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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Clima tenso na ocupação São Miguel

Contrariados com a decisão da justiça, que mandou reintegrar lotes desocupados situados na invasão São Miguel da Conquista, vários moradores tentaram resistir, na manhã de ontem, ao Mandado expedido pelo juiz César Dias de França Lins, da 1ª Vara Cível de Marabá.  O tumulto começou logo nas primeiras horas da manhã, quando um grupo de moradores impediu que o oficial de Justiça continuasse afixando as placas com os dizeres "Desocupado por decisão judicial".  Além disso, muitas placas que haviam sido afixadas foram retiradas e rasgadas.
Como o oficial estava acompanhado por apenas quatro policiais, ele se retirou do local, voltando mais tarde, acompanhado do próprio magistrado.  Aos poucos, os populares foram se acalmando.  O juiz deixou claro que não estava ali para mandar despejar ninguém.  Paciente, o magistrado disse que apenas os lotes invadidos, onde não havia pessoas morando, seriam reintegrados.
A medida, segundo o juiz, visa impedir a especulação imobiliária, que muitas pessoas apenas demarcam os lotes, para vender mais tarde.  Apesar do proprietário da área, Aurélio Anastácio de Oliveira, ter deixado claro que existe interesse em negociar os lotes com os ocupantes, os moradores do bairro temem ser retirados da área a força.
Apesar do prefeito da cidade, Maurino Magalhães, ter declarado a área como de interesse social, o juiz César Lins disse aos moradores que o decreto do executivo terá valor legal se a prefeitura depositar em juízo os valores correspondentes à desapropriação.  "Enquanto isso não ocorrer a lei tem que ser cumprida", falou o magistrado, lembrando que existe um processo de reintegração de posse tramitando na comarca de Marabá.
Ocupadoquatro anos, o bairro São Miguel da Conquista tem hoje cerca de oito mil habitantes, que residem em 1.800 lotes. (O Liberal)

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