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sábado, 10 de novembro de 2012

A Vale e os destinos do Cobre Salobo



Mais uma vez querem (e vão?) fatiar o bolo, que não sobra para Marabá 

A Vale comemorou, via comunicado público no início desta semana, a obtenção de licença junto ao Ibama para a exploração do projeto cobre Salobo em Marabá, com capacidade nominal de 100 mil toneladas anuais de cobre em concentrado. 
Disse também que já investe na expansão de Salobo, que entrará em operação no primeiro semestre de 2014, com investimentos de 1,707 bilhão de dólares, e elevará a capacidade do projeto para 200 mil toneladas anuais de cobre em concentrado. Os custos finais chegarão a 2,507 bilhões de dólares.
"As reservas de Salobo englobam 1,112 bilhão de toneladas provadas e prováveis", disse a Vale no comunicado.
“O Salobo contribui diretamente para o desenvolvimento socioeconômico de Marabá (PA) e Parauapebas (PA), municípios que estão na área de influência do empreendimento, ao promover a instalação de empresas prestadoras de serviços nessas cidades, ampliando a oferta de trabalho e renda na região”, diz a nota.
O que a Vale não declara é que a mina do Igarapé Salobo, em Marabá, teve desde a década de 1990 um potencial definido de 200 mil toneladas/ano de cobre metálico, 200 mil toneladas/ano de ácido sulfúrico e, como subprodutos, oito toneladas anuais de ouro e 20 toneladas de prata, além de molibdênio e nióbio – metal estratégico e raro. Estimava-se a reserva de ouro em 530 toneladas. Nem que o concentrado vai ser remetido de trem e navios para outro lugar (provavelmente Bahia), onde outro, prata, molibdênio serão separados, gerando novos lucros, e emprego e renda fora do Pará. Nem disse, também, que aqui na colônia ficarão os resíduos tóxicos, o depósito de 200 mil toneladas/ano de ácido sulfúrico (H2SO4, capaz de contaminar cursos de águas, tornando-os impróprios para uso em qualquer finalidade; altas concentrações no ar põem em risco a vida humana e animal), e de flúor (elemento químico tóxico, mortal se inalado mesmo em concentrações tão baixas como 1 ppm).
Enquanto isso, as corrutelas encravadas entre a margem esquerda do Itacaiúnas (limite natural com Parauapebas) e o Salobo já se movem em busca de “emancipação”. Com cerca de 80 km, toda a área pertence ao município de Marabá, mas há anos os moradores das corrutelas a chamam de “Contestado”, porque, segundo alegam, existiria uma dúvida se integram Parauapebas ou Marabá.
Pura conversa fiada para justificar uma provável participação nos royalties da atividade e criar mais um município sem condições de auto-sustentabilidade. O problema é que os prefeitos incompetentes que se revezaram à frente da prefeitura marabaense jamais se interessaram por levar os serviços públicos até lá.

Um comentário:

Anônimo disse...

A mais pura verdade aqui foi dita!
Não é preciso mais d que a reportagem.