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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Desencontro é grave

O Termo de Ajuste de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público Federal (MPF) para resolver o nó do bloqueio à produção de carne bovina no Estado deu, digamos assim, com os burros n'água no encontro desta semana em Belém. Bertin, Frigol e outras indústrias de carne instaladas no Pará recusaram-se, através da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a subscrever o documento, segundo a imprensa. Todas recusaram unanimemente três pontos: a inclusão no Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), que é competência do Ministério da Agricultura, e restrito à exportação de gado para a União Européia; a certificação de origem, também efetuada pelo Ministério da Agricultura, e a identificação na carne da propriedade de origem. O Greenpeaace não enviou representante à audiência pública da comissão de agricultura do Senado, na Assembleia Legislativa do Pará, em Belém. Justificou que “depois de passar seis horas quarta-feira, dia 1ª de julho, na comissão de meio ambiente da Câmara dos Deputados para debater o tema da rastreabilidade da produção de carne – um dos pontos levantados pelo nosso relatório – percebeu que a bancada ruralista do Pará não quer discussão. Durante três horas seguidas, os deputados paraenses, os únicos presentes em peso à reunião da comissão na Câmara, limitaram-se a vociferar insultos e ofensas contra o Greenpeace. Bateram no peito para berrar que a Ong deveria ser expulsa do país, desfiaram ameaças e se enrolaram na bandeira nacional para defender o desmatamento. Mas em nem um momento sequer, se dispuseram a discutir as denúncias que fazem parte do relatório divulgado pelo Greenpeace, um sinal claro de que seu conteúdo é um retrato fiel da situação do gado na Amazônia em geral, e no Pará em particular. Enquanto isso, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a Produção Pecuária no país revela que no primeiro trimestre de 2009 foram abatidos 502.074 bovinos no Pará, o que representa uma queda de 10,3% em relação ao mesmo período de 2008, segundo o site Pará Negócios. Seguido por Rondônia, o Pará é o principal estado da região Norte em abate bovino, com 40,21% dos abates do Norte e o 6º do Brasil, com 7,8% dos abates do país. O estado fica atrás de Mato Grosso (879.583 abates), São Paulo (860.693), Mato Grosso do Sul (788.406), Goiás (593.608) e Minas Gerais (579.074). O peso total das carcaças no Pará no primeiro trimestre soma 119.218,55 toneladas, com um peso médio de 237,5 quilos. O abate bovino é a principal atividade pecuária do Pará. A pesquisa do IBGE abrange todos os estabelecimentos com algum tipo de inspeção sanitária, seja municipal, estadual ou federal e seus resultados não sofrem ajustes sazonais.

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