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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Uma parábola quase real

Naquele remoto 1º de janeiro de 2009, quando tomou posse, Maurino Magalhães recebeu um mensageiro desconhecido que lhe entregou pequenos envelopes brancos, numerados de 1 a 3, e o instruiu a abri-los, na mesma seqüência, quando se achasse em dificuldades. Três meses depois, quando estourou a cagada da limpeza pública e a imprensa andou fundo na questão, Maurino abril o 1º envelope: “Bota a culpa no Tião, teu antecessor”, dizia o conteúdo. Maurino não se fez de rogado. Sentou a pua no Cebolinha e jogou para ele tudo de ruim que supostamente encontrara na administração. Arrefecidos os ânimos, não se falou mais no assunto. Aí vieram as broncas dos oleiros, dos professores, dos estudantes, dos servidores, e o Ministério Público entrou em cena. Debaixo de TACs e tacas, Maurino abriu o 2º envelope: “Corte custos, enxugue a máquina”. Contrariado, ele demitiu quase a metade dos mil apaniguados que ele mesmo enfiara na prefeitura, fazendo estourar gente pelo ladrão, como se dizia antigamente, e conseguiu respirar aliviado. Agora, com taxistas e mototaxistas e táxis-lotação debaixo da cama; e mais um porrilhão de obras por concluir (e nas quais ele nem sequer mexeu); e mais TACs e tacas; e a história da merenda escolar que está indo pro lixo embora custe quase 80 milhões de reais por ano, e mais as denúncias de roubalheira na Secretaria de Saúde, Maurino abriu o terceiro envelope. E nele está escrito: “Prepare três envelopes”.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito boa a sua parábola quase real. Será q ele já preparou os tres envelopes?

Anônimo disse...

Qual será a cena do proximo capitulo? Do jeito que a coisa anda não duvido mais de nada.

Anônimo disse...

qual sera a mensagem dos tres proximos envelopes?dou uma sugestão cai fora!