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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Justiça nos trilhos em Marabá

A organização Justiça nos Trilhos esteve em Marabá nos dias 24 e 25, na Universidade Federal do Pará –UFPA, para participar do encontro dos atingidos pela mineração da região sul e sudeste Paraense promovido pelo Movimento Debate e Ação em parceria do Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST e Comissão Pastoral da Terra- CPT.
Na oportunidade, o advogado Danilo Chamma e o padre Dário, representantes da entidade, que lutam contra os danos causados ao meio ambiente e à população pelo modelo de desenvolvimento considerado injusto ao longo da ferrovia da Vale, no corredor Carajás, afirmaram que as pessoas necessitam entender seus direitos para exigi-los perante as imposições da mineradora.
Padre Dário Alertou, “o trem da vale atravessa cidades do Pará e Maranhão carregando 50 milhões de reais diariamente, que nada contribuem para as populações dessas localidades”.
O advogado Danilo Chamma denunciou “a Vale é responsável por uma série de atropelamentos nas ferrovias, em 2007 morreram vinte e quatro pessoas, em 2008, mais nove mortes foram registradas, além de 2860 acidentes ao longo da ferrovia nesses últimos anos”.
A Vale também é acusada pela entidade, de não pagar multas aplicadas pelo IBAMA, além de consumir anualmente 1,2 bilhões de metros cubos de água por ano, correspondente ao consumo médio de 18 milhões de pessoas.
No término das atividades do dia 24, ainda foi apresentada a peça teatral “Que Trem é Esse”, do grupo JUPAZ de Açailândia-MA, enfocando as principais dificuldades enfrentadas pelas cidades que são cortadas pelos trilhos da Vale, ao todo 21 municípios maranhenses e quatro paraenses.  
No dia seguinte, 25, os membros da entidade visitaram os bairros da Coca –Cola, e Km 07, onde foi abordado pelos moradores os entraves causados pela ferrovia, como atropelamento, rachadura das casas e quebra de telhas pela trepidação do trem.
Para a justiça dos trilhos, a Vale teria que indenizar essas comunidades, participar do desenvolvimento dessas cidades e povoados e destinar uma parcela fixa de seus lucros para os atingidos. (Márcio Zonta)

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