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terça-feira, 1 de março de 2011

Marabá é isso 4


Todas as pessoas que se dirigiram à Marabá Pioneira, pelo ramal da Transamazônica, perceberam grupos de homens a cortar varas de bambu da arborização à margem do aterro, para a construção de abrigo para suas famílias, despejadas pela enchente.
Noutro lugar, ali em frente à antiga Portobras, onde começa (ou finda) a Transmangueira, no meio da rua crianças ajudavam outros grupos de pessoas na armação precária da sustentação para a “lona” preta de plástico sob a qual ficarão até que as águas escorracem de novo as famílias ou abandonem seus lares insalubres até ano que vem.
No auditório da Escola Judith Gomes Leitão, secretários municipais reuniram-se com representantes da segurança pública e do DMTU para discutir rotas do Carnaval 2011.
Prioridade é isto. 

3 comentários:

Adir Castro disse...

É lamentável o grau que a desumanidade alcançou. Não só por parte dos insensíveis gestores públicos, mas também de nossa parte: povo.

Um estádio para que pessoas inescrupolosas ganhem dinheiro, enquanto um hospital público não tem um tomógrafo; um carnaval de pompa, enquanto pessoas se amontoam embaixo de lonas pretas e fazem suas necessidades fisiológicas a céu aberto, se expondo a doenças e colocando aos demais em risco.

Tudo se resume a pão e circo.

A maior parte da população aplaude e escalpela quem for contra o banquete.


Tem uma uma música dos Paralamas que retrata bem a essa situação de descaso para com os desabrigados e a prioridade para com o carnaval:

A NOVIDADE - Paralamas

A novidade veio dar a praia
Na qualidade rara de sereia
Metade o busto de uma deusa maia
Metade um grande rabo de baleia
A novidade era o máximo
Um paradoxo estendido na areia
Alguns a desejar seus beijos de deusa
Outros a desejar seu rabo pra ceia
O mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
O, o, o, o...
De um lado esse carnaval
De outro a fome total
O, o, o, o...
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia, ali na areia
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta e o esfomeado
Estraçalhando uma sereia bonita
Despedaçando o sonho pra cada lado
Ô Mundo tão desigual...
A Novidade era o máximo...
Ô Mundo tão desigual...

___________
Adir Castro

Anônimo disse...

Ademir, esse desgoverno imbecil agora resolveu acabar de vez com a cidade, o carnaval vai ser na Praça Duque de Caxias, ou seja, a Marabá Pioneira se transformará numa grande favela. Isso é um descalabro.

Anônimo disse...

Aqui é Brasil mano, aqui tudo acaba em samba. CEBINHO.