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quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Fiepa e nós

Leitores que comparam o que sai neste blog e na página "Política & Desenvolvimento" que publico há 8 anos no "Correio do Tocantins" observaram que o texto abaixo não saiu no jornal do último sábado. Bom, o texto foi censurado mesmo pela direção do jornal. Leia a íntegra: "Parte significativa do PIB paraense, integrada à Fiepa e sediada na Capital, após reunir-se festivamente na noite de segunda-feira (14/04) no Hilton Hotel divulgou uma “Declaração de princípios” em que denuncia a “imobilidade” da União e do Estado em face do “surgimento de organizações paramilitares civis, travestidas de ‘movimentos sociais’ que, pretensamente defendendo o ‘direito à terra’, agridem ostensivamente a Constituição que garante o direito à propriedade, estabelecendo, no campo e nas cidades, um regime de autêntico terror, com invasões de áreas produtivas”. Numa palestra durante o evento, o professor Denis Lerrer Rosenfield, da UFRS, apontou o MST como favorecido pelo próprio governo para, a pretexto de defender a reforma agrária “atacar alguns símbolos do capitalismo moderno brasileiro, como a Vale do Rio Doce, que deveria ser orgulho para os brasileiros”. Presidente da Federação da Agricultura do Pará, Carlos Xavier, citou que a sociedade paga impostos e acaba financiando “um movimento, o MST, que não tem respeito à democracia, e propôs: “Temos que reagir porque muitos empresários estão deixando de investir no Pará. Os ditos ‘movimentos sociais’ estão cada vez mais atropelando o estado de direito, afastando empreendimentos novos”. Em linhas gerais, segundo observador atento do encontro empresarial, tudo foi em regra uma desabrida defesa dos interesses da Vale no Pará, em contraposição ao movimento dos trabalhadores rurais do campo e da mineração em busca de seus direitos. Só de minério de ferro de Carajás, ano passado, o faturamento da Vale representou 13 bilhões de dólares. “Quanto desse valor ficou para o Estado do Pará? Se forem incluídos na avaliação itens como a massa de salários, a compensação financeira, o royalty e compras locais, a porcentagem pode ir a algo próximo de 10%, se tanto”, diz o jornalista Lúcio Flávio Pinto. E acrescenta: “Se montanhas de commodities continuarão a ser sugadas do Pará no rumo da China insaciável, deixando buracos no ponto de origem, isso é detalhe, ou circunstância. É nbisso em que nos estamos a transformar – e a reduzir. Não é um destino glorioso, nem justo. Mas o tempo passa e a possibilidade de reverter esse quadro se torna mais remota, inclusive porque os patamares elevados de preços não se manterão e a crise, mesmo com a poderosa demanda chinesa, está batendo à porta. Quando se for abri-la, ela revelará uma surpresa: o que podia ser uma fonte de riqueza será uma forma de pobreza.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite, Poeta:

pelo palestrante deduz-se a palestra. Denis Lerrer Rosenfield é um dos ícones - ao lado do geógrafo Demétrio Magnoli - da vociferação racista contra as cotas étnicas. É defensor da tese que a miscigenação é a salvação da lavoura, de que somos todos mulatinhos, e que quem é preto e pobre é porque é incompetente.

É claro que o discurso dele é mais elaborado do que minhas frases chinfrns, mas essa é a essência.

Não há novidade no front, né?

Beijos. Saudosos.

Anônimo disse...

ADEMIR

os militantes do PSOL reunidos em plenaria no ultimo sabado lançaram a candidatura de Felix Urano TIBIRICA a prefeitura de MaraBÁ. Agora é pra valer o PSOL tem candidato e vai defender um projeto alternativo para Marabá