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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Reforma onde?

No Sul e Sudeste do Pará, os projetos de mineração da Vale já expulsaram de cerca de 150 famílias de assentamentos de reforma agrária, e a implantação de novos ameaça expulsar outras 500. Noutra frente, a compra de 600 mil hectares de terras pela Agropecuária Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, tem causado não só graves danos ambientais como a destruição da floresta nativa, mas também, submetido milhares de trabalhadores a escravidão. Entre 1996 e 2008, foram libertados 11.193 trabalhadores pelo Ministério do Trabalho no Pará, sendo que, quase totalidade dos casos ocorreu nessas duas regiões. A denúncia é da Comissão Pastoral da Terra – Regional Pará em nota sobre os conflitos fundiários neste Estado. “A migração crescente para a região atraída pela propaganda enganosa dos grandes projetos agrava os problemas sociais. Como esses migrantes não são absorvidos por estes projetos, não resta alternativa a não ser a terra para sobreviver. Nos últimos três anos, 66 fazendas foram ocupadas por 10.599 famílias sem terra no sul e sudeste; 101 trabalhadores e lideranças foram ameaçados de morte; 23 trabalhadores foram feridos a bala por pistoleiros e seguranças de fazendas; 17 trabalhadores foram assassinados na luta pela terra e 128 foram presos pela polícia. Os conflitos das últimas semanas que resultaram em depredações de patrimônio e interdição de estradas é conseqüência dessa violência desenfreada e impune contra os trabalhadores rurais”. Já a resposta do governo a essa situação, diz a CPT, tem sido desastrosa: Reforma Agrária engessada, recursos públicos canalizados para atender o interesse dos grupos econômicos, negativa em defender os projetos dos Movimentos Sociais e negociar suas pautas de reivindicações, incapacidade de dialogar na solução dos conflitos e insistência na alternativa policial para resolver problema social.

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