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sábado, 24 de dezembro de 2011

Aos leitores e amigos

 Com o desejo de realizações plenas, dedico este velho sonho:


Outros tempos
                                          (A meu filho Giordano Bruno)
Ademir Braz


Dona Carmina, em sua pobreza,
fazia um presépio na sala
onde Basílio armava
discursos grandiloqüentes.

(Basílio[1] era um deles;
Pedro[2] e Cursino[3], os outros,
os três reis negros de gênio,
que incendiavam o Fórum
quando inda havia Justiça).

O povo todo amava
O presépio de Carmina!...
Seus bois, carneiros, burricos
(que a gente conhecia
entre cercas de outros donos)
eram também dos vizinhos,
eram meus e de quem mais.

Às vezes, tinha a luz,
Se do presépio não sei,
Ou se do meu coração;
Sei que o Menino ficava
Cheio de luz na casinha
Onde morava Carmina.
E que beleza, meu Deus,
Esse Menino risonho
Na conchinha de capim!

Quando eu crescer,
terei assim um pretinho
que vai roubar as goiabas
no quintal de nhá Carmina
e falar muito bonito
como fala seu Basílio!”

Pedro, Basílio, Cursino
foram-se todos no tempo,
os magos e seu encanto.
Pretinhos, eu os tive,
e cresce a prole vizinha,
e quando fizer-se o tempo
(e o tempo está se fazendo)
rebentaremos porteiras
dos bois, burricos reais,
carneiros da realeza,
E cercas são servirão.
E a começar desse dia
Será Natal todo dia
será Natal cada ceia
em torno à luz da candeia.
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[1] Basílio dos Santos, rábula, às vezes defendia réus por delegação judicial.
[2] Manoel Pedro de Oliveira, juiz de Direito.
[3] Cursino de Azevedo, promotor público.

Prefeito do Sul do Pará concede abono natalino de R$ 5 mil a docentes

No Parsifal Pontes:


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O município de Curionópolis, no Sul do Pará (famoso por ter sediado o maior garimpo a céu aberto do mundo, a “Serra Pelada”), tornou-se uma referência administrativa na microrregião de Parauapebas, desde que passou a ser administrado pelo prefeito Wenderson Chamon (PMDB).
Com um ambicioso programa de saneamento, executado com os próprios recursos da prefeitura, Chamon está mudando o perfil urbano da cidade.
Ao final deste 2011, Curionópolis foi uma das finalistas do “Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar”, conferido pela “Ação Fome Zero”, conforme as informações do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), aos municípios que se destacam na gestão e na qualidade da merenda escolar.
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Mas o que mais chamou atenção da microrregião de Parauapebas foi a reunião feita ontem, 23, com os professores da rede municipal de ensino de Curionópolis, ocasião em que o prefeito Chamon anunciou o pagamento de um abono de final de ano, aos docentes municipais, no valor de R$ 5 mil para cada um. O valor total do abono alcança R$ 1,2 milhão.
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O valor do abono é inédito no Brasil.

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Lixo: filho rejeitado da Leão e do Maurino


Foto: Correio do Tocantins

Segredos, palhaçadas e "pilantras"

O HILÁRIO ANTÔNIO
 


Cuma? E eu achando que as coisas deveriam ser às claras.
Explica isso melhor, meu caro Hilário, senão vai queimar o filme.
(O resto do Iceberg)
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Pensando bem, o Hilário é só a ponta do iceberg à deriva há anos na Câmara de Marabá.
Agora, falta também o vereador Nagib Mutran Neto dar nome aos "pilantras" que ele disse existirem p0r lá

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A mão cheia de Alegria


Ex-prefeito de Santana do Araguaia por 16 meses, entre 1º de janeiro de 2009 e 30 de abril de 2011, quando renunciou, Gilcleider Altino, o Alegria (PSDB),  deixou um rombo de R$ 3.626.818,76. É o que denuncia auditoria contábil feito pelo vice Jeová Aguiar (DEM) à Câmara presidida por Tonin do Mandi. 

Alegre quadrilha da Câmara de Estreito

O juiz Gilmar de Jesus Everton Vale, titular da 1ª Vara de Estreito, proferiu sentença na sexta-feira (16) condenando 9 vereadores por improbidade administrativa. Todos são acusados de enriquecimento ilícito e apropriação indevida de dinheiro público. São eles: Edevandrio Gomes Pereira (presidente da Câmara); Reginalva Alves Pereira (tesoureira); Elton Pasa; Inocêncio Costa Filho; Manoel Barbosa de Sousa; Eriberto Carneiro Santos; José Rômulo Rodrigues dos Santos; Bento Cunha de Araujo; e Benedito Torres Salazar.

De acordo com a ação movida pelo Ministério Público, os vereadores são acusados de dividir, entre eles, a quantia de 198 mil reais, sendo entregue 22 mil para cada vereador. Esse valor teria sido repassado pela Prefeitura para manutenção da própria Câmara Municipal. O caso do rateio de dinheiro público em Estreito aconteceu em janeiro de 2009.
Ao investigar o caso, o Ministério Público encontrou outros indícios de fraudes por meio da quebra do sigilo bancário do Legislativo de Estreito. Foram encontrados diversos cheques pagos conjuntamente a Edevandrio Gomes Pereira e Reginalva Alves Pereira, que somam quase 97 mil reais, além de outros, sacados pelo então chefe do Legislativo Municipal (mais de 50 mil reais) e, ainda, cheques nominais a Domingos Rodrigues dos Santos, marido da atual presidente da Câmara Municipal, cujo valor somado é superior a 10 mil reais.
Além de perderem seus cargos, os vereadores, exceto Reginalva e Edevandrio, tiveram os direitos políticos suspensos pelo prazo de 5 anos. Ficam proibidos, também pelo período de 5 anos, de contratar com o Poder Público ou dele receber incentivos fiscais ou creditícios.
Reginalva e Edevandrio, que também perderam seus cargos, tiveram os direitos políticos suspensos pelo prazo de 10 anos, e ficam proibidos de contratar com o Poder Público, ou dele receber incentivos fiscais ou creditícios, pelo mesmo prazo. Edevandrio foi condenado, ainda, a pagar multa de 73.353 reais. Reginalva terá que pagar multa civil no valor de 59.143 reais.

Efeito pós-plebiscito. Ou, operação tapa-buraco pré-eleitoral

Simão Buracão: tapa-buraco pós-plebiscito no Carajás

O governo federal vai destinar ao Pará cerca de R$ 130 milhões para obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário que beneficiarão metade dos municípios do Estado. Os contratos foram celebrados em Brasília, em cerimônia que reuniu a presidente Dilma Rousseff, o governador Simão Jatene e os prefeitos que serão contemplados com os recursos.
Canaã dos Carajás, Rondon do Pará e São Domingos do Araguaia são municípios do sudeste do Pará que terão parte dos R$ 22.763.217,71 originários do governo federal que o Estado vai aplicar em obras de ampliação do sistema de abastecimento de água.
Em obras de ampliação do sistema de esgoto sanitário: Eldorado dos Carajás (R$ 10.005.601,70), Conceição do Araguaia (R$ 7.447.017,01), Cumaru do Norte (R$ 4.215.385,07) e Novo Progresso (R$ 3.926.462,35).

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

produto essencial eh eh eh

No Parsifal Pontes:

Modestíssima modéstia

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Nem o PT quer Maurino

Da excelente coluna "Coisas da Política", de João Carlos Rodrigues, no Opinião de terça, 20/12, uma pista sobre o beco sem saída em que se acha o desprefeito:
A frota rota de Maurino já passou da beira do abismo
"Prazo - Em Belém, o Ministério Público Eleitoral deu parecer contra o prefeito Maurino Magalhães (PR), no processo de cassação por Caixa 2. Para o MP, o prefeito perdeu o prazo no recurso contra a cassação decretada pela juíza Cláudia Favacho. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve julgar o processo em janeiro. 

Aliança - Em Brasília, Maurino Magalhães tem insistido junto à cúpula nacional do PT para que o partido participe do último ano do governo dele em Marabá. O prefeito propõe também aliança para as eleições municipais de 2012.

Reserva -  O assédio ao Pt explica o grande número de nomes inexpressivos ocupando secretarias municipais atualmente. É uma espécie de reserva a ser usada caso o PT aceite o convite. Segundo se fala, o partido teria o direito de indicar três secretários para o governo de Maurino.

Barreira -  Mas apesar das benesses oferecidas, o que tem segurado o PT de participar do governo municipal é a baixíssima popularidade  do prefeito. O temor é de que não haja mais como baixar a gigantesca  rejeição de Maurino junto ao eleitorado."

Pesada. Medida. Condenada.

No blog do Manuel Dutra


A Casa da Fartura, o Natal e os dados do IBGE

Avenida Bernardo Sayão, Belém (Foto: MDutra)
Belém do Pará, Pará de Belém e os grandes que em ti mandam: levantem-se e façam justiça ou, então, mudem de nome. Pois, em algum momento, os famintos paraenses de Belém, de Santarém, de Marabá, de Benevides, de Marituba, de Ananindeua, de Jacundá, de todos os quadrantes encontrarão as razões e buscarão os meios de fazer valerem os sentidos das palavras Natal, Pará e Belém.

Beit Lehen, em hebraico, significa Casa do Pão, um lugar onde todos saciam a fome. Daí vem a palavra Belém e, às vésperas deste Natal de 2011, fiquemos apenas com duas Belém: uma lá na Palestina, onde a história nos diz que nasceu Cristo, e esta outra, do Pará, onde a fé cristã foi introduzida há muito tempo. Lá, a pobreza e a guerra sem fim, aqui a miséria que todos vemos e que o IBGE revela com dados ainda mais assustadores do que aqueles que imaginamos pelo que vemos todos os dias.
Duas cidades: uma, símbolo histórico da contradição ao egoísmo e à guerra e mesmo assim palco de ambos; outra espaço de uma desigualdade presente e crescente, onde o pão desta casa não sacia a todos, ao contrário, deixa mais da metade dos belemitas/belemenses famintos e desprezados.
Fiquemos só com a nossa Casa do Pão. A contradição daqui está nas compras de Natal, possíveis àqueles que podem saciar-se. As notícias sobre o Natal se concentram no consumo dos que têm como consumir e, raramente, na falta do pão que marca o rosto feio de centenas de milhares, uma feiúra produzida pela miséria e pela tristeza.
A palavra consumir tem um significado expressivo: Francisco Torrinha, em seu Dicionário Latino-Português informa que o verbo consumir tem, entre outros, estes sentidos originais: somar, acabar, gastar, esgotar, destruir. Por sua vez, o nosso Aurélio diz: consumir significa, originalmente, gastar, comer, mas também arruinar, dar cabo de, corroer até a destruição, devorar, destruir, extinguir pelo fogo, enfraquecer, abater.
Pois bem, estes sentidos são como que engolidos pelo “novo” significado que o Mercado dá a este verbo. O Mercado, que prostituiu a palavra Amor para lhe dar sentido inverso, como manifestação egoística, muda os sentidos de tudo que lhe interessa. Assim, o verbo consumir deixou de representar aqueles sentidos antes citados para ser a chama do ideal contemporâneo: comprar, comprar e comprar, seja lá o que for, a despeito da maioria daqueles que não compram o básico porque não têm o Valor de troca, não dispõem do dinheiro enfeitiçado exigido pelo deus Mercado. Mesmo assim, a sedução midiática mostra à exaustão a “felicidade” dos entopem os shoppings, “vivendo o Natal”. Inversão: o sentido histórico do Natal contradiz isso tudo, mas o deus Mercado inverteu as coisas, e o diabo passou a ser anjo, ao contrário da narrativa bíblica de que um anjo virou diabo.
E a noção de fartura não provém tão somente da palavra Belém, mas do termo Pará, que também significa abundância. No início era Pará-Guaçu que, na língua dos primeiros habitantes daqui tinha o sentido de Água Muita, Água Grande, ou seja, espaço vital, fartura de peixes, longe da fome. E o que é este Pará de 2011?
O pão que falta na mesa da maioria dos habitantes desta cidade que já se chamou de santa, Santa-Maria-de-Belém-do-Grão-Pará. Eis aí a junção de termos magnificando a grandeza e a fartura. E o que vemos hoje? Não é apenas o pão imediato que não existe na mesa e no prato da maioria, mas o pão da falta de um chão para morar, o pão da saúde pela falta de saneamento, o pão da escola decente para os filhos de milhares de paraenses. Falta o pão da segurança pública que redunda no interminável extermínio de milhares de jovens e adultos, envolvidos pela miséria das drogas e do desemprego ou do sub-emprego com salários os mais aviltantes.
Falta aos filhos desta terra o pão que é exportado aos milhões de toneladas pela Cargill pelo porto de Santarém, para saciar não propriamente a fome de outros povos, mas para saciar a ganância de lucro dos capitalistas chineses e vários outros. Falta o pão da carne por causa da exportação maciça de gado paraense para outros países, inclusive gado em pé, pelo norte e pelo sul do Estado.
Falta o pão do peixe (caríssimo em Belém e Santarém, por exemplo) porque as empresas de pesca jogam de volta à água, mortas, as espécies “imprestáveis” para as mesas japoneses que preferem o camarão rosa graúdo. E falta também o peixe por causa da ação devastadora dos atravessadores, nunca incomodados pelas “autoridades”. Falta o pão que é levado junto com os bilhões de toneladas de minério de ferro pelos 400 vagões do trem da Vale, deixando somente a fumaça para os paraenses do sul do Estado.
Falta o pão que é levado junto com os bilhões de KW da energia exportada pelas hidrelétricas daqui e toda esta Amazônia saqueada, deixando o povo faminto de eletricidade, pagando preços absurdos pela permanente interrupção de energia em suas casas e barracos. O pão da energia que é buscado “clandestinamente” pelos mais pobres no emaranhado caótico dos postes de distribuição.
Falta o pão-terra, a terra açambarcada por meia dúzia que deixam milhares de famílias de trabalhadores em “acampamentos” na beira das estradas, esperando a hora do cassetete baixas nas suas cabeças. Falta o pão da Justiça cuja ausência deixa livres os criminosos de colarinho branco que mandam matar trabalhadores apenas porque ousaram pedir o pão que lhes pertence. Falta o pão da decência, que deixa livres e alegres aqueles que, com mandato ou não, engordam com o roubo do pão que falta na mesa das crianças nas escolas públicas e tantas outras meses.
Mas estes todos estarão, na noite de Natal, vestidos de gala, em volta das suas mesas sempre fartas, embora o que ali sobra seja o aquilo que falta na mesa da maioria dos paraenses que o IBGE comprova morarem dentro da lama e da completa exclusão.
No sentido mais estrito da palavra consumir, é a maioria dos paraenses que está sendo consumida pela ganância dos donos do dinheiro e donos de tudo que entre nós tem Valor de Mercado. O povo está sendo, então, enfraquecido, devorado, extinto, abatido.
Contradições e contradições: isto tudo numa cidade e num Estado cujos nomes evocam a fartura, a grandeza e, por conseqüência, a felicidade...
Uma indagação: será que a multidão de paraenses vivendo em condições desumanas nas baixadas e favelas é maior ou menor do que aquela multidão que todos os anos caminha no Cìrio de Nazaré? Será que as grandes religiões também não estão ressignificando sentidos históricos de palavras como Natal, desatrelando a fé da realidade vivida? Umas, abertamente o fazem. Outras, dão a impressão. A impressão?
Como seria/será uma multidão como aquela do mês de outubro dizendo, nas ruas de Belém: nós temos fé em Deus e temos também fé em que outra cidade e outro Estado são possíveis, com mais igualdade, sem pessoas de primeira e de segunda categoria? Em seguida a multidão reza: "Eu vim para que todos tenham vida plenamente". No Círio se fala essas coisas ... mas, e a consequência prática na vida de cada um e da sociedade? Amém!
Belém do Pará, Pará de Belém e os grandes que em ti mandam: levantem-se e façam justiça ou, então, mudem de nome. Pois, em algum momento, os famintos paraenses de Belém, de Santarém, de Marabá, de Benevides, de Marituba, de Ananindeua, de Jacundá, de todos os quadrantes encontrarão as razões e buscarão os meios de fazer valerem os sentidos das palavras Pará e Belém.

L'esprit de corps: ou, todo mundo é cúmplice!

No blog do Ribamar Ribeiro, o pensamento vivo do edil Antônio da Ótica


Os segredinhos do vereador!

 “Aqui, vereador nenhum é pai de ninguém, nem patrão de ninguém. O vereador que não sabe guardar segredo, não serve pra ser vereador. E fazer parte da mesa não quer dizer que é mais vereador que os outros”, declarou Antonio da òtica (PR)

O Lixo e seu dono: amai-vos um zozoutros


Do Resto do Iceberg, do Netto, descobrindo o amor na própria lixeira. 
Graças ao Maurino!
E você, leitor, já afagou sua lixeira hoje?

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

No banho-maria

No blog do vereador Edivaldo Santos




Denunciado pelo vereador Edivaldo Santos (PPS), da tribuna da CMM e ter formalizado o procedimento junto a mesa diretora do poder legislativo, propondo a instauração de processo investigativo contra o prefeito Maurino Magalhães, em razão deste ter descumprido dispositivo contido no artigo 28º da LOM, quando deixou de efetuar o pagamento de boa parte dos servidores públicos municipais do mês de outubro, que deveria ser pago no máximo até o dia 10 de novembro, prazo estabelecido por lei, Maurino poderia ser investigado por uma comissão processante da Câmara Municipal, acusado de cometer crime de improbidade administrativa.
Edivaldo Santos explica que descumprir a Lei Orgânica por atraso de salário constitui “infração político administrativo”, passível de perda de mandato, pois os salários constituem verba alimentícia, privada devidamente aos trabalhadores da administração pública, muitos dos quais ficaram em situação complicada devido ao atraso.
A denúncia chegou a ser encaminhada para a assessoria jurídica da câmara ainda no dia 06/12/2011e até recebeu parecer pela tramitação. Porém, desde então, começaram o jogo de empurra – empurra, tendo as sessões que eram para ocorrer normalmente, e havendo a possibilidade de se criar a comissão, sendo adiadas por falta de quórum.
Caso a maioria do parlamento decidisse pela investigação, seria composta uma comissão por três vereadores que teria o prazo de 90 dias para apurar a denuncia e apresentar relatório, dizendo se houve ou não improbidade.
Se fosse comprovado o crime político administrativo, o prefeito poderia perder o mandato. Mais, para que isso acontecesse, ainda passaria por uma votação que dependeria do voto de dois terço dos vereadores, ou seja, 9 parlamentar.
Edivaldo entende que, o fato de adiar as sessões foi uma estratégia da base aliada do prefeito, com intuito de não ser votado à criação de mais uma CPI contra o gestor. “a CMM vai entrar de recesso e quando voltar não faz mais sentido continuar com o requerimento”. Lamentou.

Aprendam, abestados!

No fundo do poço? Não... Com esse prefeito é sempre possível piorar um pouco mais.

Secretaria Municipal de Saúde determinou o fechamento dos postos de saúde e o recesso de seus funcionários e, em seguida, passou um cadeado em seu portão.

Sem postos, a população carente e doente migrou para o Hospital Municipal. 
Que não tem sequer material para um curativo
Indagado por um repórter da RBATV, o desprefeito Maurino Magalhães teria dito que não sabia de nada, embora uma nota da sua assessoria de imprensa tenha sido enviada às redações.
Sem atendimento em casa nem carta de alforria (vulgo TFD) para sair do município falido, muita gente correu ao plantão do Ministério Público, que está em regime de plantão, onde a promotora pública Cremilda Aquino teve enorme dificuldade para tentar resolver a demanda, uma vez que nenhum funcionário foi encontrado na Sesma ou nos postos. Inconformada, a promotora mexeu meio mundo e conseguiu que a Secretaria abrisse as portas ao menos para o fornecimento das guias de TRF e medicamentos específicos.
Então estamos assim: há caos instalado na Câmara, onde os vereadores faltaram pouco para ir aos tapas; não há atendimento de saúde e faltam medicamentos; na Transamazônica, cada vez mais Transamargura, o trânsito é ameaça permanente à vida de motoristas e transeuntes.
Na verdade, de sério sério, não temos prefeito.
muito tempo

Carajás, Tapajós, e a hipocrisia periférica

Vejam a versão do Diário do Pará sobre a pesquisa do Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada, de S. Paulo)  e a análise do professor Manuel Dutra sobre a criação dos novos Estados.


Carajás e Tapajós nasceriam no vermelho (Foto: Reprodução)
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Carajás e Tapajós nasceriam no vermelho

Diário do Pará

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou desta terça-feira (20) os estudos sobre o impacto que a divisão do Pará em dois novos estados poderia ter causado à economia, caso o Plebiscito, realizado no dia 11, tivesse decidido peloSim”. De acordo com o trabalho, os dois potenciais estadosCarajás e Tapajós - teriam despesas incompatíveis com a média nacional de gastos, que é de 12,5% do valor do PIB (Produto Interno Bruto).
Para cobrir os gastos com a máquina pública, o Tapajós, por exemplo, gastaria 45% de seu PIB, ou seja, a máquina estadual consumiria um valor equivalente a 45% da produção local. o Carajás, teria despesas equivalentes a 24%. A média atual de gastos do Pará é de 16%.
O Ipea destaca que os gastos descritos dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e não computam os gastos necessários à construção da infraestrutura necessária ao seu funcionamento.
Com um PIB (a soma dos bens produzidos por um governo em um determinado período) estadual de R$ 32 bilhões (valor de 2008), o Pará remanescente seria responsável por 55,6% do produto total da região. Carajás teria um PIB de R$ 19,5 bilhões e Tapajós, de R$ 6,4 bilhões. Ou seja, caso o Pará fosse mesmo dividido, o PIB de Carajás seria 2,5 vezes superior ao de Tapajós.
Considerando o PIB por pessoa, Carajás seria o estado mais rico dentre os três. O PIB por cada habitante seria de R$ 13,6 mil, seguido do Pará, com renda per capita de R$ 6,9 mil e de Tapajós, com R$ 5,5 mil. A pesquisa levou em consideração o PIB de 2008.
REJEIÇÃO - Em plebiscito realizado no dia 11 de dezembro, os eleitores paraenses decidiram manter o Estado como está. O resultado indicou que 66,6% escolheram “nãopara a criação do Estado de Carajás e 66,08% rejeitaram a criação do Estado de Tapajós.
A pesquisaDivisões estaduais: aspectos relevantes de pesquisa e a experiência do plebiscito no Pará” divulgada pelo Ipea explica que os gastos mensurados dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e levam em conta despesas como infraestrutura. “Contabilizando as receitas e despesas pode-se observar o déficit que surgiria, não apenas nos dois estados a serem criados, mas também no remanescente do Pará, que não conseguiria cortar despesas na mesma proporção nem na mesma velocidade com que perderia suas receitas”, afirma o estudo.
Os impactos foram analisados sobre a perspectiva socioeconômica, política e de finanças públicas, explica o Comunicado do Ipea n° 125. O Ipea contribui com uma análise geral sobre os diversos projetos divisionistas de Estados em tramitação no Congresso, especialmente no que concerne aos impactos das divisões para o regime federativo do país.
REPRESENTANTES - Como forma de medir o nível da representação, o Ipea calculou o percentual de votos dos eleitores de cada uma das regiões do Estado do Pará que foram dados a políticos que efetivamente se elegeram.
Carajás apresentou os percentuais mais baixos entre as três, “podendo, eventualmente, gerar uma percepção de baixa representação”, informou o estudo. O percentual de votos a deputados estaduais que se elegeram na região foi de 33%, contra 45% do Pará e 59% de Tapajós.
Se fosse aprovada a divisão, segundo o Ipea, seriam necessários mais seis senadores e um total aproximado de 29 deputados federais (oito em cada novo Estado e 13 no Pará remanescente) contra os 17 atuais.
O estudo mostra ainda que a região Norte possui atualmente 22 deputados federais acima da quantidade que seria proporcional a sua população, com total de 65 parlamentares. Simulando a divisão do Pará, essa soma passaria a 78, o que geraria uma desproporção de 13 deputados federais a mais para a Região Norte.
“A consequência imediata seria uma redução da bancada de outros estados. [...] Assim, para que os novos estados de Carajás e Tapajós pudessem dispor de bancadas mínimas de 8 deputados, cada um, outros estados da federação deverão perder representação”, informa a pesquisa. (Diário do Pará)
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Carajás e Tapajós nasceriam no vermelho? Sempre estiveram
Manuel Dutra
No vermelho estão há muito tempo.
Antes de ler essa notícia que segue, e que está no Diário do Pará de hoje, é preciso retomar a mesma lenga-lenga da campanha do sim/não. Tapajós e Carajás querem deixar de ser Pará justamente porque vivem eternamente no vermelho imposto pela inusta distribuição dos recursos estaduais, a ponto de o Oeste, ou seja 60% do território do Pará, receber apenas 5% dos recursos em investimento, enquanto mais de70% vão para a região metropolitana e municípios "fiéis" e Belém, ou seja, aqueles que dão vitória aos candidatos da capital.
foi dito à exaustão: Para o Tapajós e o Carajás a questão vai muito além dessa história de distribuição tributária. Com os novos Estados o que se pretende é fazer desabrocharem potencialidades que hoje vivem sob o tacão de uma elite decaída e centralizada na capital.
A questão é que, por meio da autonomia, os novos Estados, a exemplo de outros criados nas últimas décadas, possam encontrar seu caminho. Mas os contrários se esforçam para mostrar à opinião pública que o separatismo se resume a um convescote em torno do tesouro e do butim. Aquelas duas regiões têm imensas potencialidades econômicas capazes de produzir riquezas para eliminar ou diminuir a miséria com relativa rapidez. Tapajós e Carajás não estão pleiteando ficar de pires na mão, como mendigos do governo federal. Infelizmente isso não ficou suficientemente claro na campanha do Sim.