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sábado, 16 de outubro de 2010

Castagna Maia, I presume...

Castagnamaia.com.br orgulha-se de ser o primeiro blog de escritório de Advocacia no Brasil. Está na rede desde agosto de 2009.  Vale a pena dar uma olhada na diversidade e propriedade dos assuntos abordados.
Abaixo, uma colher de chá.
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A criminosa privatização da Vale
I
Imagine o seguinte: a China tem dificuldade de terra, água e sol. Para uma dessas dificuldades poderá encontrar uma saída. Digamos que a China queira importar terra brasileira. Isso: comprar terra daqui. Enchem centenas de navios para levar terra para e recobrir territórios desertificados.

II
Claro, a hipótese não é real, mas peço que você acompanhe o raciocínio. Exportaríamos a camada superficial – o solo, ou seja, a terra. E isso recobriria pedaços do deserto chinês.

III
Ora, você pararia para matutar. O que acontecerá quando exportarmos terra? Não haverá terra. Aquele lugar é que ficará desertificado. Ficará um buraco. Então, você indagaria se seria uma boa idéia essa exportação. Vender o próprio solo? Transformar pedaços do Brasil em deserto? Em troca de dinheiro? Se  a lógica for essa, quanto dinheiro essa mesma terra renderia no correr dos séculos?

IV
Não é diferente do que a Vale faz. No Pará, a Vale cava buracos imensos. Imensos significa maiores do que um estádio de futebol. Explora o subsolo, retira o que lhe interessa, e fica ali um buraco imenso. Para o Estado do Pará, a Vale é uma imensa fábrica de buracos onde a terra é esterilizada.

V
Uma empresa do tamanho da Vale se justifica se for estatal. Repito: uma empresa como a Vale se justifica se for estatal. Isso porque acaba pertencendo a essa empresa o subsolo nacional. A Vale tem concessões para disputar praticamente todo o subsolo nacional de riqueza mapeada. Ouro, diamantes, bauxita, uma infinidade de minerais. Uma riqueza imensa. O subsolo do Brasil, tão cobiçado pelos portugueses em Minas Gerais, em Goiás, depois no Pará, no Amazonas. É a riqueza impressionante dessa terra.

VI
A Vale foi privatizada pelo equivalente a um trimestre de seu faturamento. Quem comprou, faturou esse valor logo  no primeiro ano. Isso não existe, em lugar nenhum do mundo. É muito mais do que de pai para filho. É doação de patrimônio público. A venda da Vale do Rio Doce foi uma grande vergonha nacional, realizada apenas porque o País estava sob entorpecimento da era do neoliberalismo.

VII
E que época foi essa? Na década de 80, com Reagan nos EUA e Margareth Tatcher na Grã-Bretanha, iniciou um processo brutal de desregulamentação dos mercados, o que incluiu o aviltamento de salários e aposentadorias. Foi a época em que começou a “reengenharia”, o “downsizing”, as demissões em massa. E, também, os bônus milionários para os altos executivos. Não foi .

VIII
No mundo houve o início dos grandes processos de privatização. O então presidente da Argentina recebe uma ligação de um norte-americano. “Aqui quem fala é George W. Bush, filho do George Bush”. Era Bush, sim, o filho, na condição de lobista. O capital internacional estava de olhos em companhias petrolíferas, de eletricidade, bancos, telefônicas, água e esgoto? O que queriam com água e esgoto? Na verdade, com a água: a água doce é um bem estratégico, e esse processo foi todo pensado. A rigor, o que era estratégico deveria ser objeto de privatização. Houve um lobby internacional para isso.

IX
Greg Palast é jornalista do The Guardian, da BBC e do The Observer, três respeitáveis veículos de comunicação britânicos. É o autor de “A melhor democracia que o dinheiro pode comprar”. Ali é relatada toda a investigação do repórter sobre o processo de privatizações. No Equador, por exemplo, chegou a haver uma cláusula: qualquer água que não fosse da torneira seria tratada como se fosse água da torneira. A companhia de água foi privatizada. E foi estabelecido o monopólio. As tarifas implantadas foram caríssimas: subiram, de uma vez , mais de 5 vezes. O que significava a cláusula de “qualquer água”? Se o equatoriano pobre colhesse água da chuva, teria que pagar à companhia de água como se tivesse tirado água da torneira. Isso é inédito no mundo. Agora você sabe por que o povo equatoriano votou e continua votando em Rafael Correa, e porque os bolivianos votam em Evo Morales: porque queriam exorcizar aquela exploração. O Equador e a Bolívia foram escravizados pelas multinacionais durante o período neoliberal.
 X
O processo de privatizações deu-se abaixo de pressões. No caso do Brasil, com a quebra em 1997, foi exigida a venda de 40% das ações da Petrobrás na Bolsa de Nova Iorque, o que abordei em outro tópico, assim como a quebra do monopólio estatal do petróleo. Mas foi, em síntese, isso: um movimento em escala global, onde os grandes conglomerados internacionais se apropriaram de bens estratégicos, incluída água, energia (petróleo e eletricidade), telefonia, riquezas naturais. Aqui entrou a Vale do Rio Doce.

XI
A Vale, repito, se justifica se for uma estatal, se justifica se for uma forma de sua receita servir ao povo brasileiro. Publiquei, há algum tempo, um texto intitiulado “O que o Petróleo do Pré-Sal tem a ver com você”. Parte do que está dito é aplicável aqui, também. E se pudéssemos pegar toda a renda com diamantes para sustentar escolas federais de turno integral? E seu pudéssemos ter internatos federais para crianças que precisam estudar longe de casa? E se pudéssemos ter uma nova agricultura a partir de escolas técnicas agrícolas envolvendo altíssima tecnologia? E se o produto, por exemplo, da extração de ouro pudesse servir especificamente a um fundo de manutenção das aposentadorias? E se o produto da extração do nióbio pudesse servir à recuperação da saúde pública, para que todos tivessem acesso à saúde de qualidade, como ocorre na Inglaterra e na França? Isso é possível a partir do controle dessas riquezas.

XII
A privatização da Vale do Rio Doce foi um crime em duplo aspecto. O primeiro, porque por qualquer preço que viesse a ser vendida seria um crime, seria a venda do subsolo nacional, do futuro das próximas gerações, de minérios que a ciência sequer conhece, hoje, o seu inteiro potencial. O segundo, porque foi vendida a preço de banana, ridículo, equivalente a um trimestre de seu faturamento.

XIII
Isso foi feito pelo PSDB. Não adianta, hoje, tentar direcionar os diamantes para o custeio do INSS, ou o nióbio para o custeio da educação em internatos. Isso foi doado por valores ridículos. E quem cometeu esse crime foi o tucanato, foi o PSDB, foi José Serra.

Tá doido, sô...

Seu , mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferimentos que sofreu num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu :
- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?
E seu responde:
- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha acabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...
- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado. - responda à pergunta: o senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?
- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...
O advogado interrompe novamente e diz:
- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem. Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta?
Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu e disse ao advogado:
- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.
Seu agradeceu ao Juiz e prosseguiu:
- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e, pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e foi até onde ela tava. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:
- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E o senhor, como está se sentindo?
- eu pensei bem e falei: Euótimo, uai!


Tá lascado!...

Do site colunistasIg, nesta sexta-feira, sob o título Roger Agnelli desagrada a PT e tucanos:

"As declarações de Roger Agnelli, presidente da Vale, ontem, durante o lançamento da pedra fundamental de uma mina em Zâmbia, na África, desagradaram tanto o PT como o PSDB.
O executivo afirmou que a mineradora é alvo de “jogo político” no governo atual e que setores do PT queriam a saída dele para ocupar o cargo.
As declarações pegaram mal e não agradaram nem ao PT, nem ao PSDB.
Para o PT, ao acusar setores do partido, Agnelli deu munição para que o PSDB ataque Dilma Rousseff na reta final da campanha.
E o PSDB recebeu com estranheza as declarações de Agnelli, que nos últimos anos se mostrou alinhado ao PT.
Para o tucanato, o aceno mostra que o presidente da Vale quer mudar de lado numa hora imprópria, quando o resultado das eleições se mostra indefinido.
Foi o chamado tiro pela culatra."
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O post recebem uma enxurrada de comentários.

Ferrovia Norte-Sul

A Valec abriu neste final de semana a concorrência para estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (AVTEA) da Ferrovia Norte-Sul, no trecho Açailândia (MA) – Belém (PA).
O vencedor será aquele que atender aos requisitos de habilitação e tenha apresentado melhor técnica e preço. O preço máximo estabelecido pela Valec para a execução dos serviços é de R$ 3.789.858,85.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Puma em Marabá

Marabá, Santarém e Altamira  são escalas que a Puma Air  projeta implementar tão logo supere ajustes operacionais em andamento. a partir de 29 de novembro, a empresa passa a voar diariamente para Fortaleza (CE), sendo que serão mantidos os vôos diários para Belém, Macapá (AP) e Guarulhos (SP).

Pendurados no andaime

Se a governadora Ana Júlia Carepa não reeleger-se, os 5.800 concursados aprovados nos certames realizados desde 2007 para várias secretarias de governo podem não ser convocados, caso suas nomeaçõesnão saiam antes de 31 de outubro. Este, o receio que domina os milhares de servidores potenciais representados pela  Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), e que se preparam para manifestação pública a ser realizada na terça-feira (19/10) a partir das 09h00, com saída da Praça da Basílica, em Belém.  
 Lamento nunca ter sido recebido pela governadora para tratar das nomeações dos concursados, apesar dos inúmeros pedidos, o que demonstrava que a governadora não tinha interesse em realizar as nomeações. Mas agora, próximo às eleições do segundo turno, estamos correndo para tentar garantir as nossas vagas conquistadas à duras penas, que não sabemos o que nos aguarda em 2011”, queixa-se o presidente da Asconpa, José Emilio Almeida. Ele pretende agendr uma audiência com o candidato Simão Jatene (PSDB), “com o fim de sabermos como tratará a questão, caso seja eleito”.

Discussão sobre aborto é hipocrisia

Adolescentes se prostituem na beira da estrada e ninguém faz nada 

Relatório da Federação Internacional de Planejamento Familiar, divulgado em maio de 2007, estimava que 19 milhões de abortos clandestinos serão realizados no mundo naquele  ano, provocando a morte de 70 mil mulheres, além de deixar seqüelas em milhares de outras. O estudo dizia que mais de 96% das gestantes que perdem a vida ou sofrem danos à saude por causa de abortos inseguros vivem nos países mais pobres do planeta, a maioria na África.
De acordo com a federação, em 2007 o Brasil era responsável por um milhão de interrupções de gravidez de forma insegura a cada ano e, segundo a ex-coordenadora de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde Maria José Araújo, os abortos ilegais eram responsáveis pela morte de 180 a 360 mulheres por ano no país.
O relatório "Morte e Negação: Abortamento Inseguro e Pobreza" acrescentava  que no Brasil, as mulheres pobres, jovens e nordestinas, eram mais vulneráveis aos abortos inseguros. E acrescentava que a população pobre é principal vítima porque não tem acesso a clínicas particulares nem remédios abortivos de menor risco do que práticas medievais como a introdução de agulhas de tricô que perfuram o útero, atingindo muitas vezes a bexiga ou o intestino da gestante. "O abortamento inseguro atinge, de maneira desproporcional, as mulheres mais pobres nos países onde ocorre", dizia o texto.
“As meninas de 10 a 14 anos são as que têm menos informações e menos recursos para evitar uma gravidez e menos recursos para se submeter a um aborto mais seguro”, afirmou a diretora da federação, diretora da IPPF, Carmem Barroso, destacando disse que o número elevado de abortos no Brasil é sobretudo um problema socioeconômico e que o aborto é um problema coletivo e não individual.
Segundo ela, outro fator de preocupação é que as mulheres brasileiras engravidam cada vez mais cedo, o que aumenta o número de abortos entre as meninas e as adolescentes. De acordo com o estudo, em 2005 foram registrados 2.781 atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) de meninas de 10 a 14 anos para tratamento de complicações pós-aborto. Entre as mulheres de 15 a 19 anos, foram 46.504 atendimentos.
Ainda segundo o relatório, 46 milhões de abortos intencionais são realizados no mundo a cada ano, dos quais 78% em países em desenvolvimento e 22% em países desenvolvidos. Outros 31 milhões de gestações são interrompidas espontaneamente ou resultam em fetos natimortos. Ou seja, 77 milhões de bebês deixam de nascer por causas naturais ou induzidas. Ao todo, 211 milhões de mulheres engravidam por ano, das quais 87 milhões de forma involuntária. A América Latina concentra 17% dos casos de aborto mundiais, atrás apenas da África, que responde por 58%.
Os abortos clandestinos são a quarta causa de morte materna no Brasil, segundo o estudo. Em 2006, 230.523 mulheres fizeram curetagens pós-aborto em hospitais do SUS. O procedimento é indicado tanto para mulheres que sofreram aborto espontâneo quanto para quem sofreu complicações decorrentes da interrupção induzida da gravidez.
Para Carmem Barroso, nenhuma mulher morreria ao abortar, caso tivesse acesso a métodos seguros. “Uma morte materna é demais, porque seria totalmente evitável, se fossem adotadas políticas adequadas. No mundo industrializado, não existem mortes maternas. Em condições seguras, não morreria nenhuma. A diferença é drástica, brutal, de 0 para 70 mil”.
NoBrasil, foi o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que propôs a discussão pública sobre a realização de plesbiscito no país acerca da legalização ou não do aborto. Para o ministro, o debate deveria considerar que o assunto é de saúde pública. E para Carmem, a proibição do aborto e a consequente falta de serviços de interrupção de gravidez no SUS não afeta a vida particular dos parlamentares brasileiros e de suas famílias, uma vez que são pessoas de maior poder aquisitivo e têm acesso a clínicas particulares.
Hoje, segundo o Grupo de Mulheres Arco Íris da Justiça, no Brasil se praticam cerca de três milhões de abortos clandestinos por ano.
Se o problema do aborto nessa escala tornou-se um problema de saúde pública, toda a presente discussão em torno dele, e nos termos em que é posta como campanha eleitoral, é pura hipocrisia. Porque, como diz o jornalista Alberto Dines, “descriminalizado ou não, o aborto continua sendo praticado aberta e impunemente na vasta rede informal de atendimento médico. O que deve sair imediatamente do debate eleitoral é esta fingida religiosidade que leva Deus aos palanques, macula as mais íntimas opções espirituais do eleitor e abala gravemente os fundamentos da nossa democracia – teoricamente isonômica, tolerante, aberta, inclusive aos agnósticos, descrentes e ateus.”

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mais mentiras do Maurino

Apanhado em mais mentiras, Maurino ensaia uma
explicação 
Juiz da 1ª Vara Cível, Dr. César Dias de França Lins, disse hoje à tarde no Fórum, em entrevista coletiva, que a “pretensa desapropriação”, como diz o decreto municipal, da invasão das terras de Aurélio Anastácio de Oliveira, o chamado bairro “São Miguel da Conquista”, não passou de atitude eleitoreira do prefeito Maurino Magalhães. Em vista disso, o processo de reintegração de posse terá continuidade sendo que o mandado judicial já foi encaminhado para cumprimento com apoio policial.
“As pessoas têm todoo direito de saber o que ocorre, para não serem enganadas”, disse. Afirmou que pessoalmente não quer o despejo, “mas a lei precisa ser respeitada”. Acrescentou, por fim, que “a decretação de desapropriação por interesse social não tem o condão de suspender a ordem judicial”, uma resposta incisiva à declaração do prefeito de que ia revogar a sentença favorável ao proprietário do imóvel.
Aparentemente já habituado às mentiras, o ainda prefeito Maurino Magalhães acaba de decepcionar, pela segunda vez neste ano, centenas de pessoas carentes. A primeira vez foi no aniversário da cidade, 5 de abril, quando prometeu farta distribuição de presentes, o que não aconteceu. Agora, foi no Dia da Criança, quando a prefeitura distribuiu incontáveis senhas no bairro da Liberdade para que a garotada recebesse brinquedos, que sequer foram comprados porque essa administração não tem mais crédito no comércio.    

Desmistificando

* O amor não é aquilo que te pega de surpresa e te deixa totalmente sem ar. O nome disso é asma.
* O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez.
* O amor não torna as pessoas mais bonitas. O nome disso é álcool.
* Calorias são pequenos vermes inescrupulosos que vivem nos guarda-roupas, e que à noite ficam costurando e apertando as roupas das pessoas.

Violência seletiva

Logo atrás de Itabuna (BA), Marabá é o segundo município brasileiro a apresentar maior vulnerabilidade à violência contra os jovens. O levantamento é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que destaca dez das mais de 266 cidades brasileiras com população acima de 100 mil habitantes. As outras, pela ordem, Foz do Iguaçu (PR), Camaçari (BA), Governador Valadares (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Teixeira de Freitas (BA), Serra (ES) e Linhares (ES).
Segundo o Fórum, a faixa etária com maior risco de perder vidas por causa da violência é aquela entre 19 a 24 anos. A previsão é que 5 jovens morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos no Brasil. Na faixa etária de 12 a 18 anos, a estimativa é que 2,38 adolescentes morram antes de completarem os 18 anos. Entre jovens adultos de 25 a 29 anos, a expectativa é que morram 3,73 jovens antes dos 29 anos.
No último fnal de semana,dois menores de 16 anos foram assassinados na Velha Marabá. Um, a tiro, após assaltar um transeunte. Outro, a facadas, foi achado quase debaixo da orla. Em ambos os casos, como é rotina em Marabá, ninguém sabe e ninguém viu.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Até o inferno treme

À margem dos negócios da alma e da salvação eterna, algumas igrejas atiram-se às migalhas profanas da militância política e partidária de resultados francamente anti-cristãos. E não se furtam, sequer, nesse metier, a multiplicar mentiras, injúrias e malquerenças.
A internet está cheia desse lodo sórdido, que é reproduzido por pessoas sem discernimento suficiente para verificar a veracidade do que ajudam a disseminar nos e-mails de amigos, colegas, simples conhecidos (ou não).
A CNBB afirmou que não indica nenhum candidato e que “a escolha é um ato livre e consciente de cada cidadão”.
Diante do diálogo aberto no meio batista, sobre as eleições 2010, no último dia 10 de setembro, a Aliança de Batistas do Brasil, publicamente, realizou um pronunciamento reafirmando seu compromisso histórico, em todo o mundo, com a liberdade de consciência em matéria de religião, política e cidadania. O documento assinado pela Pastora Odja Barros Santos, presidente da Aliança, adverte:  
Como entidade identificada com o rigor da crítica e da autocrítica, desejamos expressar nosso descontentamento com a manipulação de imagens e de informações retalhadas, organizadas como apelo emocional e ideológico que mais falseia a realidade do que a apreende ou a esclarece. Textos, vídeos, e outros recursos de comunicação de massa, devem ser criteriosamente avaliados. Os discursos difamatórios tais como os que se dirigem agora contra o PT quase sempre se caracterizam por exemplos isolados recortados da realidade. Quase sempre, tais exemplos não são representativos da totalidade dos grupos e das ideologias envolvidas. Dito de forma simples: uma das armas prediletas da difamação é a manipulação, que se dá quase sempre pelo uso de falas e declarações retiradas do contexto maior de onde foram emitidas. Em lugar de estratégias como essas, que consideramos como atentados à ética e à inteligência das pessoas, gostaríamos de instigar aos pastores, igrejas, demais grupos eclesiásticos e civis, o debate franco e aberto, marcado pelo respeito e pela honestidade, mesmo que resultem em divergências de pensamento entre os participantes.pode ser conferido, abaixo, na íntegra.”
Não obstante, vai em curso um processo de trucidamento entre integrantes de instituições religiosas, como bem demonstra o texto do Rev. Sandro Amadeu Cerveira, publicado em 02/10/10 no site do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro Regional Sul) publicado a seguir.
Da questão maior, contudo, quanto ao futuro deste País doente a ser gerido por qualquer dos presidenciáveis remetidos ao segundo turno, ninguém trata.  
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Eleições 2010 e os aproveitadores da boa e da credulidade evangélica
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos "ungidos" de alguns caciques evangélicos. [1]
Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e "vídeos" afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da "viagem" do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas "notícias" deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]
A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um "candidato evangélico" a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.
Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser "dissimulada", "pior do que o ímpio" e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na .
De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que "casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito" [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.
O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta "barbaridade".
Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].
Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que "O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais." [7]
Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.
A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às
eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com a "iniqüidade" é, no mínimo, desonesto.
Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo "problemas") é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.
Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá "abençoar" o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.
Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.
Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
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Notas
[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados
para verificação.
[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html
[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e anuncia-apoio-a-serra.shtml
[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html
[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf
[6] http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha
[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml
[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206