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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Nilson Chaves! Nilson Chaves!

Dauro Remor e Néviton Ferreira, meus parceiros musicais, são amigos do nosso Nilson Chaves, embaixador da cultura amazônica no resto do mundo. Não faz muito tempo, Néviton e Dauro trouxeram Nilson Chaves para um show no Hotel Itacaiúnas, a três vozes, e a iniciativa acabou se tornando o fenômeno artístico mais importante deste ano. Finda a apresentação fui estar com os três, eu empolgado como se fosse meu primeiro encontro de amor. E deu-se que Nilson me deu seu e-mail para que lhe mandasse umas letras, o que fiz depois de criteriosa seleção das coisas que achei parecidas com sua linha de trabalho. Ele acusou o recebimento e não se falou mais nisso. Sábado passado, na inauguração do centro de cultura e biblioteca em que o prefeito Tião Miranda transformou o antigo Mercado Municipal, patrimônio tombado na Marabá Pioneira, Nilson Chaves foi a atração maior com seu violão. Conversou, cantou, fez a platéia cantar, trouxe músicas novas e lá pelo meio da festa anunciou este poeta como seu mais novo companheiro de criação. Eu fiquei tipo assim – gelado, sem graça, saltou um botão da camisa, minha filha Luanda, que adora o Nilson, não parava de me abraçar, todo mundo aplaudiu. Gente, que coisa linda! Puta que pariu!

A guerra das pesquisas

A Vox Opinião Pesquisa e Projetos Ltda. – Vox Populi – é uma empresa de verificação de mercado e de opinião pública com sede em Belo Horizonte (MG). Para realizar em Marabá uma consulta eleitoral relativa às eleições municipais, contratada pela Rede Brasil Amazônia de Televisão (RBA), ouvindo 600 pessoas entre os dias 24 e 25 de agosto recente, a empresa recebeu R$ 26.466,66. Praticamente no mesmo período, e realizando o mesmo serviço num universo de 597 eleitores, a VCHA Veritate (de Belém) cobrou da Empresa de Comunicação Carajás (SBT) R$ 3.500,00. A diferença de custos é espantosa e o resultado pífio. Se fora apenas para consumo interno ou se vetada sua divulgação pela Justiça Eleitoral, a opinião pública não tomou ciência do resultado de nenhuma delas. As três publicadas em seguida - pelo Correio do Tocantins, Diário do Pará e Opinião, essa na quinta-feira, anteontem – o foram em tão pouco tempo e com resultados tão espantosos e contraditórios que parecem feitas apenas para destacar o candidato apoiado pelo contratante da pesquisa, à véspera da eleição. As pesquisas eleitorais não são infalíveis, mesmo as realizadas por institutos com credibilidade reconhecida (o Ibge já teve de retratar-se nacionalmente por falha de avaliação eleitoral). Uma pesquisa é apenas o retrato de um momento da campanha, diz o cientista político Fernando Abrucio, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). E, para interpretar bem todos os índices, o eleitor deve saber como os institutos fazem as pesquisas e o que querem dizer todos os números. O eleitor pode se perguntar se apenas mil entrevistas numa grande cidade, por exemplo, são suficientes para refletir o quadro político local. Segundo os institutos, o mais importante é a qualidade da amostra, e não o seu tamanho. Ou seja, o quanto aquele grupo se parece com o total da população pesquisada. A margem de erro significa que a pesquisa não é confiável? Como os institutos não entrevistam toda a população, o erro amostral existe em toda pesquisa. A margem de erro é calculada com base no tamanho da amostra e nos resultados obtidos. Quanto mais diversificada for a população, maior é o erro. Se a pesquisa ainda é a maneira mais objetiva de saber os impactos da campanha na cabeça do eleitor, como sugerem os cientistas políticos, há ainda o fato de que além dos erros amostrais, que podem ser calculados, também existem erros como dados desatualizados, entrevistadores mal treinados, questionários mal elaborados ou fatos inesperados na campanha eleitoral. Um erro no cálculo dos índices também pode levar a interpretações diferentes. Vale a pena refletir sobre isso.

Seu voto é sua arma

O levantamento é da organização não governamental (ONG) Transparência Brasil: de 3.021 projetos apresentados entre 2005 e 2008 pelos vereadores de São Paulo, 892 foram aprovados. Desse conjunto, apenas 206 se referiam a assuntos com impacto concreto sobre a vida e a administração da cidade. As demais proposições aprovadas dedicavam-se a homenagens, fixação de datas comemorativas e outros assuntos irrelevantes. Os resultados dessa produção legislativa colocam em questão a relação custo-benefício da Câmara paulistana. A ONG lembra que a Constituição de 1988 prevê importantes funções a serem exercidas pelos vereadores. Além de fiscalizar o Executivo municipal, o vereador deve legislar sobre tributos locais (IPTU, ISS, taxas), orçamentos anuais e plurianuais e concessões de serviços públicos, entre outras responsabilidades. Para desempenhar suas funções, os vereadores contam com excelentes condições de trabalho: eles têm um corpo funcional composto por servidores concursados e assessores de vereadores, há verba de gabinete para custear despesas do exercício do mandato etc. Você sabe quantos serão e quanto custa em dinheiro público cada vereador em Marabá? Você já viu o que fazem dentro e fora do Legislativo, o que produzem de concreto para o desenvolvimento social? Pense nisso quando você for às urnas dia 5 de outubro para eleger ou reeleger o seu candidato.