Ricardo Mac Donald, advogado, secretário municipal de
governo de Curitiba, colunista no Blog do Esmael Moraes,
Ao examinarmos a despesa dos órgãos e o total da receita
líquida do ano passado, o custo dessa manutenção foi de 17,58% para os outros
Poderes, enquanto que, com a saúde, por exemplo, o Executivo estadual gastou
13,73%.
Não existe comparação possível entre os vencimentos do
Executivo e os salários e benesses dos demais Poderes, com o agravante de que
todos querem nivelamento salarial pelo teto.
Se um benefício é concedido ao Judiciário, imediatamente os
membros do Ministério Público e Tribunal de Contas pedem a sua extensão,
alegando isonomia; sempre sob o argumento de que é legal, está na Lei, mas
ninguém informa quão forte foi o movimento corporativo para que isso se
realizasse.
E, à medida que essas superestruturas avançam no orçamento
comum dos impostos de todos os paranaenses, resta cada vez menos dinheiro para
o Estado fazer investimentos.
Parágrafo investimentos
Notem que só o Executivo tem a preocupação de arrecadar e
fazer frente às necessidades da população. Aos demais Poderes, resta a
impressão de que cabe a eles apenas requisitar verbas, que se avultam em
percentuais e quantidades, a cada ano.
Não é à toa que, seguidas vezes, a imprensa apresenta
quadros comparativos com outras nações desenvolvidas, e os superfuncionários do
Brasil aparecem como os mais bem pagos do mundo.
Gastamos com o judiciário, por habitante, mais do que o
dobro da média dos países europeus. Em relação ao PIB, nenhum país europeu se
aproxima. Os juízes e promotores em início de carreira ganham mais do que o
dobro da média europeia.
Destacamos os salários anuais, em euros, de cinco países
europeus: França, Alemanha, Portugal, Espanha e Suécia:
Mas então deveriam estar todos satisfeitos?
Parece que não, pois a pressão sobre o orçamento é constante
para aumento de verba; pedidos para auxílios variados, como alimentação,
moradia, etc; superação do teto constitucional que limita o vencimento,
adicionais diversos, incorporação de planos, além de diferenciais como férias
de 60 dias mais recesso de 15 dias no fim ano, aposentadoria integral –
regalias que colocam os membros dessa superestrutura em uma classe diferenciada
e um tanto descolada da realidade brasileira.
Mas como está a qualidade dos serviços prestados à população
que paga a conta?
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