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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

MST: mais ocupações em 2009

“Nós vamos continuar ocupando a terra e pressionando o Estado brasileiro para fazer a reforma agrária. Vamos continuar combatendo o latifúndio e o agronegócio. E já estamos avisando que em 2009 os fazendeiros que se cuidem, vamos continuar massificando a luta pela reforma agrária”. O recado é de Marina Santos, integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dado em recente entrevista à RadioAgência NP (Notícias do Planalto), após o 13º Encontro Nacional realizado no final da última semana em Sarandi (RS), para marcar os 25 anos de existência do movimento. Na ocasião, cerca de 1,5 mil militantes debateram temas ligados à luta pela terra, reforma e políticas agrárias, crise financeira, entre outros. Como frutos dos debates, o Movimento divulgou um manifesto com itens em que defende a reforma agrária, a luta contra as empresas estrangeiras que estão controlando a agricultura brasileira, e a garantia de que as terras que forem conquistas pelo Movimento cumprirão a função social, no caso, produzir alimentos. Igualmente ouvido, o líder João Pedro Stedile disse que a luta do MST não é mais por uma reforma agrária clássica capitalista que “distribua terra e integre os camponeses ao mercado”. Trata-se de uma reforma que ele denomina de popular, e que “combine distribuição de terras com a instalação de agroindústrias nos assentamentos” – para que os camponeses se apropriem valor agregado de seus produtos, com educação para os trabalhadores assentados. Ao término do encontro, o MST divulgou carta em que reafirma sua disposição de continuar a luta, “em aliança com todos os movimentos e organizações dos trabalhadores e do povo, contra o latifúndio, o agronegócio, o capital, a dominação do Estado burguês e o imperialismo”. No Pará, a Agropecuária Santa Bárbara foi a primeira a manifestar seu receio, via assessoria de imprensa, quanto à uma provável ocupação pelo MST da Fazenda Cedro, propriedade de 8.099 hectares em Marabá. “A intensa movimentação de integrantes do MST nas proximidades da Fazenda Cedro e violentas ameaças verbais indicam que está prestes a ocorrer mais uma arbitrariedade desse movimento, que se denomina defensor da reforma agrária e dos direitos do homem do campo”, diz a empresa, aduzindo que o imóvel tem um rebanho total de 15.035 animais, sendo 8 mil vacas em reprodução, e gera empregos para a população local. “Sua invasão, caso efetivamente aconteça, além de ilegal será mais um retrocesso para o agronegócio no Brasil, como foi a invasão injustificável da Fazenda Maria Bonita (Eldorado dos Carajás, PA), em julho de 2008. A Agropecuária Santa Bárbara ganhou na justiça o direito de reintegração, que ficou no papel, já que, de forma arbitrária e seletiva, as autoridades competentes não fizeram cumprir a ordem judicial”. A Agropecuária Santa Bárbara é uma das maiores geradoras de empregos do Pará, com cerca de 2.000 funcionários, e responsável por mais de 10.000 empregos indiretos.

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