Pages

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Recado

Entre garantir o cidadão e o capital, Jatene mobiliza milhares de policiais civis e militares para proteger agências bancárias.
Anote aí, eleitor distraído, para lembrar - se sobreviver! - quando você for assaltado em qualquer esquina.

Detalhe

Segundo a polícia, Abimael Rocha, de Parauapebas, tocaiado à luz do dia em pleno coração da Nova Marabá, foi morto com 16 tiros.
Parece que foi o maior número de balaços das últimas execuções.
------
Quer saber?
Acho que estão inflacionando o mercado.

Itupiranga: jovens querem renovação política

Historiador e membro da Executiva Estadual do PT, Fábio Pessôa abordou em artigo desta semana, no site do partido, suas três visões para as prévias da legenda em Belém: a) esse viés exporia “o partido a um processo de desgaste entre as lideranças”, fragilizando a construção da candidatura majoritária; b) as prévias representam a oportunidade para reforçar a tática eleitoral de lideranças, tanto as dispostas a concorrer em 2012 à vereança quanto as atualmente com mandato, que se reforçariam para a reeleição em 2014; e c) a realização das prévias, que ele apóia, porque pode significar outro patamar na luta social na cidade, fortalecendo os laços de solidariedade com a população
“O partido precisa oxigenar sua liderança, sair dos acordos de cúpula, de gabinete, e fazer valer sua democracia interna. Precisa reatar os laços com a sua base social e política, ir para os bairros, conversar com as pessoas, sentir os problemas que atingem a classe quenome ao partido: os trabalhadores”, afirma Pessôa.
É por acreditar, igualmente, que as prévias são benéficas para estimular o surgimento de novas lideranças, que o escritor Jorge Washington Marques vai confrontar com o atual prefeito de Itupiranga, Benjamin Tasca, durante a convenção do Partido dos Trabalhadores em março, naquela cidade, pela definição de sua candidatura à prefeitura municipal.
Qualificação e competência não lhe faltam. Jorge Washington Marques é filho de migrantes nordestinos que chegaram a Itupiranga desde o início da colonização da Transamazônica.  É formado em Letras pela Universidade Federal do Pará, atualmente estudante de pós-graduação na Universidade Lomas de Zamora, em Buenos Aires, Argentina, onde curso mestrado e doutorado. É membro imortal da Academia de Letras do Brasil desde outubro de 2010, ocasião em que foi convidado a integrar a Associação Internacional de Poetas del Mundo e o Clube Brasileiro da Língua Portuguesa. É membro da Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará desde 2009. Mais: é respeitado e admirado em Itupiranga.
A luta, porém, vai ser dura para Washington Marques. Tasca tem em mãos as rédeas do serviço público e alguma influência sobre grupos políticos. O que lhe pode ser uma vantagem é o fato de o prefeito não andar muito bem na foto: há queixas dentro do PT, onde todos sabem que ele jamais foi petista de fato, e sua administração tem deixado a desejar. Por outro lado, embora na legenda exista um grupo simpático às prévias, outro, integrado pelo Raimundão do Sindicato, vinculado a Tasca, estaria empenhado em sabotá-las.
Itupiranga, depois do último governo, que sentia os efeitos da mudança demográfica e suas consequências, não é o mesmo. Hoje sua população aumenta e crescem, juntos, os problemas: agora é tida, por exemplo, como a cidade mais violenta do Brasil. Há quem atribua essa cruz a erros de gestão das últimas três décadas
Por tudo isso, a população, enriquecida por novas levas de migrantes, dá sinais que deseja com urgência um governo à altura dos dias atuais, com uma nova visão de gestão, com um novo espírito administrativo, em substituição dos velhos políticos que insistem em administrar à moda antiga, cujo modelo descarta em grande parte tudo que é mais importante para a sociedade em geral, e em especial para a juventude que precisa de perspectivas para o futuro.
“A primeira dificuldade a superar, diz integrante dos novos empresários itupiranguenses, é a mentalidade de governo que ainda persiste quanto a descontinuidade dos serviços públicos. Ainda estamos assistindo um governo entrar e destruir ou paralisar  a obra de outro, menosprezando a sociedade que é a principal financiadora das obras públicas. Exemplo disso, e a construção do paço público da lagoa deixada pelo prefeito anterior e que é ainda é usado pela população para lazer, ginástica, etc, mas que está abandonado pela atual gestão, inclusive com parte dos postes e bancos retirados”. 

Poluição

A Secretaria de Meio Ambiente deveria ir de casa em casa do bairro Cabelo Seco, especialmente daqueles que residem entre o encontro das águas e o extremo das obras inacabadas do residencial do PAC, e esclarecer-lhes noções de acondicionamento e disposição de lixo. É que eles, talvez por falta de uma palavrinha ou de coleta eficiente, estão enchendo de porcaria as margens e o leito do Itacaiúnas causando enorme dano ambiental.
A reclamação vem de várias pessoas que passaram de barco pelo local.

Invasão anunciada

Desde que se mudou para uma chácara à margem da Transamazônica, proximidades da Alpa, o empresário Divaldo Salvador de Souza, dono da RMB - Recursos Minerais do Brasil S/A, perdeu o sossego. Grupos que se dizem sem-teto lhe invadiram a propriedade, depredaram com fogo e foice a vegetação, e até o ameaçaram de morte. Despejados judicialmente, eles prometeram revanche. Que pode ocorrer neste domingo, dia em que a população consciente vai dizer SIM ao Estado de Carajás no plebiscito marcado pela Justiça eleitoral. Por via das dúvidas, Divaldo Souza tomou as providências possíveis: avisou as polícias militar e civil e a Justiça.
Por outro lado, seus amigos prometeram ir em massa acampar em frente à sua casa, expressando a revolta de todos contra a industria das invasões em Marabá.

Escravagista condenado

O fazendeiro Avelino de Déa, dono da fazenda São Sebastião, em Itupiranga, no Pará, foi condenado a sete anos e dez meses de prisão por submeter 59 trabalhadores a regime degradante de trabalho. A sentença, do juiz federal Cesar Otoni de Matos, foi assinada em novembro mas chegou agora ao Ministério Público Federal em Marabá, autor da denúncia penal, ajuizada em junho de 2009. Também foi condenado o capataz José Henrique Vanzetto, a cinco anos e sete meses de prisão.
Os 59 trabalhadores foram libertados em operação do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho em setembro de 2007. Na fazenda, que tinha 3 mil cabeças de gado, os trabalhadores foram encontrados fazendo o roço da juquira, limpando terreno para o pasto e construindo cercas. Estavam submetidos a condições degradantes, a maioria nem sequer possuía carteira de trabalho e os pagamentos eram totalmente irregulares.

A ALPA JÁ ERA!

Primeiro, foi na calada da noite, tipo assim, que a Vale fechou a sua guseira no Distrito Industrial de Marabá, há pouco mais de um mês, demitiu cerca de 300 trabalhadores e diz-que vai levar seus bregueços para o Maranhão. Agora, segundo o abalizado Parsifal Pontes,

Presidente da Vale oficializa paralisação da ALPA em Marabá
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, tornou oficial aquilo que se falava nos bastidores desde o inicio de 2011: as obras da Aços Laminados do Pará (ALPA), a ser implantada em Marabá, estão suspensas. Isto não significa que as obras não serão retomadas, mas, a sua conclusão se perde em um horizonte de prazo incerto.
A ALPA foi anunciada, em Marabá, com pompas e circunstancias, pelo então presidente da Vale Roger Agnelli à ilharga da então governadora Ana Júlia, como marco de um novo ciclo da exploração mineral no Pará: a verticalização do subsolo em indústrias de transformação.
Na verdade, e eu acusei isto em um artigo à época, a Vale jamais desejou empreender a ALPA: foi obrigada à empreitada exclusivamente por pressão do presidente Lula, que cobrou da mineradora investimentos no Brasil, quando a empresa, em plena crise internacional, demitiu cerca de 4 mil funcionários.
Passada a refrega e aliviada a pressão do Planalto, a Vale buscou desesperadamente a quem repassar a ALPA, (como eu disse no artigo citado, e o presidente Murilo Ferreira confirma agora, a Vale não quer se meter em siderurgia), mas, não encontrou quem a arrematasse, exatamente pelo motivo agora alegado pelo presidente da mineradora para suspender as obras: logística incerta.
Lula, na marra, inaugurou as eclusas de Tucuruí, mas, os dois elevadores são apenas uma distorcida paisagem do que deveria ser a hidrovia do Araguaia-Tocantins: o derrocamento dos pedrais do “Lourenção”, à altura do município de Itupiranga, suspenso pela presidente Dilma Rousseff, limita a navegabilidade das embarcações necessárias à logística de maiores empreendimentos.
Com a suspensão das obras da ALPA que, segundo o presidente da Vale não tem prazo determinado para continuar, o município de Marabá amargura o cismo migratório turbinado pelo anúncio do milagre, feito sem qualquer planejamento estratégico conclusivo, como, de fato, são iniciadas muitas obras pelo Brasil afora (vide a transposição do São Francisco), depois largadas ao léu, na ainda contumaz mania nacional de começar a casa pela cumeeira.
------------------------
O texto de Parsifal, em 05/04/2010:

Os pingos nos is

A implantação da ALPA em Marabá não se dá por benemerência da Vale e nem por graça do governo do Pará: aquela relutou por decidir o investimento e este, ou qualquer outro governo de estado, não teria força suficiente para forçar a decisão.
O pai da criança não estava na festa: o presidente Lula foi quem pressionou Roger Agnelli a meter a mão no bolso e programar investimentos internos, inaugurando uma atividade que os acionistas da Vale jamais quiseram dar foco.
A presidência da República irritou-se com a Vale quando esta, em meio à crise econômica de 2009, decidiu reduzir despesas em cima do proletariado, e anunciou demissão de funcionários.
Lula advertiu Roger Agnelli e cobrou da empresa, que tem todos os seus negócios por concessão da União, uma postura mais responsável do ponto de vista do retorno vertical das concessões.
Agnelli acusou o golpe, que foi potencializado pela ameaça real de perder um dos cargos mais cobiçados do mundo, quando Eike Batista, aproveitando a deixa, fez movimentos invasivos rumo à mineradora.
Eike foi apenas ponta de lança de um movimento mais ousado do Palácio do Planalto, que visava decapitar Agnelli e colocar Sérgio Rosa na presidência da Vale: algo assim como o PT pondo a mão na mina.
Sérgio Rosa é o presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, PREVI, maior fundo de pensão da América Latina, 45º do mundo, e, objetivamente, o maior acionista da Vale, através da Valepar.
Agnelli, vendo que não poderia enfrentar a pressão de Lula, providenciou uma entrevista com o mesmo, não sem antes acelerar a confecção de um plano de investimentos verticais que o presidente lhe cobrava há algum tempo.
O que Roger ofereceu a Lula: investimentos globais em pontos estratégicos do Brasil, que, até 2014, deverão agregar 18,5 milhões de toneladas de aço à produção nacional.
São eles, a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), no Espírito Santo, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio de Janeiro, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, e a Aços Laminados do Pará (ALPA) no Pará.
Agnelli pagou a Lula um dote de aproximados R$ 40 bilhõesvalor total dos investimentos a serem realizados nos 4 projetos acima lavrados - para permanecer no comando da Vale, e, de quebra, debitou o não inicio das obras na conta dos governadores dos estados onde elas seriam implementadas, por conta da demora das licenças ambientais.
Os estudos da Vale não consideraram desejos políticos dos locais de implantação e sim a viabilidade logística dos investimentos. Lula exigiu investimentos verticais da Vale: a localização caberia a empresa resolver.
O governo do Estado não teve participação nas eventualidades acima narradas e apenas cuidou de capitalizar os dividendos políticos advindos: seria o cúmulo da inapetência não fazê-lo e o fez com competência.
A licença que autoriza o empreendimento, entregue em Marabá pela governadora Ana Júlia, com as pompas e circunstancias devidas, é ato administrativo do Conselho Estadual de Meio Ambiente, COEMA, que não poderia ser subtraído: preenchidas as exigências legais a licença teria que ser concedida.
A ALPA é um investimento da monta de R$ 10 bilhões, com conseqüências financeiras que poderão repercutir outros R$ 5 bilhões na cadeia logística das inversões esperadas.
Marabá e seu entorno consolidar-se-á como um pólo econômico de alta força centrípeta. Afirmar, todavia, que o empreendimento muda o perfil produtivo do Pará é uma quimera.
A ALPA consolida a lógica da exploração mineral: traz significativo crescimento, mas o desenvolvimento desejável é questionável.
Se a consolidação de um pólo industrial na mesorregião Sudeste do Pará for acompanhado por políticas públicas conseqüentes, é certo que o desenvolvimento pode dar o ar da sua graça.
A persistir a lógica de outros empreendimentos tocados a ferro e a fogo pela União e apenas a esta servindo, a fumaça dos foguetes e as bolhas do champanhe não terão sido em vão, mas terão sido efêmeras.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CFM se despede do conselheiro Antônio Pinheiro

No Hiroshi Bogéa:



O Dia do Cirurgião Plástico, 7 de dezembro,  foi marcado com uma homenagem ao conselheiro federal Antônio Gonçalves Pinheiro. O auditório da entidade , onde são realizados debates sobre a ética médica, foi batizado com o nome do conselheiro paraense. Familiares, conselheiros, funcionários do CFM e amigos puderam expressar sua admiração ao cirurgião.
A Sessão Plenária do CFM realizada na manhã de quarta-feira foi reservada para homenagear Pinheiro, vítima de aneurisma de artéria pulmonar em outubro. Para participar do preito, foram convidados a esposa [Jorgina Maria Bichara Pinheiro] e os três filhos – Osório, Ricardo e Antônio Pinheiro Filho (Toninho).
“Faltam-me palavras para descrever o que foi meu pai. Não me recordo de nenhuma conversa que tivemos com ele que não falasse da Medicina ou do CFM. É muito bom ver que a dedicação que ele teve tem gerado um reconhecimento e exemplo a ser seguido”, declarou o filho Osório Pinheiro.
O presidente do CFM, Roberto d’Avila, conduziu a homenagem afirmando que Pinheiro é um exemplo de ética. “Deixando o nome dele gravado nas paredes deste Conselho, é uma das maneirar que eternizamos o exemplo de ética médica de Pinheiro que foi um atuante e veemente defensor da medicina”.
Pinheiro era cirurgião plástico no Pará, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), onde integrava o corpo de conselheiros. As cinzas do respeitado médico e conselheiro, de 61 anos, foram lançadas no encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantins, como era seu desejo.