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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

... “os despojos de um Brasil”...


Profº. Msc. Wladirson Cardoso*
Para ser bastante clichê, a "linha" que divide a pobreza da riqueza no Brasil tem se acentuado cada vez mais e os programas sociais dos governos nada mais são que medidas paliativas no combate a todas às nossas mazelas que, por sua vez, caracterizam esta Terra de Santa Cruz, desde as naus portuguesas até à República, passando, obviamente, pela "Casa Grande e, também, pelas Senzalas" que se multiplicam ainda hoje  -  não apenas em termos objetivos, materiais; mas, principalmente, em termos ideológicos, mentais, gerando, pois, um abismo que o Censo 2010 tentará (muito canalhamente) obnubilar através de questionários e amostragens que não expressam fidedignamente a realidade da maioria absoluta da população.
 Ainda na mesma retórica, podemos dizer que a falta de compromisso político - quer de nossos representantes parlamentares, quer de nós mesmos - contribui não para o aumento do "pacto da mediocridade" no sistema de ensino (das séries iniciais ao Doutorado), mas também para a manutenção das taxas de desemprego (coisa que "bicos" e trabalhos temporários não resolvem!), bem como para o aumento da criminalidade, da violência e da barbárie - manifestas na ausência de programas efetivamente consistentes, onde as "minorias", cuja soma resulta na maioria (será que deu para entender?!...), não tem seus interesses contemplados e, também, onde estas mesmas "minorias", digo, crianças, mulheres, idos@s, negr@s, homossexuais, enfim, pagam com a própria vida os despojos de um Brasil marcado pelo desconhecimento dos princípios básicos resguardados nas cartas e documentos que consagram os Direitos Humanos como direitos inalienáveis.
A ironia e o pessimismo são características que a Filosofia Contemporânea, principalmente a de caráter ensaístico, adquiriu dos "grandes mestres" do pensamento moderno. Entretanto, como elevar o espírito do senso comum à crítica, se no Brasil não conseguimos nem pensar, ou melhor, não conseguimos nem planejar que país queremos?... Em tempos de Copa do Mundo e de ENEN; em tempos de Eleição e "Criança Esperança", deveríamos ficar atentos às razões sínicas de propagandas que divulgam a mentira... Eleger tucanos é algo impensável (PSDB nunca! Jamais!). Todavia, não penso que nossa esquerda tenha um plano de governo defensável...
momentos em que a dúvida nos permite seguir em frente e outros, porém, nos quais ela paralisa. Nenhum pensador descreveu este impasse da "vida pública" - nem Habermas, nem Rawls! Aguardo perplexo ao início da Propaganda Política (17/08/2010), na espera de ser mais uma vez recenseado por um agente do IBGE, questionando-me com toda esta Legião Urbana: "que país é este?"...
 * Bachare/Licenciado em Filosofia (IFCH/UFPA), 
Mestre em Direitos Humanos (PPGD/UFPA)
Doutorando de Antropologia (PPGA/UFPA)

Um comentário:

Francisco Arnilson de Assis disse...

Desculpe por não encontrar uma forma mais direta para postar a minha indignação. Veja abaixo e sugiro que vossa iluminada mente possa se aprofundar na causa e tomar alguma medida, inclusive, postar neste blog maravilhoso.

Destaque Empresarial e a Responsabilidade Social
No município de Marabá afagar o ego de empresários e políticos é uma arte e um bom negócio. Pelo menos é o que penso quando vejo a divulgação de destaques empresariais de um determinado instituto de pesquisa. Os empresários e políticos locais abraçam muito fortemente estes órgãos por lhes darem uma visibilidade, fruto de “pesquisa no comércio local”.
Olhando as páginas de um noticioso local, vejo a chegada de um dirigente de um órgão de pesquisa que, realizará a 11ª Festa de Condecoração. Porém, o que não se sabe é a origem deste, de que forma é feita esta pesquisa ou se é mesmo realizada. O que acontece, é que rende uma fortuna aos seus realizadores. Isto sem contar que a entidade não apresenta o seu site, sua metodologia, nada.
A Cidade de Marabá não precisa destes oportunistas que não possuem uma instalação local e nem contribuem para o crescimento empresarial, político e social.
O que precisa para ser reconhecido para receber uma condecoração? Basta aceita o pagamento da referida comenda que lhe dará direito ao baile, jantar e publicidade.
O que vejo é que não há nenhum fundamento a tal pesquisa. Muito menos são reconhecidas as melhores empresas. Tudo é em função de uma imagem de sucesso e a contrapartida financeira ao instituto.
A sociedade precisa abrir os olhos e fugir destas artimanhas. Não estou dizendo que se trata de um golpe, pode ser que não seja. Como a entidade não está estabelecida em Marabá e nem se sabe onde, como não encontramos o site e etc, fiquemos precavidos com estes recohecimentos fáceis.
Por outro lado, quais os critérios para receber esta comenda? Você sabe? Tempo de funcionamento, limpeza e higiene, produtos fiscalizados, responsabilidade social, investimento na cidade e nos seus funcionários.
Lamento mais não me convence a tal pesquisa e a credibilidade da entidade.
Pesquisei o nome e a sigla para ver se encontrava o site da “danada”. Não encontrei nada. Mas, fiquei sabendo que a mesma aplica a mesma estratégia no Brasil todo e ninguém fica incomodado. Eu estou preocupado porque, como empresário sou fiscalizado, obrigado a pagar os impostos e não vejo o mesmo com este instituto.
Estou deixando de ser otário e não entro nesta. Abram o olho, valorizem o seu dinheiro.

Atenciosamente

Francisco Arnilson de Assis
arnilson@uol.com.br