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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O coração negro sob as togas

Parsifal Pontes, hoje, pós-Natal:

 

A guerra das togas


Reporta a “Folha”, e eu adiantei aqui, que “o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, negou no sábado (24) o pedido feito pela AGU (Advocacia-Geral da União) para que fosse suspensa decisão liminar sobre o poder de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).”.
Na sexta-feira, 23, três associações de juízes, as mesmas que investem contra o CNJ no STF, resolveram especificar o adversário e protocolaram na Corte Suprema um pedido para que seja aberta investigação contra a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedora do CNJ, Eliana Calmon.
O pedido relata que a ministra Calmon, assim como desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), recebeu R$ 421 mil de auxílio-moradia, em três parcelas, sendo que a última, no valor de R$ 195 mil, foi paga em setembro de 2011.
Valores de mesma referência foram recebidos pelo atual presidente do STF, Cezar Peluso, e pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, pagos pelo TJSP.
A ira de alguns magistrados contra a corregedora Calmon se dá na esteira de investigações iniciadas por ela em tribunais do Brasil. Associações de juízes a acusam de terdeterminado a quebra do sigilo de 216 mil juízes e servidores judiciais.”.
Eliana Calmon chamou a acusação de “mentirosa” e, para retorquir, revelou um dado que impressiona: “o número de movimentações financeiras consideradas atípicas pelo CNJ não chega a 500.”.
O que é “não chega a 500”? Seria 499? Que sejam 400 as “movimentações atípicas” de magistrados: isto é quase o número de todos os deputados federais do Brasil e, se vocês não sabem, o Orçamento do Poder Judiciário, como não poderia deixar de ser, é mais que o dobro do Poder Legislativo.
O que seriam, e quanto seriam, estas “movimentações atípicas? Por que o distinto público não pode saber? Por que nãomanchetes disto nos jornais?
As escaramuças em torno das competências do CNJ expõem apenas a derme do Poder Judiciário. As vísceras do organismo ainda estão muito longe dos olhos do distinto contribuinte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem tem o rabo sujo e usa de suas atribuições e poderes em benefício próprio e dos seus, como é público, escancarado, cínico e notório, tem mesmo é que no mínimo tentar empurrar a sujeira pra debaixo do tapete. Não é de hoje que os intocáveis do STF e STJ vem invertendo a verdadeira razão de ser e agir destas cortes. Suas últimas decisões vem banhando o país de indignação e vergonha como no caso Jader Barbalho. Como se não bastasse terem alijado a polícia (caso Protógenes Queiroz) os juizados estaduais e os MP's, agora tentam imobilizar o CNJ, golpe fatal nos últimos reservatórios de ética e moral. Parabens Dra. Eliana Calmon, a Sra. assim como a Juiza Patrícia Aciole do RJ demonstraram mais coragem do que muito cabra frouxo e mercenário travestido de magistrado, mas cuidado, a banda podre é capaz de tudo, até de mandar matar pra se manter intocável e impune.

CEBINHO