que “a comunicação ao juízo eleitoral da mudança de partido deve ocorrer compulsoriamente no dia imediatamente subseqüente ao ingresso no novo partido, não sendo aptas a essa finalidade as informações contidas nas listas de novos filiados encaminhadas pelas legendas”. De outro lado, admitiu a ocorrência de perigo na demora da análise do pedido de registro de candidatura ao cargo de deputado estadual do requerente, o qual poderá ser indeferido por ausência de filiação, em razão da nulidade declarada no processo, “sem que antes o  TSE julgue o mérito do apelo em que se sustenta exatamente o equívoco no cancelamento da aludida filiação”.
Desta forma, Sebastião Ferreira Neto está liberado para a disputa a uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado pelo Partido dos Trabalhadores, ao qual filiou-se após sair do Partido Socialista Brasileiro (PSB).


Encontro regional

A Campanha Justiça nos Trilhos vai promover, dias 22 e 23 de julho em Açailândia (MA), encontro regional com membros das comunidades e movimentos impactados nas regiões do corredor de Carajás com representantes de quilombolas, sindicalistas e trabalhadores rurais, ex-trabalhadores lesionados, camponeses, associações de moradores, núcleos universitários, conselheiros tutelares, membros da CPT, do MST, de organizações de direitos humanos e outras lideranças provenientes de Belém, Barcarena, Moju, Marabá, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte e Xinguara (no Pará), Açailândia, Buriticupu, Santa Inês, Imperatriz, Alto Alegre do Pindaré, Arari, Vitória do Mearim, São Luis (MA), entre outras localidades.
São objetivos desse encontro: dar continuidade à Caravana Internacional dos Atingidos pela Vale no Pará e Maranhão;  fortalecer a colaboração entre movimentos dos dois estados e definir estratégias de ação conjunta daqui para frente; organizar a divulgação dos materiais produzidos recentemente (dossiê, cartilha sobre mineração no sudeste do Pará, filme e revista “Não Vale”, além de programas de rádio sobre mudanças climáticas etc.
Segundo o ambientalista Raimundo Gomes da Cruz Neto, deverão participar da jornada enviados de Canaã dos Carajás, Marabá e Ourilândia do Norte.  

Podrura do além

E já que a prefeitura diz que a catinga que empesta o mundo não é do curtume da Bertin, fica aí a sugestão para o contribuinte...

Obrigado, gente!


Viram aí? Passamos dos 70.000 visitantes. E olhe que a contagem começou com meses de atraso porque eu não sabia colocar o contador rsrsrsrsrs.
Mas, estamos a caminho de 1.000.000, e é só questão de tempo.
Malhando a gente chega lá!
Guenta, povo bão!!!

Tudo em família

Agentes do Departamento de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) apreenderam uma caçamba que pertenceria ao vereador Antonio Hilário Ribeiro (PR), vice-presidente da Câmara Municipal, que mesmo com licenciamento atrasado anda prestando serviços para a administração Maurino Magalhães, afrontando a ética, a Lei Orgânica do Município e as constituições do Estado e do Brasil. PR é o partido do prefeito, o que deixa tudo em família.
A informação é do jornalista Ednaldo Sousa, recordando que em maio último outro carro do Hilário foi apreendido pelo mesmo motivo – licenciamento atrasado – o que levou o vereador a assentar baterias contra o DMTU, acusando os agentes de “corruptos”.

Tá danado!

Estão cortados os telefones do Instituto Médico Legal (IML) de Marabá (9163.1019) e o da 21ª Seccional Urbana da Nova Marabá (3322.1720), ambos por falta de pagamento.
Como é que se pode trabalhar dessa forma, é a pergunta que se faz à governadora Ana Júlia Carepa.
Um governo que falha no básico, falhará sempre no macro.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Carajás começa de novo, mas o Pará não percebe

Lúcio Flávio Pinto
A Vale começou a realizar no ano passado o maior investimento da sua história e também o maior da indústria de minério de ferro no mundo. Aplicará até 2015 11,3 bilhões de dólares (mais de 20 bilhões de reais) para dobrar a produção de Carajás, no Pará, que chegará a 230 milhões de toneladas anuais, metade do que a Vale pretende extrair em todo país naquele ano.
O novo projeto, mais grandioso do que o inicial, que entrou em operação em 1984, irá incorporar a maior de todas as jazidas da província mineral de Carajás, a de Serra Sul, no momento em que a primeira mina, de Serra Norte, já entrará em fase de redução, e a outra jazida, bem menor, a de Serra Leste, terá entrado em produção.
Dos US$ 11,3 bilhões previstos, US$ 7,8 bilhões serão gastos na duplicação de dois terços da ferrovia de Carajás (em 604 dos seus 822 quilômetros de extensão) e na construção do 4º píer do porto de embarque, na Ponta da Madeira, na ilha de São Luís do Maranhão. Os restantes US$ 3,5 bilhões serão absorvidos pela própria mina, em território paraense. Só neste ano a empresa desembolsará US$ 1,1 bilhão (US$ 766 milhões na logística e US$ 360 milhões na mina).
O programa de investimentos não inclui apenas minério de ferro. No próximo ano o projeto Onça Puma entrará em operação, produzindo 58 mil toneladas de níquel contido em ferro-níquel, seu produto final, ao custo de US$ 2,3 bilhões, sendo US$ 510 milhões neste ano. No segundo semestre será a vez do projeto Salobo dar a partida, com 127 mil toneladas de concentrado de cobre (mais 130 mil onças de ouro), depois da aplicação de US$ 1,5 bilhão, dos quais US$ 600 milhões neste ano. Metade desse investimento (US$ 855 milhões) irá para Salobo I, que acrescentará 127 mil toneladas de concentrado em 2013.
Assim, só no conjunto de Carajás, a Vale aplicará US$ 15 bilhões em cinco anos, um valor de grandeza mundial. Mas não ficará nisso. A usina siderúrgica da Alpa (Aços Laminados do Pará), em Marabá, tem orçamento de US$ 2,8 bilhões para produzir, a partir de 2013, 2,55 milhões de toneladas de placas de aço, que serão utilizadas em parte no próprio local para laminação de semi-acabados.
A primeira fase da CAP (Companhia de Alumina do Pará), em Barcarena, prevê US$ 2,7 bilhões para a escala de 1,8 milhão de toneladas de alumina. Mas a capacidade final será de 7,4 milhões de toneladas, a mesma da vizinha Alunorte, que já é a maior do mundo. Para tornar possível essa expansão da produção, a mina de bauxita de Paragominas receberá US$ 487 milhões para passar de 9,9 milhões para 14,85 milhões de toneladas de minério em 2012.
Esse conjunto de projetos chega a US$ 21 bilhões no qüinqüênio, o equivalente a quase quatro orçamentos anuais do Estado do Pará, com uma diferença fundamental: todo esse dinheiro se destina a investimento, enquanto pelo menos 85% da arrecadação estatal são absorvidos pelo custeio da máquina. Feito o paralelo apenas das verbas de capital, o que a Vale vai aplicar no Pará e no Maranhão em cinco anos corresponde a meio século de investimentos do Estado.
Desta vez, finalmente, vamos nos desenvolver? É o que diz a empresa, com a força de ser mais poderosa do que o próprio governo. E com um poder que crescerá ainda mais pelos próximos anos, já que o Pará será a sua principal fonte de renda em todo mundo. Antes de incorporar como verdade o discurso propagandístico da Vale, que, graças principalmente ao Pará, acumula os títulos de maior empresa privada e maior exportadora do país (já estão trabalhando no Estado 37% dos empregados da antiga estatal, contra 34,4% em Minas Gerais), é preciso processar um volume enorme de informações e considerar uma contextualização extremamente complexa.
O que primeiro assusta é o fato de que esse volume ciclópico de investimentos, em sua maior parte absorvido por máquinas e equipamentos, visa a extração de recursos naturais, a maior parte deles não renováveis. O mais importante é o melhor minério de ferro existente na Terra. Em qualquer país consolidado, a estrutura logística que a Vale criou, está criando e opera estariam sob o controle do Estado e não de uma empresa privada, inclusive nos Estados Unidos. Às duas ferrovias, que são suas por concessão federal e que são também as principais vias de escoamento de carga do Brasil, a Vale acrescentará a Norte-Sul, que fará a ligação entre a ferrovia de Carajás ao norte e a Vitória-Minas ao sul.
Por Carajás, que é um núcleo por excelência de exportação (enquanto o Sistema Sul divide sua produção para também atender o consumo interno), circula o maior trem de carga do mundo (cada um deles com 330 vagões, tendo quatro quilômetros de comprimento). Em nove viagens diárias, os trens têm condições de colocar no porto 400 mil toneladas de minério. Nessa escala, em apenas dois meses a ferrovia dá conta do máximo de exportação que estava previsto no projeto para todo um ano, quando a mina começou a funcionar.
Com a escala de 230 milhões de toneladas por ano, a cada quatro anos a jazida de Carajás perderá quase um bilhão de toneladas. Em 30 anos, o filé mignon do minério de ferro do mundo estará transformado em aço na China, no Japão ou na Europa. Em Carajás só não ficarão apenas buracos porque agora a legislação ambientalista exige que eles sejam tapados.
É um dado chocante. A Vale julga neutralizar o impacto alegando que nunca, como agora, o minério de ferro teve preços tão altos. É verdade. No início da década cada tonelada de ferro valia US$ 30. Hoje, seu preço varia entre US$ 130 e US$ 150 (preço no porto de embarque, sem considerar o frete, que chegou a estar mais alto). Esse incremento, de até cinco vezes em 10 anos, no entanto, foi plenamente absorvido pelas siderúrgicas, que continuaram a expandir suas capacidades.
Não só transferindo o custo para o produto como também por avançarem no processo de transformação industrial. Economizaram energia ao descartar o processo produtivo de maior demanda, no enriquecimento do minério e na sua primeira elaboração, até o limite dos semi-acabados. Empresas como a Vale se encaixaram nessa nova divisão internacional do trabalho e assumiram seu papel de fornecedoras de matéria prima e insumos para os grandes grupos.
Em 2002 a exportação brasileira de produtos de origem mineral alcançava US$ 6 bilhões. Em 2007 foi a US$ 21 bilhões. Metade do saldo da balança comercial brasileira em 2009 foi proporcionada pelos minérios, mesmo com a crise mundial. Em 2008, ano recorde, essa participação foi de 53%. Neste ano a perspectiva é de um novo recorde. Em maio, a exportação do minério atingiu um patamar nunca alcançado: somou US$ 2 bilhões.
A maior parte dessa exportação vai para a Ásia, tendo a China como destaque. Essa diretriz é ainda mais acentuada em relação ao minério de Carajás, não por acaso o mais rico: 80% dele seguem para a Ásia, sendo 60% para a China. As exportações brasileiras para a China foram de US$153 bilhões no ano passado.
Para a Vale, é nesse rumo que a empresa (e o país) deve seguir porque as necessidades chinesas assegurarão volume e preço ainda por bastante tempo. Graças a essa renda, a empresa e o país terão recursos para promover a diversificação de produtos e intensificar a industrialização. Mas se essa alegação pode ter algum sentido para o governo federal e a companhia, não apresenta o mesmo rendimento para o Estado. É brutal o contraste entre o enriquecimento da Vale (cujo valor de mercado é de US$ 140 bilhões) e da União (que nunca arrecadou tanto) e os terríveis indicadores sociais do Estado. Uma das últimas façanhas negativas do Pará é ter o pior ensino fundamental do país. Indicador de futuro comprometido.
Mas alguém no Estado pensa a sério nessa situação? Alguém se impressiona e se assusta com esses dados? De um lado, bilhões de dólares; do outro, pobreza e degradação social, incivilidade, violência, precariedade. O estado de insensibilização é tal que, embora o Pará tenha um comércio pesado com a China, a Federação das Indústrias do Estado não participa do Conselho Empresarial Brasil-China. Mas lá estão as federações de cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso), que também mandam seus produtos para o outro lado do mundo.
Nós, ao que parece, não estamos no mundo. Parecemos aceitar que nos privem dos nossos recursos naturais sem ao menos cogitar outras formas de exploração, como se as que estão em curso fossem inevitáveis, sagradas. A Austrália, competidora direta do Brasil no mercado de minério de ferro, resolveu descruzar os braços e ganhar mais do que o que lhe era oferecido. Primeiro imaginou um imposto sobre os superlucros dos recursos. Sob artilharia pesada das empresas, recuou para o imposto sobre a renda dos recursos minerais, ainda tentando manter alíquotas maiores do que as praticadas até então (30% ou 40%).
Qualquer que venha a ser a fórmula a ser adotada, uma coisa é certa e salta aos olhos: não se pode admitir que a Vale embolse enormes lucros e distribua aos seus acionistas dividendos nababescos, enquanto a receita dos impostos é microscópica e as compensações não passam de perfumaria. A Vale quer aproveitar as vacas gordas dos preços altos das commodities e por isso multiplica a produção e a exportação, que lhe asseguram uma das maiores rentabilidades no mercado internacional. Mas deixa, para os donos dessas riquezas, apenas os ossos do banquete.
É preciso mudar logo essa situação. A atitude inicial é acabar com a nociva "lei Kandir", que isenta de ICMS os produtos que exportamos. Depois, deve-se estabelecer um percentual de retenção do lucro da empresa a partir de determinado nível, para que os ganhos sejam distribuídos. Tudo isso sem deixar de fazer a pergunta elementar: interessa-nos essa escala gigantesca de extração dos nossos recursos naturais? E, naturalmente, buscar a reposta e a forma de dar-lhe vida.
Sem isso, o Pará continuará parado no ar. (Fonte: Adital)



Empate na estréia

Repórter Weberte Lemos, da Jangadeiro on line, de Fortaleza (CE), considerou que Fortaleza e Águia de Marabá, em jogo neste domingo (18/07) no Castelão, “nada criaram e produziram apenas lances bisonhos em erros de passe e jogadas mal trabalhadas.
O nome do jogo, imaginem, foi Tatu, que infernizou a defesa do Águia...
E tanto cavou Tatu pela laterais que acabou promovendo a expulsão do lateral Wander, que tentou quebrá-lo no tranco e, como se diz, foi para o chuveiro. 
E olhem que o Fortaleza não agradou sequer sua própria torcida: toda vez que seu lateral Guto pegava na bola, tome vaia!
Com esse zero a zero medíocre fora de casa, é capaz que o Galvão retorne arrotando bacaba.

domingo, 18 de julho de 2010

DIA DE CLAUBER!


Estado pede imissão de posse de área para obras

O estado do Pará pediu ao Supremo Tribunal Federal a suspensão de decisão liminar da Justiça, que restituiu à empresa Matadouro Frigorífico do Norte Ltda. (Mafrinorte) uma área já desapropriada e ocupada com equipamentos para dar início às obras de saneamento básico no município de Marabá (PA). Estas estações estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Segundo o Estado, a Companhia de Saneamento do Pará, responsável pelas obras, viabilizou, junto ao Ministério das Cidades e à Caixa Econômica Federal, um contrato de financiamento da obra no valor de R$ 26,1 milhões. Alega que a decisão judicial tem como consequência o retardamento das obras e representa uma ameaça no sentido de que não possa ser aproveitado o período da seca para sua realização. Por outro lado, o retardamento do desembolso dos recursos alocados inviabiliza a captação de recursos complementares para o andamento do projeto.
Além disso, sustenta que houve grave lesão à economia pública, à economia regional e aos interesses da população de Marabá, bem como ameaça à saúde pública representada pela impossibilidade de garantir água tratada e saneamento básico à população. Alega também que cláusulas do contrato de financiamento firmado com a Caixa Econômica Federal prevêem punições para eventuais atrasos nas obras. Além disso, o pagamento de valor acima do real representaria prejuízo à economia pública.
O procurador do estado paraense destaca a importância da obra, vinculando-a, em primeiro lugar, à melhoria das condições sanitárias das populações a serem por ela atingidas e, em segundo lugar, à preservação do meio ambiente na Amazônia. “A implantação da Estação de Tratamento de Efluentes permitirá que águas servidas dos esgotos da cidade sejam adequadamente tratadas e retornem aos rios que margeiam a cidade”, afirma o procurador do estado.
As obras do esgotamento sanitário serão iniciadas pelo segmento de lançamento final e concluídas com a execução das ligações prediais para uma parte da cidade de Marabá com população estimada em 70 mil pessoas. Para isso, a Companhia de Saneamento do Pará desapropriou as áreas necessárias.
Foi requerido ao Juízo da 3ª Vara Cível de Marabá o investimento provisório na posse da área agora sob litígio, mediante prévio depósito em dinheiro. Entretanto, a juíza negou o pedido. Para ela, há necessidade de emissão de laudo judicial e determinando que a entrega de tal laudo fosse feita em 45 dias.
O governo estadual efetuou o depósito, em juízo, de R$ 75 mil e pediu reconsideração da decisão, no que foi atendido por outro juiz. Assim, foi imitido na posse e iniciou a ocupação do imóvel com dutos para perfuração, operários e equipamentos, em cumprimento do contrato com a construtora responsável.
Entretanto, a Mafrinorte, proprietária do imóvel desapropriado, interpôs recurso de Agravo de Instrumento no Tribunal de Justiça do estado do Pará. Juntou laudo da CEF, que avaliou o valor do imóvel em sua totalidade em R$ 16,8 milhões. O proprietário alegou que a parte desapropriada teria o valor de R$ 465,1 mil.
Mas o governo do Pará contesta esse valor. Segundo ele, a área desapropriada representa apenas 2,76% da extensão de todo o imóvel, e o valor alegado pelo proprietário “não indica, a rigor, conclusão técnica”. Sustenta, entretanto, que a decisão sobre o valor, por força de lei e da jurisprudência dominante, deve ficar para o final do processo.
Em maio deste ano, a relatora do caso no TJ-PA deferiu liminar e deuo efeito suspensivo ativo ao Agravo de Instrumento. Em consequência dessa decisão, a área desapropriada foi desocupada, sendo dela retirados operários e equipamentos, conforme relato do procurador do estado.
No pedido encaminhado ao STF, o estado paraense afirma que há jurisprudência firme, tanto da Suprema Corte quanto do Superior Tribunal de Justiça, no sentido da garantia da imissão de posse sem a necessidade de depósito integral do valor do imóvel. Diante do exposto, o Pará pediu à desembargadora a reconsideração da decisão. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

Nem precisa falar!...

Olhem aí, professores!
Recebi de um professor a historieta a seguir e, claro, aproveitei para dar uma corzinha local... Parece que ficou melhor eheheh Vejam aí!
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Havia certa vez um homem navegando com seu  balão, por um  lugar desconhecido. Ele estava completamente perdido, e  qual grande foi sua surpresa quando encontrou uma pessoa. Ao reduzir um pouco a altitude do balão, em uma distância de 10m  aproximadamente, ele gritou para a pessoa:
- Hei, você aí, onde eu estou? 
A jovem  respondeu:
- Você está num balão a 10 m de altura!
Então o homem fez outra pergunta:
- Você é professora, não é?
A moça respondeu:
- Sim.. .puxa! Como o senhor adivinhou?
E o homem:
- É simples, Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada...
Então a professora pergunta:
- E o senhor é o prefeito de Marabá, não é?
E o homem:
- Sou... Como você  adivinhou???
E a Professora:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe fazer nada e ainda quer colocar a culpa no professor.