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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Crônicas do risível insólito

Desilusão A ilustre senhora Solange do Ouvidor, gaúcha de origem e religiosa como uma freirinha, tratava a leite de pato meia dúzia de galinhas tão exibidas que só cacarejavam em francês. A intenção era degustá-las no Círio marabaense ou na festa de Valois, o rei da selva, ou no fim do ano em companhia da família. Não deu. E diz-se que as penosas cacarejavam em francês porque não cacarejam mais: um ladrãozinho ateu e sem cerimônia catou-as e foi vendê-las bem em frente ao supermercado do bairro, a preço de banana.(Ademir Braz) O amor é lindo Os namorados nada sabem do casamento e, casados, esquecem o namoro. Palavras de Drummond que, viúvo e sábio, nunca mais se casou. Casamento e poesia definitivamente não dão certo. Pelo menos no caso do Quincas Nogueira, para quem poesia e poetas são uma frescura só, e ele preferia mesmo era chegar em casa bêbado e tratar Ana Kátia aos coices, coisa que fazia com método rigoroso ao longo de cinco desesperadores anos de convivência. Daquela vez, contudo, Kátia foi à polícia. Reclamou, chorou, exibiu as marcas do desamor. Depois voltou para casa. Não sem antes esclarecer ao delegado, com uma pontinha de vaidade, que tudo – a surra, os coices, a grosseria – é fruto do ciúme do Quincas. O delegado fez “fummm!”, pelo nariz. (Ademir Braz)

MST: mais ocupações em 2009

“Nós vamos continuar ocupando a terra e pressionando o Estado brasileiro para fazer a reforma agrária. Vamos continuar combatendo o latifúndio e o agronegócio. E já estamos avisando que em 2009 os fazendeiros que se cuidem, vamos continuar massificando a luta pela reforma agrária”. O recado é de Marina Santos, integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dado em recente entrevista à RadioAgência NP (Notícias do Planalto), após o 13º Encontro Nacional realizado no final da última semana em Sarandi (RS), para marcar os 25 anos de existência do movimento. Na ocasião, cerca de 1,5 mil militantes debateram temas ligados à luta pela terra, reforma e políticas agrárias, crise financeira, entre outros. Como frutos dos debates, o Movimento divulgou um manifesto com itens em que defende a reforma agrária, a luta contra as empresas estrangeiras que estão controlando a agricultura brasileira, e a garantia de que as terras que forem conquistas pelo Movimento cumprirão a função social, no caso, produzir alimentos. Igualmente ouvido, o líder João Pedro Stedile disse que a luta do MST não é mais por uma reforma agrária clássica capitalista que “distribua terra e integre os camponeses ao mercado”. Trata-se de uma reforma que ele denomina de popular, e que “combine distribuição de terras com a instalação de agroindústrias nos assentamentos” – para que os camponeses se apropriem valor agregado de seus produtos, com educação para os trabalhadores assentados. Ao término do encontro, o MST divulgou carta em que reafirma sua disposição de continuar a luta, “em aliança com todos os movimentos e organizações dos trabalhadores e do povo, contra o latifúndio, o agronegócio, o capital, a dominação do Estado burguês e o imperialismo”. No Pará, a Agropecuária Santa Bárbara foi a primeira a manifestar seu receio, via assessoria de imprensa, quanto à uma provável ocupação pelo MST da Fazenda Cedro, propriedade de 8.099 hectares em Marabá. “A intensa movimentação de integrantes do MST nas proximidades da Fazenda Cedro e violentas ameaças verbais indicam que está prestes a ocorrer mais uma arbitrariedade desse movimento, que se denomina defensor da reforma agrária e dos direitos do homem do campo”, diz a empresa, aduzindo que o imóvel tem um rebanho total de 15.035 animais, sendo 8 mil vacas em reprodução, e gera empregos para a população local. “Sua invasão, caso efetivamente aconteça, além de ilegal será mais um retrocesso para o agronegócio no Brasil, como foi a invasão injustificável da Fazenda Maria Bonita (Eldorado dos Carajás, PA), em julho de 2008. A Agropecuária Santa Bárbara ganhou na justiça o direito de reintegração, que ficou no papel, já que, de forma arbitrária e seletiva, as autoridades competentes não fizeram cumprir a ordem judicial”. A Agropecuária Santa Bárbara é uma das maiores geradoras de empregos do Pará, com cerca de 2.000 funcionários, e responsável por mais de 10.000 empregos indiretos.

Ciganos

Nilson Chaves e Vital Lima gravam DVD “Sina de Cigano” ao vivo no teatro do Centur, dias 6 e 7 de fevereiro próximo, em comemoração a seus 30 anos de parceria. Participam da jornada artística Adelbert Carneiro (baixo e direção musical), Esdras de Souza (nos sopros), Edvaldo Cavalcante (bateria), Edgar Matos (teclados) e Mapyu (percussão).

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Transformação

Hildete Pereira dos Anjos e Fernando Michelotti, da chapa "UFPA em Transformação" ganharam de forma incontestável o pleito para a coordenação do campus universitário em Marabá. Foram 778 votos contra 368 dados à "Mudar e Construir", integrada por Reginaldo Sabóia e Silvana Lourinho. Foram 1.166 votantes em todos os núcleos do Sudeste do Pará. Entre as metas de Hildete e Fernando está o repensar da relação da universidade com os municípios da região, além do planejamento do modelo de expansão da UFPA na sua área de atuação.

Nem deu pra sentir

Durou cerca de 14 horas a paralisação dos rodoviários do transporte coletivo urbano (Viação Transbrasiliana e Viação Cidade Nova) encabeçada pelo sindicado da categoria a partir de zero hora de hoje, em busca de segurança no trabalho. Segundo eles, a média de assaltos a ônibus é de oito por dia. Também reivindicavam assistência médica e outros itens, que ficaram para discussão na terça-feira, 27. Numa cidade em que mototaxistas “legalizados” acusam a existência de pelo menos mil clandestinos (inclusive de outros estados) operando no setor, além de veículos particulares faturando como táxis-lotação, foi quase insignificante a repercussão da greve no transporte coletivo. Ficou, porém, a impressão de que as duas empresas não fariam muita falta se parassem de uma vez.

Não compensa?

A continuar como começou, a correria de Maurino Magalhães, recém-empossado, vai durar até o fim do seu mandato. Pela terceira vez, desde que assumiu em primeiro de janeiro, viajou ele para Belém a fim de negociar, junto ao TJE, o parcelamento de R$ 1,8 milhão devido aos ex-prefeitos, como pensão vitalícia, conta que deveria ter sido paga por Tião Miranda em novembro passado. Mais tarde, quando começarem a aparecer as ações do Ministério Público Federal por conta de irregularidades rastreadas em obras financiadas pela União, a dor de cabeça será das maiores. Sem falar em questões mais graves, como o desembolso a ser feito como indenização do bairro do Km-07, pendência judicial que vem desde 1988, transitada em julgado, e cujo valor ascende a R$ 50 milhões. Não obstante, ninguém do grupo do novo prefeito moveu uma palha para auditar as contas deixadas por Tião, depois de tudo contemplado com a superintendência do Sebrae e salários, dizem, de R$ 19 mil por mês.