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sábado, 5 de julho de 2008

Boi avua, sumano!...

Lá pelos idos do século 19, o antiqüíssimo parlamentar cametaense Gerson Peres contava já ter visto tanta coisa esquisita em política no Pará, que só faltava boi voar. Se ele viesse aqui, hoje, tempo de feira agropecuária e de (in)definição política, certamente encontraria zebus carrancudos, nelores mochos e guzerás de chifres enormes cruzando, com asas magníficas, o céu azul zebrado de julho. O fenômeno vem desde o acerto de candidaturas e fechamento de coligações, semana passada, com vista à sucessão municipal. Nessa espetacular revoada planetária, o deputado federal Asdrúbal Bentes vive um turbilhão astral que bem algum fará à sua saúde política. Descartado por Tião Miranda, a quem paparicou até à undécima hora em busca de apoio à sua candidatura (e logo do Tião, que o detesta desde 2004, quando o identificou como um dos responsáveis pela perda do mandato), Asdrúbal itinerou pela seara petista, sondou Maurino, acabou se integrando ao exército Brancaleone do guseiro Demétrius Ribeiro, da ex-deputada Elza Miranda, do ex-prefeito cassado Nagib Mutran Neto. A coligação PMDB/PSDB afronta qualquer lógica. Asdrúbal sabe que se ficar fora do páreo, do ostracismo nunca mais sairá. Ao apelar para o vale-tudo da sobrevivência política, aceita o mando de Demétrius e vai de seca à meca ao sabor da maresia. Até quinta-feira à noite já lhe tinham arranjado dois vices de chapa. De sexta para sábado, a indefinição voltou a suscitar-lhe desespero: já não tinha vice. Sondada, Elza Miranda ficou de ouvir a família, mas é quase certo que não trocaria a segurança de uma eleição tranqüila à Câmara pela angústia de uma candidatura que não decola

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