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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

No Pará da bandidagem, o bandido tem sempre razão.

N'A Perereca da Vizinha, com meu endosso total. Aliás, quando li o texto achei que tem muito a ver com Marabá.

A solidariedade que corre a internet em defesa do jornalista Lúcio Flávio Pinto  bem demonstra o quanto estamos fartos de injustiças.
Nós, os paraenses, já não suportamos mais viver numa espécie de ilha perdida no tempo, eternamente confinados em uma prisão medieval.
Enquanto o Brasil e o mundo avançam decididamente para a Democracia, aqui o que tentam nos impor é o silêncio.
É o abuso do poder do Estado contra os cidadãos que lutam contra a escancarada pilhagem dos cofres públicos, por uma nuvem de gafanhotos verdadeiramente insaciável.
Todos os dias assistimos à morte de dezenas, centenas de cidadãos, pela fome, pela violência.
E o que querem os detentores do poder é que continuemos impassíveis, enquanto nos roubam não apenas o dinheiro, mas, sobretudo, a Esperança.
Todo arbítrio, toda agressão, toda ameaça, toda ilegalidade é possível neste estado do Pará, de quem a Nação se esqueceu.
Estamos entregues a bandidos, sitiados por hordas de malfeitores que se encastelaram em todos os Poderes.
Por isso, nem é de admirar a condenação do jornalista Lúcio Flávio Pinto a indenizar os herdeiros de um megagrileiro: numa terra onde quem manda é a bandidagem, o bandido tem sempre razão.
Tem razão o grileiro, que rouba a terra pública e manda torturar e matar velhos, mulheres e crianças.
Tem razão o bandido togado, que negocia as suas sentenças por qualquer trocado.
Tem razão o bandido com mandato, que cobra seu michêzinho para votar desta ou daquela maneira, ou até para ficar calado.
Tem razão o bandido da Corte de Contas, que nunca sabe de nada, porque precisa garantir o emprego da parentada.

Tem razão o bandido que ocupa a direção de uma secretaria e frauda licitações e mais licitações, para receber a sagrada bufunfa de cada mês.
Todos, todos eles terão sempre razão numa terra onde ser bandido é ser “bacana”; é receber homenagens; é ter a polícia, a Justiça, o Governo, o Estado todo a seu favor.
Daí que em terra assim os “mal afamados” sejamos nós, os jornalistas, contra os quais se cometem todos os tipos de ilegalidades: agressão, censura, ameaça de prisão, decisões judiciais que buscam condenar, mesmo que inexista possibilidade legal de condenação.
Aqui, a bandidagem prende, amordaça e arrebenta, para que possa continuar a roubar em paz.
E a questão é: até quando assistiremos a nossa gente a viver em condições subumanas, e a morrer à bala e à fome?
Até quando permitiremos que nos digam o que podemos ou não saber?
Até quando nos curvaremos diante desses bandidos patológicos que insistem em nos dominar?
Até quando, caro leitor? Até quando?

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu DEMIR! E reitero o que vira e mexe digo aqui: ¨O maior parceiro e incentivador dos piores bandidos desse país e em especial do estado de vergônha, ops do Pará é o poder judiciordinário¨. Eu não acredito na justiça, e sou formador de opinião. Viu o Malino? Eu já sabia! O nosso dinheiro é pra isso.
Um grande abraço.

CEBINHO