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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Um dia, quem sabe...

Dois bandidos armados e de motocicleta me assaltaram dia 23, pela manhã, na saída do Banco do Brasil da Nova Marabá, onde não havia um único segurança público ou particular. Logo em seguida tomamos, meu amigo e eu, duas medidas absoluamente idiotas e desnecessárias: chamamos a polícia e tentamos rastrear os assaltantes. Foi tudo muito rápido: os caras sabiam até quanto eu tinha retirado (para pagar a escola do meu filho) e levou-me a pochete com todos os documentos de jornalista, advogado, maçom, um gravador portátil, celular, carteira porta-cédulas, outras miudezas. Se estivesse armado eu teria arrebentado os dois assim que me viraram as costas para fugir. Em seguida, e por via das dúvidas, eu chutaria a cara deles até desfigurá-los, porque bandido bom é bandido morto. Mas sou apenas um cidadão que mesmo tendo votado contra o desarmamento estou impedido de usar uma arma sob pena de crime inominável, porque andar armado hoje é prerrogativa de bandido. Aliás, é impressionante a facilidade com que um bandido mal-saído da cadeia aluga uma arma e vai para as ruas, mesmo não tendo um centavo para pagar o suposto aluguel. Sou advogado desde 2000, e dá para contar numa das mãos as vezes em que fui à delegacia de polícia. O Direito Penal é bonito, os criminalistas estão nadando em dinheiro, mas acho que lugar de bandido é na cadeia – principalmente traficantes, ladrões, pistoleiros, estupradores (e desses últimos tem delinquente aqui fora que ainda passa por gente de bem). Impossibilitado agora de pagar as contas, ainda vou curtir a frustração de qualquer hora ver os dois com a cara na página policial, presos em flagrante ou com a boca cheia de formiga, sem que eu, impotente nesse assunto, tenha tido participação efetiva na captura ou no acerto de contas. É que, se um bandido bom é um bandido morto, a vingança é um negócio que não deveria ser apenas afrodisíaco dos deuses e demônios.

Lavando as mãos

O secretário de Segurança Pública do Pará admitiu, em coletiva no início de dezembro, que mesmo se o governo contratasse 20 vim policiais, não combateria a violência no Estado, diz o Diário do Pará de 17.12.08. de qualquer forma, serão abertas 1.091 vagas para a Polícia Civil na o que vem.

Segurança: obrigação de todos, ou de alguns?

Assisti, como convidado da juíza eleitoral Maria Aldecy, à diplomação dos eleitos às prefeituras e Câmaras de Marabá e Nova Ipixuna, evento ocorrido no auditório “Eduardo Bezerra”, na Sesma, repleto de convidados, entre os quais o comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, general Mário Lúcio, pessoa extremamente simpática e cordial, que me mainfestou o desejo de estabelecer parceria com a OAB local, com a finalidade de tornar a nossa cidade mais tranqüila. Aberta a solenidade e entregues os diplomas, o prefeito eleito Maurino Magalhães discursou emocionado e disse da sua preocupação com a expansão da violência em nossa cidade, tema que reverberou por todos os demais pronunciamentos. E nesse contexto, intrigaram-me as palavras do atual Sebastião Miranda Filho, ao dizer que, embora seja difícil à população compreender, segurança pública não é responsabilidade da prefeitura, que não tem rubrica orçamentária para tal. Finda a solenidade, fui ao encontro das minhas duas filhas Bárbara e Heloísa, com as quais consumi o tempo com brincadeiras e risos, muitos risos. Entretanto, ficou-me a martelar a cabeça pelo resto de noite e no dia seguinte aquelas aparentemente óbvias e, se bem analisadas, equivocadas declarações do prefeito. Ora, se segurança pública corresponde a um estado de paz e se este nasce e somente perdura num ambiente de reconhecido respeito e efetivação dos diretos fundamentais do homem - como educação, cultura, lazer, renda e oportunidade iguais -, qual não seria a responsabilidade de todos nós, administradores e cidadãos? Neste particular preferi as palavras da juíza Maria Aldecy, que em discurso anterior ao do prefeito disse que “segurança pública é obrigação de todos nós”. Afinal, o prefeito é peça indispensável, teal como os governos estadual e o federal, quando se trata de segurança pública. Este é assunto que requer o envolvimento e comprometimento simultâneo de todas as políticas públicas e das três esferas governamentais. O combate à violência, expressada em suas mais diversas formas, nem sempre se faz com a simples repressão. Prender sem recuperar e sem adoção de políticas que impeçam a continuidade da violência, jamais farão de nós uma sociedade mais civilizada, justa e solidária, nem diminuirão as ações violentas. É preciso ir mais além: evitar o surgimento de criminosos, promovendo políticas sociais que propiciem o exercício da cidadania. Entre as medidas dessa natureza estão a construção de centros poliesportivos, onde se ensine e estimule a prática da diversão coletiva, não apenas algumas como vemos hoje; a abertura de centros culturais, distribuídos pelos diversos bairros, contendo bibliotecas, laboratórios de informática, acesso à rede mundial de computadores, ensinamento de danças, incentivo às práticas folclóricas, em especial locais e regionais, formação musical, teatral, de artes plásticas e de artesanato; políticas de incentivo à leitura e à produção literária; centros de profissionalização e outras práticas que tenham como finalidade a valorização e o engrandecimento dos jovens e adultos, homens e mulheres, que assim possam adquirir e seguir outros valores que não os da violência e permita a todos a convivência harmônica e pacífica. Que as sábias palavras da juíza Maria Aldecy sejam capazes de nos ensinar o compromisso e a necessidade de cada um de nós na luta contra a violência, que é a luta contra a falta de igualdade entre os homens, justiça, solidariedade e, sobretudo, a falta de respeito à dignidade da pessoa humana. Que, de igual forma, o entusiasmo do general Mário Lúcio de Araújo possa nos contagiar e cada um de nós, dentro das nossas possibilidades, possamos contribuir para o resgate e fortalecimento do respeito e amor ao próximo já tão esquecidos nesses tempos de intolerância e desmedida ambição. (Haroldo Silva Júnior – Presidente da OAB/Marabá)

Ladrão ofendido

Ação em trâmite no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, leva às últimas conseqüências a máxima segundo a qual a Justiça é para todos - todos mesmo. O pedido de um assaltante, preso em flagrante e que decidiu processar a vítima por ter reagido durante o assalto, provocou surpresa até mesmo nos meios jurídicos e foi classificado como uma "aberração" pelo juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo, da 2ª Vara Criminal, que suspendeu a ação. Não satisfeito, o advogado do ladrão, José Luiz Oliva Silveira Campos, anuncia que vai além da queixa-crime, apresentada por lesões corporais: pretende processar, por danos morais, o comerciante assaltado. O motivo: seu cliente teria sido humilhado durante o roubo. Wanderson Rodrigues de Freitas, de 22 anos, se sentiu injustiçado e humilhado porque apanhou do dono da padaria que tentava assaltar. O crime ocorreu no mês passado, por volta das 14h30 de uma terça-feira. Surpreendido, o ladrão apanhou muito quando foi reconhecido por outros fregueses por vários assaltos na área. O comerciante acha absurda a atitude do advogado. "O que me deixa indignado é como um profissional aceita uma causas dessas sem pensar no bem ou no mal que pode causar a sociedade. Chega a ser ridículo", critica. Quem parece compartilhar da opinião da vítima é o juiz Jayme Silvestre Corrêa Camargo. Em sua decisão, ele considerou o fato de um assaltante apresentar uma queixa-crime, alegando ser vítima de lesão corporal, uma afronta ao Judiciário. O magistrado rejeitou o procedimento, por considerar que o proprietário da padaria agiu em legítima defesa.. Além disso, observou que não houve nenhum excesso por parte da vítima. O magistrado avaliou que o homem teria apenas buscado garantir a integridade física de sua funcionária e, por extensão, seu próprio patrimônio. "Após longos anos no exercício da magistratura, talvez este seja o caso de maior aberração postulatória. A pretensão do indivíduo, criminoso confesso, apresenta-se como um indubitável deboche", afirmou o juiz. Da decisão de primeira instância cabe recurso.

Cine vídeo

Politica & Desenvolvimento foi às ruas desta cidade sem cinema há 35 anos, talvez por isso mesmo o território livre da clonagem sem qualidade, consultar que filmes piratas os leitores destacariam em 2008, sugerindo eles que personagens locais seriam os mais adequados para interpretá-los. A pesquisa, cuja responsabilidade é dos indicadores, que pediram para ter seus nomes protegidos, teve o seguinte resultado: 1. O procurado: com Osmar Ribeiro, ex-prefeito de Curionópolis: 2. E o vento levou: Marisvaldo de tal, quase3 ex-prefeito de São João do Araguaia; 3. Efeito dominó: com Tião Miranda e seu secretariado; 4. O caçador de pipas: com Melquíades Justiniano;A múmia: com Geraldo Bila, prefeito reeleito de São Geraldo do araguaia; 5. O escapista: com Miguelito Gomes, Vanda Américo e Júlia Rosa; 6. O nevoeiro: Marabá, a partir de 2009; 7. Reflexos da inocência: a escolha dos eleitores marabaenses para a gestão municipal; 8. Jumper: com o deputado estadual João Salame Neto; 9. Banquete: o que os vereadores de Marabá terão em 2009, com repasses mensais de um milhão de reais; 10. Promessas de um cara de pau: São tantos os personagens eleitos ou indicados para cargos públicos de Marabá, que fica a critério do leitor indicar os seus.

Roubo no Museu

Obras raríssimas foram furtadas do Museu Emílio Goeldi, em Belém, da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Pena. Todos os livros e in-folios possuem, na página de rosto, uma marca d'água com o número do registro, um carimbo e anotações a lápis com o número da chamada. A Polícia Federal disponibilizou um telefone para denúncias, ativo 24 horas: 91-3214-8014. Entre as obras estão: Des Murs, O. Iconographie ornithologique. Nouveau recueil general de planches d’oiseaux pur server de suite et de complément aux planches eluminées de Buffon...Paris, 1849. 2v. Reg. 877/61(Atlas) (In-folio 66). Hernandez, Francisco. Rerum medicarum Novae Hispaniae thesaurus, seu plantarum, animalium, mineralium... Roma, Ex Typographcio Iacobi Mascardí, 1628. Reg. 428/59 (In-folio 6) Maryaen, Maria Sybilla. ...Over de voortteeling ou wonderbaerlyke veranderingen der Surinaamsche insecten...Amsterdam, Jean Frederic Bernard, 1730. Reg. 763/61 (In-folio 60) Mikan, J. C. Delectus florae et faunae brasiliensis... Vindobonae, Typis Antonii Strauss, 1820. Reg. 751/61 (In-folio 50). Shaw, George. General zoologie, or systematic natural history...With plates from the first authorities and most select specimens, engraved principally by Mr. Hearth. London G. Kearsley, 1802. 2v. Reg. 116-117/61. Spix, Johann Baptist von. Serpentum brasiliensium species novae ou histoire naturelle des espécies nouvelles de serpens, recueillies et observées pendant le voyage dans l´interieur du Brésil dans lês années 1817-1820...écrite d´aprés les notes du voyageur par Jean Wagler...Monachii, Typis Franc. Seraph. Hübschunanni, 1824. Reg.317/59

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Avanço

Muito mais importante que a simples criação de um assentamento rural na fazenda Cabaceiras para 260 famílias que há mais de dez anos vivem na área, o lançamento da pedra fundamental da Escola Agrotécnica Federal de Marabá representará um marco para a educação do campo no sul e no sudeste do Pará, Criada pela Lei nº. 11.534, de 25.10.2007, a escola atende uma reivindicação dos movimentos sociais do campo que, há mais de duas décadas, vêm lutando pela capacitação e formação de jovens e adultos com vistas ao desenvolvimento rural sustentável. O público-alvo dessa instituição será, preferencialmente, jovens oriundos da produção familiar e comunitária. A previsão inicial é atender cerca de 300 educandos de 39 municípios desta região. Quando estiver em pleno funcionamento, a escola terá capacidade de atendimento de mil estudantes. A Agrotécnica funcionará em sistema de internato e terá residência estudantil e refeitório, laboratórios, biblioteca, salas de aulas e unidades educativas para dar suporte às atividades teóricas e práticas.

Chiadeira

Entre 2002 e 2004, três ações do grupo móvel do Ministério do Trabalho resgataram 82 trabalhadores em situação tida como degradante. Segundo proposta do Incra, os Mutran irão receber ao menos R$ 21 milhões de indenização. Renata Dávila, subprocuradora-chefe do instituto, disse que o ideal seria a expropriação da terra (sem indenização). O valor ainda será alvo de negociação na Justiça. A indenização que será dada aos Mutran é alvo de polêmica, diz a Folha de São Paulo. Para a família, o valor é "ridículo". Para os movimentos sociais, é um "prêmio" injusto. Segundo Délio Mutran, os R$ 21 milhões propostos pelo Incra são "ridículos". Para ele, o que piora a situação é que, do total, R$ 12 milhões serão descontados como compensação pelo desmatamento ilegal de uma área da propriedade.

Sumiço

Em matéria de quinta-feira do informativo Congresso em foco, o jornalista Eduardo Militão indaga “onde está Jader Barbalho?” Segundo Militão, o ex-presidente do Congresso não tem muito jeito para o plenário da Câmara e as comissões da Casa, onde exerce o mandato de deputado federal desde 2003. O índice de faltas do peemedebista na atual legislatura, iniciada no ano passado, chega a 43%. “O parlamentar, que retomou a vida política depois de ser ameaçado de cassação no início da década, teve um índice de presença de apenas 57% no plenário nos últimos dois anos. Na única comissão da qual é titular, a de Ciência e Tecnologia (CCT), ele não compareceu a nenhuma das 86 reuniões realizadas em 2007 e 2008”, diz a reportagem.

Falta uma concordata

O Juizado de Pequenas Causas de Marabá, que deveria caracterizar-se pela celeridade processual, faliu: tem marcadas hoje audiências de conciliação, instrução e julgamento para fevereiro de 2010. Lá estão pendentes mais de 1860 processos, e o juiz que o atende, Eduardo Antônio Martins Teixeira, titular da 2ª Vara de Família, aponta a existência de outros 4.775 processos acumulados, segundo o presidente da Subseção da OAB, Haroldo Jr., que acrescentou mais dois problemas à folha corrida do juizado especial: a cobrança de depósito recursal, que é legalmente proibida; e o saldo de pelos menos 100 processos sem sentença remanescentes desde o mutirão de 2006, na semana da conciliação daquele ano, causando grave prejuízo às partes.

Mal comparando

Até 15 de dezembro recente, os dois juizes do Trabalho em Marabá haviam emplacado cerca de 5502 processos novos. Ao contrário de outras varas, as audiências começam às oito da manhã e podem acontecer, em média, de 20 a 30 por dia. Houve uma vez, conta-se no fórum trabalhista, que o juiz Francisco Nilton (2ª Vara) chegou ao recorde de 70 audiências em um único dia.

Fim do papel

Enquanto isso, até o final do próximo fevereiro, o Tribunal de Justiça de Roraima fará um enterro simbólico do processo de papel para comemorar o funcionamento 100% digital dos processos que dão entrada no Judiciário. Em janeiro, o sistema Justiça Virtual completará dois anos que foi implantado em Roraima. O Estado foi um dos pioneiros na implantação da justiça digital, começando pelos Juizados Especiais. Logo em seguida, o processo de informatização foi implantado nas varas cíveis, nos cartórios extrajudiciais e nas varas da Fazenda. Segundo o presidente do TJRR, desembargador Robério Nunes, atualmente o sistema digital está em implantação nas varas criminais e nas comarcas do interior. A maior vantagem da Justiça Digital, na avaliação do magistrado é a economia de tempo. "O objetivo é encurtar o trâmite do processo entre o ajuizamento da ação e a sentença final. Além disso, ao dar celeridade à tramitação de documentos internos ocorre também uma diminuição nos custos", explica. Conforme o relatório do Sistema Projudi, de janeiro de 2007 até dezembro, já foram distribuídos pela justiça digital um total de 18.486 processos, sendo que 11.578 estão ativos e 6.908 já foram arquivados contando com uma balança judiciária de 37 %. Nesse período, foram registradas mais de oito mil sentenças proferidas, aproximadamente 37 mil despachos, cerca de 4,7 mil tutelas antecipadas, mais de 14,8 mil audiências de conciliação realizadas, totalizando cerca de 53 mil movimentações realizadas pelos magistrados. Quanto ao tempo médio de tramitação de um processo nas Varas e Juizados Especiais, está em 130 dias, em alguns casos chegado a seis dias, quando se trata de processos de habilitação de casamento.

Vai mudar?

Cerca de 30 servidores municipais cedidos ao Judiciário estão apreensivos: corre a informação que o prefeito Tião Miranda estivera no fórum para informar que alguns seriam devolvidos ao município, em vista do fim do seu mandato.

Facilidade

Ano que vem divorcio consensual e extrajudicial poderá ser feito gratuitamente, a partir da segunda semana de janeiro. O benefício, de amplo interesse social, resultará de acordo firmado entre a Subsecional da Ordem dos Advogados em Marabá e o Cartório Alberto Santis, do 2º Ofício. Os processos serão elaborados na sede da OAB.

Transição

Desde a semana passada a equipe de transição administrativa vem se reunindo para o rito de passagem de faixa. Representam a atual administração: Francis Alho Socorro Martins (Saúde), Josiane Kraus Mattei (Procuradoria), Lucídio Colinetti (Obras), Walmir Silva Moura (Semed), Flávio Correia de Sousa (Seasp). Representam Maurino Magalhães, prefeito eleito: Omar Antônio Hanneman, José Mendonça Abreu Filho, Livaldo Rodrigues de Leão, Luciano Capuzzo, Fábio Sabino de Oliveira Rodrigues, Aurenice Botelho e Nagilson Amoury.

Vetados

O Tribunal de Contas dos Municípios acaba de emitir parecer prévio recomendando à Câmara Municipal de Água Azul do Norte, a não aprovação das contas do Executivo, exercício financeiro de 2000, de responsabilidade do Sr. José Francisco da Silva, que deverá recolher aos Cofres do Município, no prazo de 15 (quinze) dias, devidamente corrigida, a quantia de R$ 58.948,82 (cinqüenta e oito mil, novecentos e quarenta e oito reais e oitenta e dois centavos), lançada à conta Agente Ordenador. Outra resolução, com teor quase idêntico, recomenda à Câmara Municipal de Tucumã, a não aprovação das contas da Prefeitura Municipal, exercício financeiro de 1998, de responsabilidade do Sr. Celso Lopes Cardoso, devendo o mesmo, nos termos do Art. 52, Incisos II a IV e § 2º, da Lei Complementar nº 25/94, recolher aos Cofres Públicos Municipais, no prazo de 15 (quinze) dias, atualizadas monetariamente, mais de R$ 80 mil referentes a vários processos. A celeridade processual no TCM é um espanto!

Calote

A juíza Maria de Fátima da Silva ordenou o bloqueio das verbas da prefeitura de Itupiranga, por conta do descumprimento de decisão judicial por parte do prefeito Adécimo Gomes dos Santos. Em liminar requerida em ação civil pública interposta pelo Ministério Público, a magistrada da comarca determinou o pagamento, em 24 horas, dos salários dos servidores públicos que estão atrasados desde setembro, sob pena de crime de desobediência e bloqueio das verbas municipais. A liminar foi concedida no dia 6 de dezembro. A magistrada ordenou o cumprimento de mandado de notificação em caráter de urgência, para que o prefeito tomasse ciência da decisão, mas, conforme certidão emitida pelo oficial de justiça responsável pelo cumprimento do mandado, o prefeito nunca fora encontrado na Prefeitura para ser notificado. Dessa forma, a notificação foi feita via Chefia de Gabinete do prefeito, no dia 17 de dezembro O Ministério Público alega que o prefeito vem infringindo preceitos básicos da Constituição Federal, sobretudo o princípio da dignidade da pessoa humana, considerando ser o salário dos servidores a única fonte de renda da maioria.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Maldade!...

Dizem que o Corinthians contratou Ronaldo Fenômeno para dar um trato merecido ao Richarlyson e ao São Paulo.

Aviso aos navegantes

A nação colorada, da qual sou dignatário, estuda a possibilidade de, em contato com a NASA, agência espacial americana, verificar a existência de vida extra-terrestre inteligente e fã das práticas esportivas. Em caso de constatação positiva, poderá ser enviada embaixada vermelha a esses planetas específicos com proposta de um campeonato interplanetário de futebol, porque aqui embaixo, no rodapé deste mundo, nosso Inter já colecionou todos os campeonatos brasileiros e os internacionais existentes. Sorry periferia vascaína, urubulina, aporcalhada, po-arrozina e quejandos.

Jovens denunciam escravidão

Grupo de 36 adolescentes e jovens de Açailândia (MA), participa de turnê pela Espanha com o espetáculo de teatro e música "Quilombagem", peça que denuncia as condições de exploração de trabalho por que passam milhares de brasileiros em pleno século 21. A gênese do grupo, que é ligado ao Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH), se encontra na década de 1990, e tem como metodologia o Teatro do Oprimido. O objetivo é que através da arte os jovens se mobilizem para o conhecimento de seus direitos. Entre as cidades que fazem parte da turnê estão Santiago de Compostela, Sevilla, Barcelona e Madri, entre outras. O oeste do Maranhão é marcado pela implantação de grandes projetos, como o pólo de produção de ferro gusa. Dados recentes do Ibama indicam que Açailândia encontra-se entre os municípios com maior índice de desmatamento. Hoje, segundo o CDVDH, a produção de carvão vegetal é a principal atividade onde os trabalhadores são escravizados no oeste do Maranhão. Além disso, as monoculturas também contribuem para expulsar as famílias camponesas. Tudo isso, faz com que o Maranhão seja o principal estado brasileiro exportador de mão-de-obra escrava, além de responder por 40% da mão-de-obra escrava libertada no país. Neste contexto, "Quilombagem" é um musical que recupera o sentido da luta contra a escravatura como um movimento no qual se incluem não apenas os negros fugitivos, mas também índios, mulatos, cafuzos, nordestinos, pobres e marginalizados. De criação coletiva, o espetáculo é composto de poesias, dança, capoeira e meios audiovisuais.

Contra a vida

Da janela do segundo pavimento de um prédio no centro da Cidade Nova é possível ver, no horizonte não tão longínquo, a fumaça da lixeira municipal que avança, esbranquiçada, sobre a cidade desprotegida. Um pouco mais à direita, a intervalos, expiram os pulmões enegrecidos do distrito industrial o ar contaminado por gases e resíduos. Noite e dia, todos os dias dos últimos anos, fumaça, gases e grânulos insolúveis cobrem como um verniz cada vez mais visível e espesso a cidade e seu entorno cada vez menos verde, diariamente mais árido e quente.

Produtos domésticos

Marc Faber é norte-americano, analista de Investimentos e empresário, explica Adelina Braglia em e-mail para o jornalista. Em junho de 2008, quando o Governo Bush estudava lançar um projeto de ajuda à economia americana, ele encerrava seu boletim mensal com um comentário bem-humorado, não fosse trágico: “O Governo Federal está concedendo a cada um de nós uma bolsa de U$ 600,00. Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Wall-Mart, esse dinheiro vai para a China. Se gastarmos com gasolina, vai para os árabes. Se comprarmos um computador, vai para a Índia. Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala. Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha. Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan e nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana.. O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui. Estou fazendo a minha parte.

A tua tá?

Texto do vice-presidente de criação e sócio da agência Bullet, Muniz Neto, sobre a crise mundial, enviado por Gutemberg Guerra: "Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro. Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais. A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta. Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver, capicce? Extinguir. Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo. Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia." É uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar. Se quiser, repasse, comente. Se não, o que importa? O vosso almoço está garantido mesmo...

Dia 19, festa na Cabaceiras

Embora ainda falte resolver a questão do valor a ser pago à ex-proprietária empresa Jorge Mutran Exportação e Importação Ltda., a Fazenda Cabaceiras, a primeira desapropriada no Brasil por descumprimento de função social da terra, teve sua posse concedida ao Incra pelo juiz Carlos Henrique Borlido Haddad, da Vara Federal de Marabá. Agora, os 9,9 mil hectares serão destinados à reforma agrária, convalidando a ocupação feita desde 1999 por famílias integradas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sexta-feira próxima (19/12), acontecerá a solenidade de criação do PA 26 de Março, mesmo nome do acampamento já existente, cujo nome recorda a data do assassinato dos líderes camponeses Onalício Araújo Barros (Fusquinha) e Valentim Serra (Doutor), ocorrido em 1998 na Fazenda Goiás II, em Parauapebas. Segundo o militante do MST, Charles Trocate, deverão participar do evento a governadora Ana Júlia Carepa, o presidente nacional do Incra, Rolf Hackbart, e da SR-27, Raimundo Oliveira Filho. A fazenda Cabaceiras também abrigará, numa área de 150 hectares, a Escola Agrotécnica Federal de Marabá, reivindicação histórica do Fórum Regional de Educação no Campo, que reúne movimentos sociais e poder público.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Queda de braço

O jornal Correio do Tocantins de terça (09/12) traz na Ronda Política que a governadora Ana Júlia indicaria o presidente do conselho do Sebrae, provavelmente o vice-prefeito de Marabá, Ítalo Ipojucan, indicado de Gilberto Leite, presidente da Associação Comercial e Industrial. A imprensa de Belém deu, semana passada, que o indicado poderia ser Sebastião Miranda Filho, ainda prefeito, nome avalizado por Gerson Peres e já integrado às filas do Partido Progressista, junto com Miguelito Gomes, quase ex-presidente da Câmara Municipal.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O cacho verde e ácido do murici

Acompanhei meu filho à Marabá Pioneira na manhã de domingo, onde ele foi fazer prova do programa chamado Prise, para mim uma vaga noção de que se relaciona com o vestibular, concurso para ele previsto lá para 2010, nos seus 17 anos. Enquanto ele ficou numa escola pública, entre centenas de outros adolescentes, fui andar nas ruas da cidade que me viu nascer e abrigou até que o mundo fez de mim seu parceiro e aprendiz. Hoje, aquela porção de terra e saudades entre os dois rios não é mais uma cidade – tornou-se apenas bairro, pequena porção de um espaço desvairado, cambaleante e distendido, ao longo de quatro décadas, em todas as direções, cada qual com perfil, rotina e linguajar em construção. Ando um pouco pela orla, depois pela avenida central, ambas àquela hora vazias. Rói-me o estômago e não há lugar algum onde se possa tomar um desjejum. Na padaria adiante, apontada pela amiga, moscas enormes pousam em toda parte, falta gelo para o suco de laranja, o pão azeda na boca. De volta à rua, sinto-me um dinossauro a vagar pela floresta coberta de cinzas e odores vulcânicos de esgoto. Nós, marabaenses da antiqüíssima guarda, com mais de 55 anos, do tempo da castanha e do Capitariquara, somos raça em extinção. Entro no estadiozinho e suas histórias me assediam. Olho enfarado o maltrato imposto à bola pelas equipes e afasto com um sacudir de cabeça a lembrança dos craques que jogaram comigo num campo cercado, em parte, de quintais separados por estacas e, de outra, fechado por uma ponte de madeira e patas de cimento fincadas sobre o pântano entre duas ruas. Saio sem olhar para trás. Viro a primeira esquina à esquerda e desço a Rua Nova até à ilharga do Cabelo Seco, por trás. Lá, nos fundos, homens e máquinas retomam ao Itacaiúnas uma parte levada pelas águas do que fora o mais estupendo e insuspeito muricizal a espraiar-se depois da cadeia de São Luis. Nessa planície desolada e nua, de barro e pedra de fogo amontoados, onde apenas um trabalhador me observa da casa de madeira sob o domingo cinzento, de repente pareço ouvir na paisagem enverdecida o grunhido dos porcos criados por João Pernambuco, Severino Mãozinha e outros que os castravam e cevaram e depois os cortavam a machete sobre cepos de madeira no mercado municipal. Os porcos vinham de longe, desde a longínqua e maranhense Carolina em balsas de buriti, Tocantins abaixo dias e dias. No muricizal, quando meninos, subíamos nas árvores baixas com seus cachos verdes e ácidos e saltávamos sobre o capado erradio. Agarrados a seus pêlos e orelhas íamos aos trancos, vaqueiros sobre doidas montarias, entre galhos e guinchos, risos e ossos quase partidos nos troncos, até onde nos levassem a traquinagem e o equilíbrio. Dou-me a rir sozinho à margem turva do rio. Dizem que ali, na chapada enlameada pelo inverno, serão construídas casas para alojar os que moram em casebres mais adiante. Duvido que os filhos dos antigos do meu tempo se lembrem ao menos de plantar um muricizeiro em seu futuro quintal.

Sujeira

Passamos já dos dois meses da eleição, cinco do início da campanha, e a cidade inteira permanece emporcalhada pela pichação eleitoral.

Sobra de ouro: a novela sem fim

Ainda nos anos 80, a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) moveu Ação Ordinária de Cobrança, na 7ª Vara Federal, em Brasília, contra a Caixa Econômica Federal, para o recebimento do equivalente a 901 quilos de ouro, como sobra dos 400 primeiros lotes comprados pela instituição bancária no garimpo de Serra Pelada naquela década. A preço corrigido, o crédito na Caixa Econômica Federal ascende hoje a algo em torno de R$ 220 milhões, enquanto as dívidas acumuladas da Coomigasp apenas com 78 credores seriam superiores a R$ 120 milhões. O pagamento desse dinheiro virou uma novela. Durante seis meses, em 1997, milhares de garimpeiros acamparam na praça central da Marabá Pioneira, em frente à sede da Caixa Econômica Federal, pressionando pela liberação desses milhões de reais, exigindo que o pagamento fosse feito diretamente a eles e não à cooperativa, que teria se valido de meios fraudulentos para substituí-los na ação indenizatória. Os garimpeiros nada conseguiram. A Lei 7.599, votada e aprovada a toque de caixa em 1987, obriga o Banco Central, por meio da CEF, a aplicar os recursos resultantes das sobras de ouro, paládio e prata em obras destinadas a melhorar a produtividade da garimpagem manual. Enquanto isso, a execução judicial foi paralisada por determinação da 7ª Vara Federal, e à época a Coomigasp também acionou s comarcas de Marabá e Curionópolis para anular “penhoras fraudulentas, “oriundas de atos ilegais de diretorias anteriores”, no valor aproximado de R$ 52 milhões, que enquanto não forem canceladas nenhum valor será pago pela CEF. Entre as penhoras irregulares estaria a cobrança superfaturada de R$ 15,799 milhões feita pela empresa Norte Transportes Rodoviários por serviços de rebaixamento da cava em Serra Pelada, e nota promissória de R$ 17,346 milhões em nome da Reis Factoring Ltda., empresa do Distrito Federal, que já teria falido e seus diretores não encontrados. A quantas andam tais processos? Em 1998 dizia-se que a CEF, condenada a pagar o valor corrigido da sobra de ouro, alegou que não poderia ser responsabilizada sozinha porque apenas cumprira ordem do Banco Central. Logo, faltava o BC no processo como litisconsorte passivo necessário. Em conseqüência, o processo teria sido devolvido para a comarca de Curionópolis, após mais de 20 anos de tramitação, para que seus autores propusessem a chamada do BC à lide. Pelo andar do Judiciário, é bem provável que a questão leve outros 20 anos para chegar a termo. Na semana passada, informa o Diário do Pará (29/11), durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias para tratar deste assunto, a CEF negou estar se esquivando de repassar aos garimpeiros os recursos relativos à venda das sobras de ouro, paládio e prata, mas pretextou que a questão está sub judice e que “a preocupação da CEF é que os recursos cheguem aos garimpeiros e não a entidades que não tenham legitimidade de representá-los”. Ora, é surpreendente essa preocupação da Caixa com que venham a fazer os garimpeiros com o dinheiro que lhes é devido... No dito encontro, soube-se que foi o Ministério Público Federal que pediu a suspensão da execução de sentença (do pagamento da dívida) porque a cooperativa é alvo de ações trabalhistas, de indenização e de cobrança, e o dinheiro é repassado diretamente para as pessoas que têm penhoras dentro do processo. E que a existência da agora Cooperativa Nacional dos Garimpeiros de Serra Pelada (Congasp) está sendo contestada judicialmente. Enquanto isso, garimpeiros sexagenários perdem a paciência no garimpo e a insatisfação arde como fogo de monturo, manifestada em assassinatos, disputa entre supostas e divergentes lideranças e organizações garimpeiras.

Dramas

Pessoa com problema circulatório procurou, à noite de terça-feira (25/11), o Hospital Municipal de Marabá e lá sequer encontrou quem lhe verificasse a pressão sanguínea. Mesmo não estando bem, a pessoa pôde perceber a situação dramática vivida por quem ali vai em busca de atendimento médico: corredor cheio de pacientes e consultórios vazios. Outra sua observação diz respeito sobre a falta de quem possa medir a pressão na maioria das farmácias locais.

Providências

A insistente cobrança feita pelos órgãos de imprensa e Subsecional da OAB, diz seu vice-presidente Erivaldo Santis, quanto a providências do TJE para o decadente fórum de Marabá, enfim produziram algum resultado: mudaram o tapume da tapera e ainda o pintaram com a cor da modernidade - rosa choque. Outro observador, viciado em internet, descobre que o site do TRE mostra a fotografia de todos os novos fóruns que mandou construir no Estado – menos o de Marabá. Por que será?, indaga o filho da mãe...

Se non è vero...

Ex-prefeito de Marabá (pro-tempore nos anos 70, e eleito em 92), ex-deputado estadual e federal, Haroldo Bezerra teria sido convidado para a secretaria de Obras de Maurino Magalhães. Já para a secretaria de Educação, o nome seria o da esposa do executivo Gilberto Leite, Marisa Leite, que exerceu por algum tempo a função no governo do falecido Geraldo Veloso.

Pontos de vista

Morador da Folha 28 com Folha 20, imediações do que resta da poluída grota Criminosa, tão bela que fora, observou durante dois dias – quarta e quinta feira - uma dupla de estranhos a toda hora rondando nas proximidades. Por precaução, o cidadão foi à delegacia de polícia alertar as autoridades e lá ouviu de alguém que a rua é pública, todos têm o legítimo direito de ir e vir e nada nem ninguém pode impedi-los, não se pode detê-los para averiguação e blá blá blá. Às dez horas da noite de sexta-feira (28/11), aqueles dois pacatos transeuntes mataram a tiros um morador da rua do queixoso.

Anúncio

“Vende-se apartamento grande, com varandão, salão, quartão, banheirão e cozinhão. Tratar com Nelson Ned.”

Efeito Bush

A Tecnosolo abriu vaga para motoristas e outros profissionais. Treinou-os, recolheu sua CTPS e garantiu-lhes que seriam chamados em trinta dias. Chamou-os, de fato. Mas para anunciar que a gerência central da empresa, fora do Estado, não mais precisaria deles por contenção de despesa. A Odebrecht, que duplica a ferrovia da Vale, agendou a demissão de 250 trabalhadores.

Fina arte

Salomão Habib e seu violão devem adoçar a alma do ouvinte de bom-gosto no próximo 13 de dezembro no Itacaiúnas Hotel. Serão apenas 50 mesas, a R$ 100 cada, e R$ 25 o ingresso dos solitários.

Sempre ela

Bem na esquina das ruas Sergipe e Minas Gerais, o serviço porco da Cosanpa rompeu e a rua sangra e afunda na lama há mais de mês. Enquanto sobra desperdício, falta água nas residências.

Economia de guerra

Anda uma outra versão nos corredores do Hospital Regional. Diz-se agora que o aparelho de tomografia não está quebrado: apenas funciona para atender os internos e olhe lá.

Pelas beiradas

Você já parou para ver bem a sua conta de energia elétrica? Então repare. Vamos dizer que você consome em torno de 400 kWh por mês, o que dá R$ 130. Aí estão incluídos a distribuição (R$ 67), encargos setoriais (R$ 11), a energia propriamente dita (R$ 47), o seguro residencial (R$ 4). Aí você dança feio no canibalismo do governo: é Cofins (R$ 10), PIS (R$ 3), ICMS (R$ 49), contribuição de iluminação pública (R$ 17). Tudo somado, você se ferra em mais de R$ 210. Verdadeiro cavalo de Tróia, recheado de inimigos vorazes.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Cinema em Cametá

Com o devido respeito a meus amigos cametaenses, entre os quais o imortal Salomão Larêdo, mas não posso deixar de publicar o texto abaixo que recebi de fonte que não revelo. Trata-se de explicação porque os grandes sucessos do cinema, ao serem exibidos em Cametá, não tinham público - e da saída que o proprietário do cinema achou para salvar os negócios. Veja no que deu: *Velocidade Máxima = 'Rápidu pa Purra' *Duro de Matar = 'Escruto de Morrer' *Esqueceram de Mim = 'Me deixaram Suzinho ' *Coração Valente = 'Curação presepeiro ' *Free Willy = 'Tambaqui Porrudo ' *Tubarão = 'Mapará qué mata' *Tubarão II = 'Mapará qué Mata de Nuvo'. *Obs: O filme TUBARÃO III, no caso, 'Mapará qué mata de nuvo e de nuvo' não houve público, pois o povo achou que era um filme muito 'pitiú'. *Titanic = 'Narfrágio do Fé em Deus ' *Epidemia = 'Mina de furunculo' *Máquina Mortífera = 'Jegue Matadô' *Fantasma = 'A Visage' *Querida Encolhi as Crianças = 'Muié, as Criança tão Gititas' *Corra Que a Polícia Vem Aí = 'Te Abicora que os Homis tão na Ilharga' *Priscila, a Rainha do Deserto = 'Bando de Fresco Alegre ' *As Margens da Loucura = 'Na Ilharga da Duidera' *Tomates Verdes Fritos = 'Mandioca Escruta e Rançosa' *Rio Babilônia = 'Igarapé Pervertido ' *Amor Selvagem = 'Trepada no Maracapucu ' *Poço das Vaidades = 'Olho d'Água Luxento' *Splash, uma Sereia em Minha Vida = 'Spraxi, Minha Muié é um Curimatá' *A Gaiola das Loucas = 'Arapuca de Veado ' *9 1/2 Semanas de Amor = 'Quase 10 Semanas de Nheco Nheco '

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Dia da Bossa

Uma notícia que vai interessar ao advogado Tony Francisco e outros raros cultuadores da música de qualidade, quase extinta pela degradação apocalíptica do brega, sertanejo, melody, techno-brega e outras porcarias. É que tramita no Senado, e está prestes a ser aprovada, a lei que institui o Dia da Bossa Nova – idéia da produtora Solange Kfoury, que tem apoio de nomes como João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal e outros. O dia escolhido será 25 de janeiro, aniversário do aquariano Tom Jobim. Aliás, um dia após a data do aniversário de Tony. Por falar nessa tsunami de mau gosto, o cantor Lobão costuma dizer que “o tocador de brega e sertanejo é a quinta besta do Apocalipse”.

Impunidade em Itupiranga

O assassinato do técnico em agropecuária Israel Moraes de Oliveira, 33 anos, no último 25 de novembro, em Itupiranga, ainda causa indignação entre trabalhadores rurais e militantes de organizações não governamentais envolvidas em assistência aos assentamentos desta região. Rael”, como o chamavam, foi brutal e covardemente assassinado quando seguia para o PA Uxi, a 25 km de Itupiranga. No caminho ele foi interceptado por dois assaltantes encapuzados, que lhe tomaram a moto, mandaram-no deitar-se no chão, de bruços, e o executaram sem apelação. Estava vestido da camisa da Copserviços. Natural de Itupiranga, onde deixa esposa e dois filhos órfãos, Israel Oliveira trabalhou na prefeitura e há mais de 02 anos ingressou como cooperado da Copserviços, que atua a serviço do Incra. Afastado dos seus compromissos, Rael foi candidato a vereador pelo PT, não tendo sido eleito, e pretendia retomar suas atividades de técnico a partir de janeiro. Em nota pública, a Coopserviços lamenta a morte do companheiro e denuncia: “Apenas este ano, vários cooperados foram vitimas de violências e constrangimentos; quatro motos e pertences foram roubados; a nossa sede foi assaltada em pena luz do dia; teve vários casos de ocorrência de “saidinhas”; no mês de janeiro uma técnica nossa, durante um assalto, foi violentada sexualmente e agora nosso “Rael” assassinado. Todos esses fatos foram devidamente registrados nas delegacias de policia civil; os casos de violência física foram denunciados também no INCRA, na Ouvidoria Agrária, na delegacia da Mulher de Marabá, no Ministério Público Estadual, na Secretaria de Segurança do Estado. No entanto, nada sabemos sobre as investigações, ou tomada de providências para punir o(s) responsável(eis)”. “Esses fatos, acrescenta a nota, vêm se somar aos crimes contra o patrimônio, freqüentes e corriqueiros na nossa região. Essa situação se torna ainda mais insustentável quando se trata de agressões físicas e crimes contra pessoas. Instalou-se um clima de medo e terror, em toda nossa região e, em particular, na área rural que parece ser abandonada a criminalidade. Queremos que a execução do nosso companheiro seja apurada e que os culpados recebam a punição prevista na nossa legislação penal. Não queremos que esse fato se some à interminável lista da impunidade e da banalidade.”

Águia vai à guerra

A despeito de todas as dificuldades, restrições financeiras e falta de apoio efetivo do poder público municipal, o Águia de Marabá chegou à última rodada do certame da Série C, deixando, infelizmente, escapar a classificação para o ascenso à Série B do Campeonato Brasileiro. Contudo, sua diretoria aposta na possibilidade de uma reabilitação pela via judicial, em razão de novo julgamento da equipe carioca do Duque de Caxias. Em ofício ao deputado Asdrúbal Bentes, a diretoria aguiana relata que durante jogo na Arena da Floresta entre Rio Branco (Acre) e Duque de Caxias foram expulsos três jogadores dessa equipe quando ia o escore em 2 tentos a 2, já no segundo tempo. Com as expulsões, o técnico do time carioca ordenou que mais dois dos seus atletas – Rafael Carvalho Borges e Edivaldo Medeiros - caíssem fingindo contusão, e eles o fizeram, de forma a encerrar a partida, de vez que o regulamento não permite a continuidade do jogo com apenas 6 jogadores do mesmo clube em campo. “Evidentemente, diz a correspondência, tudo foi um arranjo para que o Duque de Caxias não viesse a perder o jogo, beneficiando-se, em conseqüência, com o empate até ali registrado”. Durante o primeiro julgamento desses fatos no TJD, com base na súmula do árbitro, o Duque de Caxias foi condenado à pena de perda dos pontos em favor do Rio Branco, ao pagamento da multa de R$ 50 mil, à proibição de participar no campeonato subseqüente, na forma do art. 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Por seu turno, o treinador Marcelo Buarque foi suspenso por um ano, na forma do art. 256, parágrafo único, enquanto os atletas Rafael Carvalho Borges e Edivaldo Medeiros pegaram 120 dias de suspensão. Surpreendentemente, em sede de recurso e a despeito da gravidade dos seus delitos, o Duque de Caxias foi beneficiário de estranho abrandamento de suas penas, como a redução do quantum pecuniário para R$ 10 mil; a perda de apenas um ponto; a extinção da suspensão dos atletas “cai-cai” e a redução de pena do treinador. Para a diretoria do Águia é mesmo inacreditável que o STJD tenha aceitado a argumentação pobre de fundamentos como a apresentada pelo Duque “e que resultou nessa decisão lamentável e afrontosa ao art. 205 do CBJD”, incluindo a exclusão da proibição de participar do subseqüente campeonato, torneio ou equivalente da mesma modalidade. Inconformado, o presidente Ferreirinha e o técnico João Galvão vão a Brasília na próxima quarta-feira (03/12) em busca de apoio da bancada paraense em torno de uma reforma da decisão do STJD, principalmente porque os advogados do Águia já apresentaram Embargos Declaratórios neste sentido e não se afasta um pedido de revisão processual.

Pássaros

A Praia do Tucunaré anda entregue aos urubus. É verdade! Eles são agora as nossas aves do paraíso! Logo depois das 13h00 eles ficam aos bandos na beira d’água tomando sol e sem ninguém para incomodá-los. Afinal, encerrada a temporada de verão, ao final de julho, a partir de quando a praia entrega-se ao seu máximo esplendor, raras pessoas atravessam o rio com destino ao Éden.

Faliu

A pedido da Subsecional da OAB Marabá, o Tribunal de Justiça do Estado prometeu, como prioridade e para ontem, a criação da Vara do Juizado Especial. Parece que a coisa caiu no esquecimento. “Enquanto isso, o Juizado de Pequenas Causas, que deveria ser o mais célere, acumula audiências marcadas até para março de 2010”, queixa-se advogado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Candidatos

Grupo de pessoas locais, entre essas vários ligados ao Grupo de Arte de Marabá, organizado por Deise Botelho, reuniram-se na quarta-feira de manhã com o prefeito eleito Maurino Magalhães. Na ocasião, entregaram-lhe uma espécie de carta de intenção em que defendem a manutenção da secretaria municipal de Cultura, devidamente reformatada, e sugeriram três nomes para sua chefia: Xavier Santos (Javier di Mair-Abá), Manoel Nunes dos Reis (prof. Dos Reis) e Márcio Holanda.

Falência múltipla

Não é só o equipamento de tomografia e ressonância magnética que está com problemas no Hospital Regional do Sul do Pará, inclusive sem perspectiva de conserto. Agora, todo o Setor de Cardiologia, com sete leitos, foi desativado sem qualquer explicação da parte da diretoria daquele hospital público, dito de referência.

Em Marabá, história é só escombros

Na década de 50 do século passado, o prédio abrigava a escola estadual com seus meninos fardados em cáqui e talhe igual à roupa da Polícia Militar. No quintal, uma enorme cajazeira quase punha seus frutos janelas a dentro a encher de água e desejo a boca das crianças que chegavam às salas dos altos por uma larga escadaria de madeira com corrimão. Uma vez, certa manhã, uma vaca desgarrada foi parar nas salas inferiores instaurando o pânico. Enquanto ruminava pacífica e quieta, a vaca fez menino despencar amarelo como cajá no meio da praça então chamada Augusto Dias, onde ficava a papelaria Onça Pintada e, nos invernos, podia-se andar de canoa sob as mangueiras. A partir dos anos 70, do casarão fizeram delegacia de polícia civil com grades de ferro na parte de baixo, onde a urina ácida dos presos corroia seus tijolos maciços, de tal sorte que bastava um pontapé para arrancá-los da parede. Hoje, o que deveria ser um patrimônio histórico e cultural cuidadosamente preservado tornou-se uma ameaça pública. Abandonado há anos e em ruínas, sem que se lhe tenha dado o governo estadual qualquer destinação, o prédio pode desabar a qualquer momento, provavelmente com vítimas, já que fica entre agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, diariamente cheias de gente e de veículos estacionados à sua porta.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Que merda!

Tô invocado com essa história de Dia da Consciência Negra. Sou preto desde o ventre da Donana e não preciso de um dia do ano, uma vezinha só, para que me lembrem disso. Panteras Negras, já!

Sem saída para Cosanpa

Pela segunda vez, em menos de duas semanas, uma das principais adutoras da Cosanpa estourou dentro de uma casa na Folha 22, em frente ao colégio Gaspar Viana, outra vez prejudicando o fornecimento de água naquela e em outras Folhas da Nova Marabá. Na semana passada, a poucos metros da casa agora atingida, outro estouro da rede deixou pelo menos seis dias os consumidores na mão. Como sempre, a empresa não deu um pio – habitual procedimento desrespeitoso com os milhares de consumidores mal ou não servidos e que ainda pagam pelo desserviço ou são cobrados de forma abusiva. Em Marabá desde 1975, a Cosanpa deveria suprir as necessidades básicas do município. Todavia, sua distribuição não alcança um terço da população urbana. Bairros como Jardim União, Jardim Vitória, Independência, Belo Horizonte, Novo Planalto, Bom Planalto, Amapá, Liberdade e Vale do Itacaiúnas não são servidos. Os moradores de lá não se queixam: sabem que não teriam água mesmo e, ademais, preferem valer-se de seus próprios poços sem garantia de potabilidade. De resto, há bons três anos a empresa fala em investimento - R$ 60 milhões, o mais recente – e a coisa não flui: parece entupimento de canaleta. Já no que se refere ao achaque do consumidor, a melhor forma de combater os desatinos da empresa (que a prefeitura ignora e/ou não toma a providência merecida, embora avalista do descaso em razão de convênio autorizativo da exploração do serviço) é deixar de pagar a conta da água que não tem. A desobediência civil, já dizia Gandhi, não é só um dever moral em tais ou quais circunstâncias, senão um direito intrínseco do cidadão. Este não pode renunciar a tal direito sem deixar de ser homem. E posto que, diferente da desobediência criminal, a desobediência civil não comporta anarquia senão crescimento social, a Cosanpa que vá à Justiça, se quiser! Decerto lá aprenderá que sempre que o Estado reprime a desobediência civil, o que na realidade está fazendo é tratar de aprisionar a consciência.

“Negros, índios e pobres”

O Plenário da Câmara Federal aprovou quinta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, o projeto que reserva no mínimo 50% das vagas nas universidades públicas federais para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. O PL (Projeto de Lei) 73/99, de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA), foi aprovado na forma do substitutivo aprovado em 2005 pela Comissão de Educação e Cultura, elaborado pelo deputado Carlos Abicalil (PT-MT). O projeto segue agora para o Senado. Os parlamentares aprovaram emenda que destina metade das vagas reservadas aos estudantes oriundos de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 622,50). Além disso, essas vagas deverão ser preenchidas por alunos negros, pardos e indígenas segundo a proporção dessa população no Estado onde é localizada a instituição de ensino, segundo o último Censo do IBGE. Pelo texto, as universidades públicas deverão selecionar os alunos do ensino médio em escolas públicas tendo como base o coeficiente de rendimento, obtido através de média aritmética das notas ou menções obtidas no período, considerando-se o currículo comum a ser estabelecido pelo Ministério da Educação. O texto faculta às instituições privadas de ensino superior o mesmo regime de cotas em seus exames de ingresso. O substitutivo de Abicalil também determina semelhante regra de cotas para as instituições federais de ensino técnico de nível médio. Elas deverão reservar, em cada concurso de seleção para ingresso em seus cursos, no mínimo 50% de suas vagas para alunos que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escolas públicas. Nessas escolas, se aplicará o mesmo critério das universidades para a admissão de negros e indígenas. Caberá ao Ministério da Educação e à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, ouvida a Funai, o acompanhamento e avaliação desse programa de cotas. Após dez anos, o Poder Executivo promoverá a revisão do programa. As universidades terão o prazo de quatro anos para o cumprimento das regras, implementando, no mínimo, 25% da reserva de vagas determinada pelo texto a cada ano.

Um apelo

À minha artista predileta, Vitória Barros: estou fazendo uma pesquisa e gostaria de ter uma cópia da sua monografia “A zona castanheira do Médio Tocantins e Vale do Itacaiúnas – reorganização do espaço sob os efeitos das políticas públicas para a Amazônia”. É de 1992, referente à sua graduação em Geografia.

Sem gelada

A quarta-feira (19/11) foi de problema para vendedores e consumidores de cerveja. A distribuidora em Marabá, que monopoliza a oferta de Brahma, Bohemia, Antarctica e Skol, sobretudo priorizando a venda desta última, nem sequer pôs a frota na rua, diz um comerciante. Seguramente por falta de concorrência...

Vai pagar

Herdeiros de Saint Clair Chaves estão cobrando da prefeitura, na Justiça, mais de R$ 120 mil devidos por demissão arbitrária, não reintegração de servidor, e sentença confirmada por Acórdão do TJE, transitada em julgado. Saint Clair trabalhou na prefeitura até 29.2.1996, data do seu último pagamento (R$ 116,59), ganhou ação de reintegração de cargo mas até sua morte, em 15.11.2007, teve seus direitos empurrados com a barriga. Agora, só resta à administração a obrigatoriedade do pagamento, ou seja, retirar recursos de projetos essenciais para reparar danos arbitrários.

Desapropriações

O governo do Estado depositou previamente em juízo R$ 588.102,08 por conta da ação de desapropriação por utilidade pública dos pouco mais de 487 mil metros quadrados do terreno pertencente aos herdeiros de Almir Moraes. O processo tramita na 3ª Vara Cível. Por lá também andam os autos de desapropriação, com a mesma finalidade, de 900 m² de terreno urbano da Cosipar (depósito prévio de R$ 27.770,00) e da Chácara Flor do Encanto, à margem do rio Tocantins, com 7.289 m², avaliada em R$ 679.750,00. Por situar-se próxima à Estação de tratamento da Cosanpa, é possível que a compra da chácara seja de interesse dessa companhia. As demais desapropriações são, contudo, resultado das invasões urbanas desenfreadas em Marabá, que só constituem favelas sem escola, saneamento básico, segurança pública.

É o cara!

O prefeito eleito Maurino Magalhães mantém-se calado quanto a seus futuros auxiliares, mas aqui fora a especulação – arte de desocupados – anda solta, principalmente sobre a importação de mão-de-obra do Tocantins ou a escolha deles por critérios mais religiosos do que técnicos. Mas esta semana deu-se como certo que para a Secretaria de Agricultura Maurino vai chamar o agrônomo marabaense Raimundo Nonato Gomes Filho, sem dúvida sua melhor definição. Nonato Gomes possui atributos raros: é competente, honesto, tem desenvoltura e criatividade. Não é um burocrata e possui iniciativas pessoais. É dele o melhor projeto que já se elaborou aqui para a agricultura municipal. Talvez por isso, creio, não foi avante – este é um segmento da nossa economia que jamais interessou, de fato, à administração. Resgatar Nonato Gomes será uma das melhores providências do novo prefeito.

Campus

O campus da UFPA está desde abril do ano passado – quando o ex-interventor Erivan Souza Cruz assumiu a gerência do campus 2, construído pela Vale -, sem coordenador titular. No período, ocupa o cargo interinamente a profª. Zenaide, por indicação da diretoria da universidade. Como a última eleição para a coordenação deu maior grilo no início de 2008, não se descarta o risco de nova intervenção. Já no curso de Direito falta professor de Administrativo desde agosto e este semestre acaba na véspera do Natal.

Recitais

Sexta-feira, 28 de novembro, a Escola de Música da Fundação Casa da Cultura de Marabá promove recital no auditório do “José Mendonça Vergolino”, a partir das 19h00, em comemoração aos 15 anos daquela escola dirigida pela profª. Júlia Lima. A entrada e franca. No sábado, 29, a partir das 19h00 e no auditório da secretaria de Saúde, quem abrilhanta a cultura são o Recital do Coro Carlos Gomes e a Orquestra Jovem de Belém, ambos pela primeira vez se apresentando nesta cidade. O ingresso é simbólico: R$ 10.

Andorinhas

Parece definido para 2 de dezembro, em Belém, o lançamento do livro “Andorinhas”, do prof. Paulo Gorayeb, Diretor de Pós-graduação da UFPA. Há três anos Gorayeb luta para dar a lume o livro sobre a criação e implementação do Parque das Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, fruto das pesquisas iniciadas pela Casa da Cultura de Marabá, desde 1987, sob coordenação do biólogo Noé Carlos von Atzingen. O parque, com cerca de 60 mil hectares, possui oito ecossistemas distintos (cerrado/cerradão, floresta mista, floresta densa, floresta semidecídua, floresta galeria, parque, campo litológico e floresta de várzea); 113 sítios arqueológicos; 5.740 gravuras e pinturas rupestres; grutas e cavernmas, a maior delas com mais de um quilômetro de desenvolvimento; 570 espécies de animais vertebrados, dos quais 25 estão na lista dos ameaçados de extinção; 84 espécies de orquídeas e 51 de plantas medicinais, entre outros achados.

Nostalgia

“Rei de Copas. Antão. Zezé. Taracanga. O Lauro, que era coxo, virou Cudemola. Tapioca era um pretinho retinto! Aí vinham Maria do Prego, Bebé, Consola, Piroca, Zé do Pilar, Curica, Cobrão, Tantã, Boca Quente, Zagaia, Mito, Feloca. Jacaré. Tinha também Jiloca, Tia Duque, Camiranga, Geladeira, Domingo Massa Bruta, Nira, Biju e Véi Zuza. Bons tempos...” Do advogado Haroldo Jr., lembrando da infância e da sua Jacundá, em 1974, que hoje é um cardume de saudades sob a represa do Tocantins.

Faz sentido

Por exigência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), jogos da Série C, a partir da 3ª fase, só devem acontecer em estádios para dez mil pessoas, no mínimo. Por isso, Água e Duque de Caxias jogaram em Volta Redonda (porque o clube anfitrião não tem estádio) para somente 23 pagantes. Se o jogo fosse em Marabá, mais de 4 mil pessoas lotariam o estádio a cada partida, com renda significativa. O raciocínio é do médico Fernando Monteiro, coberto de razão.

Intermitências

Dia da Consciência Negra e de São Félix de Valois, padroeiro de Marabá, as quedas de tensão da rede Celpa foram sucessivas e duraram mais de meia hora, em Folhas da Nova Marabá. Foi logo depois da chuva.

Mal das pernas

O Hospital Regional do Sudeste do Pará, sediado aqui, está com problemas. Entre esses, o equipamento de tomografia e ressonância magnética, quebrado há tempo e sem previsão de conserto. No começo do ano passado, essa máquina quebrou e levou mais de seis meses para ser recuperada. Quebrou de novo e, parece, talvez receba conserto só ano que vem. O resultado é que paciente internado e que carece desse exame é encaminhado ao São Lucas. Quem for apenas consultar-se e o médico cismar que precisa desse recurso, está frito: vai desembolsar cerca de R$ 1.200.

Banda larga na escola já era

Agora lascou-se a inclusão digital das escolas públicas.Uma decisão judicial suspendeu o plano de conexão de 55 mil escolas públicas à internet de alta velocidade pelas operadoras de telefonia fixa - conforme acertado com o Executivo no início deste ano - e abriu uma polêmica no setor de telecomunicações. Segundo o jornal O Globo, a Associação de Defesa do Consumidor ProTeste pediu o cancelamento temporário do programa, alegando não haver clareza sobre a propriedade da rede de fibra ótica ao fim do contrato. A liminar foi concedida pela juíza substituta da 6ª Vara Federal do Distrito Federal, Maria Cecília de Marco Rocha.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Prisão para escravagistas

A Justiça Federal no Pará decretou ontem, 13 de novembro, a prisão preventiva do empresário Agenilson José dos Santos, o Paulista, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de submeter 163 pessoas a trabalho escravo em Placas, no oeste do estado. A determinação foi tomada para evitar que o empresário continue atrapalhando as investigações. De acordo com depoimento citado na decisão, para ameaçar as testemunhas Paulista chegou a citar o caso Dorothy Stang, missionária assassinada em 2005 no Pará por defender trabalhadores rurais. O mandado de prisão expedido pelo juiz José Airton de Aguiar Portela,de Santarém, foi encaminhado no final da tarde para a Polícia Federal. Além de Paulista, o MPF acusa de promoção do trabalho escravo outros quatro dirigentes da empresa Perfil Agroindústria Cacaueira e dois comerciantes que, com a aprovação da Perfil, obrigavam os trabalhadoresa comprarem exclusivamente em seus estabelecimentos todos os materiais para o cultivo do cacau. Em sua maioria, essas compras eram feitas mediante empréstimos concedidos pelos próprios comerciantes. Crianças escravizadas A denúncia da Procuradoria da República em Santarém, enviada à Justiça no último dia 24, foi baseada em dados levantados em uma operação realizada na área rural de Placas em 25 de setembro por integrantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Dos 163trabalhadores encontrados em condições semelhantes às de escravos, 30 eram crianças ou adolescentes (22 com idade até cinco anos e oito com idade de cinco a 13 anos). Também foram encontradas armas e munição em poder de Paulista.“Constatamos a presença de um número significativo de pessoas, adultas e crianças, que sofreram acidentes provocados por instrumento cortante (podão, cutelo e facão), picadas de cobras, de aranhas,escorpiões e outros”, diz o relatório da operação. Segundo o documento anexado à denúncia, um adolescente de 13 anos ficou cego do olho esquerdo devido a um acidente de trabalho ocorrido quando ele carregava uma saca de cacau de aproximadamente 40 quilos. Sem nenhum direito Segundo o MPF, além de não fornecer as mínimas condições de moradia e higiene aos trabalhadores a Perfil Agroindústria Cacaueira não respeitava direitos trabalhistas como o registro em carteira, férias, 13ºsalário, entre outros. No total, a empresa recebeu 17 autos de infração por irregularidades detectadas pelos fiscais. As primeiras informações sobre irregularidades no local foram recebidas em abril pelo Conselho Municipal da Criança de Placas. Segundo relato de integrantes do conselho, ao visitarem a empresa eles foram ameaçados por Paulista. “Sua batata está assando. Lembra o que aconteceu com a irmã Dorothy?”, disse Agenilson dos Santos a um dos conselheiros, de acordo com a ação do MPF. Além de pedir a condenação de todos os denunciados (lista abaixo) pelo crime de redução a condição análoga à de escravo, punível com dois aoito anos de prisão, a ação da Procuradoria da República em Santarém pede a punição de todos por frustração de direitos trabalhistas, cuja pena é de um a dois anos de prisão. O MPF também pediu a condenação de Paulista pelo crime previsto no artigo 236 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê detenção de seis meses a dois anos para quem impedir ou embaraçar a ação de membro do Conselho Tutelar. O processo tramita na Justiça Federal em Santarém com o número 2008.39.02.001455-9. Denunciados: Agenilson José dos Santos, o Paulista; Juarez Marinho dos Santos; Nivaldo Rodrigues da Silva; Agenor José dos Santos; Eulelice Soares dos Santos; Arilton Lopes de Freitas; Andréia Generoso de Souza prpa.mpf.gov.br)

Derrubada

A pretexto da construção do templo central da congregação, igreja evangélica derrubou 15 das 37 árvores, sobretudo mangueiras, de um pomar situado à margem da Transamazônica, no perímetro urbano da Nova Marabá, quase em frente ao Stoptodde. As árvores foram sacrificadas a motosserra, com corte rente ao chão. Na semana passada, garis da prefeitura inclusive foram lá para a área ajuntar os pedaços.

FCCM: 24 de descobertas

A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) faz 24 anos neste sábado, 15 de novembro. Apesar da relevância do tema, a data só não passará de todo em branco porque será feita uma exposição sobre o trabalho da instituição que, embora seja entidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, em tese dotada de autonomia financeira e administrativa, continua vinculada ao gabinete do prefeito municipal. Com a mudança de gestão, a expectativa é que enfim a Fundação possa vir a manejar sua dotação orçamentária, ainda que pequena e mal chegue para custeio de manutenção. A importância da Casa da Cultura é inquestionável. Hoje, sua Escola de Música tem em média 500 alunos por ano, há cerca de uma década, sendo incontáveis assim os que por lá passaram e agora atuam de forma profissional. As pesquisas alcançam um leque de atividades que vão da Arqueologia à Espeleologia, da fauna silvestre ao gerenciamento de recursos hídricos, de alterações climáticas à ictiofauna e às aves da zona urbana de Marabá. Fica aqui apenas um registro e a promessa de uma ampla reportagem para a próxima edição.

Vieram pra cá?...

Sobre a matéria “A política corrupta e um exemplo porreta”, publicada no último final de semana, recebi do prof. Gutemberg Guerra, hoje residente nos Estados Unidos, a seguinte correção: “Lendo sua página publicada sábado, 8 de novembro, verifico citação sobre fato ocorrido em suposto município baiano denominado Bom Jesus de Itabapoana, em que um candidato a prefeito teria sido eliminado pelo voto. Também recebi e-mail de uma amiga carioca sobre o assunto e, tentando verificar a veracidade do fato nos arquivos eletrônicos do Tribunal Superior Eleitoral, confirmo o ocorrido. Um detalhe importante, porém, é que o município não é baiano, mas carioca. Fica no Estado do Rio de janeiro, cumpade! Na Bahia tem candidato safado mais não!” Guerra ajunta boletim mostrando que, de fato, dos 26.873 eleitores de Itabapoana, foram às urnas 23.334. Desses, 20.821 anularam o voto e outros 1.021 votaram em branco. Quanto a não existir mais candidato safado na Bahia (depois da morte de Antônio Carlos Magalhães, presumo) acho que eles se mudaram pra cá, cumpade!

Exercício

Mas nem tudo está perdido. O prof. Nelinho Carvalho e Sousa, da escola São Francisco, ao lado do aeroporto e perto do cemitério da Cidade Nova, está fazendo uma experiência interessante com os alunos da 3ª série do ensino fundamental: ele organizou uma eleição para vereadores e prefeito entre alunos de 9 e 11 anos, que apresentaram quatro candidatos com seus respectivos planos de governo. Nessa quinta-feira houve debate e anda todo mundo empolgado com o processo, inclusive os demais professores, que deverão votar no pleito marcado para breve.

Tsunami

Em 10 de setembro de 2007, a 1ª Vara Cível de Marabá tinha aproximadamente 6.100 processos, 2.500 conclusos, 1.700 parados (alguns há mais de 30 anos). Por mês eram distribuídos 170 feitos, exigindo da Vara – para evitar acúmulo – o proferimento de 170 sentenças mensais, além de audiências e outros despachos. Para dar conta do recado havia apenas um juiz e dois serventuários (hoje são quatro).

Herança maldita

Processo transitado em julgado, portanto sem mais possibilidade de recurso, o Superior Tribunal de Justiça já teria determinado o pagamento, pela prefeitura de Marabá, da indenização devida aos proprietários do hoje bairro do Km-07 (Nova Marabá), querela que perambula há mais de 20 anos nos corredores do Judiciário. A bomba, de quase 60 milhões de reais, vai explodir no colo do prefeito eleito, Maurino Magalhães.

Furacão

Coincidentemente com o mandato do prefeito eleito Maurino Magalhães (2009-2012), esta região será irrigada com a maior porção dos 58 bilhões de dólares que serão investidos no Pará, envolvendo projetos privados e governamentais (Plano de Aceleração do Crescimento). Cerca de 20 mil empregos diretos serão gerados. Resta saber se teremos jogo de cintura política para capitalizar os efeitos residuais benéficos de tanta grana, sobretudo porque ninguém vai dar conta da migração prevista para cá.

Quem?

Pesquisa do Sindicato do Comércio (Sindicom) para eleger o “Empresário do Ano” aponta dados interessantíssimos. No universo dos entrevistados, 77,50% disseram não saber se na cidade havia fornecedor de produtos farmacêuticos e hospitalares; 54,50% desconhecem a existência de empresas de factoring; 46,50% ignoram nome e endereço de corretora de imóvel, outros 43% estão aéreos quanto a corretores de seguro. É no que dá não investir em propaganda.

Descaso

Em viagem de negócio, cidadão saiu às sete da manhã de Marabá, num Transbrasiliana, com destino a Araguaína (TO), onde só foi chegar às 13hs. Às 16hs embarcou de van para Balsas (MA) e só por volta de meia-noite saltou na “cidade quente, suja e pobre” em que milhões de reais são gerados com a produção de super-safras de soja. Chamaram-lhe a atenção as boas estradas tocantinas e os trechos quase intransitáveis das maranhenses, principalmente entre Riachão e Balsas, e da rodovia paraense entre São Geraldo e São Domingos do Araguaia. “O descaso é flagrante”, disse o cansado viajante.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A política corrupta e um exemplo porreta

Os eleitores podem voltar às urnas no município maranhense de Joselândia, distante 371 km de São Luis. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o registro de candidatura do prefeito eleito, Marcelo Queiroz de Abreu (PMDB). Também foi cassada a vice-candidata Jaqueline Feitosa (PMDB). Eles foram acusados de compra de votos. Um novo pleito deve ser realizado porque os votos de Marcelo serão anulados. Ele recebeu 62% dos votos. Com isso, mais de 50% dos votos válidos serão anulados. Orleans Carvalho (PRB), segundo colocado, recebeu 37% dos votos. Caso idêntico se dá em Redenção, onde o ex-prefeito Wagner Fontes teve seu registro igualmente cassado por contas não aceitas. Wagner Fontes teve 59,3% dos votos válidos. PJC, o segundo mais votado com 34,12%, andou soltando fogos inúteis, achando que seria empossado. Enquanto isso, em Rondônia, um dia após ser cassado, o governador Ivo Cassol, atualmente sem partido, obteve liminar garantindo seu mandato, concedida na noite de quarta-feira (5) pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani. O diploma de governador de Cassol fora cassado na terça-feira (4), junto com o do senador Expedito Júnior (PR), TRE de Rondônia, por abuso de poder e compra de votos durante as eleições de 2006. O TRE também havia cancelado a eleição em que Cassol foi reeleito, marcando novas eleições para governador do estado no dia 14 de dezembro. Com a decisão de quarta-feira, Cassol continuará no cargo até a publicação do acórdão, e poderá entrar com recurso no próprio tribunal regional. No meio dessa furupa toda envolvendo corrupção eleitoral, parece que a melhor saída será adotar o exemplo que vem de um município baiano. Em Bom Jesus de Itabapoana, do total de 26.863 eleitores que compareceram às urnas, 20.821 ((89,23%!) cidadãos conscientes decidiram anular o voto! É que o candidato a prefeito não servia e a população cuidou de eliminá-lo no voto. Agora o TRE terá que fazer nova eleição e o candidato reprovado não poderá se candidatar novamente. O interessante é que esse fato não foi divulgado em nenhuma mídia baiana ou do resto do Brasil, até agora.

Ficar pra quê mesmo?

“Li em um jornal local que o vereador Miguel Gomes Filho (PP), o Miguelito, presidente da Câmara Municipal, está contrariado com a criação de um chamado Grupo dos Sete, formado por vereadores eleitos e reeleitos em 5 de outubro passado. O motivo: Miguelito vê ameaçada sua pretensa reeleição ao cargo máximo do Legislativo Municipal. Creio que ele se esqueceu que isso faz parte do processo democrático e que uma das características da verdadeira, da legítima democracia, é a alternância do poder. Se ele esqueceu, é bom que alguém o ensine novamente. Ademais para que Miguelito Gomes Filho quer ser o presidente perpétuo da Câmara Municipal de Marabá? Para continuar legislando em causa e interesses próprios? Para continuar elogiando o prefeito da vez, dizendo que é o "melhor do mundo", como o faz sempre que fala de Tião Miranda? Para novamente virar a casaca, como fez nas últimas eleições? Para continuar se elegendo na base do assistencialismo? Para quê, afinal? Em todos esses anos de vereança, quais os projetos apresentados por ele e aprovados por seus pares que beneficiaram diretamente a população de Marabá? Dá para contar pelo menos uns 10? É difícil... Deve, portanto, o pretenso presidente vitalício da Câmara Municipal aquietar-se no seu canto e deixar a vez para quem está chegando ou retornando, a quem as urnas julgarão em 2012, de acordo com o comportamento deles. (Charles Zenaldo de Oliveira Rodrigues, eleitor – Charles_zen@yahoo. com.br)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Buiunas e lagartos

O Correio do Tocantins de terça-feira, 4 de novembro, publicou uma foto para a história política recente de Marabá: as vereadores Júlia Rosa (PDT, reeleita) e Toinha (PT, eleita e ainda não empossada) abraçadas com o médico Nagib Mutran Neto (PMDB), também recém-eleito à Câmara Municipal. Durante anos, desde o início de sua carreira, Júlia Rosa sempre foi tida como radicalmente contrária à práxis eleitoral dos Mutran, assim como, mais recentemente, os militantes do PT a que pertence a professora Toinha. Ambas, aliás, foram eleitas na coligação de Bernadete ten Caten, em contraposição ao PMDB de Asdrúbal Bentes que, sem futuro nenhum na sua pretensão de chegar à prefeitura, abandonou a fragata cambaleante e bandeou-se para os lados de Maurino Magalhães, o prefeito eleito. Diz o jornal Correio do Tocantins que o acordo que mandou às favas ideologias, cerimônia e desafetos aconteceu às 23 hs de segunda-feira (3/10) “após 2 horas de reunião a portas fechadas na casa da vereadora Júlia Rosa (PDT)”. O objetivo: decidir a eleição para presidente da Câmara na legislatura que tem início em 1º de janeiro de 2009. Na foto, além das duas professoras e de Mutran Neto, os novos eleitos: Edvaldo Motoboy (PPS), Alécio da Palmiteira (PSB), Gerson do Badeco (PHS) e Antônio da Ótica (PR). Eles mesmos se intitularam de Grupo dos Sete. Maioria, numa Casa de 13 membros. “A intenção da aliança, assumiram, é fazer frente a grupo que já estaria se articulando de outro lado, também com vistas a fazer o presidente da Câmara. A diferença neste caso, dizem, é que não foi discutido um nome para encabeçar chapa, mas que esse nome sairá do grupo, assim como outros dois componentes da mesa. O G7 se manteria unido para fazer também a presidência posterior, na segunda metade do mandato. Acompanhavam o grupo, além de assessores, o vereador da atual legislatura e ex-presidente da Casa, Ferreirinha (PSB) e o ex-vereador Badeco, pai de Gerson”. Miguel Gomes Filho, reeleito e ainda presidente do Legislativo mindinho, com aspiração de reeleger-se, andaria dizendo buiúnas e lagartos do G7. Triste cidade...

O submundo manda lembranças

A marabaense Deusivânia dos Santos Souza, 25, doméstica, foi assassinada hoje, aí pelas oito e meia da manhã, num dos trechos mais movimentados da rodovia Transamazônica dentro da área urbana da Nova Marabá. Seguida desde sua casa na Folha 34, em frente ao Hospital Regional do Sudeste do Pará, de onde seu marido foi há pouco tempo removido para tratamento em Belém, vítima de pistolagem, Deusivânia levou seis tiros na cabeça e dois no pescoço, disparados por dois pistoleiros trafegando numa motocicleta. O mototaxista que a conduzia também saiu ferido e, segundo os médicos, pode ficar paraplégico. A vítima era mulher do cabo PM Agacy Ferreira da Silva, suposto líder do grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal na “Operação Matamento”, ao fim de julho de 2007, em investigação sobre tráfico interestadual de drogas entre o Tocantins e o Pará. À época foram presos os policiais militares: cabos PM Agacy Ferreira da Silva e Carlos Sousa Jansen; e os soldados Ronaldo Soares Aragão, Clebes Rithon Clebes Lopes Moreira, Júlio da Paixão da Silva Júnior e Adalto Lopes de Souza (licenciado). Deusivânia, a Vânia, também foi presa na mesma oportunidade, assim como outros civis. Nenhum passou muito tempo na prisão. A Polícia Federal também apreendeu 2 quilos de cocaína, 4 motocicletas, três pistolas calibre 380, 2 revólveres calibre 38 e vários aparelhos celulares. Cabo Jansen foi morto a facadas dia 18 de outubro recente por uma gangue na orla do Tocantins. Um dos suspeitos da sua morte, o adolescente Deuzimar Batista Silva, o Doca, teve, ainda vivo, a cabeça separada do corpo e atirada na praça central da Marabá Pioneira, à madrugada de 19 de outubro, por dois assassinos trafegando uma moto. Já então o cabo Agacy estava internado em razão de duas tentativas de homicídio: dia 15 de setembro deram-lhe dois tiros na cabeça no centro da Nova Marabá, e outros dois, igualmente na cabeça, quando ainda ocupava o Posto de Clínicas Cirúrgicas do Hospital Regional. Policial civil confidenciou ao repórter acreditar em três possibilidades para a morte de Deusivânia: a) vingança de familiares de vítimas do grupo de extermínio; b) queima de arquivo, a partir dos próprios integrantes da quadrilha; c) a mando do próprio Agacy, que estaria inconformado com o fato de Vânia supostamente ter arranjado outro parceiro. “Observe que são assassinatos seletivos interligados”, disse meio enigmático.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Faroeste

As poucas pessoas que se encontravam conversando às proximidades da Câmara Municipal, na Velha Marabá, dizem que jamais se esquecerão do que viram na madrugada do último domingo. De repente, dois homens numa motocicleta aproximaram-se do grupo, diminuíram a velocidade e gritaram: “Olhaí pra vocês jogarem!” Em seguida arremessaram alguma coisa mais ou menos parecida com uma bola e saíram em disparada. Era a cabeça do adolescente Deuzimar Batista Silva, o Doca, suspeito de participação no assassinato do cabo PM Edinaldo Carlos Sousa Jansen, esfaqueado até à morte na orla durante a madrugada do sábado (18). Cabo Jansen integrava o grupo de extermínio desarticulado pela Polícia Federal na operação Matamento, de 27 de junho de 2006, supostamente liderado pelo também cabo PM Agacy Ferreira da Silva. Soltos por mandado judicial, os dois retornaram a Marabá. Dia 15 de setembro recente, Agacy levou dois tiros na cabeça em emboscada no centro da Nova Marabá. Socorrido e internado no Hospital Regional, provavelmente os mesmos pistoleiros deram-lhe mais dois tiros exatamente na cabeça dentro do Posto de Clínicas Cirúrgicas daquela casa de saúde, após saltarem o muro dos fundos, à madrugada de 23 de setembro. Agacy ainda sobrevive. Jansen, Agacy, Deuzimar Doca e tantos outros que diariamente passam pelo necrotério do Instituto Médico Legal são apenas personagens da barbárie que empolga a região, e na qual não se distinguem bandidos e mocinhos.

Azizin

Valdinar Monteiro é procurador jurídico da Câmara, evangélico dedicado e um cronista vigoroso. Por essa última virtude, vivo cobrando dele a publicação de um livro dos textos que hoje dispõe em blog na internet. Dia desses ele falou sobre a deslembrança de Aziz Mutran Filho, aquele poeta que cortou pulsos, uma vez,meteu uma bala na cabeça, noutra chance, e por fim encontrou a morte numa forca improvisada no quintal de sua casa em 2003. Por conta da crônica de Valdinar, contei-lhe um fato por mim vivido juntamente com o Azizin. Foi em 1974. Eu, desde dezembro de 73, era correspondente dos jornais A província do Pará e O Estado de S. Paulo e testemunha atenta dos efeitos colaterais perniciosos que a guerrilha do Araguaia desencadeava na cidade vigiada por toda espécie de farda. Isso, contudo, não reduzia a violência. No campo começara a caça a trabalhadores sem-terra, principalmente as lideranças camponesas, e na cidade os recrutas, de folga, inundavam as ruas com embriaguez e violência. A imprensa, claro, era mantida em rédea curta. Assim, quando comecei a publicar no Estadão a luta pela terra nas fazendas Cazam e Capaz, do norte-americano John Weaver Davis, não foram poucas as vezes que fui obrigado, melhor, levado manu militari ao quartel do 52ª BIS, explicar isso e aquilo. Um dia, o próprio delegado e seu comissário de polícia, juntamente com policiais militares, foram ao gabinete do prefeito Pedro Marinho de Oliveira, onde eu prestava assessoria, para prender-me. Eu morava com minha mãe e estava em casa, cedo, quando o Azizin chegou. Assustado, queria tirar-me da cidade a qualquer custo. Mas, de bicicleta?!!! E para onde ir, na cidade sitiada? Eu me sentei na calçada e comecei a rir, Ri tanto que ele descontraiu e riu e fomos fazer o que mais gostávamos quando juntos: fomos ao bar do canto embriagar-nos. Fossem para o inferno os policiais, a repressão, a tragédia cotidiana de uma cidade infelicitada por problemas a que não demos causa.

O caso Ibama

Secretário-adjunto da Secretaria de Integração Regional (Seir), Ademir Martins dos Reis disse ontem por telefone ainda não ter sido notificado da ação judicial que lhe move o Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) por suposta improbidade administrativa quando gerente regional do Ibama em Marabá. Ele diz que ao assumir o instituto em 2003, de onde saiu em 2006, em substituição a Edvaldo Pereira da Silva, já encontrou os funcionários cedidos e pagos pela prefeitura de Eldorado do Carajás. “Para me certificar da lisura desse convênio, consultei a assessoria jurídica do Ibama e me informaram que não havia qualquer impedimento legal”, informou. Segundo a Procuradoria da República em Marabá, na verdade os trabalhadores eram pagos pelo Assimec - Sindicato das Indústrias Madeireiras daquele município, e mais tarde pelo sindicato madeireiro de Jacundá, neste caso formalmente escrito e assinado.

Campanha

“Lutar por direitos humanos não é Crime!”, a campanha lançada com grande seminário em Belém, no final da semana passada, e se propondo a combater a criminalização dos movimentos sociais, já conta com a adesão de pelo menos 60 entidades, entre as quais MST, CPT, SDDH, e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A campanha que foi lançada já traz algumas propostas para a região: continuar fazendo a luta em defesa da Amazônia e dos povos que nela habitam contra as agressões provocadas pelas frentes de expansão do agronegócio, da mineração e dos grandes projetos governamentais; manifestar total apoio ao Bispo Dom Erwin e a Prelazia do Xingu na luta contra a Construção da Hidrelétrica de Belo Monte e na defesa da causa indígena, da floresta e do Rio Xingu; pressionar o Tribunal da Justiça do Pará para que julgue o recurso que pede a anulação do julgamento que absolveu o fazendeiro Viltamiro Bastos e exigir que Bida e Regivaldo sejam julgados e responsabilizados pelo assassinato de Dorothy; pressionar o Tribunal Regional Federal para que julgue os recursos que pedem a anulação da sentença que condenou o advogado José Batista a 2 anos e 5 meses de prisão e a sentença que condenou as lideranças do MST e do MTM ao pagamento de multa no valor de 5 milhões e 20 mil reais.

PA/MA contra escravidão

Os governadores Jackson Lago (MA) e Ana Júlia Carepa (PA) assinaram na quinta-feira, em São Luis, um protocolo de intenções que estabelece ações conjuntas para a erradicação do trabalho escravo. A sinalização conjunta antecede pacto federativo que envolve ainda os Estados do Piauí, Tocantins, Bahia e Mato Grosso. Pela carta de intenções, Maranhão e Pará darão apoio às ações de fiscalização móvel, ampliando sua capacidade de atendimento às denúncias e disponibilizando orçamento para facilitar esta fiscalização em áreas de difícil acesso. Ficou estabelecido também que os dois Estados irão criar comissões para a erradicação do trabalho escravo, formadas por organizações governamentais, não governamentais, representações de trabalhadores, patronais e demais instituições comprometidas para elaborar e implementar políticas estaduais de prevenção, combate e responsabilização, reinserção social e assistência às vítimas e familiares. No próximo dia 3 de novembro, Ana Júlia e Lago se reúnem em Imperatriz (MA) com os governadores do Piauí e Tocantins, para que, juntamente com o Ministério do Trabalho, implantem o programa Marco Zero, que pretende erradicar o trabalho escravo no país.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A poesia feroz de Charles Trocate

Sobre a cegueira Passo a passo vou lento a lugares dispersos Arrancando-os da nostalgia O chá é uma invenção tão antiga! Depois uma mania esnobe e agora coisa iníqua de si mesma. A política está deserta E sem geografia. O chá esquenta A cidade de concreto à minha frente se desfaça Aestética Do frio engole a minha Voz Nas mãos planejo O rumo que os olhos imploram. (Não sou mais um entre teus seios, Paulicéia! Tenho pátria e planeta e nele não habitas. Eu julgo o que é mágico! E se tive necessidade de amor, entenda, fui amante) Estou invisível O gesto que faço é descaso a todos A barba enorme Herança genética do meu pai (já desmoronado na historia) Não imita o Papai Noel Farsa que a paciência namora Segue o rótulo O peso monetário que muitos se fartam A polêmica sobre isso e aquilo Não vem ao baile do presente! Recorro à tua medicina de dólares Entre médico e medicina não há rima, O café amargo indica o calvário Teses não nos dão primavera e outras festas Sirvo-me de tuas comidas Indústrias E postulo uma idéia O dragão da hipocrisia está solto e vadia em tuas clinicas. Meu glaucoma É um patrimônio, um monumento calado em tuas avenidas. Não quero um Drummond Nessa cidade O livro é um objeto fraco O pensar É inútil como o mendigo e seu horizonte! A poesia Foi sentenciada Supérflua Ignota vastidão de formas O país Que habito apenas noticia no jornal! Prossigo A elegância das coisas morde e dissipa Talvez eu esteja faminto Mas pode ser apenas uma hipótese Aos donos do Ibope Um só céu E um só amém batizam cifras, números, mercados Na feira de gravatas tecnocratas vendem O saciável O paladino de todas as manhãs! Tergiverso... A economia tem mais sotaque Que pessoas A vida comentada segue em um só compasso [em um só desespero! A cidade perfura O intestino das horas Com mitos e desleixos Suas classes Seus pés e seus sapatos impactam o planeta. Nos olhares Nem imaginava A tristeza é um dogma Um lapso sem delírio Onde o fantasma habita sem pudor Não é guarda na multidão de automóveis Impacientes! Êta Geração hedonista O umbigo é um piercing O corpo uma tatuagem despreparada O ócio é negócio E a propriedade, aliança Da mão que não é para carícias Desse cacto O homem reflui E salta. Do alto de uma ideologia precária, Escapado da morte, Caminha (indivisível) solitário. Plantado Na arte do nada. A solidão Das coisas (sempre elas) Arrepia o estomago, a beleza E o aço dos arranha-céus não admite [a mentira? A lírica pública A quem se interessar Está enforcada nos autdoors da existência Que comercializam! Comercializam! Comercializam! Íngreme cidade, Quem te saúda nesse sepulcro? Aos meus vizinhos de sempre, falo O mundo é arte em grego Filosofa em alemão (foi um poetinha brasileiro que chegou a essa síntese) Dança em africano, o trabalho ficou escravo e está nas tuas riquezas imberbes Se corrompe com a América que tu és parte, O império coloca bomba na cabeça do mundo! E sabe do vermelho alguma coisa Pela China! Enquanto vale o jejum Penso nas distancias e na crise mundial novamente do capitalismo Que em Marabá já fechou duas bocas do seu inferno Sei da minha cidade pelo poeta Ademir Braz Que não a ama mais, como eu. Sou hospede cansado Desses acontecimentos! (Charles Trocate, São Paulo, out.2008)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

MPF contra nepotismo no Pará

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a diversos órgãos públicos do sudeste do Pará que encaminhem um questionário a seus servidores para saber quais deles se enquadram em casos de nepotismo. A recomendação foi enviada nesta quinta-feira, 16 de outubro, e estabelece um prazo de 15 dias úteis para que as instituições informem ao MPF se a medida foi adotada. O procurador da República Marco Mazzoni cita no documento a súmula vinculante (entendimento sobre o tema) aprovada em agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que estabelece a proibição do nepotismo nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do país. O texto veta a contratação de parentes em até 3º grau, incluindo cônjuges, para cargos da administração pública direta e indireta da União, Estados, Distrito Federal e municípios. As chamadas contratações cruzadas também foram vetadas. O questionário elaborado pelo MPF foi encaminhado aos seguintes órgãos: Justiça Federal, Polícia Federal, Receita Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os funcionários do MPF em Marabá também terão que preencher o formulário. "Nas próximas semanas mais órgãos federais da região serão abordados", informa Mazzoni. 36 municípios abrangidos A recomendação vale para as unidades dessas instituições localizadas na jurisdição da Justiça Federal em Marabá, que abrange os seguintes municípios: Abel Figueiredo, Água Azul do Norte, Bannach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Canaã dos Carajás, Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Curionópolis, Dom Eliseu, Eldorado dos Carajás, Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Ourilândia do Norte, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau DArco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Rondon do Pará, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, São Domingos do Araguaia, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia, São João do Araguaia, Sapucaia, Tucumã, Tucuruí e Xinguara. Um recomendação é um documento enviado a órgãos públicos para que cumpram determinados dispositivos constitucionais ou legais. Não tem valor de ordem judicial, mas deve ser atendida pelo recomendado para evitar ser processado pelo MPF. A íntegra do documento está no site www.prpa.mpf.gov.br (seção Recomendações), juntamente com um modelo do formulário de declaração que os servidores terão que preencher.

As varas do TJ-PA

Resolução do Tribunal de Justiça do Pará criou em Belém duas varas especializadas em inquéritos policiais. Os juízes das varas julgarão todos os atos sobre os inquéritos na fase pré-processual. Segundo a Resolução 16/08, os juízes das varas especializadas decidirão sobre a abertura de vista ao Ministério Público, o arquivamento do inquérito, os pedidos de diligências, pedidos de hábeas-corpus e as prisões em flagrante. Também serão assunto das varas os pedidos de prisão temporária e preventiva, os mandados de busca e apreensão, as interceptações telefônicas, as quebras de sigilo e os pedidos de Mandados de Segurança. Ficarão a cargo das Varas as autorizações para a cremação de cadáveres e a remoção de órgãos para transplantes. Depois que a denúncia ou a queixa-crime forem oferecidas, os processos serão distribuídos à vara penal competente sobre o assunto. Os pedidos referentes aos inquéritos são inicialmente remetidos ao distribuidor do Fórum Criminal de Belém. A direção do fórum também será responsável por decretar o segredo de Justiça. Os dias em que a Vara não estiver funcionando, os inquéritos policiais serão distribuídos ao juiz de plantão. A Resolução é polêmica: usurpa atribuições do Ministério Público e vai desocupar delegados de polícia.

Fogo muy amigo

Elton Mamoré (PSB), vereador não reeleito, aproveitou a primeira sessão da Câmara após o pleito e justificou sua derrota: "Não comprei votos, como fizeram alguns candidatos". Mas não deu nome a qualquer bovino da sua relação de salafrários. Para compensar-se disse que vai tornar à sua rotina profissional: vendedor de sabão. "E se tiver de disputar eleição novamente, não será em Marabá, mas em Ciridela, Maranhão, minha cidade natal". Quiá! Quiá! Quiá! Quá!

Já vai tarde!

Com prazo de validade, tipo assim, quase vencido, o suposto comerciário e ainda vereador Adelmo Azevedo soltou o verbo torto na Câmara e lamentou: “Não perdi a eleição, mas pessoas é que perderam meu trabalho”. Quá! Quá! Quá! Adelmo é aquele artista que, na presidência da Casa, quando Maurino assumiu a prefeitura, pediu ao gabinete do prefeito R$ 2,5 mil pra gastar na farra que fez no seu aniversário.

Peculato

Aplicar verba de gabinete no pagamento de serviços particulares é crime de peculato na modalidade desvio. O entendimento, do Supremo Tribunal Federal (STF), se ministrado genericamente ia causar um estrago danado em certas searas useiras e vezeiras nessa falcatrua. Pelo menos a cassação do mandato do salafrário, por improbidade administrativa, faria grande bem às finanças públicas.

Pena post-mortem

Cidadão morreu em abril deste ano, mas continua sendo julgado na 1ª e 2ª instâncias na Justiça de São Paulo e até no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Sem a informação de que o réu já não vivia - o que extingue a possibilidade de ser punido-, desembargadores do Tribunal de Justiça julgaram na última quinta um dos recursos apresentados por Afonso Benedito Severiano Júnior, conhecido como "maníaco de Higienópolis". A pena do defunto foi revista para cinco anos e seis meses de reclusão.

Obama, não

O Tribunal Superior Eleitoral negou, semana passada, registro à candidatura de Cláudio Henrique Barack Obama (PTB) à Prefeitura de Belford Roxo (RJ). Obama teve seu registro negado por ausência de comprovação de filiação partidária. O candidato argumentou que houve uma dupla filiação, por culpa de uma artimanha do PSC, que tentou impedi-lo de participar do pleito. Para o TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), no entanto, se os partidos fazem uso de “expediente ardiloso”, a questão deve ser julgada na esfera cível, penal ou eleitoral, mas não em recurso que discute registro de candidatura.

Alívio

Desembargadores da terceira turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) sediado em Santa Catarina, puseram fim à certa crise que se prenunciava tão grave quanto à desavença internacional do capitalismo especulativo. Para os desembargadores, "chope sem colarinho não é chope". E mais: "o colarinho integra a própria bebida e é o produto na forma de espuma, em função do processo de pressão a que é submetida”. O decisum salvador do mundo, que já fixou jurisprudência e súmula vinculante, deu-se porque um restaurante de Blumenau foi multado pelo Inmetro por servir... chope com colarinho.

Estação Conhecimento

O presidente da Vale, Roger Agnelli, lança hoje (17/10), em Tucumã, sul do Pará, um projeto inovador na área social: o Estação Conhecimento, uma ONG, criada pela empresa, com gestão compartilhada com o poder público e a sociedade civil organizada, para desenvolver economicamente regiões onde a mineradora atua. O público-alvo são jovens entre 7 e 19 anos, que serão atendidos com programas nas áreas de esportes, cultura e educação profissional. Até 2010, serão beneficiados 31 mil jovens em 31 núcleos a serem construídos nos estados do Maranhão, Minas Gerais e Espírito Santo, além do Pará. Somente no Pará, serão 14 núcleos, para atender 14 mil jovens.

“...é necessário auto-estima”

Apesar de não estar na sala de aula, visto que na minha formação profissional optei para atuar no desempenho de outras atividades pedagógicas e educativas, observo que entra ano e sai ano e a vida do/a professor/a está cada vez mais difícil. Chego a esta conclusão porque também trabalhei em sala de aula com uma turma de 2º ciclo e outras 14 de 5ª a 8ª séries. Antes de viver essa experiência atuei como diretor de uma escola situada em área de Acampamento do MST, onde de vez em quando assumia as turmas que faltavam professores para não deixar que os filhos dos sem terras fossem também ‘filhos sem aulas’. Pensando sobre o que dizer aos meus colegas neste dia 15 de outubro, considerado dia dos professores desde 1827 (decreto do Imperador D. Pedro I) restou à dúvida: “o que direi de motivação a quem não recebe motivação para seguir carreira numa das mais importantes profissões da humanidade?” Correndo o enorme risco de não ser ouvido por muitos de meus colegas, digo-lhes que devemos resgatar a nossa auto-estima profissional. O salário que recebemos é insignificante diante da nossa tarefa que é revolucionária quando assumida com autonomia e responsabilidade social. Este ano o presidente Lula sancionou depois de muita luta dos trabalhadores da educação a lei que estipula o salário mínimo dos professores em R$ 950,00. Esta lei que entra em vigor a partir de 2009 não animará a maioria dos educadores brasileiros, todavia a luta continua por melhores condições de salário e trabalho, sobretudo porque esse piso salarial não é o que atenderá as nossas necessidades básicas. Não acredito que muitos estejam trabalhando somente pelo dinheiro, se assim fosse não estariam sendo professor, poderiam fazer qualquer outro serviço onde ganhariam hora extra, FGTS, salário família e outros direitos trabalhistas que o professor não tem direito. Mais do que reclamar faz-se necessário atitude por parte da maioria dos colegas que preferem reclamar sozinho ao invés de agir em seu sindicato de classe. Mais do que um dia é necessário auto-estima por parte da maioria dos professores que deixaram de acreditar no poder que tem nas mãos, capaz de transformar a vida das pessoas para melhor. Vamos à luta companheiros. Como diz a música “quem sabe faz a hora não espera acontecer!”. (* Raimundo Pereira Moura Martins, pedagogo e Delegado Regional do Sindicato Nacional dos Pedagogos)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Prova dos 9

Quando eu era menino, o que não faz tanto tempo, aliás, a certo tipo de indivíduo que tomava porrada de patrão mas não lhe largava o saco e até mataria quem ele mandasse, a esse chamava-se cabra de peia. Eu não sei se ainda usa-se por aqui esse palavreado comum entre proletários das minhas ruas e rios, mas uma coisa é certa: como tem cabra de peia em Marabá! Como aumentou a quantidade dessa corja subalterna e crapulosa! Taí o resultado da eleição que não me deixa mentir.

Método de persuasão

Então apenas aspirante a cargo legislativo, e dizendo-se de família proprietária de área ocupada há mais de vinte anos (embora sem regularização fundiária), candidato eleito foi em campanha a bairro na área em litígio pedir voto para si e seu majoritário, sugerindo que caso nenhum fosse eleito os “invasores corriam o risco de perder os lotes em que vivem”. Terrorismo puro, da pior qualidade.