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terça-feira, 13 de agosto de 2013

A Casa Grande e as senzalas do Pará

No Parsifal 5.4:

Melgaço e Il trovatore

Saneamento, educação e saúde não são pontos fortes no Pará, que amarga a 24ª colocação no ranking de desenvolvimento humano do Brasil, mas em Melgaço, quaisquer desses serviços são piores: com IDH de 0,418, é o município menos desenvolvido do Brasil.
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A renda per capita de Melgaço é meio salário mínimo, parte da população urbana tem energia elétrica advinda de “gatos”, apenas 4,8% da zona urbana tem saneamento básico, 36,7% dos habitantes com mais de 15 anos não sabem ler ou escrever e grande parte da população é analfabeta funcional.
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A prostituição infantil é uma das mais altas do Marajó e o município é rota do tráfico de drogas, indo para o Amazonas e Amapá e vindo para Belém.
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Alex Almeida, repórter fotográfico do UOL que tomou as fotos postas, diz que Melgaço é pior que locais que ele visitou na África: “a imagem que se tem da cidade é um esgoto a céu aberto. Há um lixão na região central da cidade”.
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> XII Festival de Ópera do Theatro da Paz
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Com a ópera “Il trovatore”, o governo do Pará festejará o bicentenário de nascimento do italiano Giuseppe Verdi. A ópera é montada com o espólio da viúva: é cultura, ora bolas.
Mas não será apenas Verdi o homenageado. Antonio Landi, merecidamente, estará na festa, que já mantém em Belém os cenógrafos italianos Pietro Lenzini e Giorgio Drioli, encarregados, há dois meses, de fazer uma espécie de embarque de “alguns ícones da arquitetura de Landi no cenário verdiano de “Il trovatore”.
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Segundo a Agência Pará, “O Trovador” estreia no dia 28 de agosto, “com récitas nos dias 30 e 1º de setembro”.
> Miserere
Para mim, a mais bela e trágica passagem de “Il trovatore” é a ária “Miserere”, uma espécie de oração de misericórdia por aqueles que estão prestes a morrer.
Melgaço e Il trovatore têm, pelo menos, algo em comum: a Miserere.
Definitivamente, somos uns boçais.

Um comentário:

Anônimo disse...

É a velha história do Circo que diverte e do pão que falta na mesa. As políticas estão invertidas, algo deve ser vir primeiro.

Fico observando os tempos atuais onde faltam princípios de moral, respeito e honestidade.

Vejo um tempo de pessoas que não se preocupam e se solidarizam com o próximo. Basta um leve descuido e você já perdeu o celular.

Até quando?

Arnilson