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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A guerra das pesquisas

A Vox Opinião Pesquisa e Projetos Ltda. – Vox Populi – é uma empresa de verificação de mercado e de opinião pública com sede em Belo Horizonte (MG). Para realizar em Marabá uma consulta eleitoral relativa às eleições municipais, contratada pela Rede Brasil Amazônia de Televisão (RBA), ouvindo 600 pessoas entre os dias 24 e 25 de agosto recente, a empresa recebeu R$ 26.466,66. Praticamente no mesmo período, e realizando o mesmo serviço num universo de 597 eleitores, a VCHA Veritate (de Belém) cobrou da Empresa de Comunicação Carajás (SBT) R$ 3.500,00. A diferença de custos é espantosa e o resultado pífio. Se fora apenas para consumo interno ou se vetada sua divulgação pela Justiça Eleitoral, a opinião pública não tomou ciência do resultado de nenhuma delas. As três publicadas em seguida - pelo Correio do Tocantins, Diário do Pará e Opinião, essa na quinta-feira, anteontem – o foram em tão pouco tempo e com resultados tão espantosos e contraditórios que parecem feitas apenas para destacar o candidato apoiado pelo contratante da pesquisa, à véspera da eleição. As pesquisas eleitorais não são infalíveis, mesmo as realizadas por institutos com credibilidade reconhecida (o Ibge já teve de retratar-se nacionalmente por falha de avaliação eleitoral). Uma pesquisa é apenas o retrato de um momento da campanha, diz o cientista político Fernando Abrucio, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). E, para interpretar bem todos os índices, o eleitor deve saber como os institutos fazem as pesquisas e o que querem dizer todos os números. O eleitor pode se perguntar se apenas mil entrevistas numa grande cidade, por exemplo, são suficientes para refletir o quadro político local. Segundo os institutos, o mais importante é a qualidade da amostra, e não o seu tamanho. Ou seja, o quanto aquele grupo se parece com o total da população pesquisada. A margem de erro significa que a pesquisa não é confiável? Como os institutos não entrevistam toda a população, o erro amostral existe em toda pesquisa. A margem de erro é calculada com base no tamanho da amostra e nos resultados obtidos. Quanto mais diversificada for a população, maior é o erro. Se a pesquisa ainda é a maneira mais objetiva de saber os impactos da campanha na cabeça do eleitor, como sugerem os cientistas políticos, há ainda o fato de que além dos erros amostrais, que podem ser calculados, também existem erros como dados desatualizados, entrevistadores mal treinados, questionários mal elaborados ou fatos inesperados na campanha eleitoral. Um erro no cálculo dos índices também pode levar a interpretações diferentes. Vale a pena refletir sobre isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Ademir, que bom saber que você tem um blog. Gosto de sua coluna no Correio do Tocantins, aliás, considero essa coluna como a "consciência" que não deixa o erro passar sem a devida repreensão, principalmente é um despertamento para aquele marabaense que acha que tudo está bem ou que se omite. Parabéns!

Ademir Braz disse...

Oi, Adalgiza, como vai e por onde anda Vossa Senhoria?
Agradeço a visita ao Quaradouro, afinal, este blog, como o nome diz, tem a intenção de amolecer, com sabão potassa, macela e melão são caetano, as sujeiras que infernizam e envernizam nossa adorável cidade.
Apareça!