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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Professores municipais vão à greve

João Salame e a Gestão Desastrosa do PT Estão 

Destruindo a Educação Marabaense 

MAIS DE 500 PESSOAS ESTIVERAM
PRESENTES NA ASSEMBLEIA
Mais de quinhentos trabalhadores da educação assinaram a ata da assembleia de quarta-feira, dia 22, aprovando a greve municipal. Isso prova que os trabalhadores não suportam mais a falta de rumo que tem tomado conta da educação em nosso município e estão Unidos Pra Lutar contra os desmandos desse governo que pretende retirar nossos direitos.
 O sentimento que assola a todos é de traição, fomos mais uma vez traídos por aqueles que ajudamos eleger. Defendemos um projeto político de não atacar os trabalhadores nem retirar direitos. Esse projeto está sendo rasgado por aqueles que o propuseram. Isso a categoria não aceita.
Reivindicamos a seguinte pauta:
1.       Revogação de toda a Portaria de Lotação de 2014;
2.       Garantia da Hora atividade, conforme a Lei do PISO;
3.       Pagamento imediato de todas as progressões;
4.       Garantia de nenhuma mudança no PCCRPE da Educação que signifique retrocesso nos direitos dos trabalhadores;
5.       Garantia de aprovação do Projeto de Lei nº 037, de 11 de janeiro de 2013, que concede a gratificação dos Coordenadores e Orientadores Pedagógicos, bem como do “destravamento” da gratificação da Zona Rural, que impede os trabalhadores de acumularem as gratificações de deslocamento e de Regência;
6.       Reajuste do Vale – Alimentação para R$ 300,00 incluindo a parcela do parcelamento, ou seja, R$ 242,00 + R$ 48,00, com a devida incorporação da parcela de R$ 48,00 ao final do parcelamento;
7.       Garantia da Lotação de pelo menos 02 (dois) agentes de portaria no turno da noite, de forma a garantir a Segurança do patrimônio e dos próprios servidores;
8.       Garantia da Lotação de 01 servente a cada 04 dependências da escola;
9.       Por fim, exigimos, o cumprimento integral da carta compromisso assinada pelo Prefeito em relação às promessas eleitorais;

10.   Garantia de professor auxiliar nas turmas de educação infantil e nas turmas de 1º ao 5º ano.



CONFIRA O CALENDÁRIO DA GREVE PARA A PRÓXIMA SEMANA

· Segunda-feira, 27/01 – Mobilização nas escolas: levaremos material impresso para ser distribuído a toda comunidade.

· Terça-feira, 28/01 - Reunião do Conselho de Representantes de Escola do SINTEPP;

· Quarta-feira, 29/01 – Audiência Pública

Horário: das 14:30 às 18:30

Local: Auditório da Metropolitana. Em frente ao Shopping Pátio Marabá.

· Quinta-feira, 30/01 – Ocupação da SEMED – a partir das 8:30 da manhã;

· Sexta-feira, 31/01 – Panfletagem em frente à prefeitura.

A categoria está cansada da confusão geral que tem tomado conta das políticas do governo relativas à educação. Nenhum avanço é feito, só se fala em cortes e arrocho para cima dos trabalhadores.
Dessa forma, a coordenação do SINTEPP conta com o apoio e compreensão de toda a comunidade, pois a nossa luta é por uma educação pública e de qualidade. 
Conclamamos a todos os diretores eleitos a nos ajudar na mobilização da categoria e conscientização da comunidade nessa luta que engloba todos os trabalhadores em educação. 

No campo anuncia-se o silêncio

 "O principal desafio no campo brasileiro é social, pois em todos os Estados é alarmante o abandono da atividade, sobretudo pelos moradores mais jovens" tendo como "resultado a gradual reconfiguração de uma nova sociedade rural", escreve Zander Navarro, sociólogo e professor aposentado da UFRGS, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 22-01-2014.
Segundo ele, "surpreende o imobilismo governamental e espanta a omissão do sindicalismo que deveria representar os mais pobres. Ignoram a nova urgência social - "salvar a pequena produção"! - e parecem concordes com a tendência de esvaziamento do campo e o inchamento das cidades brasileiras".

Eis o artigo (reproduzido em IUH):

“Novos estudos internacionais vêm revelando os impactos da recente crise econômica mundial na agropecuária e nas sociedades rurais. São conjunturas dramáticas sob as quais se impõe a lei da selva, pois os governos hesitam e as estruturas de proteção social se enfraquecem ante os inevitáveis conflitos em torno do acesso aos recursos. Corroída a legitimação da autoridade, a instabilidade econômica e a insegurança política se aprofundam. É quando os mais fortes tendem a prevalecer.
As pesquisas demonstram tendências similares em curso na agricultura dos Estados Unidos e no conjunto dos 27 países da União Europeia. São regiões que realizaram censos agrícolas pós-2008, permitindo avaliações comparativas dos efeitos do trauma econômico no mundo rural. Entre inúmeras conclusões, eis algumas: concentração da produção, o peso da tecnologia se torna decisivo, o assalariamento quase desaparece e, também, os chamados produtores médios vão sendo encurralados, diante do avassalador domínio das propriedades de larga escala. O rural encolhe e, com a escassez da mão de obra, discute-se até o uso de robôs no ciclo produtivo. Mas nas duas regiões cresce o número de micropropriedades, em razão de entrantes que não são agricultores, mas cidadãos urbanos que aspiram a ter um "pé na natureza" - ou, então, porque fogem da crise.
E o Brasil? Estaria o País observando as mesmas mudanças? As pesquisas não são conclusivas nem temos ainda os censos para comparação. A crise econômica, no caso específico da agropecuária, não produziu efeitos negativos, pois os preços dos alimentos no geral subiram ao longo dos últimos anos, beneficiando os produtores, assim como expandimos nossas exportações e cresceu a demanda interna. Cada vez mais concentrada, a agricultura brasileira afirmou-se como uma operosa máquina de produção e acumulação de riquezas, salvando os saldos comerciais e contribuindo decisivamente para a manutenção da estabilidade macroeconômica, mesmo nos momentos mais graves da crise.
Se o desempenho produtivo, tecnológico e financeiro foi espetacular nesse período, também teria sido assim sob outros focos? De fato, o principal desafio no campo brasileiro é social, pois em todos os Estados é alarmante o abandono da atividade, sobretudo pelos moradores mais jovens. A pobreza persistente, o acirramento concorrencial que concentra a produção, a atração do emprego urbano e as facilidades migratórias são alguns fatores que têm contribuído para o êxodo do campo. O resultado é a gradual reconfiguração de uma nova sociedade rural. Quem estaria permanecendo nessas regiões?
Primeiramente, o maior grupo social: um conjunto envelhecido formado pelos "pobres do campo" com acesso à terra. Constituem a vasta maioria, mas parte expressiva dos membros jovens das famílias foi embora, deixando para trás, quase invariavelmente, um casal de idosos que vive de aposentadoria ou de algum auxílio estatal. Talvez em um decênio, contudo, é geração que passará, deixando imensa lacuna demográfica e promovendo a desertificação populacional em nosso vasto interior.
Numericamente, o segundo agrupamento mais expressivo é formado por uma típica classe média de pequenos produtores com algum grau relevante de integração econômica e moderna atividade produtiva. Se os primeiros, em maior proporção, moram no Nordeste rural, esse segundo grupo ocupa propriedades, particularmente, no Centro-Sul. Respondem pela maior proporção da produção de diversos ramos, da avicultura à floricultura, da suinocultura à produção de vários tipos de frutas, da horticultura à fumicultura. Mas atenção: embora agricultoras, essas famílias já moram em grande número nas cidades e encontram bloqueios crescentes na sucessão familiar, pois seus filhos nem sempre querem assumir o negócio.
O terceiro conjunto a destacar é formado pelos assalariados rurais, usualmente sem terra. São trabalhadores que vivem uma situação curiosa: os salários estão subindo, mas também crescem as exigências do ofício, cada vez mais especializado, pois a agricultura tecnologicamente avançou muito.
Como são trabalhadores de baixíssimas escolaridade e capacitação profissional, a maior parte vai engrossando as correntes migratórias que deixam o campo. E assim, com a redução da oferta de mão de obra, os salários sobem ainda mais e os empregadores, gradualmente, vão trocando por máquinas o trabalho manual que antes prevalecia. A consequência é uma notável onda de mecanização que vai transformar ainda mais a face agrícola do Brasil.
Há ainda um reduzido estrato: são os endinheirados, mas não necessariamente os super-ricos, como às vezes se apregoa. Parte é uma classe média rural com rendas mais altas e parte, a burguesia agrária. Moram nas cidades, mas supervisionam seu negócio. São produtores que enfrentam iguais problemas de sucessão na atividade, pois seus filhos, quase sempre educados em outras profissões, não se interessam pelo campo.
Sobrariam outros grupos menores, como comunidades indígenas e quilombolas. E há os assentados, que deveriam ser expressivos. Afinal, seria um conjunto de 1,25 milhão de famílias em 8,8 mil assentamentos, ocupantes de 88 milhões de hectares, quase equivalentes à área total de Mato Grosso. Mas a reforma agrária é um rotundo fracasso: boa parte dos beneficiários desistiu, deixando rarefeitos os assentamentos, em especial do meio do País "para cima", sobretudo no Nordeste e no Norte.

Confrontado com esse inquietante contexto de mudanças, surpreende o imobilismo governamental e espanta a omissão do sindicalismo que deveria representar os mais pobres. Ignoram a nova urgência social - "salvar a pequena produção"! - e parecem concordes com a tendência de esvaziamento do campo e o inchamento das cidades brasileiras. Cada vez mais, as regiões rurais perdem vozes e ganham o silêncio.