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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Dia da Bossa

Uma notícia que vai interessar ao advogado Tony Francisco e outros raros cultuadores da música de qualidade, quase extinta pela degradação apocalíptica do brega, sertanejo, melody, techno-brega e outras porcarias. É que tramita no Senado, e está prestes a ser aprovada, a lei que institui o Dia da Bossa Nova – idéia da produtora Solange Kfoury, que tem apoio de nomes como João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal e outros. O dia escolhido será 25 de janeiro, aniversário do aquariano Tom Jobim. Aliás, um dia após a data do aniversário de Tony. Por falar nessa tsunami de mau gosto, o cantor Lobão costuma dizer que “o tocador de brega e sertanejo é a quinta besta do Apocalipse”.

Impunidade em Itupiranga

O assassinato do técnico em agropecuária Israel Moraes de Oliveira, 33 anos, no último 25 de novembro, em Itupiranga, ainda causa indignação entre trabalhadores rurais e militantes de organizações não governamentais envolvidas em assistência aos assentamentos desta região. Rael”, como o chamavam, foi brutal e covardemente assassinado quando seguia para o PA Uxi, a 25 km de Itupiranga. No caminho ele foi interceptado por dois assaltantes encapuzados, que lhe tomaram a moto, mandaram-no deitar-se no chão, de bruços, e o executaram sem apelação. Estava vestido da camisa da Copserviços. Natural de Itupiranga, onde deixa esposa e dois filhos órfãos, Israel Oliveira trabalhou na prefeitura e há mais de 02 anos ingressou como cooperado da Copserviços, que atua a serviço do Incra. Afastado dos seus compromissos, Rael foi candidato a vereador pelo PT, não tendo sido eleito, e pretendia retomar suas atividades de técnico a partir de janeiro. Em nota pública, a Coopserviços lamenta a morte do companheiro e denuncia: “Apenas este ano, vários cooperados foram vitimas de violências e constrangimentos; quatro motos e pertences foram roubados; a nossa sede foi assaltada em pena luz do dia; teve vários casos de ocorrência de “saidinhas”; no mês de janeiro uma técnica nossa, durante um assalto, foi violentada sexualmente e agora nosso “Rael” assassinado. Todos esses fatos foram devidamente registrados nas delegacias de policia civil; os casos de violência física foram denunciados também no INCRA, na Ouvidoria Agrária, na delegacia da Mulher de Marabá, no Ministério Público Estadual, na Secretaria de Segurança do Estado. No entanto, nada sabemos sobre as investigações, ou tomada de providências para punir o(s) responsável(eis)”. “Esses fatos, acrescenta a nota, vêm se somar aos crimes contra o patrimônio, freqüentes e corriqueiros na nossa região. Essa situação se torna ainda mais insustentável quando se trata de agressões físicas e crimes contra pessoas. Instalou-se um clima de medo e terror, em toda nossa região e, em particular, na área rural que parece ser abandonada a criminalidade. Queremos que a execução do nosso companheiro seja apurada e que os culpados recebam a punição prevista na nossa legislação penal. Não queremos que esse fato se some à interminável lista da impunidade e da banalidade.”

Águia vai à guerra

A despeito de todas as dificuldades, restrições financeiras e falta de apoio efetivo do poder público municipal, o Águia de Marabá chegou à última rodada do certame da Série C, deixando, infelizmente, escapar a classificação para o ascenso à Série B do Campeonato Brasileiro. Contudo, sua diretoria aposta na possibilidade de uma reabilitação pela via judicial, em razão de novo julgamento da equipe carioca do Duque de Caxias. Em ofício ao deputado Asdrúbal Bentes, a diretoria aguiana relata que durante jogo na Arena da Floresta entre Rio Branco (Acre) e Duque de Caxias foram expulsos três jogadores dessa equipe quando ia o escore em 2 tentos a 2, já no segundo tempo. Com as expulsões, o técnico do time carioca ordenou que mais dois dos seus atletas – Rafael Carvalho Borges e Edivaldo Medeiros - caíssem fingindo contusão, e eles o fizeram, de forma a encerrar a partida, de vez que o regulamento não permite a continuidade do jogo com apenas 6 jogadores do mesmo clube em campo. “Evidentemente, diz a correspondência, tudo foi um arranjo para que o Duque de Caxias não viesse a perder o jogo, beneficiando-se, em conseqüência, com o empate até ali registrado”. Durante o primeiro julgamento desses fatos no TJD, com base na súmula do árbitro, o Duque de Caxias foi condenado à pena de perda dos pontos em favor do Rio Branco, ao pagamento da multa de R$ 50 mil, à proibição de participar no campeonato subseqüente, na forma do art. 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Por seu turno, o treinador Marcelo Buarque foi suspenso por um ano, na forma do art. 256, parágrafo único, enquanto os atletas Rafael Carvalho Borges e Edivaldo Medeiros pegaram 120 dias de suspensão. Surpreendentemente, em sede de recurso e a despeito da gravidade dos seus delitos, o Duque de Caxias foi beneficiário de estranho abrandamento de suas penas, como a redução do quantum pecuniário para R$ 10 mil; a perda de apenas um ponto; a extinção da suspensão dos atletas “cai-cai” e a redução de pena do treinador. Para a diretoria do Águia é mesmo inacreditável que o STJD tenha aceitado a argumentação pobre de fundamentos como a apresentada pelo Duque “e que resultou nessa decisão lamentável e afrontosa ao art. 205 do CBJD”, incluindo a exclusão da proibição de participar do subseqüente campeonato, torneio ou equivalente da mesma modalidade. Inconformado, o presidente Ferreirinha e o técnico João Galvão vão a Brasília na próxima quarta-feira (03/12) em busca de apoio da bancada paraense em torno de uma reforma da decisão do STJD, principalmente porque os advogados do Águia já apresentaram Embargos Declaratórios neste sentido e não se afasta um pedido de revisão processual.

Pássaros

A Praia do Tucunaré anda entregue aos urubus. É verdade! Eles são agora as nossas aves do paraíso! Logo depois das 13h00 eles ficam aos bandos na beira d’água tomando sol e sem ninguém para incomodá-los. Afinal, encerrada a temporada de verão, ao final de julho, a partir de quando a praia entrega-se ao seu máximo esplendor, raras pessoas atravessam o rio com destino ao Éden.

Faliu

A pedido da Subsecional da OAB Marabá, o Tribunal de Justiça do Estado prometeu, como prioridade e para ontem, a criação da Vara do Juizado Especial. Parece que a coisa caiu no esquecimento. “Enquanto isso, o Juizado de Pequenas Causas, que deveria ser o mais célere, acumula audiências marcadas até para março de 2010”, queixa-se advogado.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Candidatos

Grupo de pessoas locais, entre essas vários ligados ao Grupo de Arte de Marabá, organizado por Deise Botelho, reuniram-se na quarta-feira de manhã com o prefeito eleito Maurino Magalhães. Na ocasião, entregaram-lhe uma espécie de carta de intenção em que defendem a manutenção da secretaria municipal de Cultura, devidamente reformatada, e sugeriram três nomes para sua chefia: Xavier Santos (Javier di Mair-Abá), Manoel Nunes dos Reis (prof. Dos Reis) e Márcio Holanda.

Falência múltipla

Não é só o equipamento de tomografia e ressonância magnética que está com problemas no Hospital Regional do Sul do Pará, inclusive sem perspectiva de conserto. Agora, todo o Setor de Cardiologia, com sete leitos, foi desativado sem qualquer explicação da parte da diretoria daquele hospital público, dito de referência.

Em Marabá, história é só escombros

Na década de 50 do século passado, o prédio abrigava a escola estadual com seus meninos fardados em cáqui e talhe igual à roupa da Polícia Militar. No quintal, uma enorme cajazeira quase punha seus frutos janelas a dentro a encher de água e desejo a boca das crianças que chegavam às salas dos altos por uma larga escadaria de madeira com corrimão. Uma vez, certa manhã, uma vaca desgarrada foi parar nas salas inferiores instaurando o pânico. Enquanto ruminava pacífica e quieta, a vaca fez menino despencar amarelo como cajá no meio da praça então chamada Augusto Dias, onde ficava a papelaria Onça Pintada e, nos invernos, podia-se andar de canoa sob as mangueiras. A partir dos anos 70, do casarão fizeram delegacia de polícia civil com grades de ferro na parte de baixo, onde a urina ácida dos presos corroia seus tijolos maciços, de tal sorte que bastava um pontapé para arrancá-los da parede. Hoje, o que deveria ser um patrimônio histórico e cultural cuidadosamente preservado tornou-se uma ameaça pública. Abandonado há anos e em ruínas, sem que se lhe tenha dado o governo estadual qualquer destinação, o prédio pode desabar a qualquer momento, provavelmente com vítimas, já que fica entre agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, diariamente cheias de gente e de veículos estacionados à sua porta.