Pages

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Definições

Embora o ônibus estivesse meio vazio naquela primeira viagem rumo ao centro, o preto velho sentou-se na última fila de cadeiras do Nova Marambaia e de lá começou a conversar com o motorista, seu amigo, que dirigia olhando-o pelo espelho acima da cabeça. Aquilo era uma cena que se dava quase todas as manhãs. O sujeito falava sem pressa, mas o vozeirão tonitroante e pacífico espalhava-se da primeira à última poltrona do coletivo. Naquele dia, contudo, ele parecia amargurado. Relatou com detalhes as traquinagens de outro conhecido seu e do bairro, e ao fim não eximiu-se de julgamentos: - O Zebedeu não presta, não tem aquilo, aquele como-chama de homem de bem... - Não tem escrúpulos..., ajudou-o o motorista lá adiante. É isso! O Zebedeu não tem crepúsculo, dá na mãe, destrata os amigos, não tem lei...

4 comentários:

morenocris disse...

Não se faz mais poesia nesta Casa?

Beijos.

Anônimo disse...

Boa noite, Poeta

percorri os posts e acabei chegando aqui, achando que este quaradouro de alma tá precisando de um pouco de anil. Daquela pedrinha azul que iluminava toalhas e lençóis, que parecia guardar na roupa um pouco da claridade do sol.

Quando você vem a Belém? Será que demora muito?

Beijos.

Ademir Braz disse...

Tô arrematando alkguns trabalhos (de crônicas, poesias, contos) e ando sem tempo para atualizar mais assiduamente o Quaradouro. Há possibilidade de publicação e corro atrás da sorte.
Um beijão.

Ademir Braz disse...

Peralá, Cris, não me diga que você não gosta de crônicas! Vivências e o resto aí fazem parte do livro "Crônicas insensatas", em fase de acabamento. Não gostou, é? Também não leu o "Ao largo"? Xiii