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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cidade de mazelas e bumerangues

Péssimos prefeitos levam Marabá ao brejo


Era prefeito o falecido dr. Geraldo Veloso quando ele e o então vereador Silvino Santis, igualmente médico e ambos em primeiro mandato a partir de 1997, atentaram para a necessidade urgente de se compatibilizar políticas públicas de saúde com os municípios do entorno de Marabá. Muitas foram as reuniões com os demais gestores para definição de demanda e disponibilidade de equipamentos e recursos humanos dessa área na microrregião.
Igualmente várias foram as viagens a municípios mineiros e outros, onde a comissão de estudos detectava a existência e eficiência dos contratos administrativos de saúde, até que uma proposta foi elaborada e celebrada, aqui, sob o nome de Consórcio Intermunicipal de Saúde do Araguaia-Tocantins.  O Cisat incluiu de Bom Jesus do Tocantins a Palestina do Pará, na fronteira com o Estado do Tocantins.
Provido de melhor infra-estrutura hospitalar, Marabá centralizou o atendimento aos pacientes originários dos municípios consorciados. Cada prefeitura, em compensação, descontava 2% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em favor de Marabá, que também ganhava do Ministério da Saúde por essa prestação de serviço.
E se a sua administração de Veloso foi muito questionada por supostas e múltiplas irregularidades em vários setores, tanto que ainda hoje seu espólio é cobrado pelo TCE, o Cisat consolidou-se e está.
Porém, e em Marabásempre um maldito porém, Veloso adoeceu irremediavelmente, morreu, e foi substituído por Tião Miranda – aquele para quem o pobre é um estorvo. Achando um desperdício gastar dinheiro com tratamento de pacientes que considerava de outros municípios, Tião Miranda retirou Marabá do Cisat. Achava, segundo seus próprios camaradas, que o serviço médico deveria ser exclusivo dos “marabaenses” e que saindo do consórcio os antigos parceiros procurariam outras alternativas. Mas esqueceu de providenciar o fechamento das estradas que continuaram a trazer ambulâncias carregadas de doentes, aos quais ele não tinha como sonegar a consulta e a internação, agora sem a verba da quota-parte dos municípios beneficiários do Cisat. Inclusive, Tião levou anos recusando-se a investir um único centavo no Hospital Materno Infantil pela mesma razão. Não fosse a pressão do governo federal e aquele prédio da extinta Fundação Sesp teria virado casa mal assombrada...
A saúde pública, em Marabá, é apenas um detalhe nos sucessivos desgovernos que lançam o município na vanguarda do atraso.
Desde meados de 1970, o tema da gestão do setor público em Marabá impressiona mais por seus elementos negativos (frutos da forma primária, simplista e voluntarista com que agentes governamentais, burocráticos, políticos e sociais enxergam o campo da gestão como um todo e o campo da gestão pública, em particular, como diriam os analistas) do que pelos avanços na sua melhoria e democratização. Há exceções, mas são tão raras que pouco ou nada representam no contexto.
Esta circunstância tem um preço alto - são os atrasos em projetos públicos para os quaisrecursos, mas não há gestores competentes; são os maus ou insuficientes serviços ainda prestados aos cidadãos e cidadãs; é o  repetido desperdício de recursos  pelaou precária qualidade do gasto público. 
quem entenda agravar-se este quadro com a falta de consciência social e política de um eleitorado cada vez maior, em razão da migração de regiões pobres e pouco esclarecidas, e sem nenhum comprometimento com a realidade vigente.
Seria por isso que no pleito de 2008 o eleitorado (sem alternativa diante das candidaturas impostas por partidos e coligações sem referendo popular) optou pela que lhe pareceu a mais próxima do andar de baixo, e elegeu e colocou um alpinista social dentro da loja de cristais e porcelana chamada prefeitura de Marabá.
Nessa troca de um brucutu por um predador antediluviano, o resultado não poderia ser outro: Maurino - por absoluto despreparo para o cargo -, manteve o secretariado anterior, o mesmo que o despreza desde sua passagem de seis meses pela prefeitura, quando Tião Miranda foi apanhado e abatido em pleno vôo pela Justiça.
E se não por afinidade de pensamento com Tião, ao menos por burrice pura e simples Maurino jamais refiliou o município ao consórcio de saúde.  Assim, Marabá vem carregando sozinho a atenção médica regional, porque os gestores vizinhos investem, no máximo, na compra de ambulância.
Em queixa recente à imprensa, a diretora do HMM, Solange Freire, dá a dimensão atual da tragédia. Segundo ela, para atender a demanda dos pacientes de outros municípios “deveríamos ter pelo menos uns três hospitais do porte deste aqui”. Ou seja, os doentes de fora continuam atrapalhando o maravilhoso desempenho do hospital municipal, porque as condições de salubridade e qualidade de vida do marabaense não gerariam preocupação nem demanda por atendimento médico...
Tião saiu, mas deixou seu DNA ideológico.
Agora, a menos de dois anos das formidáveis trapalhadas do cidadão ainda prefeito, o eleitorado esperto suspira pelos cantos, acreditem!, com saudade do predador que o antecedeu. É a talmemória curta do povo”, como escreveu o jornalista Chagas Filho, editor do Diário de Carajás. Memória sadomasoquista, digo eu, típica algolagnia passiva – a perversão caracterizada pela obtenção de prazer ao infligir dor a outrem ou a si mesmo.
Masque ninguém se esqueça que quando o prefeito Maurino Magalhães foi eleito o povo queria mudança e se queria é porque aquela situação não agradava à maioria dos moradores desta cidade”, alerta Chaguinha. Contudo, “as coisas não mudaram e nem poderiam, pois Maurino manteve grande parte do secretariado de Tião Miranda, assim como dispensa aos servidores o mesmo tipo de tratamento de seu antecessor: descontando salários de grevistas e exonerando os contratados que não rezam em sua cartilha. A única diferença é que Maurino tem deixado os fornecedores na mão, com dívidas atrasadas a rodo”, conclui.
A expectativa de desempenho econômico e social do que a Veja chamou de “tigre da Amazônia” não se coaduna com a mixórdia política e administrativa atual.
Maurino Magalhães andatempos (tempos demais!) com o pescoço poitado numa guilhotina que interessa à governabilidade e ao momento de transição econômica do município. Apanhado e denunciado em crime de caixa-2, ele dolorosamente estrebucha diante do seu pior pesadelo: ter o mandato cassado no Judiciário. Caso isso aconteça, ninguém se iluda: certas coisas ruins, quando arremessadas para longe, acabam, como um bumerangue, retornando pela porta dos fundos. Por exemplo: o Tião foi afastado duas vezes da prefeitura, mas...



 

     

9 comentários:

Adir Castro disse...

Tudo isso é falta de sensibilidade. Sem isso jamais há de existir um bom administrador.

Anônimo disse...

É meu caro editor! e esse cancer maldito é antigo, e ter um prefeito médico não traduz imunidade nesse sentido. Não esqueçamos que quando o Magibinho foi prefeito, o então ministro e seu correligionário Alih Barbalho, carreou milhões para que fosse construido onde hoje é a secretaria de saúde, um grande hospital. E todo esse erário foi sinicamente desviado. A maior característica do governo Malino é agregar vírus, bactérias e micróbios de várias gerações e da mais alta periculosidade para a saúde financeira, social e moral de Marabá, como é o caso de sua base de apoio na câmara e seu secretariado. Lamentavelmente, a muito tempo e por muito mais anos, nós continuaremos trocando 6 por meia dúzia ou muito menos. ''Aí vem o TIÃO denovo gente!'' . Meus pêzames Marabá. (JAC)

Adir Castro disse...

A "coisa" realmente não tá fácil em Marabá. A prova é vê algumas pessoas começando a dizer que Tião voltará, aliás, clamando.

Considerando que Tião apregoa ter 40 mil votos em Marabá... faz muito sentido a frase que diz: "cada povo tem o governo que merece."

O "povo" está com saudades do estalo do chicote.

É sina. Quando não é o chicote de um, é de outro. Mas sempre no chicote.

A história não deixa mentir.

Anônimo disse...

meu caro, não gostei, não gostei mesmo (espero que você poste), o que vc mostrou aí foi o boi indo pro brejo e não vaca! Isso prá mim é um holandês perdido nesse brejo! Isso é sacangem quem tem que ir pro brejo é a vaca!

Ulisses Silva Maia disse...

Meu caro Ademir, a Veja cometeu um gravíssimo na reportagem sobre Marabá.

Enquanto Marabá foi tida como um "tigre", Veja esqueceu de dizer que no comando da administração só temos tido "burros".

Que pena.

Ademir Braz disse...

E quem disse, ó chato das 14:41, que era vaca? Onde escrevi?
É Marabá só é vaca pra quem anda mamando nas tetas municipais, ora...

Ademir Braz disse...

Mas Ulisses, assim vira zoológico rsrsrsrsrsrsrs

Anônimo disse...

Ademir,
Quem tem vontade de mudar alguma coisa na administração pública é logo colocado de lado, pois se torna uma ameaça a robalheira de verdade.
Colocam inocentes como bode espiatório e saem como salvadores da pátria.
Pobre Marabá!!

Mas como o significado do poema de Gonçalves Dias...Marabá é algo a ser rejeitado, mesmo com toda a beleza que tem...

Os que se dizem "filhos da terra" não tem nada a mostrar de benfeitoria a cidade...Bando de sanguessugas...


A saúde tem jeito, basta fazer o que tem de ser feito...e nào transformar num cabide de emprego...

Investimento do governo federal tem...basta correr atrás. O problema é que qualquer projeto precisa de contra-partida...e a prefeitura está na roça!! Daí nào tem milagre!!

Saúde só melhora com investimento...não dá pra cortar gastos com funcionários, se o número já é defasado...

Anônimo disse...

meu conceito sobre os gestores que passaram e o que esta podemos compara com uma doenca mais que passa o gestor passado uma dor de barriga que demorou a passar ja o gestor atual um caganeira que nao da tempo nem de chegar ao banheiro rsrsrsrsr
deculpes as comparacoes mais foi a mais leve