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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Crama: armas, drogas e celulares

A reportagem é de Edinaldo Sousa e está no blog dele, Barrancas do Itacaiúnas.Sintam o drama:

Revista “pente fino” aconteceu em praticamente todas as celas do regime fechado do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), em Marabá, na última segunda-feira (14), na apreensão de drogas, armas e celulares.
As buscas começaram logo pela manhã e contou com a minuciosa inspeção do novo diretor desta casa penal o capital da Polícia Militar Emmet Alexandre da Silva.
Segundo o militar é intenção desta nova direção realizar buscas periódicas a fim de se evitar o que estava acontecendo sistematicamente nesta casa penal: o tráfico de drogas. (Ver Box)
Nesta revista os agentes, que contaram com o apoio do Grupo Tático Operacional (GTO) recolheram 185 trouxas de merla, 2 trouxas de maconhas, 2 pedras de crack, 1 cachimbo, 11 celulares, 8 carregadores, 1 terçado, 4 estoques e 2 facas.
“Esta é uma, de uma série de revistas que pretendemos realizar, até porque temos informações que entram vários objetos ilícitos para a cadeia e pretendemos coibir”, afiança Emmet da Silva.
O militar comentou ainda que as pessoas, quando apanhadas transportando, ou tentando entrar com droga dentro do Crama devem ser autuadas por tráfico de drogas.
Exemplo recente foi o caso da dona de casa, Lucigleide Moura dos Santos, presa na manhã do dia 16 de janeiro quando tentava entrar com droga dentro da vagina.
A droga seria entregue para o detento conhecido por Sherek, que seria namorado dela. Agora ambos estão juntinhos, já que a mulher foi transferida para a Ala Feminina do Crama.
No caso de a direção encontrar novos objetos ilícitos nas celas a intenção é tentar identificar para autuar os acusados nos respectivos crimes.
“Antes não acontecia nada, agora quando identificados os detentos devem responder a outros crimes”, comentou Emmet da Silva.
A rigor, encontrar drogas e celulares não é nenhuma novidade nas casas penais do Brasil, ocorre que no Crama esses achados são constantes.
Semana passada numa revista no Centro de Recuperação de Marabá foram localizadas mais de trezentas petecas de crack e 22 celulares, além de estoques.
Como funciona o tráfico na cadeia
Nunca foi tão fácil traficar no Crama. Essa máxima pode ser bem aplicada em face do que está acontecendo nesta casa penal.
O tráfico corre solto. Em cada um dos corredores há um detento que fica fazendo as vezes de “leva e trás” e é chamado de “aviãozinho” é esta pessoa a responsável por entregar e receber o dinheiro da droga.
Fonte segura informou que ele recebe o pedido, vai até o traficante, que por sua vez entrega a droga e este vai até a cela do cliente e retorna com o dinheiro. Caso o usuário dê dinheiro a mais lhe é devolvido o troco.
Neste esquema há a vantagem de o traficante literalmente conhecer quem é o comprador, portanto exerce certa influência, pois sabe que não será entregue aos agentes.
É este esquema a nova direção do Crama pretende quebrar com as constantes revistas. “Vamos intensificar esse trabalho”, comenta Emmet da Silva. (E.S.)

Um comentário:

Anônimo disse...

a droga é produzida dentro da cadeia ou vem de fora? se vem de fora, quem é que traz? esse tipo de comercio nas cadeias brasileiras nao é antigo. interessante é que tudo isso entra sozinho, já que ninguém que traz ou permite passar é preso ou encontrado. teve essa mulher, também usuária, que levou. um caso isolado pode se dizer assim. mas e os grandes lotes que entram da drogba como tambem toda essa parafernalha e esses celulares. como entram?