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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mais de 12 mil focos de incêndio

O local onde a situação é mais grave é a Reserva Indígena Xikrin do Cateté, no Pará, e não se sabe ainda a extensão da área afetada; no Tocantins, o fogo atinge áreas urbanas

Pouco mais de 12 mil focos de incêndio foram registrados nesta segunda-feira (16) em todo o País, segundo relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os focos estão espalhados por 18 Estados e pelo Distrito Federal. A maioria (5.046) concentra-se no Pará.
Segundo o coordenador de Operações do Corpo de Bombeiros do Pará, coronel Mario Wanzeler, as queimadas estão sob controle e monitoramento em todo o Estado. O local onde a situação é mais grave é a Reserva Indígena Xikrin do Cateté, região que é sobrevoada pelos bombeiros desde sábado. “É uma área de difícil acesso. Para se ter uma ideia, da sede da Funai  para são quatro dias de caminhada. Por isso soubemos do incêndio no dia 9 e ainda não sabemos a extensão da área atingida”, disse o coronel Wanzeler.
Ainda de acordo com ele, os demais focos de incêndio se concentram no sul do Pará em áreas de fazendas ou assentamentos e próximas a rodovias. “A pavimentação emana muito calor e a vegetação é sensível. Isso, somado à ação humana, cria os incêndios”, explicou. Segundo ele, até uma lata de plástico ou alumínio jogada por um motorista pode esquentar e dar início a um incêndio.
No Tocantins, onde foram registrados 1.750 focos, a situação preocupa os bombeiros pois o fogo chegou às áreas urbanas e novos registros têm surgido todos os dias. Nas proximidades de Palmas, os bombeiros trabalham há uma semana na Serra do Carmo. Hoje um grupo foi enviado ao distrito de Taquaraçu, a 20 km da capital, para combater o fogo.
Segundo o major Geraldo Primo, o trabalho na serra é complicado porque as condições são propícias para o fogo e surgem novos focos todos os dias. “Na parte alta, o capim tem mais de um metro de altura e com muito vento as labaredas podem chegar a quatro metros. Mesmo na parte baixa, o acesso é dificultado pela vegetação fechada. Em 12 horas por dia de trabalho, gastamos 6 horas com a locomoção da equipe”, contou.
Apesar de atingir áreas urbanas da capital tocantinense, o fogo não fez nenhuma vítima na cidade. Uma chácara foi incendiada, mas não havia ninguém na propriedade. O major recomenda que nesta época de estiagem haja sempre alguém em casa para avisar os bombeiros no caso de o fogo se aproximar. Ele também faz um apelo à população: “É preciso denunciar quem está colocando fogo em entulhos e pastagens. Se a sociedade não ajudar, podemos colocar mil homens no combate que o fogo não vai ser contido”, afirmou. (Agência Brasil)

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