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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Liberdade de quê?


 Nesta quinta-feira, 3 de maio, a ONU (Organização das Nações Unidas) celebrou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Em mensagem oficial, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, disse que uma imprensa livre "dá às pessoas o acesso às informações que precisam para tomar decisões importantes". Mas, observa, a liberdade de imprensa continua frágil. Ele lembrou que, somente no ano passado, mais de 60 jornalistas foram assassinados no mundo inteiro, e muitos outros detidos ou censurados. Ban falou ainda sobre a importância de que a violência contra profissionais da imprensa seja combatida com justiça.
Eu não sei se o remédio indicado por Ban Ki-moon teria alguma serventia por aqui, nas proximidades da Linha do Equador. É que há poucas semanas o jornalista Décio Sá foi morto a tiros ao chegar a restaurante em São Luís (MA). Décio era repórter de política do jornal O Estado do Maranhão e possuía um dos blogs mais acessados do Estado, com denúncias habituais contra políticos, pistoleiros e corruptos. A polícia acredita que sua morte foi encomendada. Décio Sá foi o quarto jornalista morto no Brasil esse ano em circunstâncias similares.
Em abril passado, jornalista e blogueiro foi condenado no Judiciário a pagar indenização por supostos danos morais cometidos com a divulgação de fatos públicos envolvendo ex-delegado de polícia, acusado de atos ilícitos. A questão segue, mediante recurso.
Em 1º de maio, Dia do Trabalho, jornalistas foram agredidos em Eldorado de Carajás. Segundo denúncia do Sindicato dos Radialistas do Estado do Pará, em Marabá, a mando do prefeito Genival Diniz Gonçalves.
Desde 2011 o prefeito Maurino Magalhães processa os blogueiros Chagas Filho, Pedro Netto, Ribamar Júnior, Laércio Ribeiro e Ademir Braz, melindrado com críticas ao seu notório desgoverno.
"Fazer jornalismo na Amazônia é caminhar sobre a lâmina do perigo. Cada dia é como se fosse o último", disse à BBC Brasil o jornalista Carlos Mendes, do Diário do Pará.
E enquanto a BBC fala que no Brasil a perseguição a jornalista ainda é “analógica”, denuncia que “a intimidação é mais comum contra blogueiros e jornalistas de veículos de comunicação menores ou que trabalham em locais distantes de grandes centros urbanos”.



Um comentário:

Anônimo disse...

Estimado Jornalista, você e os demais blogueiros na verdade foram condenados pela Justiça na data de hoje no caso do Maurino.