Pages

sábado, 23 de junho de 2007

Festa para Vinícius


Da esquerda para a direita: Giordano Bruno; a mãe Luciana (com Vinícius no colo, na hora da merenda), Ana de Luanda; a madrinha Rita; o paizão Sílvio Damasceno. O padrinho deu uma de fotógrafo.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Tenda dos milagres

(De como Maurino Magalhães geriu, com seus dons divinatórios, a cidade de triste história chamada Marabá, a Terra Mesopotâmica do Sol)
"O cidadão chegou exatamente às oito e meia da manhã de sexta-feira, 17 de junho, no prédio que abriga o Gabinete do Prefeito, e a base do show já estava armada: a mesa entoalhada posta com biscoitos, bolos, salgadinhos e sucos diversos. "O prefeito só vai atender depois do culto", informou-lhe em voz neutra um serviçal, antes de largá-lo sem mais delongas e ir juntar-se ao grupo imenso de funcionários que aguardava do lado de fora.
Às dez horas, quando o cidadão voltou de outros que-fazeres, os irmãos falavam e oravam na sala cheia. E lá se foi outra vez o paciente cidadão a uma loja verificar preços, tomar café, olhar tecidos, andar entre balcões, rodar, rodar, rodar até cansar-se, insatisfeito por ter perdido a manhã sem conseguir resolver o problema que o levara à prefeitura. Ao retornar ao gabinete, ele pôde ver um ex-alcoólatra a dar testemunho de como Jesus o ajudou a largar a desgraça da cachaça e fez dele um cruzado a resgatar tudo quanto é bêbado do mundo. "Esse aí não entra na casa do poeta", riu-se internamente o cidadão. Dentro da sala também estava uma mulher toda enfaixada como se tivesse acabado de fugir de uma sala de cirurgia, talvez para dar também os testemunhos da força de sua fé.
Mas, achando que a desgraça da cachaça é menos prejudicial à sociedade do que o mau político, de novo lá se foi o cidadão abstêmio a vaguear na praça defronte, conversar com outros cidadãos igualmente aporrinhados com a transformação do gabinete do prefeito em tenda de milagres. Às onze e trinta o prefeito convocou um pastor para "orar por Tião Miranda, que é o legítimo prefeito de Marabá", porque ele, Maurino, só "está prefeito por indicação e dádiva de Jesus" (que pelo menos até agora ninguém sabia que trabalha no TRE).
No Portugal de 1578 também se construiu um mito – o "sebastianismo" – em torno da volta de outro Sebastião, e tem gente que o espera até hoje. Lá, dom Sebastião era um rei que resolveu conquistar o Marrocos dos muçulmanos. Na batalha de Alcácer-Quibir, na África, o Tião português se lançou contra o exército mouro – como se fosse candidato à reeleição empunhando a compra de votos como arma infalível –, e também se deu mal. Sumiu. Escafedeu-se. Evaporou-se. Nunca mais foi visto, nem seu corpo encontrado. Então Portugal foi incorporado pela coroa espanhola, já que o rei da Espanha, Felipe II, também era neto de dom Manuel, o avô do primeiro Tião fantasma.
Em Marabá, este patético tianismo de Maurino e outros órfãos e viúvas de padrasto vivo periga nos levar a sermos incorporados por Itupiranga (se, claro, os itupiranguenses estiverem doidos para se meter com esta cidade arruinada por prefeitos falhos)... Mas, de volta à nossa prosaica feira da fé, uma irmã entoava alguns cânticos enquanto alguém vendia seu CD entre crentes e descrentes. "Acho que para completar o quadro faltou alguém vendendo Herbalife, cujo botton Maurino e vários de seus acólitos sempre usam na camisa", lamenta o cidadão. Encerrado o culto, aos 15 minutos para o meio-dia, o prefeito convidou os presentes para o seu "café da manhã". "Café da manhã? Além de tudo, a coisa toda avança pelo perigoso terreno do deboche, ainda mais porque custeada com dinheiro do contribuinte fiel, infiel, católico, espírita ou macumbeiro", pensava o cidadão. Após o tal café, o auxiliar de ritos avisou em altos brados, para fazer-se ouvir em sua autoridade, que Maurino ia atender primeiro as associações. Também não ia dar consultas, passagens ou muletas, porque esses milagres agora são feitos somente na Secretaria de Assistência Social. Assim, quem passou a manhã lascado e com fome na periferia do gabinete, ainda ia ter de ir à secretaria que fica do outro lado do rio Itacaiúnas, àquela altura certamente já fechada. Cansado, desiludido e faminto, o cidadão voltou para casa de mãos abanando e muitas indagações. Não seria malversação de recurso esse uso de equipamentos e servidores em sessões religiosas, quando a máquina deveria estar a serviço da comunidade como um todo e não apenas de uma ou outra igreja qualquer? Mesmo na remota possibilidade de justificar-se a utilização do gabinete do prefeito como local de práticas religiosas, não seria o caso de se fazer cultos ecumênicos, acessíveis à participação do contribuinte agnóstico, católico, babalorixá ou chegado a um terecô? Lamentavelmente, importa dizer ao cidadão que nada disso é justificável. Esse proselitismo político travestido de pastoral religiosa, financiado com recurso do erário, constituiu uma interface promíscua do tempo do Império no Brasil só encerrada quando proclamada a República em 15 de novembro de 1889. Em janeiro do ano seguinte o Governo Provisório decretou a separação da Igreja e do Estado. Ressuscitar, agora, essa prática, é anacronismo, atraso, dano à liberdade de crença, à laicidade do Estado e, pior, ao patrimônio público. (Publicado no Correio do Tocantins, em 10/07/2005)

Kaiapó: abandono e desatendimento

Os índios Kaiapó da aldeia Aukre em Ourilândia do Norte, onde também vive hoje o cacique Paulinho Paiakan, denunciam que o recurso para a compra de medicamentos não estaria sendo repassado Associação dos Povos Indígenas do Sul do Pará. O motivo seria a não prestação de contas por parte de associações da região. Segundo o índio Amauri Kaiapó, em conversa com fonte de P&D, os funcionários da ONG ameaçam paralisar as atividades porque também estariam com os salários atrasados há seis meses . A aldeia que é bastante isolada. Cerca de 3 mil índios de 10 aldeias da região estão sem atendimento. Por falar em comunidade indígena, a Procuradoria da República no Pará e a Funai vão retomar a ação judicial contra a Companhia Vale do Rio Doce para regularizar os repasses mensais de cerca de R$ 596 mil aos índios xicrins pela exploração de minério de ferro e uso da ferrovia que passa por sua reserva, no sudeste do Estado. A Vale suspendeu os pagamentos em outubro, depois que os índios invadiram instalações da empresa na mina de Carajás. Em dezembro passado, liminar do juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad determinou a retomada do pagamento, com depósito em juízo, mas o processo foi suspenso em abril último, quando as partes tentaram alinhavar um acordo. Sem acerto – porque a Vale se recusou a financiar a recuperação de uma estrada de 167 km que corta a reserva – Funai e MPF decidiram retomar a ação.

Distrito preocupa

O Sindicom – Sindicato do Comércio de Marabá – já se mobiliza em defesa de uma tese interessante: o aproveitamento de 600 hectares da segunda etapa do Distrito Industrial divididos em 600 lotes para a implantação de pequenas e médias indústrias. “A proposta é verticalizar tanto a produção siderúrgica quanto a agropecuária da região, ampliando a base produtiva e gerando mais empregos e salários”, diz o economista Paulo César Lopes, presidente do Sindicom. Paulo César teme que a sobra do DIM seja destinada apenas a 10 grandes empresas, quando pode beneficiar seis centenas, e opina que o distrito não deve mais abrigar indústrias como as siderúrgicas que só produzem ferro-gusa para exportação. E o sindicalista está certo: nos bastidores locais informa-se que somente por falta de documentação completa uma única pessoa deixou de receber do Estado, que gerencia o distrito industrial, pelo menos 33 hectares para plantar eucalipto perto das guseiras. Paulo César lamenta que o DIM, desapropriado e instalado ainda nos anos 80 do século passado, até hoje não disponha de água, telefone, energia elétrica e estrada de acesso em todo seu território.

Dito e feito!

Foi só os servidores virarem a costa e a Câmara Municipal provou o reajuste de 6,5% proposto pelo prefeito Tião Miranda para o funcionalismo, como temiam todos, e antecipou esta página. Vale lembrar, como publicado na sexta-feira, que à saída da Câmara na última sessão um trabalhador dissera do receio que tinham todos de uma traição perpetrada pelos vereadores, que aprovam qualquer coisa remetida pelo Executivo, mesmo que seja uma inconstitucionalidade. Assim, de nada adiantou a greve. Já os vereadores não demoram, se já não o fizeram, em reajustar os seus subsídios em 28,5% como já fizeram os da capital do Estado.

Parceria público-privada

Oito da manhã dessa quinta, o Fiat Uno branco placa J V V-8129, com um casal e uma criança dentro, pára em frente ao Colégio Monte Castelo. O condutor desce e vai deixar o filho na escola. O que isso tem de mais? Nada, se o carro não fosse chapa branca, da Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri/Prefeitura de Marabá).

Contra o monopólio

A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) entrou com pedido de medida cautelar no STJ para manter suspensa a decisão do Cade (Conselho de Defesa Econômica) no caso da compra da mina Casa de Pedra. De acordo com o DCI , o conselho considerou que a Vale concentrou interesses quando comprou mineradoras e fez um descruzamento societário com a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Com as aquisições, a Vale passou a deter quase um monopólio sobre capacidade produtiva de minério de ferro do Brasil. Em agosto de 2005, para garantir a existência de pelo menos um concorrente com poder de mercado, o Cade determinou que a Vale vendesse uma de suas mineradoras, a Ferteco, ou abrisse mão do direito de preferência sobre a produção excedente da mina Casa de Pedra, que é de propriedade da CSN. A Vale foi à Justiça com o argumento de que a decisão seria nula e conseguiu a suspensão da decisão até que o recurso chegasse ao STJ. Agora, a Vale tenta, novamente, manter a decisão suspensa. (Fonte: Revista Jurídica Última Instância, 21.6.07)

Esporte

O Clube de Xadrez de Marabá vai promover, em setembro próximo, o “I Seminário Paraense de Xadrez nas Escolas”. O propósito, conforme o presidente Arnilson de Assis, é sensibilizar gestores da Educação para a implantação do xadrez nos estabelecimentos de ensino como ação de inclusão social e como disciplina extra-curricular estimulante do raciocínio lógico. “Em nossa região, muitas pessoas ligadas à educação desconhecem os benefícios deste esporte para crianças e jovens, enquanto no Piauí são inúmeras as escolas que o adotaram com sucesso”, diz Arnilson.

Alô, escritores!

A Fundação Brigada Militar do Rio Grande do Sul divulga a realização do “I Concurso Literário FBM – Contos, Crônicas e Poemas” para comemorar o 10º. Aniversário da sua criação. No convite enviado pelo Cel. RR Alberto Afonso informa-se que as inscrições vão até o dia 1º de agosto e haverá prêmios até o 3º lugar em cada categoria, além da publicação dos trabalhos em antologia. “Considerada a Literatura como forma em que se fazem presentes e preservadas as ricas tradições orais da língua e da cultura, o objetivo do concurso é constituir e colocar ao alcance de todos a oportunidade de produção literária e a divulgação de talentos consagrados e emergentes”, diz o regulamento, que pode ser alcançado no site www.fundacaobm.org.br. A temática é livre. A premiação varia de R$ 150 a R$ 500, mais dez exemplares da antologia a ser publicada.

Trabalho escravo

O correspondente do The New York Times no Brasil, William Lawrence (Larry) Rohter, passou o último final de semana em Marabá levantando a questão do trabalho escravo nas carvoarias a serviço das guseiras e nas fazendas regionais em formação. Não é a primeira vez que Larry Rohter vem ao sudeste do Pará. Em julho de 2004, ele esteve em Serra Pelada quando apontou que o garimpo se transformara em verdadeiro "barril de pólvora" e numa "terra sem lei" por dois motivos: a espera pela decisão judicial que poderia devolver mais de US$ 50 milhões devidos pelo governo em razão da baixa avaliação do ouro extraído de Serra Pelada no início dos anos 80; e a expectativa financiamento de uma mineradora americana para o garimpo. Outro destaque era a rivalidade entre as cooperativas de garimpeiros que já resultara na morte de um dos líderes de um dos grupos, em 2002. Em setembro de 2004, de passagem por Tucurui, Rohter reportou sobre a floresta submersa que ameaçava a hidrelétrica sem eclusas.

Reestatização

A maioria dos brasileiros é a favor da retomada da Companhia Vale do Rio Doce pelo governo federal. É o que traduz pesquisa realizada entre os dias 19 e 22 de maio pelo Instituto GPP – Planejamento e Pesquisa, quando 50,3% de duas mil pessoas ouvidas em 17 Estados se disseram favoráveis à reestatização. Outros 28,2% são contra e 21,5% disseram não saber responder. Conforme a agência Carta Maior, que teve acesso aos dados completos da pesquisa, é no Norte do Brasil onde existe maior apoio à medida: 62,5% dos entrevistados são favoráveis à retomada da Vale. No Sul, o número fica em 47,6%, ante 49,7% no Sudeste, 37,3% no Centro-Oeste e 52,9% no Nordeste. Já os 28,2% contrários apontados pela pesquisa são 20,3% no Sul, 30,5% no Sudeste, 24,2% no Centro-Oeste, 31,1% no Nordeste, e 24,6% no Norte.

Síndrome de Tucuruí

De olho no péssimo exemplo da hidrelétrica de Tucuruí, há quase um quarto de século sem concluir suas eclusas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins deram entrada a uma ação civil pública Justiça Federal em Palmas pedindo a suspensão imediata das obras da Hidrelétrica de Estreito, pelo Consórcio Ceste de Energia. Liminarmente, a inicial pede a suspensão das obras até que seja definida a construção da eclusa concomitantemente à construção da usina.

Divisão

Pesquisa em andamento no Jornal Pequeno, de São Luis (MA) aponta que, dos 23.371 leitores consultados até esta quarta-feira, 13.134 (56%) concordavam com a divisão do Maranhão para a criação do Maranhão do Sul. Contrários, 10.237 (44%). Não há indecisos nem indiferentes à questão. Pesquisa assemelhada entre nós, e no Tapajós, mediria a temperatura das campanhas até aqui aprisionadas apenas nas intenções.

Serra Leste

Hoje (22) em Curionópolis, terça (26) em Parauapebas e quarta (27) em Marabá, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente debate em audiência pública o impacto ambiental da exploração de minério de ferro no projeto Serra Leste, da Companhia Vale do Rio Doce. Para as outivas, a Sesma convidou o Ministério Público Federal e Estadual; autoridades federais, estaduais e municipais; os órgãos públicos e privados, instituições governamentais e não governamentais e a população em geral nas quatro cidades.

Tevê

“Conexão sindical” é o programa local que desde maio recente vai ao ar na Band (Canal 10), às sextas-feiras, de meio-dia a uma da tarde. A responsabilidade é do Sindicato dos Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará, presidido pelo José Sidney Ferreira da Silva, reeleito no último quatro de abril. Sua proposta, segundo o sindicalista, é ser o programa um espaço aberto às atividades econômicas e culturais da região. Ana Barros é quem faz as coberturas jornalísticas.

Cadê?

Leitor com memória de elefante indaga onde foi parar aquela história da suposta descoberta de três barracões, onde estaria grande quantidade de equipamentos médicos, e que seriam abertos inclusive com a presença do Ministério Público e da imprensa. Ora, quem souber que explique...

domingo, 17 de junho de 2007

Tião e Demétrius estão com TPM

Após tantos anos de serviço público, cerca de 25, somados os períodos na prefeitura de Marabá, São João do Araguaia e Assembléia Legislativa do Estado, a partir de 1974, desenvolvi uma tese resultante da convivência e regular observação daqueles com quem trabalhei: à medida em que se aproxima o fim de um mandato e cresce a incerteza da sobrevivência política para quem aspira a continuar no poder, começa a manifestar-se na maioria das pessoas um iniludível fenômeno psicossomático, cada vez mais forte, que se traduz em irritabilidade, longos períodos de silêncio, olhares distantes, tiques nervosos e extrema desconfiança de tudo e de todos. À falta de melhor designação, eu chamo esse conjunto de manifestações pessoais de Tensão Pós-Mandato (TPM). A irritação do prefeito Tião Miranda com o suplente de senador Demétrius Ribeiro (chamou-o pra porrada, no melhor estilo de rua, do “quem for mais homem cospe aqui!”) - é um exemplo concreto de TPM. O comportamento de Demétrius, que escolheu mal palanque e oportunidade para despautério e diatribes, é viés de uma outra tensão, comum, esta, à maioria dos guseiros do Pará e Maranhão – a TPI: Tensão Pós-Ibama. No caso de Demétrius, agravada pela expectativa frustrada da relevância política. Pressionado por multas sobre a utilização de carvão clandestino, sem atividade política com visibilidade, na condição de suplente de senador de coisa-nenhuma, e agora tentando parecer oposicionista e chamar a atenção para uma suposta candidatura a prefeito, Demétrius estourou ruidoso como garrafa de cidra barata durante a festa das oligarquias que pretendem um estado para si e para que as coisas permaneçam como estão. Evidentemente, Demétrius não poderia ter sido mais desastroso. A verdade é que ele e Tião Miranda estão mal, muito mal. E era o que mais nos faltava: substituir um gestor anti-democrático por outro - inábil e rancoroso. Que opção!... O estranhamento de Demétrius com Miranda tem ainda outras causas. Na eleição de 2004, ele foi talvez o maior doador da campanha do atual prefeito. Naquele ano, três dos quatro candidatos receberam doação em dinheiro através da Usimar: Elza Miranda, a maior beneficiária levou R$ 117,7 mil. Tião Miranda - R$ 100 mil, e Asdrúbal Bentes – R$ 50 mil. Dinheiro jogado fora, pelo visto. O candidato Heiton Nonato da Silva só teve uma única doação: R$ 2 mil, da Carajás Móveis e Esquadrias Ltda. Quem também ganhou trocados da Usimar foram os vereadores Miguelito (R$ 10 mil), a maior contribuição das guseiras; Adelmo Azevedo (R$ 10 mil); Osvaldo Mutran Jr (R$ 14.200); Júlia Rosa (R$ 5 mil); Sebastião Ferreira Neto (R$ 10 mil), segundo informações do site Transparência Brasil (Às Claras 2004). Ou seja, mais dinheiro jogado fora. ------------ Meu ódio será tua herança Que Demétrius é candidato quem assegura é o blog do Hiroshi Bogéa: “O empresário Demétrius Ribeiro acaba de comprar a Rádio Itacaiúnas-AM pertencente a família do ex-deputado federal Josué Bengston. O valor da transação ainda é desconhecido, mas rumores dão conta de que beira a casa dos R$ 700 mil. Como quem é do ramo sabe que rádio de Amplitude Modulation (Modulação em Amplitude) perdeu força comercial no mercado, objetivo de Demétrius não é ampliar seus negócios na área (ele já é dono da repetidora do SBT local) -, inda mais se considerarmos que a Itacaiúnas-AM estava praticamente falida, sem audiência e completamente sucateada. A movimentação sem recuo do empresário na área de comunicação projeta a eleição municipal de 2008. Cada vez mais o guseiro é candidatíssimo à sucessão de Sebastião Miranda.” Bogéa sugere que a intenção de Demétrius seria uma espécie de “vindita” – mostrar a Tião Miranda “com quantos paus se faz uma cangalha”, aquele equipamento de colocar em costas de burro -, pela desfeita que lhe fizera o prefeito no I Simpósio Procriação dos Estados do Carajás e Tapajós. --------- Triste sina A Rádio Itacaiúnas é a pioneira em radiodifusão em Marabá. Foi montada há três décadas pelo fazendeiro (depois deputado estadual) Aziz Mutran Neto, o Zizi Mutran. Há poucos anos, foi vendida para o lamentável pastor evangélico Josué Bengstson, deputado estadual, e agora vai servir aos projetos eleitoreiros do suplente de senador Demétrius Ribeiro. A sina da Rádio Itacaiúnas, tal qual a das televisões locais, é óbvia e trágica: pôr no mercado regional certa variedade de produto político sem consistência, ou de conteúdo equivocado. Pobre Estado de Carajás... ------- Sem solução E ninguém se iluda que seria uma alternativa, o que sugeriu um observador destes sucessos mais recentes: chamar a polícia. Pra quê? Não bastou a Curva do S? Deus nos livre!