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domingo, 25 de março de 2007

Fala, Hiroshy!

Deu no blog do Hirô, hoje sábado, março 24, 2007 "Ou planta, ou sai Luiz Flávio, coordenador da equipe da secretaria estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia responsável pela auditagem realizada em seis usinas siderúrgicas de Marabá, retornou a Belém com uma convicção: os usineiros não investiram até agora em reflorestamento porque nunca levaram isso a sério. Pior: os lucros que obtiveram ao longo desses anos superaram todos os prognósticos sem que houvesse, paralelamente a isso, o mínimo de preocupação com cuidados ambientais. Ele diz ser uma “falácia” o discurso de que a 60% da economia de Marabá depende do Distrito Industrial." O Luiz Flávio está certo. A produção de gusa no Distrito Industrial de Marabá começou em 1988 (há 19 anos), tempo suficiente para que as guseiras tivessem plantado e alcançado sustentabilidade no carvão vegetal. Nada foi feito. Apenas a Cosipar, a primeira em funcionamento, diz ter apresentado ao então IBDF, em Belém, um projeto chamado "Programa Integrado de Floresta (PIF)", que em 1992 estaria produzindo 50% de carvão sustentado e 100% em 1997. Nada foi plantado. Tudo foi embromação. Estou formatando uma pesquisa sobre arquivos pessoais a partir de 1986 que, espero, dará uma visão mais ou menos próxima do grau de destruição da floresta representado, até aqui, pelo carvoejamento clandestino e a falácia de guseiros quanto aos benefícios sociais do seu trabalho. O objetivo é estimular a discussão, lançar uma luz sobre este segmento obscuro da economia regional e desnudar a enorme chantagem emocional que se vem tecendo em torno da suposta necessidade da permanência de um carvoejamento predatório e escravizador de mão-de-obra, inclusive infantil.

4 comentários:

Unknown disse...

Vão, os dois, à ribalta do Quinta. Na segunda.
Estou curioso para ver esse trabalho, Ademir.
Abs

Hiroshi Bogéa disse...

Ademir, você sabe, a Cosipar é especialista no quesito embromação. Tanto embroma qaunto dá avião. Como no caso da "ativação"da Hidrovia Araguaia-Tocantins, saindo de Marabá rumo a Barcarena, cujo objetivo principal,à época em que lançou com pompas e discursos da classe política sob o olhr curioso da plebe ignária, era fazer jogo de cena para impressionar Simão Jatene a liberar algumas
"pendências" - como realmente o fez.
O trajeto Marabá-Itupiranga, enquanto não se cria um canal (sem jogar dinamites para explodir pedrais no rio, bem entendido!) no Lourenção, é inviável durante o verão. Mas mesmo assim fez-se a pompa e o Pará saudou Luiz Carlos Monteiro e sua trupe.
Diz-se por aí que o capitão-do-mato da Cosipar queria mesmo era abocanhar grande trecho do porto de Barcarena.
Depois não ficou nem aí para o que seria jogado no Tocantins a partir das partículas do gusa misturado à água de chuvas. Foi preciso o Ministério Público intervir e mandar adequar o porto de Marabá para estocar a produçao da Cosipar.
E por aí vai.

Hiroshi Bogéa disse...

"Titio", kd o comentário que te mandei sobre o tema e até agora não foi postado?
Abs

Unknown disse...

Tava aqui lendo quaradouro e comendo pé-de-moleque. É isso: as guseiras tão fazendo a gente acreditar que o docinho de fora é pra ser lambido (madeirinha plantada aqui, empreguinho ali...), mas o açúcar concentrado lá dentro nos quebra os dentes. Ademir, em 2005, um caminhão gaiola com 60m³ de carvão, negociado direto em Marabá, tava valendo + ou - R$ 3.500, agora tá mais do que R$ 6 mil. Informação do povo agricultor de Breu Branco, que virou carvão...êta negocinho escroto...
(Rita)