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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Para deputado, TJPA é banca de negócios


O Tribunal de Justiça do Estado deve receber, semana que vem, expediente do promotor Alfredo Amorim, de Conceição do Araguaia, com gravação anexa em que o deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) declara que o afastamento judicial de prefeito nas comarcas do interior “vira comércio” na fase de recurso no TJE: “Lá em cima é 300 mil (reais) para retornar um prefeito”, disse. Indagado se tinha prova disso, reiterou: “Eu sei, eu estou lá”.
Essa história aconteceu em Conceição do Araguaia no último dia 10 de novembro, segunda-feira, quando o Partido dos Trabalhadores decidiu promover ato público pelo retorno do prefeito Valter Rodrigues Peixoto, afastado judicialmente por 180 dias desde 7 de julho deste ano, no bojo de devassa que o Ministério Público realiza na sua administração.
A manifestação estava prevista para as 16h00 numa praça, mas já na manhã daquele dia cerca 60 pessoas ocuparam a Câmara, fazendo churrasco ao ar livre, com carro de som e discursos inflamados, e impedindo que os vereadores realizassem, a partir das 16h00, a sessão em cuja pauta havia pedido de abertura de comissão processante contra Valter Rodrigues Peixoto.
Foi esse o clima que o promotor Alfredo Amorim encontrou ao ir à sede do Legislativo averiguar a denúncia de obstrução dos trabalhos da Casa. E chegou na hora exata em que o prefeito afastado disparava ofensas contra o Ministério Público e o Poder Judiciário local, responsáveis pelo seu afastamento. Imediatamente Alfredo Amorim começou a gravar as diatribes no seu celular.
Foi então que o deputado federal, ao notar sua presença, convidou-o para uma conversa num canto, acontecendo o seguinte diálogo, igualmente gravado, porque Amorim não desligou o celular:
Zé Geraldo: Quanto é uma liminar aqui?
Alfredo Amorim: Aqui, nada
Zé: Quando vocês afastam prefeito aqui, lá em cima vira comércio.
Alfredo: Você tem prova disso?
Zé: Lá em cima é 300 mil (reais) para retornar um prefeito.
Alfredo: O senhor tem prova disso?
Zé: Eu sei, eu estou lá.
Zé Geraldo não regateou críticas à promotora Cremilda Aquino da Costa e à juíza da comarca, ambas responsáveis pelo afastamento do prefeito- decisão mantida pelo TJE - que estariam “perseguindo o PT e o prefeito Valter”, partidarizando as coisas.
O promotor Alfredo Amorim não se fez de rogado :contou a história inteira para uma rádio local, com grande repercussão na população, e deu entrevista a correspondente de jornal de Belém, matéria que aparentemente não foi veiculada, segundo ele.
O passo seguinte agora é mandfar relatório e gravação ao Tribunal de Justiça, para conhecimento e providências dos desembargadores.

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