Grosso modo, o placebo é um falso medicamento.
Os cientistas comumente os utilizam para estudar os efeitos de um novo fármaco.
Isso é feito fornecendo a droga a determinado número de pessoas que participam
do teste, enquanto o restante recebe outra substância (o placebo) que carece de
propriedades médicas ou terapêuticas. Os participantes do teste não sabem se
receberam o placebo ou o verdadeiro medicamento.
O efeito placebo, que nos interessa (e cuja
definição vem da internet, mãe dos burros), se refere à ideia de que, se a uma
pessoa se lhe subministra uma droga ou um tratamento que ela pense que vai
curá-la, seus sintomas vão diminuir. Esse efeito acontece normalmente quando
uma droga está sendo avaliada, mas também podemos observá-lo em nosso dia a dia.
O efeito placebo, portanto, é um fenômeno
psico-fisiológico. Sua aparição oscila de acordo com fatores do sujeito, da
substância e do meio em que o tratamento é realizado. Caso a doença da qual o
indivíduo padece melhorar com o placebo, acredita-se que ela tem sua origem na
mente ou que o organismo se recupera com espontaneidade.
Há pelo menos três décadas, esta região tem
vivido sob o efeito de outra forma de placebo, o político, o do anúncio
sistemático de projetos grandiosos que vão nos conduzir à cornucópia do futuro
de prosperidade e comida para todos.
Entre estes placebos destacam-se o programa
Grande Carajás, a hidrelétrica de Tucuruí, a Companhia Vale do Rio Doce (hoje
apenas Vale, enclave paradoxalmente maior e mais poderoso do que o Estado em
que se insere) a abertura da Transamazônica, o Distrito Industrial de Marabá, a
construção da Aços Laminados do Pará (Alpa) e, por fim, agora, a redenção
pós-derrocamento do Pedral do Lourenção (este o nome correto) e a vinda de
incontáveis empresas na esteira de projetos de exportação de grãos e minérios
do Brasil Central.
O desimpedimento do Lourenção vai, segundo nossa
douta presidente Rousseff, propiciar a melhoria das condições de escoamento
pela hidrovia do Tocantins de toda a produção mineral, agrícola e da pecuária
sob sua área de influência, com destino ao porto e terminais localizados em
Vila do Conde (PA) e no baixo Amazonas, chegando a uma capacidade de
transportes calculada em até 20 milhões de toneladas por ano. Mas, como é que
se fala em hidrovia Araguaia-Tocantins, se não estão previstas eclusas para as
projetadas hidrelétricas de Marabá, a jusante, do Bico do Papagaio, e na de
Santa Isabel? Vale questionar e pensar nisso
Porque, placebo, como se vê, é enorme. Mas não é
para agora, não se iluda. Ele já esteve na maniçoba do PAC, de onde foi
retirado pela própria Sra. Rousseff, e fala-se que ficou lá para 2018.
De qualquer forma, vai começar outra bolha
imobiliária entre nós e, quem sabe,
venha por aí nova corrida migratória para esta cidade já arrasada pela falta de
perspectivas.