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sábado, 29 de janeiro de 2011

Anapu: Incra vai retirar irregulares

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) espera resolver o problema da ocupação irregular de lotes do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, em Anapu (PA), até o final de março deste ano.
Segundo o chefe-substituto da Unidade Avançada do Incra em Altamira (PA), Elói Farias de Oliveira, a remoção foi discutida na última terça-feira (25), durante a audiência pública coordenada pela Ouvidoria Agrária Nacional, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para contornar a tensão entre trabalhadores rurais assentados, ocupantes irregulares do local e madeireiros.
De acordo com Antonio José Ferreira da Silva, engenheiro agrônomo que coordena as ações do Incra em Anapu, há, no assentamento, dois grupos de ocupantes em situação irregular. O primeiro engloba 27 famílias, cuja maioria não atende às exigências para continuar na área.
São pessoas que não podem permanecer na área ou porque são ex-beneficiários de programas de reforma agrária, tendo sido assentados em lotes em outros projetosque venderam para comprar um lote no Esperança, sem a anuência do Incra – ou que estão envolvidas com a extração ilegal de madeira”, disse Silva à Agência Brasil.
O segundo grupo inclui 22 pessoas que ocupam a reserva legal do projeto de desenvolvimento sustentável. Neste caso, segundo Silva, o Incra estuda a possibilidade de remanejá-las para outras áreas do próprio assentamento, onde ocupariam lotes atualmente vagos. Ao menos cinco pessoas aceitaram a mudança. “Queremos remanejar 12 destas pessoas em até 15 dias e cinco delas aceitaram”, contou o engenheiro, explicando que uma liminar judicial de novembro de 2010 autoriza a remoção de 22 pessoas.
Localizado a 50 quilômetros do centro de Anapu, o assentamento Esperança se tornou mundialmente conhecido em 2005, quando a missionária católica norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros por assassinos de aluguel. Dorothy foi uma das idealizadoras do projeto de destinar terras para que trabalhadores rurais desenvolvessem projetos sustentáveis na Amazônia.
Vinte por cento da área do projeto é destinada ao assentamento dos trabalhadores rurais, enquanto 80% formam uma reserva natural coletiva. Segundo Silva, até a criação e ocupação do projeto, a área era alvo de grileiros. “Depois que o assentamento foi criado e as pessoas foram assentadas, a extração madeireira quase acabou, mas, em 2009, a coisa voltou a desandar. Não sabemos quanto de madeira saiu, mas sabemos que foi muito.” (Agência Brasil) 

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