Pages

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TSE anula eleição no Amapá

ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a Justiça Eleitoral do Amapá anule o resultado das eleições para deputado federal e senador no estado.  A ordem é que os nomes dos candidatos Janete Capiberibe (PSB) e de seu marido, João Capiberibe (PSB), sejam excluídos da lista de eleitos para a Câmara e o Senado, respectivamente, segundo o Correio Braziliense.
Com base na Lei da Ficha Limpa, ambos foram considerados inelegíveis pelo TSE por terem sido condenados por compra de votos nas eleições de 2002.  No entanto, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) ignorou as decisões do TSE, que havia negado o registro de candidatura do casal e pretendia proclamá-los eleitos.  O TRE-AP entendeu, ao declarar a eleição dos candidatos do PSB, que ambos não têm condenação com trânsito em julgado.  A ministra Cármen, todavia, lembrou que basta uma condenação por órgão colegiado para que o político fique inelegível.
João Capiberibe foi o segundo candidato ao Senado mais votado no Amapá, com mais de 130 mil votos.  Janete, por sua vez, ficou em primeiro lugar na disputa pela Câmara, com 28 mil votos.  De acordo com a ministra Cármen Lúcia, porém, como os dois estão inelegíveis, os votos recebidos por eles se tornaram nulos e, assim, “não seria legítimo nem razoávelque ambos fossem declarados eleitos.
Embora o ex-governador e ex-senador João Capiberibe e a deputada federal Janete Capiberibe estejam impedidos de assumir os cargos, a família continuará no poder, que Camilo Capiberibe (PSB), filho do casal, foi eleito governador do Amapá.  Ele derrotou Lucas Barreto (PTB) no segundo turno do pleito.

Um comentário:

Irene disse...

Olá, a respeito desse assunto, observo que o PSB lançou um moção de apoio assinada pelos 5 governadores do partido, ontem, em Brasilia:

MOÇÃO DE APOIO AO SENADOR ELEITO JOÃO CAPIBERIBE E À DEPUTADA JANETE CAPIBERIBE
Brasília, 07 de dezembro de 2010.
Após as eleições de 2002, o senador João Alberto Capiberibe e a deputada federal Janete Capiberibe tiveram seus mandatos cassados com base em um processo, movido pelo PMDB, que os acusava de comprarem dois votos, pelo valor de 26 reais, pagos em duas prestações.
Na época, o Ministério Público do Amapá recusou-se a oferecer denúncia pelo mesmo fato, considerando que não havia provas suficientes para a acusação. Inocentados pelo TRE do Amapá, João e Janete Capiberibe foram, no entanto, condenados pelo Tribunal Superior Eleitoral. João Alberto Capiberibe perdeu o mandato de senador em 2005 e Janete Capiberibe perdeu o mandato de deputada federal em janeiro de 2006.
Nesse mesmo ano de 2006, Janete Capiberibe, tal como em 2002, elegeu-se a deputada federal mais votada do Estado do Amapá, dessa vez com uma votação histórica, a maior, proporcionalmente, conquistada por uma mulher em todo o país.
No mês de novembro deste ano o jornal Folha de São Paulo produziu uma série de reportagens revelando os depoimentos de um ex-cinegrafista dos meios de comunicação ligados ao senador Gilvam Borges (PMDB-AP), Roberval Coimbra Araújo. Nesses dois depoimentos, realizados em julho de 2010 e um deles tendo sido registrado em cartório, Araújo revelou, ao Ministério Público do Amapá, ter sido demandado, por Gilvam Borges, para contratar as testemunhas que depuseram contra o casal Capiberibe. Com isso, comprovou-se a armação política e os interesses escusos por trás do processo de cassação do casal Capiberibe.
Mesmo enfrentando uma forte campanha de adversários, uma campanha pautada pela falsa informação de que os votos outorgados a eles não seriam válidos, João e Janete Capiberibe se candidataram novamente em 2010 e foram eleitos para o Senado e para a Câmara Federal.
Não obstante, ainda com base na condenação de 2002, João e Janete Capiberibe encontram-se, mais uma vez, e por conta das imprecisões na Lei da Ficha Limpa, com os mandatos ameaçados.
Diante do exposto, nós, mandatários do Partido Socialista Brasileiro, vimos, através desta moção, manifestar nosso irrestrito apoio para que a democracia prevaleça e para que João e Janete Capiberibe possam exercer os mandatos, respeitando a escolha do povo do Amapá. Manifestamos também nossa irrestrita confiança na justiça para que os recursos por eles impetrados no TSE e no STF sejam deferidos.
Consideramos injusto pagar duas vezes por um “crime” eleitoral que não cometeram. Declarar João e Janete Capiberibe eleitos é simplesmente acatar a vontade soberana dos cidadãos amapaenses, que, em duas eleições livres e democráticas os elegeram para representá-los no Congresso.
Embora a Lei da Ficha Limpa represente uma importante conquista da sociedade civil, vetando a participação em eleições daqueles que, comprovadamente, transigiram eticamente no exercício de cargo público ou mandato eletivo, é necessário atentar, em sua aplicação, para as peculiaridades de cada caso, de modo a evitar eventuais injustiças e o uso desse instrumento legal por aqueles que adotam práticas mesquinhas e antidemocráticas.
João e Janete Capiberibe são símbolos da luta contra a ditadura no Brasil e reservas morais da política Brasileira. João é autor do projeto que deu origem à Lei da Transparência, importante instrumento de combate à corrupção na administração pública. Ambos sempre cumpriram com ética e correção os seus mandatos e sempre prestaram contas, para a sociedade, de suas ações.
Esperamos que a justiça prevaleça, por um Brasil mais digno e em nome de uma política mais ética.