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sábado, 2 de junho de 2007

Os miseráveis

Há 16 pessoas “morando” dentro do bambuzal da rodoviária municipal, no chamado km-06 da Transamazônica – na verdade entroncamento desta rodovia com a PA-150 – porque a cidade não dispõe sequer de um dormitório para o povo das ruas. Na colônia do bambuzal já houve até assassinatos – fora a morte pura e simples daqueles que acabam sepultados sem nome, velas ou pelo menos uma lágrima: os indigentes. Indigentes, também, são as mulheres, crianças, idosos e outros desvalidos que fizeram das ruínas do Clube de Mães, na Marabá Pioneira, seu abrigo. Talvez seja esta a razão porque o “prefeito” Tião unhadefome Miranda tenha proposto transformar o local em escola, sem explicar direito o que vai fazer com os personagens de Victor Hugo que habitam os escombros. Presença de flagelado da enchente ou da vida parece ser o leit-motiv que atrai as vistas de Tião boa praça Miranda. Pelo menos é o que se pensa depois que ele mandou construir muros no entorno da antiga feirinha da entrada da Velha Marabá e da área ao lado do colégio Gaspar Viana, na Nova Marabá, espaços habitualmente ocupados por barracos de palha e famílias numerosas durante as enchentes.

5 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela sensibilidade e percepção deuma realidade que pra muita gente passa batido. É fácil criticar miseráveis. Significa deixar pra lá .afinal, isso acontece , mas não écom minha família ou comigo. Essa estratégia de distanciamento da realidade social não vai funcionar mais. A tormenta em que vive hje o mundo está se intensificando e se nada for feito para resgatar essas pessoas da exclusão em que vivem, logo logo esses problemas passarão a atingir o mundo particular de cada um de nós.

Belém.

Anônimo disse...

O tema da nota foi dos mais felizes. Valeu jornalista pela alusão a um dos clássicos de nossa literatura!!!!

Ivete- Belém

Unknown disse...

No Portal ORM, agora de manhã.

Representantes de vários orgãos relacionados à segurança reúnem na próxima quarta-feira(06) para organizar um mutirão com objetivo de superar a superlotação das penitenciárias, seccionais e delegacias do Estado. O encontro será na Secretária Executiva de Justiça e Direitos Humanos.
Participam do encontro representantes da Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Superintendência do Sistema Penal (Susipe), Tribunal de Justiça do Estado (TJE-Pa), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Pa), Ministério Público do Estado (MPE) e Defensoria Pública do Estado.


Data vênia, acho que está na hora do nobre causídico dar um rasante em Nova Déli, para o qual já lhe aguardo.

Ademir Braz disse...

Caro anônimo 07:45:
Fala-se tanto em progresso nesta cidade e, como dizia o poeta Antônio Maranhão, os bezerros são mais bem tratados do que as crianças. O que tenho, hoje, é uma exclusão social maior que ontem, cada vez maior do que anteontem, crescente na mesma proporção com que a cidade de enche de mitsubishis reluzentes e de prostitutas cada vez mais próximas da infância perdida.
Também avulta a geração dos políticos liliputianos e insignificantes diante das demandas sociais.
Sim, temos grande responsabilidade nisso tudo. Mas, se condenamos essa política miúda, esses políticos aviltados, a cada dia aumenta o número de eleitores vindos de outras partes, sem qualquer conhecimento das nossas - desculpe-me mas a palavra é essa - idiossincrasias e votam sem olhar o passado do candidato, sua história em regra mal-cheirosa.
Se você for às ruas agora mesmo e perguntar a um transeunte em quem votou para vereador no pleito passado, duvido que se lembre. É quase certo que andou em todos "balcões" eleitorais em busca de algum, de qualquer coisa, de modo que nem sabe mais em quem votou afinal.

Ademir Braz disse...

Professor:
estou tentando ir, ainda neste mês, tratar daquele assunto que abordei com você. Está dependendo dos familiares do interessado,que concordaram com a idéia. Vamos ver no que dá.
Eu estou pronto.É só tirar a poeira da mochila encardida.