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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pequeno olhar para lugar nenhum

No sertão de Carolina, no Maranhão, fotografei esta criança com seus olhos perdidos em uma distancia que talvez jamais chegará a ela, olhos lá no Planalto Central de onde saem bolsas isso e bolsas aquilo,criando uma legião de acomodados (excluam-se os idosos e deficientes) que poderia muito bem ser uma força produtiva, mantida inerte, por objetivos sobretudo políticos, atitude governamental que só mais tarde, daqui há muitos anos, fará sentir o seu nefasto resultado na produção do País. Gerar emprego, por o povo para trabalhar, honestamente e bem remunerado, isso é que deveria estar sendo feito, para crescer e desenvolver o Brasil. No mesmo sentido, incentiva-se a luta de classes com a instituição de cotas raciais. Facilita-se o acesso à Universidade, porém não se pode facilitar o acesso ao mercado de trabalho, pois este é alcançado em concursos e disputa classificatória que quase sempre não pode ser manipulada e dificilmente obtida por quem não lutou para entrar na faculdade.De que adianta fazer doação de grau universitário se o diploma apenas servirá para adornar a parede? Tudo é uma cortina de fumaça para tentar esconder a falência do ensino público patrocinada pelo Governo. Lembras de como o Paes de Carvalho era o grande celeiro da intelectualidade e lideranças políticas do Pará? Considero também meio estranho falar-se apenas em negritude em um País predominantemente de mulatos. Veja a reforma agrária, tão badalada e com a qual se gastou e gasta tanto dinheiro e até hoje nada de concreto apresentou, pois em uma região como a nossa, com mais de 480 assentamentos, até o quiabo e o maxixe que crescem como mato, vem de fora. Na década de 60, Carlos Lacerda disse: " Há uma reforma agrária ser feita neste País, mas ela não se fará apenas nos Cartórios, simplesmente transferindo a titularidade da terra, mas sim, revolucionando os métodos de produção agrícola." Tudo muito atual, não achas? A verdade é que continuamos, ao longo dos tempos, não importando quem seja o eventual inquilino do Palácio do Planalto, a jogar para a arquibancada.De que adianta propagar o crescimento do País se o parâmetro é apenas a comparação com os governos anteriores e ficamos na poeira quando comparados com as demais Nações? (Plínio Pinheiro Neto)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Dr. Ademir, simplesmente bem colocado o comentario do Dr. Plínio, seu comtemporâneo e uma das cabeças mais iluminadas da terra de Chico Coelho. Em 27.02.10, Marabá-PA.