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quinta-feira, 31 de maio de 2007

“Vai virar lago”

O estudo feito pelo consórcio interessado na construção da Hidrelétrica do Estreito (entre Maranhão e Tocantins) não levou em consideração os impactos que a barragem pode causar em certas comunidades que vivem próximas do Rio Tocantins. "No primeiro momento, o estudo não considerou os indígenas como impactados. Os indígenas tanto Apinajé quanto Krahô não foram considerados atingidos pela barragem de estreito", assegura a advogada da CPT, Maria Trindade, explicando que as comunidades reivindicam um novo estudo de impacto ambiental. Este assunto foi tratado em audiência pública no início desta semana (28/5) quando a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados foi a Palmas, capital do Tocantins. Segundo o líder indígena Antônio Apinajé, o estudo de impacto ambiental do consórcio levou em consideração apenas 6 mil indígenas enquanto estima-se que existam 20 mil indígenas e ribeirinhos vivendo na área afetada. Antônio acredita ainda que o governo precisa investir em outras fontes de energia e não deve construir mais barragens. "Tudo tem um limite. Por que o governo não investe em outras formas de energia limpa que não prejudiquem tanto o meio ambiente? Desse jeito o Rio Tocantins vai virar um lago", sugere. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara do Tocantins, deputado Luiz Couto, é preciso chegar a um consenso. Não se pode deixar de lado as reivindicações das comunidades, mas é preciso realizar as obras de infra-estrutura, previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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