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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Alojamento policial em Penitenciária de Marabá é precário

Do Portal ORM

O cenário é de abandono e insalubre. Quem entra no alojamento da Polícia Militar, situado na Penitenciária Mariana Antunes de Marabá, localizada no km 18 da Rodovia Transamazônica, fica impressionado com tamanha precariedade em que cerca de 39 policiais são submetidos durante o período que fazem turno no local.

Alojamento da Polícia Militar situado na Penitenciária Mariana Antunes de Marabá

Em denúncia ao Portal ORM, um policial que prefere não ser identificado, fez revelações surpreendentes sobre o local. A penitenciária e o alojamento foram inaugurados há 16 anos e, desde então, nunca foi feita uma reforma no prédio. 'O forro do alojamento é só buraco. Durante a chuva fica impossível dormir aqui. Os banheiros são impróprios para uso. Chuveiros não existem. Se sentirmos vontade de fazer nossas necessidades fisiológicas, não podemos. Existe sanitário aqui que não é chumbado e fica arriscado até de acontecer um acidente', revela o denunciante.

Banheiro do alojamento

Segundo informações do policial, a caixa d'água que abastece o alojamento não é limpa desde que o prédio foi inaugurado, ou seja, há 16 anos. 'Não sabemos a condição da água que bebemos aqui, se é imprópria ou não'.

Mictório do banheiro do alojamento

Com relação à alimentação feita no local, as revelações são ainda mais chocantes. 'A cozinheira destinada a trabalhar aqui, na pia que ela utiliza para lavar a louça e preparar os alimentos, ela convive diariamente com sanguessugas, ratos, baratas e até tapurus. A fossa e o esgoto daqui não são tampados. Os detritos ficam expostos. Vivemos em condições desumanas e ninguém olha por nós aqui', revelou.

Fossa sanitária do alojamento

O policial relata que por várias vezes já foram solicitadas ao '4º Batalhão da Polícia Militar', uma visita ao alojamento para que a situação seja avaliada e que uma providência seja tomada o mais rápido possível. 'Já fomos várias vezes falar com o tenente coronel responsável pelo Batalhão, mas nada foi feito. Eles até tentaram fazer uma obra aqui, mas isso não foi para frente. Tem mais de 20 dias que a obra está parada. Sem contar que foi apenas feita uma pintura no local e a construção de uma parede no quarto onde dormem os policiais, mas esta parede representa um risco aos policiais, pois do jeito que ela foi levantada, pode cair a qualquer momento'.
Ao todo, no local trabalham cerca de 39 policiais militares, que são divididos em três guarnições. No alojamento dormem cerca de 13 PMs, que passam 24 horas no local até a troca de guarnição. 'No batalhão, eles dizem que o alojamento é uma extensão da nossa casa, mas se for assim, estamos morando muito mal. Este local deveria ser embargado. Estamos vivendo em um local precário, que não oferece nenhuma condição higiênica para nós'.
Existem dois ar condicionados, que, segundo o denunciante, não funcionam. 'Para termos o mínimo de conforto temos que fazer coletas. Já compramos uma televisão e outras coisas'.
Portal ORM entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar do Pará, que, por telefone, informou que o caso é de responsabilidade da Susipe.
Outro lado - Em nota enviada ao Portal ORM, a Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado), informa que vai apurar a denúncia.

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Ora, se a polícia vive assim, que dirá os prisioneiros. 
A penitenciária foi construída para 180 abrigados - está com 830. 
Assim, eles só não tomam a penitenciária porque não querem...

5 comentários:

Anônimo disse...

Esse ambiente sempre teve esse aspecto? Claro que não! Um dia esse espaço foi limpinho e bonito. Diante disse só se pode chegar a uma conclusão: quem usa ou usou deixou o ambiente com esse aspecto. Se o fizerem e o refizerem, será transformado novamente. Então que continue assim até que seus usuários, pessoas adultas e esclarecidas que são, se conscientizem. Esse é um problema que foge a raia da administração pública e é explicitamente de natureza e ordem pessoal. Esse pessoal vê no bem público algo que precisa ser destruído com urgência. Vai entender o serhumano.

Ademir Braz disse...

Limpinho e bonito logo após a construção, né? O tempo e o uso desgastam as coisas, que precisam de manutenção e recuperação.
A função da PM no Crama e vigiar a população carcerária . A manutenção do presídio é dever do Estado, através da Secretaria de Obras.
Que governo, desde Almir Gabriel, gastou com recuperação ou ampliação do Crama? Nenhum.
Achar que é a polícia que tem de consertar as coisaslá não é correto. Como não é obrigação dos médicos reparar as obras gastas dos hospitais.
Cada coisa é uma causa.

Anônimo disse...

Concordo, Demir. É das vertentes do descaso para com nossa região. Em 29.09.11, Marabá-PA.

Anônimo disse...

A segurança Pública, está um caos, e o swimão lorota, gastando o dinheiro público com futebol

Anônimo disse...

Eu acho uma falta de vergonha alguém que nao trabalha lá, postar um comentário do que não conhece. Só eu e meus amigos sabemos o que passamos lá. A insalubridade, o mofo, as paredes com lodos no alojamento, o calor insuportável que é nosso alojamento (alguém aqui já ficou em um ambiente fechado com um ar-condicionado que não funciona?),o piso do banheiro que está sedendo, a água que consumimos que é impura e nos causa cólicas, o forro que trás tantos ácaros, mesmo assim, precisamos ficar lá, porque é um trabalho necessário, porque precisamos. Somos Policiais e fazemos o que podemos e tentamos nos acomodar da melhor forma, mas é difícil, o trabalho é difícil e sem recursos fica mais complicado. Mas acredito ainda que algum dia, isso possa mudar e mesmo que eu saia da Polícia Militar, os que ficarem poderão viver outros tempos.