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sábado, 28 de abril de 2007

Deu no Blog do Waldyr Silva

Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

Associação de Alto Bonito reivindica melhorias para a vila
Acompanhado do empresário João Paulo Fraga, da Fracav Indústria, Comércio, Exportação e Importação; e de Adilson Barbosa Machado, presidente da Cooperativa dos Produtores de Gemas do Sul do Pará (Coopergemas), o presidente da Associação dos Moradores da Comunidade do Garimpo Alto Bonito, Josemar Primo Rodrigues (foto), conhecido por "Mazinho", foi recebido pelo prefeito Darci Lermen, ao qual fez uma série de pedidos de benefícios para a vila.“Reivindicamos ao prefeito de Parauapebas água tratada, iluminação pública, encascalhamento das ruas e posto de saúde para a vila”, declarou “Mazinho”, lembrando que a comunidade se localiza no município de Marabá, mas a maioria dos benefícios é fornecida pela Prefeitura de Parauapebas.
Eleito presidente da entidade em março deste ano para um mandato de dois anos, “Mazinho” revela que a vila do Garimpo das Pedras conta hoje com cerca de 4 mil habitantes.
Postado por Waldyr Silva at
17:37
O garimpo de Alto Bonito é um gueto da ex-deputada Elza Miranda, inacessível a qualquer dos mortais. e o garimpo fica no município de Marabá, ainda administrado por Tião Miranda. Isso explica a ida da associação ao prefeito de Parauapebas/Marabá, Darci Lermen

Sem-terra agredidos em Parauapebas

Um grupo de pistoleiros fortemente armado espancou e expulsou 30 famílias de trabalhadores rurais sem terras ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri) acampadas na Fazenda Juazeiro, município de Parauapebas, no sudeste do Pará. A informação é da própria Fetagri, da CPT Marabá, e seção Marabá da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH). Em nota de 27/04 divulgada à imprensa hoje, 28/04, as entidades informam que “no início da manhã do dia 24 de abril foi grande a movimentação de diversos fazendeiros, em suas camionetes, na estrada vicinal que dá acesso à sede da fazenda. Por volta das 11:00h, sete homens encapuzados e fortemente armados prenderam dois trabalhadores, membros do acampamento, e renderam as famílias de sem terra depois de dispararem diversas vezes suas armas sobre as pessoas.” Um dos trabalhadores foi agredido e muito espancado na frente de sua família. Os que não conseguiram escapar foram levados pelos pistoleiros para a sede da fazenda. Lá alguns deles foram trancados nos banheiros enquanto os pistoleiros traziam os outros. Na sede da fazenda – prossegue a nota - foram colocados numa camionete F350, placas MVV-0706, que era conduzida pelo gerente da fazenda, Moisés Gonçalves Ferreira, e foram levados para a Delegacia de Parauapebas. De acordo com as informações prestadas pelos trabalhadores, os sete pistoleiros encapuzados e armados, seguiram a camionete até próximo da rodovia que liga Parauapebas a Cannaã dos Carajás. Tão logo chegaram à rodovia se encontraram com soldados da Policia Militar aos quais o gerente da fazenda entregou os trabalhadores. De lá todos foram conduzidos para a delegacia de polícia e autuados pelo delegado André Luiz Nunes Albuquerque. Vinte e dois adultos e diversas crianças ficaram detidos das 14:00h do dia 24 até as 12:00h do dia 25 de abril. Além da violência física sofrida pelos trabalhadores, muitos tiveram suas casas e pertences incendiados e totalmente destruídos. Até o momento, informações vindas de Parauapebas dão conta de que pelo menos cinco trabalhadores estão desaparecidos. A Fazenda Juazeiro seria de propriedade de Maria do Socorro Mangabeira Marques. Segundo os trabalhadores a fazendeira concordou com o acampamento porque pretendia negociar com o INCRA a desapropriação do imóvel. Ainda em 2006 os advogados da fazendeira tinham entrado com Ação de Interdito Proibitório junto à Vara Agrária de Marabá e esta teve indeferida a liminar. Depois da ocupação da fazenda a ação foi convertida em Reintegração de Posse e o juiz da Vara Agrária, Dr. Líbio Araújo Moura, mais uma vez negou a liminar. “Diante dessa situação, a fazendeira Maria do Socorro, contando com a solidariedade de diversos fazendeiros da região de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Curionópolis, contratou pistoleiros e expulsou as famílias de sem terra que estavam na área”, afirmam a Fetagri e suas parceiras. Curió – As entidades dizem que informações colhidas em Parauapebas indicam que a ação armada “teria sido articulada pelo ex-major do Exército e atual prefeito de Curionópolis, Sebastião Curió, e pelo atual presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Parauapebas (Siproduz), Lázaro de Deus Vieira Neto. Os municípios de Parauapebas, Curionópolis e Canaã dos Carajás, estão na área de influência do Projeto de Ferro Carajás e abrigam grande parte dos latifúndios improdutivos da região sudeste do Pará. Enquanto a terra e a renda se concentram nas mãos de poucos, a grande maioria da população continua pobre. Segundo os dados do IBGE (2000), estes municípios contam com uma população 101.196 habitantes. Destes 10.587 são sem instrução e menos de um ano de estudo; 18.669 estudaram da 1ª a 7ª série; 13.655 recebem até um salário mínimo e 38.294 estão dentro da categoria “sem rendimento”. As famílias que estavam acampadas na Fazenda Juazeiro, em sua grande maioria são originárias do Estado Maranhão e chegaram à região atraídas pelo garimpo de Serra Pelada e pela extração de minério na Serra dos Carajás. Como são pobres e sem perspectiva de emprego não resta outra alternativa senão a ocupação de grandes latifúndios improdutivos na região. Denúncias - Os fatos aqui relatados estão sendo apurados pela Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Marabá. “No entanto, diz a nota, é pertinente ressaltar que o Batalhão Especial da Polícia Militar de Belém se encontra na região de Parauapebas desde o último dia 17 de abril, e não conseguiu evitar a ação dos pistoleiros a mando da proprietária da fazenda Juazeiro. Este acontecimento é idêntico ao ocorrido em 18 abril de 2005, quando um grupo de fazendeiros fortemente armados, que, de acordo com informações que circulam em Parauapebas, teriam sido coordenados por Sebastião Curió e pelo Presidente do Siproduz, Lázaro Vieira Neto, expulsou 80 famílias de trabalhadores rurais sem terra da fazenda São Luiz, no município de Canaã dos Carajás. Naquela ocasião os fazendeiros conduziram os trabalhadores até uma barreira policial, montada na rodovia que liga Parauapebas à cidade de Canaã dos Carajás. Foram presos 21 trabalhadores, entre eles, 3 menores de idade. Diante desses últimos acontecimentos, exigimos que a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará proceda a uma séria e criteriosa investigação para que se chegue aos responsáveis pelas atrocidades cometidas contra os trabalhadores acampados na Fazenda Juazeiro, bem como, que o Governo Federal, através do INCRA, desaproprie a área para assentamento das famílias que lá se encontram. É inaceitável que a polícia aja com a maior eficiência quando é para prender trabalhadores, e não adote a mesma prática em relação a fazendeiros que cometem crimes contra famílias sem terra”, conclui a nota à imprensa.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Quem embargou?

Em nota de esclarecimento divulgada à noite dessa quinta-feira (26), a Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) nega que sua usina em Marabá tenha sido outra vez embargada. Meio esotério, o esclarecimento não dá a origem da notícia nem a autoridade embargante. Abaixo, a íntegra da nota: O grupo Cosipar esclarece que a usina siderúrgica localizada em Marabá possui Licença de Operação válida até 2009, de acordo com a resolução do CONAMA e amparada por liminar de antecipação de tutela concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará. A empresa continua operando normalmente e não suspendeu as atividades de produção. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SECTAM) faz a renovação do licenciamento anualmente, mas com a decisão do TJE, a secretaria reconhece a validade da Licença de Operação da siderúrgica em Marabá por 4 anos. No âmbito da Justiça Federal, a cassação da liminar não interfere na continuidade da operação industrial por estar a empresa respaldada legalmente. A empresa tem mantido contato com os órgãos ambientais competentes no sentido de ajustar procedimentos e atender todas as condicionantes solicitadas para cumprir a legislação ambiental. A Cosipar reafirma que está compromissada com as autoridades federais e estaduais na implementação de políticas que assegurem a sustentabilidade ambiental.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Carvão, “bandidos” e Calamity Jane

O crescimento da produção de produtos siderúrgicos até o final desta década, quando o distrito industrial de Marabá vai pôr no mercado mais de quatro milhões de toneladas, principalmente de gusa, e quando pelo menos duas usinas estarão na fase da aciaria e se expandindo pela laminação, um resultado será inevitável: o fim do uso de carvão vegetal. O entendimento é de Lúcio Flávio Pinto, expresso no seu Jornal Pessoal da 1ª quinzena deste abril. É que, diz o jornalista, as sete empresas do setor “já perceberam que não poderão mais continuar a fazer de conta que estão preocupadas com a legislação ambiental e empenhadas em se enquadrar nas exigências para uma produção menos predatória”, e o governo “começa a despertar da letargia burocrática, na qual se limitava a preencher papéis e fazer de conta que suas normas estavam sendo cumpridas”. Para Lúcio Flávio, esta farsa exauriu-se traumaticamente: “repercutiram no exterior, principal mercado para os produtos siderúrgicos produzidos a partir de Carajás, denúncias de trabalho escravo, produção ilegal de carvão, desmatamento desenfreado e relações sociais perversas. Compradores e financiadores, ameaçando se retrair, exigiram providências para melhorar a imagem da atividade, que os atinge pelo efeito bumerangue (embora o local de lançamento seja menos visível do que o ponto de chegada).” Mas os reajustes necessários à sobrevivência das guseiras também implicam na melhoria do nível de produção, “fazendo o setor criar efeitos benéficos para a economia local, que, por enquanto, são mínimos”; na formação de pessoal qualificado, proposta que não vai “além da intenção”; na vitalização do relacionamento com a sociedade em torno, que é “tênue”; nos projetos de reflorestamento que, “quando existem, avançam com inaceitável lentidão”, enquanto a substituição do carvão vegetal, “que devia ser uma regra determinante imediata, é deixada para depois”. Lúcio Flávio concebe que as empresas sabem que devem (e têm, acrescento) de melhorar - por vários fatores, entre os quais o agravamento da dependência e da sujeição à Companhia Vale do Rio Doce; “Além de ser a única fornecedora de minério de ferro, a Vale impõe exigências aos seus clientes para vender-lhes a menor quantidade possível (o mercado asiático a remunera muito melhor) e compensar por outra via o preço mais baixo que recebe (condiciona a venda, por exemplo, ao uso da sua ferrovia).” Porque a Vale, com esta balbúrdia em torno do carvão ilegal, ameaça suspender o abastecimento das guseiras e ainda “aparece como mocinho combatendo os bandidos e ainda faz bom negócio”.

Efeito Zagallo

Advogado Tony Francisco me parabeniza pelo que eu ainda não sabia: o campus da Universidade Federal em Marabá indicou-me como possível animador do sarau cultural organizado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Prefeitura de Marabá, dia 6 de junho nesta cidade. Depois li no Correio do Tocantins, nas miúdas “Variadíssimas’” da página social, que a Semed e a 4ª Ure também devem indicar um autor local. Estou muito contente e com a auto-estima lá em cima. Mas, dadas as circunstâncias, também estou cuíra para ver no que vai dar...

Livre-indagar

Observador da maneira absurda como são tratados os times do interior no campeonato paraense, em benefício dos tais “titãs” feitos de barro, indaga quando será desmilitarizada a Federação Paraense de Futebol (FPF), um dos últimos baluartes da ditadura do século passado.

Carajás sustentável

Anotem. O Serviço Florestal Brasileiro já fechou com a Casa Civil as datas das consultas públicas para implantação do Distrito Florestal Sustentável de Carajás, na divisa entre Pará, Maranhão e Tocantins. As audiências ocorrerão entre 14 e 17 de maio de 2007, em quatro cidades: Paragominas e Marabá (PA), Açailândia (MA) e Araguatins (TO).

Sensação de insegurança

Hiroshi Bogéa conta em seu blog, nessa quinta-feira, que foi acordado por telefone dando conta de possível ação de agentes federais em pontos distintos da cidade. “O zum-zum dava conta de movimento envolvendo a busca de empresários locais. Boato. A própria PF desmentiu ao blog a existência da operação”, diz ele. Boataria ou não, me conta alguém do ramo, o certo é que o “zum-zum" provocou uma correria a consultórios de cardiologistas e terreiros de babalorixás, enquanto a internet quase entra em curto com tanto acesso às empresas de aviação. “Tão grande foi o atropelo nas ligações celulares, diz meu informante, que algumas empresas de telefonia móvel chegaram a pensar em alugar mais canais de satélites para atender a demanda”. Noutra ponta, e na medida em que se desfez a boataria, deu-se um exagerado aumento no consumo de água (até da Cosanpa!) com açúcar, remedinho caseiro para sopros no coração, além dos fármacos para estabilizar alta de pressão arterial. Festa no apê Bogéa também repercute no seu blog a denúncia levada por pescadores ao Correio do Tocantins sobre a existência de bandoleiros armados no lago de Tucuruí e o plantio de maconha nas ilhas do reservatório. A partir desses dois fatos, é possível elaborar uma explicação racional, científica, para o crescente surto de loucura entre os tucunarés do lagoão de Tucuruí, que vivem, completamente loucos, ao que consta, dando marrada no paredão da barragem sem eclusa. Presume-se que a sobra do processo de irrigação da biomassa alucinógena, representada pela impressionante quantidade e qualidade da cannabis sativa plantada em cada centímetro quadrado de cada ilha do lagão, cai na água e deixa a peixalhada muito doida, digamos assim. Isso explicaria inclusive o olho esbugalhado dos tucunarés vendidos na feira da 28, e certos resquícios colaterais que se manifestam em organismos humanos mais sensíveis. Bogéa, aliás, pondera que “de natureza anfíbia (meu Deus!), logicamente os tucunas não podem usar colírio e nem óculos escuros” e indaga como fazem para escamotear a "sujeira". E eu é que sei? Por outro lado, leitor que mora na região e diz não querer complicar-se, isto é, identificar-se, afirma que a notícia tem fundamento: “São bastante conhecidos no Porto Santa Rosa, a 80 km de Jacundá, na beira do lago, os caras que mantêm gangues percorrendo as ilhas em busca de peixe barato e pagando para quem plantar maconha. Só a polícia quem não enxerga”, conclui. E eu é que sei? De qualquer forma acho que o anônimo quis dizer que "as gangues que percorrem as ilhas" estão, na verdade, em busca de peixes chegados ao maior barato, qualquer coisa assim.

Siderúrgica

A Companhia Vale do Rio Doce vai retomar um projeto conjunto com a siderúrgica chinesa Baosteel para instalar uma fábrica de chapas de aço no Maranhão, revelou dia 24, a empresa brasileira. “Grupos locais tentaram bloquear o projeto devido à preocupação de que representava uma ameaça ao meio ambiente. Iniciamos conversações [com a Baosteel] porque o governo mudou”, afirmou Pedro Gutemberg, diretor de tecnologia da Vale do Rio Doce, em Pequim.A Baosteel, maior fabricante chinesa de aço, deverá entrar com 80% a 90% do investimento necessário para a viabilização do projeto, que deverá oscilar entre US$ 3 bilhões (R$ 6,1 bilhões) e US$ 4 bilhões (R$ 8,1 bilhões). A alta dos custos ambientais do projeto, após o anúncio inicial do mesmo, em 2005, fez com que o investimento em São Luís, no Maranhão, fosse suspenso. O projeto inicial previa uma capacidade de produção anual de cerca de 4,1 milhões de toneladas métricas de chapas de aço, a partir deste ano. (Fonte: Jornal Pequeno)

Para mudar os rumos

Segunda-feira 30, a partir das 19hs, a Assembléia Popular reúne-se no salão paroquial Ir. Dorothy, na Igreja São Francisco, Cidade Nova. Seu objetivo é ser um espaço que possa aglutinar os movimentos sociais do município para um processo permanente de debate e lutas, e acumular forças para transformação da realidade e construção de um projeto alternativo. Na pauta, extensa, os projetos minerais e industriais; agricultura e pecuária; saneamento básico; moradia; saúde; educação; cultura, esporte e lazer; reforma agrária; segurança, juventude, e gênero. A assembléia quer envolver cerca de 200 pessoas dos diversos segmentos dos movimentos populares locais, garantir-lhes a unidade, construir uma agenda de lutas e continuidade do processo mediante encontros e reuniões preparatórias, por bairros, escolas e grupos sociais, com apresentações culturais, debates, trabalhos em grupos e plenárias. Também deverá ser tirado um documento base que contemple os anseios de mudança da coletividade e aponte para um projeto alternativo.

Juízes

Através de portarias publicadas no Diário da Justiça de quarta-feira (25/04) o Tribunal de Justiça do Estado remanejou pelo menos um e designou diversos juízes substitutos para a Comarca de Marabá. Assumem, a partir de 2 e 10 de maio próximo, os seguintes magistrados: José Goudinho Soares, nas 5ª e 6ª Varas; Daniel Ribeiro Dacier Lobato, 4ª Vara; Líbio Araújo Moura, 3ª Vara e Vara Agrária. Em conseqüência, dr. Marcelo Andrei Simão Santos fica só na 2ª Vara e dra. Andréia da Silva Brito, vai para a 1ª Vara. Já o dr. Claytoney Passos Pereira vai responder pela 3ª Vara Penal de Itaituba e pela comarca de Novo Progresso, a partir de dois de maio. A única juíza titular, dra. Ana Cristina, da 2ª Vara Cível, foi designada para Igarapé Miri.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Símbolos avessos de àbaraM Ademir Braz Visto da Praça do Pescador, é como se o Tocantins acabasse logo ali, depois da praia, num lago imenso e tranqüilo ilhado em verde e nada mais houvesse, por trás das nuvens e do pôr-do-sol, senão os limites do tempo e da eternidade. À direita, nos rumos de onde amanhece, o rio também parece deter-se na cerca viva do verde e na escuma do ar e do céu, onde, em certos dias, aviões aparecem e desaparecem tão repentinamente vindos do nada que é como se fossem pássaros mágicos a entrar e sair da cartola invisível de Deus. Por essas coisas, há quem diga ser esta terra um fim em si mesma, lugar de viver e morrer e de ficar, mesmo depois da morte, retido no ouro fino da luz, na seda de sussurros de águas e barcos, entre pássaros e sombras, cheiro de frutas e peixe, a recordar a infância, os amigos e vizinhos deixados para trás, e que de repente acenam e sorriem de uma dobra da memória antes de se desterrarem outra vez. Dentro d’água bubuiam três meninas mal chegadas à puberdade. Elas atiram chistes a intervalos para a outra que as acompanha sobre o cais, vestida e molhada, os cabelos lisos sobre os peitos duros e morenos. Todas riem e descem rumo ao largo do padroeiro e sobre suas cabeças nuvens formam mares, continentes, cidades, ilhas, sedutoras miragens movediças, desertos e vales soterrados em neve. No limiar da praia, a tarde cai. Cai a tarde no limiar da praia. No banco da praça, entre o rio e as nuvens, ocorre-me a instintiva compreensão de todas as possibilidades. Às 15h52, varre a empregada pés burgueses instalados na churrascaria. Ela vai e vem, arrasta cadeiras de plástico, esfrega o chão com a piaçava gasta, espalha, mais do que junta, as sobras que crianças dispersaram enquanto os pais bebiam e olhavam a praia distante sob o insuportável esplendor do dia. O gordo com cara de ponto-e-vírgula olha-a de cima a baixo intransitivo e ela diz, enquanto empurra sandálias sob a mesa, que precisa ir, o filho está com fome na casa da vizinha e a vizinha ainda vai arrumar lençóis no motel a noite inteira. Exceto pelo sangue olvidado entre as pedras (ali onde o vendedor de drinques foi morto à facada), e pela besta-fera à espreita no tugúrio mal-assombrado, aposso-me de tudo como parte de mim: é carne da minha carne esta cidade cruenta e pagã. Meus olhos de sal flagram hordas a pelejar com carros por espaço e território na rua, e são coxas, dentes, cabelos, inocência e trapos, clara clandestinidade de ervas sãs, odores e gestos cúmplices. A bunduda tem os pés para dentro, de papagaio, a cara larga dos tapuias; o shortinho adolescente ali, no rendengue, umbiguinho de fora, e as pernas grossas meio dobradas ao peso das nádegas. É desta beleza que quero meus versos, ó musa! Não seja a minha poesia apenas e só o mar, a tônica do mar, a túnica de sal do mar. Mais ainda deste rio, aboio de rio, arrulhos em cio, e sobre tudo, na superfície, um beijo, como nas entranhas o desejo de um mergulho e um gole de aguardente. (A praia, além, sutil acena ao suicida: é que nem toda alma suporta a estonteante e mortal beleza da água fugidia.) As escamas de luz sobre o rio mudam da prata ao ouro conforme a riqueza do sol ao longo do porto de chumbo; e às vezes douram panelas vazias, cacos de espelhos, embarcações ancoradas num tempo irreal num porto irreal, onde embarcadiços olham do cais o alvoroço da luz e meninos famintos engraxam as botas da noite. Grande cidade!... Adoram-te os adventícios de passagem! E se te chamasses drum monde, teus tambores talvez acordariam o mundo! Mas nós, que te conhecemos, nós, intraterrestres, se nos falam do teu brilho deixamos no ar um riso camaleônico e o mais sórdido dos sorrisos. Pior: traduzimos com sarcasmo aquilo, os castelos que vêem no teu céu de junho, como torrões de sal, amaro algodão de nuvens dúbias, solobmìs sosseva ed àbaraM. *****
Minha cidade, minha vida Ademir Braz 1 Assim como o pedreiro orienta do ferro e da pedra o verbo exato; como a lavadeira que os panos leva aos girassóis da fonte matinal e nos álveos de luz dispersa em cora a seda orvalhada dos lençóis; assim minh’alma disporei em pranto até que tu, só tu, aurora minha, raies sobre as velas do meu canto. 2 Entre as sombras que a luz semeia de brilhantes, enredado em fluídos ouço tua voz, cidade, acalentando em pranto insones e perdidos. Sobre o sono lânguido das rochas ardem lírios brônzeos. Secretos címbalos cintilam em vertigem: é todo estilhaço pelos tetos o mar luar silenciosamente. Puro ouro em pó sobre a calçada é teu soluço, córrego sem leito, e que sentido tem a luz assim esparsa e rara a transmudar-me o peito? Eu vivo imerso para sempre neste e nas coisas deste e dos outros mundos. 3 Há dias, porém, que me aborreço até com que me aborreço. São dias inóspitos, de fardos e farpas, agravos e adagas; são águas terçãs de agosto aquilo com que me aborreço. São ácidos dias, cidade, quando a vida, aos trancos, derrapa, trepida, e a mão em chaga viva tece de urtigas um manto sob o céu de pássaros e bruxas. E troto então em tuas ruas várias entre meninos sombrios e cães sem dono e lembro, dos teus cantores, aquele que chorou por ti no plenilúnio: “Sofres: teu mal devora-te as entranhas; há podruras que a seiva te empeçonham...” 4 A voz tonitroante - e inútil, cidade - do poeta ressoa nos casebres e na praça mouca dos poderes (mas nem por isso cessarei o alarde). Queria então falar de amores, cidade, mas o amor não é tudo: não é paz, nem crença, nem destino. Não é pão, justiça, crime ou câncer. Nem terra ou fome; cataplasma, água, ar, insônia, nem bebida forte que os olhos doura. 5 Que fim levou a amada, cidade, a dos olhos dourados e mãos camponesas que um dia, ao fim do dia, levou-me uma rosa entre os seios e a promessa - já realizada - de uma dor tão grande como nunca vista em nenhuma teogonia? A amada e a rosa eternizaram-se no espelho. 6 Vês? Tu e eu morremos um para o outro diariamente. (Somos o que somos. E somos apenas memória do que fomos).Tudo que sei disperso neste coração legado às ventanias: só trago no céu da boca, indissoluta, a tatuagem invisível de tuas estrelas. Sim, são ácidos esses dias, quando até o amor se exila. Então a poesia sai de mim aos gritos e não sei senão das coisas que os pássaros perdem, o mar deixado atrás, a negra noite que se acumula na boca entre versos de Neruda.
Águas de passagem Ademir Braz Retinem nos ouvidos velhas pás e gritos: há odor de diesel nos óleos do ar. Cúmplice do vento ando junto às pedras zanza no rio-tempo meu menino olhar. No azul do porto sobe e desce gente carregando frutos úmidos de sol: sobre ombros curvos corre mel do cesto escorre sal da pele nos degraus do cais. Farto de castanha cambaleia o barco acima do banzeiro que o vento atiça; geme a quilha tesa a corda retinida range como range a carne sob os cestos nos degraus do cais. Retinem nos ouvidos tantas pás e gritos e já não há no ar os mastros em delírio... Só, desaba a rua agora sobre as águas que deságuam cio nos degraus do cais.
Outros tempos (A meu filho Giordano Bruno) Dona Carmina, em sua pobreza, fazia um presépio na sala onde Basílio armava discursos grandiloqüentes. (Basílio¹ era um deles; Pedro² e Cursino³, os outros, os três reis negros, de gênio, que incendiavam o Fórum quando inda havia Justiça) O povo todo amava o presépio de Carmina!... Seus bois, carneiros, burricos (que a gente só conhecia entre cercas de outros donos) eram também dos vizinhos, eram meus e de quem mais. Às vezes, tinha a luz: se do presépio, não sei, ou se do meu coração; sei que o Menino ficava cheio de luz na casinha iluminada a candeia onde morava Carmina. E que beleza, meu Deus, esse Menino risonho na conchinha de capim! “Quando eu crescer, terei assim um pretinho que vai roubar as goiabas no quintal de nhá Carmina e falar muito bonito como fala seu Basílio...” Pedro, Basílio, Cursino, foram-se todos no tempo, os magos e seu encanto. Pretinhos, eu já os tive e cresce a prole vizinha; e quando fizer-se o tempo (e o tempo está se fazendo) rebentaremos porteiras dos bois, burricos reais, carneiros da realeza e cercas não servirão. E a começar desse dia será Natal todo dia será Natal cada ceia em torno à luz da candeia. ¹ Basílio dos Santos: rábula, às vezes defendia réus por delegação judicial. ² Manoel Pedro de Oliveira: juiz de direito. ³ Cursino de Azevedo: promotor público.
O nego-d’água vai à praia (A Lúcio Flávio Pinto) Ao largo, na fímbria do sol, navega-se o alvo mar. Flutua além a ilha assediada pelos ventos. Acima do mar, dos peixes, entre aves estranhas, espraia-se imensa Algodoal. Aqui há sóis no ar, signos na terra; já a primavera nada diz das ondas, da salsa carne lúdica do mar. - “Já foi bom aqui”, diz o nativo, guaiamuns enormes, camarões...”, e o dedo aponta entre nuvens raras o manguezal em ruínas. - “Para onde foram, caiçara?” - “Ah, cum cortá cotoco o mangue, caba cum tudo. Progresso, diz-que...” (“Ouça, homem do mar: para lá do distante, onde o sol naufraga em cinzas sem que vingue a tarde, ossos gigantes que já foram árvores adornam estradas onde era o verde. Lá nasci, pescador!...”). E, mal penso, nada digo: soaria assim messiânico, infenso ao mangue e ao mar: eu só me quero amazônico, síntese de fúrias e presságios. Eu não sei se viveria à míngua aqui dos rios barrentos do meu chão, da água dos meninos que voam do cais e ardem no ar à luz poente - aves velozes asas azuis - áureo gozo aéreo de gaivotas tchiiiiibummm! E se nada diz a primavera do céu em transe - dunas torres translúcidas mastros viajores - de certo sei que logo à praia desata algo do ar as velas d’alma e entorna a gôndola do peito em luares ruivos luares de citrinos círios. Por agora, deixemos fluir o sentimento das coisas. Que se exaure o momento, o mergulho tosco nos atóis do mundo. (Ademir Braz)

terça-feira, 24 de abril de 2007

Palestra

O curso de Agronomia – Pronera (parceria UFPA – MST – INCRA) estará promovendo uma palestra com o Prof. Horácio Martins de Carvalho no auditório da UFPA, Campus I (Folha 31) sobre os desafios para o Campesinato no Brasil e na Amazônia. O evento realizar-se-á no dia 09 de maio, às 19:00 h. Saudações, Fernando Michelotti UFPA – Marabá

O que querem?

Termino de receber um convite para participar do I SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PÓLO CARAJÁS, que será promovido pela Câmara Municipal de Marabá. A iniciativa é boa mas para o que se propõe o seminário o conteúdo parece não corresponder, devido a sua limitação, mas isso são as coisas de poder. Poder sobrevive, também de propaganda. Parece que querem que continuemos vivendo de ilusões: a primeira é a de passar a mensagem de que seja possível desenvolvimento sustentável no modelo neoliberal, a segunda é a de que possamos definir pela verticalização da produção mineral apenas pela vontade, sem lutas para quebrar a estrutura imposta pela ordem mundial. Uma outra ilusão é a de que o modelo que hoje a Companhia Vale do Rio Doce está a desenvolver nesta região, a serviço do capital internacional, de retirar tudo que puder na maior velocidade possível, e seus investimentos (para si) possa ser entendido como desenvolvimento. Uma outra, também perversa, é a de que a sociedade marabaense defenda o processo de produção de ferro gusa, que aí está, como necessário. Sem considerar que os prejuízos causados são muito maiores do que os benefícios. Gerando riqueza para poucos e um lastro de problemas para a humanidade. Em 20 anos, foi-se o que ainda tinha de floresta, agora são consideradas áreas degradadas (?), foi-se a biodiversidade que garante a vida, poluiram o ar, o solo e as águas, pessoas perderam vidas, suor e sangue, nas usinas, nos fornos de produção de carvão e em outros processos. O Estado dirigido pelo PSDB, durante 12 anos, entregue aos interesses dos diversos grupos privados, não passou de um serviçal das empresas, nestas terras tudo era possível tudo se podia implantar e tudo tirar, o retrato está aí no distrito industrial e na região. Mas voltemos ao seminário, quem sabe Lúcio Flávio, Maurílio e Valmir, possam trazer algo novo para o debate, que ajude a pensarmos e construirmos um outro projeto, com os atores que estão à margem dos olhos do poder, que defendem a reforma agrária como geradora de trabalho e renda. Atores que defendem o projeto que garante a diversidade e não a monocultura, que tem a Amazônia, espaço de floresta, terra e água, como fonte de vida e não de morte. Atores que resistem lutam, por participação, inclusão, com produção e solidariedade. Vamos à luta! Marabá, 23 de abril de 2007. Raimundo Gomes da Cruz Neto rgc.neto@yahoo.com.br

Amolem as peixeiras

E-mail remetido pelo prof. Raimundo Gomes da Cruz Neto, com propaganda internacional da Arkhos Biotech: "A Amazônia é rica. Além de recursos tradicionais como madeira, produtos não-madeireiros, minérios e água, a região possui também recursos cujos valores ainda estamos aprendendo a apreciar. Como, por exemplo, o maior estoque de biodiversidade do mundo. Com cerca de 6.000.000 km² de extensão, ela abriga entre 10% e 20% de todas as espécies que vivem em nosso planeta. A floresta remanescente brasileira representa a maior fonte de biodiversidade mundial. Só na Amazônia brasileira existem mais de 10 mil espécies de plantas possíveis de ser utilizadas como insumos em produtos para a saúde e a aplicação cosmética. Entretanto, hoje, a indústria de cosméticos utiliza apenas 135 espécies da Amazônia com princípios ativos ou constituintes. O que há de errado? Simples. A Amazônia vem sendo tratada como um problema pelos países que a administram quando, na verdade, ela representa a solução para os problemas do mundo. A missão da Arkhos Biotech, além de mostrar os atributos e peculiaridades da Amazônia, é lutar para torná-la efetivamente um bem mundial, o que, na prática, ela sempre foi. Os primeiros produtos explorados na região, as chamadas drogas do sertão , eram para exportação. A Arkhos Biotech acredita que o mundo deve opinar sobre a gestão da Amazônia porque toda a humanidade vem sendo agraciada com seus bens e seus serviços. A Amazônia pode suprir o planeta e ainda assim ter estoque para as futuras gerações. Pode prover serviços e receber pagamento em royalties por regular o clima do mundo. Tudo isso vem sendo discutido mundialmente. Está claro que, para países como o Brasil, a Amazônia é um fardo difícil de carregar - como demonstram sucessivamente as taxas de desmatamento da Amazônia brasileira. O Brasil sequer investe em pesquisa na Amazônia. Dos 0,65% do PIB brasileiro investido em pesquisa, apenas 2% são canalizados para a região Norte. Os institutos de pesquisa que surgiram nos últimos anos na Amazônia brasileira, a maioria ongs ou entidades sem fins lucrativos, são mantidos com dinheiro dos países desenvolvidos. Hoje, mais de dois terços da produção de conhecimentos sobre a Amazônia são originados em outros países. Além disso, 78% das pesquisas sobre a Amazônia são produzidas por pesquisadores estrangeiros. A internacionalização da Amazônia já é um fato consumado. Empresas como a Arkhos Biotech estão ajudando a pensar e a fazer o futuro da Amazônia através da tecnologia, ferramenta capaz de garantir o uso racional dos recursos da região. Empresas que investem em pesquisa para o manejo sustentável de recursos, que alocam e transportam matéria-prima sem prejudicar o meio, que podem garantir a origem e o processo de extração de tudo o que comercializam, que fazem parceria com as comunidades locais gerando renda e melhorando a vida das pessoas. A utilização sustentável e sadia do potencial da Amazônia, seja como celeiro de biodiversidade, seja como depósito de carbono, é a única estratégia possível para salvá-la da extinção total. O futuro do Homem sobre a Terra depende da Amazônia. Por isso, o objetivo da Arkhos Biotech é ajudar a humanidade a usar e a tomar conta da Amazônia."

Carajás, estado

Deu no blog do Waldyr Silva, de Parauapebas, nesta segunda-feira: Redivisão territorial do Pará divide opinião de deputados A Assembléia Legislativa do Pará (Alepa) debateu na manhã desta segunda-feira (23) a redivisão territorial do estado, numa sessão especial requerida pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS).A sessão teve a participação do vice-governador Odair Correia, dos deputados federais Giovanni Queiroz (PDT), Zenaldo Coutinho (PSDB), Asdrúbal Bentes (PMDB), Zequinha Marinho (PMDB) e Zé Geraldo (PT), e de 21 deputados estaduais, além do secretário executivo da Associação dos Municípios da Calha Norte, do Movimento (Amucan), Antônio de Figueiredo Neto, do coordenador do Movimento pelo Plebiscito de Criação do Estado do Tapajós, Edwaldo Bernardo, e do presidente da Sociedade de Preservação dos Recursos Naturais da Amazônia (Sopren), Camilo Viana, e de dezenas de lideranças políticas das regiões oeste e sul do Pará.O vice-governador, que já presidiu um movimento pelo Estado do Tapajós, defendeu a nova postura do governo do Estado de regionalizar a administração para atender toda a população, mas criticou o fato de 480 mil paraenses do oeste do Pará terem migrado para o Amazonas em busca de melhores condições de vida.Divisão de opiniãoPara o deputado Arnaldo Jordy, sem uma reordenação do pacto federativo que assegure um diferencial capaz de promover a superação de desigualdades entre as regiões, dividir seria fragmentar o subdesenvolvimento.Segundo o parlamentar, é preciso superar desigualdades como as que se vê nos investimentos do BNDS que, de R$ 52,3 bilhões investidos no país, em 2006, destinou 60% dos recursos para o sudeste (R$ 31,414 bilhões) contra apenas R$ 1,318 bilhão destinado ao Norte. Ele criticou a visão maniqueísta com que o assunto é tratado e alertou: “Podemos estar mordendo a isca do processo de exclusão e marginalização do Pará”.Os deputados das regiões sul e oeste do Pará declararam abertamente o seu voto na criação dos novos estados do Tapajós e de Carajás, a exemplo de Alexandre Von (PSDB), Josefina Carmo (PMDB), Júnior Ferrari (PTB) e Carlos Martins (PT).Os deputados Parcifal Pontes (PMDB), João Salame (PPS) e outros se posicionaram pela criação do estado de Carajás. O assunto também divide os deputados federais. Zenaldo Coutinho defendeu a integridade do estado, opinião da qual não comungam Zequinha Marinho, Asdrúbal Bentes e Giovanni Queiroz, que defenderam a criação do estado de Carajás.Dividida quanto à criação dos novos estados, a maioria dos deputados, entretanto, defende o direito da população de ser consultada sobre o assunto.Carlos Bordalo (PT) disse que vai apresentar requerimento à Mesa para que a Assembléia Legislativa se manifeste a favor do plebiscito que foi defendido pela maioria dos presentes.João Salame criticou o fato de o estado ter investido centenas de milhões de reais em obras como o Mangal das Garças, Estação das Docas e o Centro de Convenções, todas em Belém, enquanto em Marabá e Santarém, cidades cotadas para capital dos possíveis estados de Carajás e do Tapajós, não houve investimento algum nessa área. Pará corre risco de sofrer boicote internacional O Estado do Pará corre risco de sofrer boicote a nível internacional por conta dos compradores de ferro-gusa das indústrias de Marabá, sob a alegação de que as empresas estejam cometendo crime ambiental, no consumo de carvão vegetal de origem ilegal, e por isso vendendo produto mais barato para o mercado internacional.Em defesa da indústria paraense, o governo do Estado deve firmar Termo de Ajuste de Conduta com as produtoras de ferro-gusa, para que estas se enquadrem na legislação ambiental e trabalhem na legalidade. O eventual boicote não prejudicaria apenas as empresas guseiras, mas o estado do Pará.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Emperrou de vez

A comarca de Marabá - 1a e 2a Entrâncias - possui três varas cíveis (1a, 2a e 3a), duas penais (4a e 5a), uma da Infância e da Juventude (6a), uma vara agrária, um Juizado Cível Especial e outro Criminal Especial. Hoje, a situação é a seguinte: a única titular da comarca, dra. ana Patrícia foi embora. Ela ocupava a 2a Vara, o juizo eleitoral, a administração do fórum. Ficaram apenas três juízes substitutos: Dr. Marcelo Andrei, cumulando a 1a cível e uma criminal; dr. Cleitoneu, respondendo pelas 5a e 6a varas, mais o a da Infância e da Juventude. Dra. andreia, que veio substituir dr. Líbio na Vara Agrária, mal chegou saiu de férias. No Ministério Público Estadual (MPE), segundo um advogado, há duas semana não se tem promotor criminal. Os promorotes Edvaldo, Lucinery e Antônio Maurício estão de férias. Dr. Daniel, que veio cobrir ausência e acumula duas promotorias, está de portaria para curso em Belém e ao retornar, semana que vem, passa direto para Santana do Araguaia.

Esbórnia

Cada um dos 12 vereadores de Marabá possui carro próprio e no mínimo um celular. mas o presidente Miguelito Gomes mandou publicar tomada de preço para contratar uma operadora de telefonia móvel e um fornecedor de combustível para "veículos que servem ao Legislativo", quando se sabe que a Cãmara tem apenas uma Blaze 2004, comprada ainda na gestão da Júlia Rosa. Como diz a música, "dinheiro na mão é vendaval", inda mais quando é dinheiro público.

Jogo pesado

A matéria "Tião tenta manipular eleição sindical", que deveria ter saído na página "Política & Desenvolvimento", que assino às sextas-feiras no Correio do Tocantins, foi cortada do texto publicado na edição de sábado. As causas, quando me explicarem, deverei esclarecer neste espaço. De qualquer forma, o Tião tomou um chocolate na sua pretensão: por 50 votos a 46, dorimar Gomes vai continuar por mais três anos à frente do Sindicato dos Taxistas de Marabá. Dos 113 votantes aptos, de um universo de 142, apenas 96 foram às urnas. Histórias de bastidores dão conta que que além de Tião e seu chefe de gainete, Gilsin Silva, o deputado estadual João Salame Neto também pôs em jogo seu prestígio para tentar eleger Adriano Gomes Soares , da Chapa 2. Dividida a taca por quatro, quem sabe ficará menos doloroso. Dizem que a turma por trás do biombo liberou seis mil reais pro Adriano, R$ 3 mil dos quais ele pagou para regularizar sua turma, com débito de até 46 meses em atraso. Também teria havido oferta de chapas de aluguel para quem votasse contra Dorimar. Reconduzido à presidência, Dorimar e seu grupo vão fazer um um churrasco do arromba para comemorar a vitória sobre as tais "forças ocultas".