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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Passarela

Encontro Giorgie Guido com outras pessoas num restaurante, ao meio-dia da primeira segunda-feira do ano, e ele me apresenta seus acompanhantes. São, como ele, novos servidores municipais, e entre esses o secretário de Planejamento, oriundo do Estado do Tocantins. Foi encontro casual, mas não me esquivei de analisar as declarações do vice Amoury, naquela manhã, à Rádio Clube, sobre o projeto de descentralização da saúde com a instalação de pronto atendimento em Morada Nova e no posto do bairro Amapá. A proposta é racional, destaquei, mas ponderei que a readequação do posto Pedro Cavalcanti, à margem da Transamazônica, vai demandar outros investimentos. É que na borda oposta da rodovia, a partir da cabeceira da ponte do Itacaiúnas, estão instalados Fórum, Ministério Público, secretaria de Saúde, INSS, Justiça Federal, Incra e Hemopa, duas escolas estaduais e outros setores públicos, todos centros que atraem diariamente centenas de pessoas, entre os quais inativos, idosos, doentes e estudantes. A definição de um pronto-socorro no Cavalcanti vai acentuar o trânsito a pé no perímetro, aumentando o risco de acidentes de trânsito, inclusive fatais. Até 1996, quando trabalhei em assessoria para o então prefeito Haroldo Bezerra, fizemos estudos que demonstravam a necessidade da construção urgente de uma passarela, como forma de diminuir o crescente número de desastres com morte. E, à época, o leito da rodovia nem era duplicado como agora. Levantada a questão e seus custos, acionou-se o Estado para ajudar na resolução do problema, e este acabou por mandar para cá os restos enferrujados de uma passarela metálica, já inservível na capital, e que até hoje vira sucata na Folha 34. É que a estrutura metálica era muito menor do que o vão a ser ocupado entre as laterais da rodovia. Como nada foi feito, aumentou os casos fatais no perímetro, circunstância que a duplicação da pista não melhorou, ao contrário. A construção de uma passarela vai encarecer o projeto do pronto socorro, assim como a simples instalação de semáforos - solução que não parece adequada em face das características do trecho – pista de tráfego intenso e de alta velocidade no centro da cidade. De qualquer forma, uma ou outra medida será necessária para evitar acidentes que podem levar o transeunte aos hospitais públicos e privados ou ao cemitério. Fica aí o registro de uma antiga preocupação.

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