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segunda-feira, 12 de abril de 2010

“Fazenda Rio Vermelho é improdutiva‏”, diz CPT

As autoridades de Brasília proíbem a Superintendência do Incra de Marabá de tornar público o resultado da vistoria da Fazenda Rio Vermelho, no Sul do Pará, de propriedade do Grupo dos Irmãos “Quagliato”, um dos maiores agropecuaristas do Brasil. Sabe-se que essa fazenda foi classificada como “improdutiva”. A imposição do silêncio ao Incra seria o fato de este ser um ano eleitoral “e as autoridades do alto escalão de Brasília fizeram um acordo com o “Grupo Quagliato”, para não divulgar o resultado da vistoria da Fazenda Rio Vermelho”. A denúncia é feita pela Coordenação Estadual do Movimento sem Terra (MST-PA), Comissão Pastoral da terra (CPT) e Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH), segundo as quais, a Fazenda Rio Vermelho é a jóia dentre as várias fazendas do “Grupo Quagliato” que, somadas, totalizam mais de 80 mil hectares com cerca de 250 mil reses nos Municípios de Xinguara e Sapucaia. Parte da Fazenda Rio Vermelho foi ocupada em 2006 pelo MST, que suspeitava ser o imóvel grilado e improdutivo. Despejados violentamente pela Tropa de Choque da Policia Militar de Belém, os acampados voltaram depois e permanecem nessa ocupação até hoje, onde se queixam de perseguição, ameaças, prisões, e de uma batalha jurídica feroz, sobrevivendo dos produtos de suas lavouras. “Depois de muita pressão e vencidos todos os obstáculos colocados pelo Incra, dizem as entidades, foi provado em 2008 que 2.084 hectares não pertencem ao “Grupo Quagliato”, pois são terras públicas. Desta feita, o MST pressionou o INCRA para vistoriar a Fazenda Rio Vermelho, que possui 35 mil ha, bem como os outros imóveis do grupo na região, no total de 80 mil ha, onde, conforme o relatório do Greenpeace de 2009, “Farra do Boi na Amazônia”, existe pratica de graves crimes ambientais.” Vistoriada finalmente em 2008, a Fazenda Rio Vermelho teria sido declarada improdutiva, porém “de maneira muito estranha, o Incra se recusa a divulgar o resultado da vistoria”. Diz a denúncia. O “Grupo Quagliato” tem de fato um grande poder econômico e político. Conforme a matéria especial divulgada pela Revista Exame de 13.01.05 o Grupo era, na época, o maior agropecuarista do Brasil e o chefe da família, Roque Quagliato, conhecido como “O Rei do Gado”. Além do enorme patrimônio no Sul do Pará, os irmãos “Quagliato” possuem também fazendas em outros Estados e uma importante usina de açúcar em Ourinhos (SP). “Atualmente, o grupo está superado apenas pela Agropecuária Santa Barbara Xinguara, do tristemente famoso banqueiro Daniel Dantas, o qual adquiriu, nesses últimos anos, nesta região, mais de 400 mil hectares, onde cria mais de 500.000 cabeças de gado, tendo se tornado o novo “Rei do Gado” do Brasil e o segundo maior pecuarista do mundo. Possui ainda empresa de mineração, o que lhe assegura também fortíssimo poder político. Vários desses imóveis foram bloqueados judicialmente, sob suspeita de serem terras griladas do Estado do Pará e a policia federal levanta a hipótese de essas fazendas sejam fruto de lavagem de dinheiro.” Roque Quagliato, ainda segundo a Revista Exame, também foi denunciado numerosas vezes por pratica de trabalho escravo. Atualmente o Governo brasileiro responde a uma Representação na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA por causa de denuncia e de processo criminal referente à pratica de trabalho escravo na Fazenda Brasil Verde, daquele grupo. Diante disso o MST, a CPT e entidades de direitos humanos reivindicam que o resultado da vistoria da Fazenda Rio Vermelho seja tornado público imediatamente e desapropriada para fins de reforma agrária, e os acampados urgentemente assentados na parte pública da propriedade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha eu já estive na Fazenda Rio Vermelho e posso dizer que é produtiva sim, ao contrário de inúmeras pequenas, médias e grandes propriedades espalhadas neste país. Parem de pegar no pé de quem produz e gera emprego, chega desta política ridícula de sem terra fazendo baderna, precisamos de alimentos para a humanidade e não de baderna !!!