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sábado, 29 de dezembro de 2012

Suposta proprietária calunia novo bispo de Marabá


No site da CPT Rondônia

Sendo padre Dom Vital intercedeu em Jaru para resolver conflito agrário. Foto Lenir.

Dom Vital Corbellini, padre de Caxias do Sul, que foi empossado como bispo diocesano o dia 21 de 12 de 2012 na Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Marabá, sofreu injusta calúnia pouco antes duma suposta proprietária de Rondônia, local onde atuava quando foi nomeado bispo. Desde 2011 o Pe. Vital Corbellini era missionário no projeto de Igrejas-irmãs, na Diocese de Ji-Paraná, sendo pároco em Jaru, na Paróquia São João Batista.

A origem das injurias, espalhadas na internet, está numa matéria assinada por Maria Ângela Simões Semeghini, do dia 30 novembro de 2012 e publicado no blog GPS do Agronegócio com o título "Em Rondônia se faz reforma agrária matando os proprietários". 

Na matéria, Ângela Semeghini se diz proprietária uma área de Ariquemes ocupada pela LCP (Liga dos Camponeses Pobres), e que teria recebido no dia 27/02/2012, um telefonema do Pe. Vital Corbellini, "que literalmente me disse “se não desistir da reintegração de posse correrá sangue”, por precaução registrei ocorrência na Delegacia de Polícia, e acrescenta que ela procurou Dom Bruno, bispo de Ji Paraná "comuniquei os fatos e fui tratada de forma desdenhosa", ainda escreve que como prêmio aos problemas causados pelo padre, este foi nomeado bispo, e termina invocando a validade dum decreto de 1949 de Pio XII, de excomunhão contra os comunistas. "Me coloco a disposição de qualquer pessoa para esclarecimentos angelasemeghini@yahoo.com.br".

Segundo informações, Ângela Semeghini é dona dum cartório de Ji Paraná e é totalmente distorcido e malicioso atribuir ameaças ao Pe. Vital Corbellini (hoje Dom Vital). Na época, quando o Pe. Vital era pároco de Jaru (Rondônia), a equipe pastoral da paróquia foi procurada por 120 famílias do Acampamento Canaã (situada em Ariquemes, porém mais próxima de Jaru). Eles estavam fazia onze anos ocupando a terra e trabalhando com grande produção agrícola, quando enfrentavam uma decisão de reintegração de posse

Parte das famílias estavam dispostas a resistir a todo custo o despejo, o qual podia provocar “o derramamento de sangue” que temia o Pe Vital. É muito injusto por parte de Dona Ângela acusar o Pe. Vital de ameaça e a Dom Bruno de desdenho, por ter intercedido junto dela pela paz e resolução deste conflito agrário. E ainda insinuar de serem falsos católicos e de comunistas, como outros sites a partir da informação dela os têm acusado.

A pedido das famílias de posseiros do local, o Pe. Vital com duas irmãs e um representante da CPT RO visitou o local onde elas moravam e se prontificou a mediar. Assim tentou ajudar a resolver o conflito, pedindo para estar dispostos a negociar aos autores do pedido de reintegração de posse, representados por Ângela. Ainda mais sabendo que a terra da qual ela se diz proprietária trata-se duma CATP (Contrato de Alienação de Terra Públicas), é dizer, um título provisório, que o INCRA deu na época da colonização de Rondônia, com a condição de cumprir determinadas cláusulas. Estas condições foram cumpridas somente de forma parcial, e o INCRA tinha entrado na justiça com um pedido de retomada da área para terra pública. Parte da terra abandonada foi ocupada como meio de sobrevivência pelo grupo de 120 famílias, fazia onze anos.

O local estava sendo destinado pelo INCRA para reforma agrária, pois os titulares da ACTP tinham se comprometido a realizar em cinco anos uma exploração de cacau (a Fazenda foi chamada Cacau-Só Arroba). Este condicionante não foi cumprido. Vinte anos depois não tinha nada. Somente a metade da área de cacau foi plantada e logo abandonada. Outra parte tinha sido cedida de forma ilegal a terceiros para exploração de gado. Isto tem sido demonstrado em diversas vistorias realizadas por técnicos do INCRA, pelo qual motivo o Governo Federal pediu a terra de volta, processo que está correndo na justiça federal. 

Apesar disso Dona Ângela, que não consta como proprietária (se diz que entrou em representação dos titulares da CATP em troca duma parte de terra se ganhar na justiça) conseguiu a reintegração de posse contra as 120 famílias de agricultores que faz doze anos moram e trabalham no local. 

Após os agricultores fechar a estrada BR-364 em março de 2012 em Jaru, o Pe Vital e Dom Bruno intercederam pela resolução do conflito agrário junto as autoridades. Representantes do Ministério Público da União e o Padre Vital Corbellini, da Paróquia de São Batista negociaram a desocupação pacífica da BR 364. Os acampados deixaram a BR e ficaram alojados no Centro Catequético da Paróquia até o dia seguinte, que foi realizada uma audiência pública com o superintendente do INCRA de Rondônia sobre o assunto. Ainda, com total intransigência, Dona Ângela se negou em todo momento a negociar um acordo, em Audiência Pública da Ouvidoria Agrária Nacional, celebrada em Porto Velho a inícios de Agosto de 2012, presidida pelo Desembargador Gercino Filho (onde Ângela esteve representada por uma advogado) e em outros intentos de negociação com o superintendente do INCRA. 

Posteriormente, em 14 de setembro de 2012, a reintegração de posse foi suspensa após ação civil pública apresentada pela Defensoria Pública de Ariquemes, acatada pela juiza Elisângela Frota Araújo. Ainda, a decisão da justiça federal de Porto Velho sobre a retomada da área para reforma agrária foi favorável aos proprietários da Fazenda Arroba Só Cacau, cabendo recurso ao INCRA. 

Então, sendo a propriedade de Dona Ângela discutível, como prova o longo processo judicial, o fim do conflito desejável seria um acordo que reguardasse a parte de legítimos direitos dos proprietários e evite o grave problema social do despejo de 120 famílias que hoje tem lugar onde morar e produzir. 

Por outro lado, não somente algum fazendeiro morreu em Rondônia ( e não foi comprovado se a morte de Daniel Stivannin foi por causa de conflito agrário). Somente em 2012 seis pequenos agricultores já morreram em Rondônia vítimas da violência pela terra. 

A CPT Rondônia, que é uma organização ecumênica, rejeita o uso de violência e tenta apoiar a resolução deste e outros conflitos de terra que atingem nossa região e onde, seguindo os princípios da doutrina social da Igreja, procuramos uma melhor distribuição da terra, com paz e justiça para todos.

Em Marabá, local também atingido por grande conflitividade agrária, em declarações ao Diário do Pará, Dom Vital disse: "A questão da violência me preocupa muito. Vou trabalhar com a juventude, com os casais, com as famílias e com as crianças. Isso é muito importante. Temos que dar valor à nossa juventude".

Construção de hidrelétrica vai começar em 2014



Em 2014 começam as obras do projeto de Aproveitamento Hidrelétrico de Marabá. Agora já estão sendo feitos o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/Rima). Os Akarãtika-Tejê, conhecidos como Gavião da Montanha, o Gavião Kyikatejê e o Gavião Paraketejê, povos daReserva Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins, que será afetada, querem a participação de um antropólogo de confiança para fazer estudo dos impactos.
A nova usina hidrelétrica vai provocar uma supressão vegetal de 3 mil hectares. A região afetada, denominada de “Fortaleza”, é rica em castanha-do-Pará, variedade de ipês (chamado na região de pau d’arco, madeira usada para fazer ponta da flecha) e espécies da fauna, por isso rica em caça para os índios.
Segundo Ubirajara Nazareno Sompré, vereador eleito por Marabá e uma das lideranças da aldeia, a comunidade indígena não aceita que o empreendedor faça o estudo antropológico. “Quando o empreendedor ou a Funai, que também é governo, faz o estudo, os impactos, às vezes, não são mostrados. Por isso queremos fazer um pré-estudo”, afirma. Segundo ele, a comunidade quer ter o direito de escolher seu próprio antropólogo e equipe técnica. “Não podemos falar nem que sim, sem nenhum documento em mãos, nem falar que não, por não”, observa Ubirajara.
Ainda de acordo com o líder indígena, o EIA/Rima da hidrelétrica está quase todo concluído. O que falta é exatamente a área da Mãe Maria. Já foi concluído também estudo de viabilidade econômica. Ou seja, os impactos estão confirmados.
Segundo Ubirajara, a Reserva Mãe Maria é a terra indígena mais impactada do Brasil. Pela área passa a Estrada de Ferro Carajás, que agora será duplicada. A reserva é cortada também pela BR-222 (antiga PA-70), dois linhões da Eletronorte e agora receberá um terceiro linhão de fibra ótica da operadora Vivo.
Quando a Hidrelétrica de Marabá for construída, 95% da sede do município de São João do Araguaia vai desaparecer do mapa, exatamente o centro histórico. É o município que vai sofrer mais diretamente o impacto.
A Barragem de Marabá vai atingir nove municípios: Marabá, Palestina do Pará, São João do Araguaia, Brejo Grande do Araguaia e Bom Jesus do Tocantins, todos no Pará; Axixá, Esperantina e Araguatins, no Estado do Tocantins; e São Pedro da Água Branca, no Maranhão. Com um custo estimado de 2 bilhões de dólares, o prazo médio de construção é de oito anos. A hidrelétrica de Marabá deverá ser uma das maiores do país, com capacidade de produção de 2.160 megawatts, tornando-se um aporte considerável para o Sistema Interligado Nacional. 
(Chagas Filho/Diário do Pará)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Pezinho de cá-te-espero...

Era só o que faltava! Qualquer postagem aqui no Quaradouro que conte as patifarias do PT nacional ou de seus satélites em qualquer parte inclusive na Amazônia, uns merdinhas anônimos ficam sugerindo que é matéria paga.
Deles, é claro, não se pode esperar um comentário honesto, já que são todos viciados em corrupção, mensalões, propinas e tetas públicas...
Só um recado: agora, que a Justiça começou a puxar o fio das teias nem tão ocultas, o Batman e seus discípulos vão pegar vocês!

Melhor prevenir...


Impressionado com a história do fim do mundo prevista para 21 de dezembro recente, em São Geraldo do Araguaia um pastor evangélico foi às ruas conclamar a população a fazer estoque de latas de sardinha e ficar em casa.
Muita gente ficou pensando sobre quem degustaria os enlatados, se a hecatombe de fato acontecesse apagando a raça humana da face da terra.

Dubiedade do PV


Deu no jornal 1
A coluna Repórter Diário, do Diário do Pará dessa quinta-feira (27), relata um suposto racha no Partido Verde, em Belém. “A liderança de José Carlos Lima, o famoso “espoca-urna”, está sendo questionada por grupo de integrantes da legenda. Atitudes isoladas do presidente verde deixaram os companheiros irritados, principalmente no que diz respeito às relações políticas com outros partidos. A ala insatisfeita recorda que Zé Carlos se alia a partidos de direita e esquerda com a mesma naturalidade com que troca de camisa, passando aos filiados o ônus da pecha de camaleão. O grupo promete disputar a presidência em 2013”.

Deu no jornal 2
“Ainda não foi bem digerido, aliás, por alguns integrantes do PV a falta de convites para a diplomação do novo prefeito de Belém, a quem a cúpula do partido apoiou. Ao que se comenta, o fato gerou um tremendo mal-estar nas pequenas bases do partido. Diz-se que apenas “privilegiados” foram contemplados com os convites. A corrente descontente até desconfia que os convites foram escondidos da base para que as conversas deliberativas em torno de eventual participação no secretariado municipal fiquem restritas a poucos”.
Em Marabá, diz-se que o assunto nada tem a ver com as reuniões quase secretas que o PV realiza desde a renúncia do seu candidato à disputa eleitoral e adesão à coligação do prefeito eleito... 

Rolo


A impugnação do registro e consequente anulação dos votos dado no último pleito a José Lourenço Amaral (PSB), primeiro colocado, arremessou a prefeitura de Água Azul do Norte no buraco negro das indefinições políticas. Amaral teve mais de 50% dos votos válidos que, anulados, devem provocar uma nova eleição. Sabiamente, o juiz eleitoral negou posse ao segundo colocado e, enquanto o Tribunal Superior Eleitoral não desfizer o pacote natalino, deverá assumir o Executivo, em primeiro de janeiro, o ainda não escolhido presidente da Câmara Municipal.

Marabá na mídia



Na página Negócios, de Mauro Bonna (Diário do Pará), a última de 2012, sob o título acima:
“Nem bem o Grupo Mateus inaugurou o primeiro dos três supermercados que constrói em Marabá, o Sindicato dos Comerciários, à frente um vereador, já ouriça trabalhadores com ameaças de greve. E se imaginar que, ao final, o Grupo proporcionará quase dois mil empregos diretos”.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O futuro do ministro Luiz Fux, do STF


Luiz Fux pode esperar chumbo grosso em 2013; o recado é claro: ou se comporta, ou eles prometem derrubá-lo; resta-nos torcer para que a chantagem não tenha lastro

Blog Reinaldo Azevedo

Eis-me aqui, leitores, a fazer algumas considerações, conforme disse que poderia acontecer. Depois retomo o meu descanso. O ministro Luiz Fux, do STF, continua na mira dos petistas. E eles não o deixarão tão cedo, a menos que este membro da corte máxima do país pague a fatura na qual figura, segundo os petistas, como devedor. O mensalão já é jogo jogado. Ainda que o tribunal venha a admitir os embargos infringentes, de divergência, é difícil supor que Fux dê um voto oposto àquele que proferiu durante o julgamento. Mas sabem como é: o governo tem muitas demandas no Supremo. A coisa está feia: para o tribunal, para Fux, para as instituições. E o ministro pode se preparar porque vem mais bomba por aí.

O mais recente ataque a Fux partiu de Gilberto Carvalho, ninguém menos: ele é, por excelência, o braço de Lula no governo Dilma, mas é também homem de confiança da presidente. Quando fala, ele o faz em nome da chefe, a menos que seja desautorizado. E ele não foi. O que fez Carvalho?

Afirmou num programa de TV que manteve um encontro com Fux antes de este ser nomeado para o Supremo e que o então candidato a ministro lhe havia assegurado que lera o processo do mensalão e não encontrara provas contra os réus. Mais uma vez, os petistas estão afirmando, por palavras nem tão oblíquas, que Fux lhes prometera uma coisa — “matar a bola no peito” — e não entregou o prometido.

É espantoso! Mais do que sugestão, o conjunto das declarações — de Carvalho, de Dirceu e do próprio Fux, em entrevista — nos autoriza, por indução, a concluir que um dos critérios para a indicação do agora ministro foi a sua opinião de então sobre o mensalão. Depois, tudo indica, ele mudou. Fux já confirmou ter estado com José Dirceu antes de ser indicado por Dilma. Reuniu-se também com João Paulo Cunha. O que um pretendente ao cargo máximo do Judiciário tem a conversar com dois réus daquele calibre? Ninguém sabe. E isso Fux também não conseguiu explicar na entrevista que concedeu.
Ao anunciar a suposta mudança de opinião de Fux, Carvalho está confessando o que eles lá, ao menos, tinham entendido como uma conspirata a favor dos mensaleiros. Pior: como foi Dilma que indicou o ministro, Carvalho e todos os que insistem nessa linha de argumentação comprometem a presidente com uma óbvia agressão ao Supremo e à independência entre os Poderes: Fux teria sido escolhido para cumprir uma missão — que não seria, por óbvio, fazer justiça.
Os antecedentes e o que se viu
O leitor tem o direito de saber que petistas viviam falando pelos cantos, para repórteres, algo mais ou menos assim: “Fux tá no papo; é nosso!”. Os mais boquirrotos davam o acordo como celebrado. A metáfora do “matar a bola no peito” já era muito conhecida. Os votos do ministro pegaram, sim, os petistas de surpresa e, em larga medida, os jornalistas. E petistas não o perdoam por isso. Se acham Joaquim Barbosa — o “negro que nós [Eles!!!] nomeamos”, como disse João Paulo — ingrato, eles têm Fux na cota de um traidor.
E não pensem que já esvaziaram todo o saco de maldades. Pelo cheiro da brilhantina, como se dizia antigamente, vem mais coisa contra o ministro em 2013. Os mais exaltados chegam a prometer que ele terá de deixar o tribunal porque acabaria ficando provado que não tem condições de exercer a função. Até onde pode ir o ódio punitivo? É o que veremos.

O QUE NÃO ESTÁ CLARO NO TRIBUNAL INFORMAL DO PETISMO É SE HÁ OU NÃO CONDIÇÕES DE FUX SER REABILITADO PELA COMPANHEIRADA — vale dizer: ainda não se decidiu se vão lhe apresentar uma fatura, exigindo, em troca, o bom comportamento ou se a condenação já pode ser considerada transitada em julgado — nessa hipótese, só restaria mesmo o paredão.
A tropa não brinca em serviço. Nesse momento — e Fux não deve ignorá-lo —, a sua carreira de juiz no Rio está sendo escarafunchada. Não é que os petistas não gostem de uma coisa ou de outra e tenham sido tomados por um surto de moralidade ou de moralismo. Não! Vigora a palavra de ordem de sempre: “Quem está conosco é gente boa; quem não está vai para a boca do sapo”.
Fux pode se preparar que vem chumbo grosso por aí. Ou, então, se anula como membro da nossa Corte Suprema e se torna mero esbirro de um projeto partidário — nesse caso, tem até modelo a ser seguido. A “máquina” está lhe dizendo algo assim: “Ou se entrega, ou nós acabamos com a sua reputação”. A chantagem é asquerosa, e só resta ao país torcer para que as ameaças sejam inócuas porque brandidas no vazio.
Nunca antes na história deste pais um ministro de estado confessou que um candidato a ministro do Supremo lhe havia feito juízo de mérito sobre um processo em tramitação na Corte para a qual este pretendia ser nomeado.
Se você acharam 2012 animado, esperem só para ver 2013…


Líder do MST assassinado em Msqueiro

NOTA DE FALECIMENTO

É com muito pesar que o MST-Pará, comunica aos companheiros, companheiras, amigos e amigas o assassinato do militante dessa organização MAMEDE GOMES DE OLIVEIRA, 58 anos, assentado no Assentamento Mártires de Abril, Mosqueiro- Município de Belém Pará. O fato aconteceu no dia 24 de dezembro de 2012 no período da tarde, por volta das 16 horas, no seu lote, momento em que estava trabalhando foi atingido por dois tiros calibre 38. No momento dois suspeitos encontram-se presos e estão sob investigação da polícia.
Mamede, foi coordenador estadual do MST, atuou no Setor de Produção e nos últimos anos vinha dedicando-se à prática agroecológica em seu lote, conhecido como LAPO- Lote Agroecológico de Produção Orgânica, com a implantação de diversas experiências, além de compor um Grupo de Produção Agroecológica-GPA juntamente com outras famílias assentadas.
O corpo está sendo velado no LAPO e o enterro acontecerá amanhã às 9 horas no Cemitério do Carananduba.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Estado do Pará solidariza-se com Dona Teófila da Silva Nunes e familiares.
“A morte não é verdade quando se cumpre bem o papel da vida”
(José Martí)
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NATAL DURO, MARCADO PELA VIOLÊNCIA
Hoje, às 10 horas, nos despedimos de mais um grande companheiro das nossas fileiras de lutas pela verdadeira reforma agrária e pela transformação da sociedade. Foi enterrado o corpo de Mamede Gomes de Oliveira, assassinado brutalmente na manhã do dia 23 de dezembro. O assassinato ocorreu no seu lote, a 200 metros de sua casa, no Projeto de Assentamento Mártires de Abril, município de Mosqueiro, Estado do Pará.
O assassino é casado com a filha de um também assentado, não residia no Projeto de Assentamento, já foi identificado e preso mas até o momento não revelou qual a sua motivação ou interesse para tirar a vida de Mamede, com o disparo de dois tiros fatais sem que a vitima pudesse se defender.
Para nós foi uma perda imensurável, por tratar não apenas de um assentado, como deverá ser divulgado pela imprensa medíocre deste país, mas por tratar de um exemplar de homem que viveu para construção de uma humanidade, que ainda está por ser construída por todos(as) aqueles(as) que não se cansam e nem se entregam diante das barreiras impostas.
Mamede tinha 57 anos muito bem vivido como fazem todos(as) que desde cedo encaram o desafio de construir seu próprio destino. Nasceu no Estado do Piaui, viveu sua juventude até adulto no Estado do Maranhão, no município de Pedreiras, no final da década de 1980 veio para o Pará, trajetória de muitos nordestinos, em busca da terra prometida.
Foi no ano de 1999 que militantes do MST e Mamede tiveram o grande prazer de se encontrarem, nas mobilizações realizadas na cidade de Ananindeua, área metropolitana de Belém do Pará, para ocupação dos latifúndios naquela região. Nesta época Mamede militava na Comunidade Eclesial de Base, com a experiência trazida do Maranhão. Experiência desenvolvida para enfrentar a opressão imposta pelas famílias latifundiárias, corruptas e assassinas daquele Estado, dentre elas a de José Sarney.
Com a luta organizada as famílias de trabalhadores conquistaram uma área de terra no município de Mosqueiro, que depois as famílias e o movimento fizeram ser criado um projeto de assentamento, pelo INCRA,o Projeto de Assentamento Mártires de Abril, em memória ao massacre de 17 de abril de 1996, na curva do S, no município de Eldorado de Carajás, contra militantes do MST, realizado pela policia do Estado, quando governador Almir Gabriel.
Ali no assentamento Mamede se realizava e construía experiências e ensinamentos para companheiros(as) e para o mundo. Junto com sua esposa passaram a se dedicar em um grande projeto que viesse apontar para a transformação da sociedade. Homem culto, não abonava suas leituras dos revolucionários, de Marx, os marxistas, ao poeta Maiakóvski.
Pelo seu afinado conhecimento e forma de lhe dar com as pessoas desempenhou importante papel como comunicador, educador e dirigente do movimento, sem nunca se propor a abandonar a luta e deixar de enfrentar as grandes dificuldades que se apresentavam no dia a dia.
A sua dedicação maior, sem desprezar a militancia, a educação e acultura, mas fazendo destas uma interação necessária e produtiva, foi com a agroecologia. Seu lote era um exemplo de diversificação de cultivos de plantas para fins medicinais, ornamentais e para produção de alimentos, e a criação de pequenos animais. Dedicação na transformação de plantas em produtos de uso medicinal e alimentício.
Mas como para a crueldade não há defesa e precaução suficiente par evitá-la quando ela nos ronda permanentemente,em um momento de vivência e dedicação com seu a fazer, Mamede foi covardemente assassinado quando reparava a situação de umas colméias.
Portanto, não foi só o MST, mas sim o mundo que perdeu, na flor da idade, um grande exemplar de homem educador, comunicador, dirigente, defensor e praticante da agroecologia, que acreditava na transformação da sociedade, com a destruição do capitalismo a partir de de acúmulos de fundamentações teóricas pelos indivíduos mas também necessariamente com a prática.
Lamentamos profundamente que a barbárie se alastra pelo mundo sem que nossas forças sejam suficientes para barrá-la. Lamentamos profundamente que diante da situação muitos(as) valiosos(as) lutadores(as) do povo se deixem levar pelos imbróglios da conjuntura política retrógrada e alienante que impera no país. Lamentamos profundamente pela perda de mais um comunista.
Como foi na casa de Mamed, quando da participação de um encontro estadual do MST, que tomei conhecimento do poeta russo Maiakóvski, em memória vou citar um dos poemas que de imediato me chamou a atenção:
E então que quereis?...
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também porque razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
haveremos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Mamede.
Presente!
Até a vitória sempre!
Marabá, 25 de dezembro de 2012.
Raimundo Gomes da Cruz Neto
Educador Popular CEPASP-Marabá


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Aos meus diletos amigos e amigas

Foto: Ademir Braz - Arte bragantina 

Já que sobrevivemos ao fim do mundo, vamos amar por inteiro nossas namoradas, curtir mais nossos amigos, trabalhar menos (que ninguém é de ferro), passear todo fim de semana (o mundo é lindo em qualquer parte!), comer melhor, rir mais, ler sempre, causar, ser solidários e generosos sempre que possível, nunca sofrer (qualquer que seja o motivo), cantar e beber em louvor à vida, ignorar os invejosos e desafetos, combater a injustiça, reinventar a alegria e a felicidade.
E que venham as belezas e desafios de um novo ano!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Gente fina é outra coisa!...


No Parsifal Pontes:

Monólogo de um condenado à espera do cárcere

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Sexta-feira (21), 5h30m da manhã. Advogados subiram ao apartamento de José Dirceu, em São Paulo. Uma repórter da “Folha de S. Paulo” e um jornalista que assessora Dirceu em seu blog (blogueiro chic é assim: tem assessor para blog) também subiram.
Caso o ministro Joaquim Barbosa tivesse deferido o pedido de prisão na noite de quinta-feira, a Polícia Federal bateria à porta de José Dirceu às 6h. Antes desse horário a lei protege o domicílio.
> Sem entrevista
Dirceu vira-se à jornalista da Folha: "Eu não vou dar entrevista para você, não. Podemos conversar, mas não quero gravar.”.
A jornalista brinca: “Vamos falar sobre a situação econômica do Brasil...”. “Não estou com cabeça. Dar uma entrevista agora, sem saber se vou ser preso? Retruca Dirceu.
O advogado pergunta se ele fez a mala. "Eu não. Eu fui procurar, estou sem mala aqui. Achei uma mochila esportiva. Depois o Juca [um dos advogados]leva as coisas para mim”.
> Inicia o monólogo
Sem alguém perguntar, Dirceu fala em voz alta, como tentando acalentar a si mesmo: "Ele [Joaquim Barbosa] não vai fazer, ele estaria rasgando a Constituição.".
E prossegue, tendo o cárcere como fato consumado: "Eu me organizo. Eu vou voltar a estudar. Vou fazer um mestrado, alguma coisa... e tenho que imediatamente começar a trabalhar na prisão. Até para começar a abater da pena... eu não costumo ter depressão. Mas a gente nunca sabe o que vai acontecer... uma coisa é falar daqui de fora, né? A outra é quando eu estiver lá dentro... eu posso ter algum tipo de abatimento, sim, de desânimo. Tudo vai depender das condições da prisão. Às vezes elas são muito ruins...".
Faço uma observação desanimadora ao condenado: o “às vezes elas são muito ruins” é uma quimera, pois as prisões são sempre muito, mas muito ruins mesmo.
Dirceu já fez as contas do tempo que passará em regime fechado: “Se puder acessar publicações o tempo passará mais rápido. São 33 meses. Não é fácil... posso ser colocado em uma cela com outro preso. Isso pode ser bom, mas pode ser ruim também...".
Prosseguindo o monólogo, Dirceu avalia que poderá sofrer violência no presídio. "É um ambiente de certo risco.". E constata: “O sistema carcerário nunca vai melhorar. Isso não é prioridade de nenhum governo, nem dos governos do PT".
> Uma tragédia
"Para mim é uma tragédia ser preso aos 66 anos. Eu vou sair da cadeia com 70. São mais de três anos. Porque parte é cumprida em regime fechado, mas depois [quando a pena progredir para o regime aberto] vou ter que dormir todos os dias na cadeia. Sabe o que é isso?"
"Eu perdi os melhores anos da minha vida nesses últimos sete anos. Os anos em que eu estava mais maduro, em que eu poderia servir ao país...".
> Análise política
Dirceu descamba para a análise política das eventualidades: “A classe média está vivendo num paraíso, e isso graças ao Lula. Mas, ao mesmo tempo, está sendo cooptada por valores conservadores. É preciso trabalhar. A esquerda nunca teve uma vida tranquila no Brasil nem no mundo. Nunca usufruiu das benesses do poder.".
Como não? Digo eu. Bem, pode ser… afinal o PT, desde que chegou ao poder deixou de ser esquerda. Aliás, esquerda só existe na oposição: quando chega ao poder caminha ao centro e nele joga âncora.
> Rumo a Passa Quatro
Dirceu, para o deleita da jornalista da Folha, prossegue o monólogo: "O Ministério Público e a polícia com esse poder, esses grampos... isso está virando uma Gestapo. Quando as pessoas acordarem, pode ser tarde demais.”.
A agonia de Dirceu só terminou às 13h30m daquela sexta-feira (21), quando Barbosa divulgou que não anteciparia a prisão dos condenados. Ao receber a notícia ele pegou a mochila e foi passar o Natal na casa da mãe em Passa Quatro (MG).
Postagem escrita a partir de reportagem publicada na “Folha de S. Paulo”, em 22.12.2012

Alto Comando do Exército reforça esquema de segurança a Joaquim Barbosa, após duas ameaças

No Alerta Total, hoje, 23.12.2012


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net 


Exclusivo – O Alto Comando do Exército ratificou ontem que continuará sendo o principal responsável pela segurança pessoal do presidente do Supremo Tribunal Federal. A cúpula militar ainda determinou um reforço no esquema que protege Joaquim Barbosa, depois de detectar pelo menos duas ameaças, nas últimas 48 horas, ao ministro que relatou o processo do Mensalão. Além de escolta, Barbosa agora contará também com vigilância inteligente durante a noite.
A ordem oficial de reforço veio às 14h 52 minutos de sábado. O documento reservado foi providencialmente assinado pelo General José Elito, membro do Alto Comando do EB e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Além das ameaças detectadas pela inteligência militar, o reforço foi justificado por um estranho fato burocrático ocorrido na sexta-feira.
Na hora em que Barbosa se preparava para encerrar o expediente no STF, veio uma suposta ordem do Ministério da Defesa para que o pessoal militar que fazia a segurança de Barbosa fosse substituído. A nova orientação seria que Barbosa, após o julgamento do Mensalão, voltaria a contar com a proteção de agentes do Judiciário ou da Polícia Federal. Acontece que os servidores da Agência Brasileira de Inteligência, a serviço do GSI e do EB, resolveram não cumprir a estranha ordem, já que não tinham recebido qualquer comunicado oficial sobre a troca.
 Joaquim Barbosa foi para sua residência oficial vigiado por duas diferentes equipes de escolta. Avesso à segurança pessoal, Barbosa reclamou do excesso de pessoal militar com o qual já estava habituado a conviver. Ontem, o conflito de atuação foi desfeito. O General Elito, pessoalmente, reafirmou que só o Alto Comando do Exército ficará responsável por ordens acerca do esquema especial de segurança a Joaquim Barbosa. O serviço continua a ser executado por agentes de inteligência e oficiais do EB.
O esquema funciona no Rio de Janeiro, neste final e começo de semana, onde Barbosa passa o Natal e responde pelo plantão de recesso do Supremo Tribunal Federal. No Ministério da Defesa, estranhamente, ninguém assume de onde veio a ordem para alterar a segurança de Barbosa. Nas entrelinhas, no meio militar, interpreta-se que foi dado mais um sutil recado do Alto Comando do Exército ao governo e, por extensão, ao Partido dos Trabalhadores – cujos dirigentes, publicamente, vêm hostilizando Barbosa e fazendo críticas ácidas ao Poder Judiciário.
Ao que se sabe até agora, a Presidente Dilma Rousseff apenas tomou conhecimento da pequena confusão, mas não teria interferido no conflito entre a EB-Defesa-GSI, mesmo sendo a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Não chegou a se configurar uma “crise militar”. Mas a cúpula do EB reafirmou sua independência para tomar decisões que considere de interesse estratégico para a segurança nacional ou para o pleno funcionamento das instituições democráticas. Se os petistas souberem ler, este pingo de decisão dos Generais é uma letra maiúscula de que não se aceitará um desrespeito às regras institucionais e constitucionais. 
O recado do EB foi direto: a petralhada deve parar de falar e fazer besteiras contra o frágil regime democrático no Brasil.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

União quer R$ 30 mi da Câmara de Marabá


A Justiça Federal intimou a Câmara Municipal para manifestar-se no processo de execução fiscal que lhe move a União, no valor de R$ 39.872.798,34 relativos a recolhimentos previdenciários não realizados de 1985 a 1990. Nesse período, foram presidentes da Casa: Onias Ferreira Dias (85/86); Antonio Cabeludo (87/88) e Miguelito Gomes (89/90).
A vereadora Júlia Rosa diz que a responsabilidade desse não pagamento cabe à União dos Vereadores do Brasil (UVB) que, à época, informou que os vereadores estavam isentos do recolhimento das contribuições previdenciárias.
A execução fiscal proposta 22 anos após a consolidação do débito causa estranheza entre advogados.  É que em junho de 2008, os ministros do Supremo Tribunal Federal julgaram inconstitucional os artigos 45 e 46 da Lei Ordinária 8.212/91, que trata do prazo de prescrição para cobrança de débitos previdenciários. No entendimento dos ministros, a dilatação do prazo para prescrição das dívidas previdenciárias só poderia ter sido feita por meio de uma lei complementar, com força para alterar a Constituição Federal. Com isso, dívidas previdenciárias só podem ser cobradas retroativamente a cinco anos, como ocorre com os demais tributos federais, e não mais aos 10 anos estipulados pela Lei 8.212, editada em 1991.

Pobre Liberdade


Vereador eleito Adelmo Azevedo ainda nem tomou posse e já estaria aprontando no bairro da Liberdade onde estaria ameaçando construir uma “lanchonete” no meio da praça do bairro. Segundo uma fonte, Azevedo já seria proprietário do espaço construído pelo falecido André Barbosa em frente ao Supermercado Alvorada (hoje Rede Valor), para abrigar um posto da Polícia Militar.
“Efetivamente, diz a fonte, durante algum tempo ali deram plantão alguns PMs, mas logo depois o negócio se transformou em botequim, inclusive com fechamento parcial da praça para animados pagodes noturnos em que se comprava ingresso.”
Outro cidadão estaria ameaçando construir, com apoio de outro vereador diplomado, um estacionamento em frente ao seu comércio, fechando parte da Avenida Adelina. 

Indenização

A juíza da 3ª Vara, Aldecy Pissolatti, determinou o bloqueio de R$ 277.777,77 em contas da prefeitura para pagamento do comerciante Valmir Matos Pereira, referente à parcela da desapropriação do Km-07, vencida desde novembro recente.

Como se recorda, o prefeito Maurino Magalhães celebrou acordo com Matos Pereira para quitar os R$ 13 milhões devidos pelo terreno da seguinte forma: 1ª parcela de R$ 1,5 milhão até 30 de setembro de 2011; 3 parcelas sucessivas de R$ 500 mil até dezembro do ano passado, e mais R$ 10 milhões em 36 parcelas (três anos do governo que aí vem) de R$ 277.777,77 mensais.
No pedido de execução, o empresário queria, também, o pagamento antecipado da prestação de dezembro não findo, o que a juíza denegou. Uma fonte do governo disse que o dinheiro de novembro já foi inclusive retirado de conta com recursos vinculados à Saúde.

Premiação


O jornalista santareno Lucio Flávio Pinto recebeu, semana passada no Rio de Janeiro, o Prêmio Imprensa Estrangeira de 2012,  criado desde 1989 pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil, e concedido “ao jornalista brasileiro que mais se tenha destacado no ano”.
Lúcio foi o primeiro jornalista da Amazônia a ser agraciado. E não se isentou de uma casquinha:
“Talvez tenha sido a primeira vez que os clientes da ORM Cabo, que retransmite o programa em Belém do Pará, onde moro, me tenham visto no ar. Verão de novo? Se depender dos donos da TV a cabo, não. Meu nome não pode aparecer nos seus veículos de comunicação. Mesmo que meu Jornal Pessoal divulgue fatos de inquestionável interesse público, os profissionais do império de comunicações da família Maiorana são obrigados a me ignorar.
Não é uma atitude sensata, além de entrar em contradição com a linha editorial que a Rede Globo tem procurado adotar e estimular que seja seguida pelos seus afiliados, como o grupo Liberal no Pará. Mas pelo menos os temas deviam ser retirados desse índex medieval. O resultado dessa cegueira imposta é que não só os brasileiros não conhecem a Amazônia: ela também é uma incógnita para os seus próprios habitantes. A imprensa não se presta ao trabalho de fazer a apresentação.
Ver jornalista do porte de Lucas Mendes se interessar, a partir de Nova York, pelo que faz um repórter do front amazônico, dá uma sensação ao mesmo tempo estranha e reconfortadora. Confirma uma noção que às vezes se torna fantasiosa: de que o mundo gira e a Lusitana roda independentemente dos que se consideram donos da maior fronteira dos recursos naturais do planeta, como se fossem senhores feudais, de baraço e cutelo, com direito sobre a vida e a morte, a fala e o silêncio, o pensamento e o vazio.
Ainda bem que o mundo é maior – e mais atento”.

Eu mereço


Mimoso recado que me enviaram por celular:
“Salve Jorge”, o nome da nova novela da Globo, é a forma de saudação a um Orixá, que também é conhecido como “Ogum” no candomblé, na umbanda e na quimbanda. Ou seja, toda vez que alguém proninciar o nome desta novela estará saudando um Demônio. Anuncie para que o povo não se contamina com essa magia”.
Pois é... Não bastasse a novela da Inglória Pires, como diz Zé Simão, ser uma droga, ainda tenho que ser vítima desse fundamentalismo evangélico...

Minha professora


Entre as personagens inesquecíveis da minha infância está a professor a Elza Marinho, filha de Pedro Marinho de Oliveira, por duas vezes o melhor prefeito que Marabá já teve. Ela tinha um sorriso suave e nunca a ouvi sequer levantar a voz para qualquer um dos cerca de 30 alunos na minha turma no Grupo Escolar Municipal.
Quando necessário, levava para casa o espécimen pouco comportado, e o fazia encher laudas infindáveis de papel almaço com a frase “devo me comportar na escola”. O moleque ficava de calo no dedo, de tanto escrever, confinado sozinho na sala de jantar. Esta a sua reprimenda. A partir daí, ninguém nunca repetia a dose do mau comportamento.
Na quarta-feira 19 li em jornal que minha professora morreu em São Paulo e seu corpo seria sepultado nessa data em Belém. Então, bateu-me a nostalgia de que estamos cada vez mais pobres nesta cidade sem memória, onde são raras as ruas e raros os prédios públicos com nome se professoras e professores que deram sua vida para nos fazer menos bárbaros.

Viver é isso!


O pensamento vivo de Oscar de Niemeyer, falecido dia 05 de dezembro, aos 105 anos de idade:
* Ganhei um convite para ver o filme da Bruna Surfistinha. Espero que seja mesmo um filme sobre surf. O filme da Bruna Surfistinha é uma apologia ao baixo meretrício e aos mais baixos instintos humanos. Mas pelo menos rolou uns peitinhos.
* Meu médico me proibiu de tomar vinho todos os dias. Sorte que ele não falou nada sobre Smirnoff Ice.
* Fui convidado para ver o pessoal do Comédia em Pé. Só não vou porque minha artrite não deixa ficar em pé muito tempo.
* A quem interessar possa: eu não estive presente na fundação de São Paulo há 457 anos. Na verdade eu não fui nem convidado.
* Existem apenas dois segredos para manter a lucidez na minha idade: o primeiro é manter a memória em dia. O segundo eu não me lembro.
* Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá foi como criar um lindo vaso de flores pra vocês usarem como pinico.
* Perto de mim Justin Bieber ainda é um espermatozóide.
* O frevo foi criado há 104 anos. Ou seja: só tive um ano de sossego desse pessoal pulando de guarda-chuvinha.
* Queria muito encontrar um emprego vitalício. Só pra garantir o futuro, sabe… Andei Comprando apostilas para Concurso do Banco do Brasil. Não quero viver de arquitetura o resto da vida.

biblioteca pública pra que?


A diretoria da EMEF José Vergolino enviou “Nota de Esclarecimento” sobre meu artigo “Inovação educacional” da semana passada, sobre o fim melancólico da Biblioteca Ilan Jadão, ali instalada há pelo menos dez ou 12 anos.
Dizem a diretora Aparecida Noceti, sua vice Lucília Nascimento e a coordenadora pedagógica Nilva Gomes, que no decorrer desses anos “não foram mais designados funcionários para trabalharem no local e a biblioteca ficou fechada. O acervo de livros, que há muito tempo estava defasado e se deteriorando sem que o órgão responsável tomasse qualquer providência quanto ao funcionamento da biblioteca e a manutenção e reposição de novos  livros. Como a biblioteca foi “esquecida” pelo órgão responsável e era impossível deixá-la aberta por falta de funcionários o local, a equipe gestora decidiu utilizar o espaço como sala de leitura, onde a professora sempre tinha que levar os livros comprados com recursos do PDE e  PDDE. Isso ocorreu desde i segundo semestre de 2011 e todo o ano letivo de 2012”.
E prossegue: “Os novos livros comprados pela escola estavam todos armazenados na sala dos professores por falta de espaço e estantes adequadas, por isso a direção solicitou que o espaço destinada a uma “biblioteca sem funcionamento” fosse desocupado para dar lugar a uma sala de leitura da própria escola equipada com recursos destinados à educação”.
Depois de tentar explicar o inexplicável – o fechamento da biblioteca pública por absoluto descompromisso com a coletividade e sua suposta “privatização” para a “comunidade escolar” – a “equipe gestora” (como se autointitula a diretoria da escola) arremete furiosamente contra o jornalista:
“A direção da escola esclarece ainda que não foi procurada pelo colunista Ademir Braz para conferir a veracidade das informações que ele recebeu. O artigo é mentiroso quando diz que os livros não foram encaixotados. Todos os livros foram encaixotados pela escola e um funcionário da FCCM, responsável pelo recolhimento dos exemplares, decidiu retirá-los das caixas, por conta própria, alegando estar sozinho e não ter condições físicas de carregar as mesmas para o veículo. O objetivo da escola é ter uma sala de leitura que atenda a comunidade escolar com livros novos e um profissional capacitado no local. Isto sim é inovação educacional.
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Gente, eu estou perplexo! Primeiro, os documentos que tenho são cópias dsa correspondências da “equipe gestora”  para o secretário de Educação e deste para a Casa da Cultura. São, portanto, papéis oficiais, o que dispensa qualquer consulta a quem os produziu e remeteu.
Dizer que o artigo é “mentiroso” é outro despautério. A informação obtida junto às fontes confiáveis diz que os livros foram jogados de qualquer forma no caminhão e assim entregues à Casa da Cultura, que há dez ou mais anos nada tinha a ver com bibliotecas públicas, de fato criadas por ela mas dela separadas na gestão de Geraldo Veloso e submetidas à secretaria de Cultura.
Se a “equipe gestora” der um pulinho à Fundação pode ser que ainda encontre os livros do jeito que lá chegaram: uma lástima.
Interessante a história de que a escola fechou a biblioteca pública, mas abriu sua sala de leitura particular “com livros e um profissional capacitado”. Ou seja: a quizília era mesmo com a biblioteca destinada ao público externo.
O resto é conversa fiada, nada interessante à inovação educacional. 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O escritor marabaense Abílio Pacheco manda lembranças:

Minha alma disporei em cantos


Abilio Pacheco - Revista do Difere - ISSN 2179 6505, v. 2, n. 3, ago/2012
apacheco@ufpa.br


Quando sigo por estas ruas, ouço a voz e a voz do poeta. A voz dos versos do mesmo modo como “retinem nos ouvidos pás e gritos”1 e a voz do próprio pagão ora “imerso nas coisas deste e dos outros mundos”2 , ora caminhando ao meu lado na Velha Marabá.
Não sei o que me levou aquele fim de manhã para a rua Sete de Junho e de lá caminhei meio ao léu até a Bartolomeu Igreja. E a Cidade Velha era-me este espaço morto como uma língua morta. Era-me um espaço de memória de outros, mas – não sei como – de mim. Como o latim, o Núcleo Pioneiro e seus bairros  – “Santa Rosa,  Jureminha,  Alto-do-Bode, Cabelo Seco”3 – eram-me completely  unheimlich. Reconhecidamente íntimo. Externamente familiar.
E eu seguia – Dante guiado por Virgílio – guiado por Ademir. Chegando já à Bartolomeu Igreja: “aqui era um puteiro, aqui era puteiro, aqui era puteiro...” dizia-me apontando uma e outra casa. “Eu saia porre de um e porre caía no outro”.
Não custou sua fala me trazer à tona os versos em que lamenta o destino inexorável dos meninos da região: e eles “serão juquireiro castanheiro lavrador presos de correição”4 e das meninas que nada serão senão “flores da terra” “na valsa do deus dará”, “sono sem sonho”5.
Cristalizado. Fossilizado... era um tempo de casas de tolerância tão perto uma da outra. Mas no meu mapa essas casas: o Cajueiro, o Copa, a Viúva, a Índia e a Piscina eram distantes entre si. Ficavam na Folha 21, na Folha 15, na Folha 16, no Belo Horizonte, Transamazônica... nenhum na Velha Marabá.
Ouço o poeta me dizer do romance que escreve em que a terra é coisa medieva. Assusto-me com sua certeza sobre os modos e os meios de produção na região. Assombro-me com aquilo que desconheço e que deveria conhecer, mas que de fato vejo... Mas calo.
Calo, não calando e aborrecendo-me. Vivo (vive-se) entre “fardos e farpas, agravos e adagas”. Em águas terçãs, impregnados pele e pelos, unhas e dentes, olhos e lágrimas, ouvidos e gritos “e a mão em chaga viva tece de urtigas / um manto sob o céu de pássaros e bruxas”. A cidade é ainda cheia de meninos sombrios, cães sem dono, cantores e poetas.
A vontade é a de sair aos gritos em versos alardeantes amorosos e politizados, como se a palavra fosse pão, água, vinho, festa e ar. A palavra modificadora da vida ordinária do operário e do cidadão vizinho.
Não sei como encerrou-se minha caminhada ao lado do poeta. Creio mesmo que nunca cessou.
Saímos da Bartolomeu Igreja. Entramos na Antônio Maia... E estamos ainda lado a lado nesta vida de versos e sonhos pela cidade. Nós que por ela reciprocamente “morremos todos os dias”.
Eu pouco “sei disperso neste coração legado às ventanias”, mas sei mesmo que vagamente da “negra noite acumulada na boca entre versos” de Ademir Braz.

Observação:
Este texto é um exercício de tradução recriativa ou transcriação a partir do poema Minha Cidade, Minha Vida, do escritor marabaense Ademir Braz. O texto de chegada procurou lançar mão de elementos do texto de partida com o intuito de também acrescentar experiência e afetos nossos sobre a cidade, objeto do poema. A intenção foi de aproveitar elementos da poesia de Ademir (deste e de outros poemas) para fazer um ensaio de prosa poética, efetuando uma certa tradução da força afetiva do poema, fazendo uso dos elementos composicionais do mesmo, de modo a tocar (como afirma Walter Benjamim sobre a tradução) o original, mas também enxertando no texto elementos de nossa própria experiência de leitura da cidade e de nossa relação afetiva com a mesma, traduzindo mas mesclando lirismo de dois sujeitos amantes de Marabá.
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1 Do poema “Águas de passagem”, In: Braz, Ademir. Rebanho de Pedras (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá: Grafecort, 2003. p. 81.
2 Do poema “Minha cidade, minha vida”, In: Braz, Ademir. Rebanho de Pedras (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá: Grafecort, 2003. pp. 25-7.
3 Do texto “A Terra Mesopotâmica do Sol ou guia nostálgico para o nada”. , In: Braz, Ademir. Esta Terra (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá: Grafecort, 2003. p. 149.
4 Do poema “O Burocrata espia à janela”, In: Braz, Ademir. Esta Terra (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá: Grafecort, 2003. pp. 125-6.
5 Do poema “Flor da terra”, In: Braz, Ademir. Esta Terra (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá: Grafecort, 2003. p. 127.
6 Do poema “Minha cidade, minha vida”. In: Braz, Ademir. Rebanho de Pedras (Rebanho de Pedras & Esta Terra). Marabá:
Grafecort, 2003. pp. 25-7.
7 Idem.
8 Idem.
9 Idem.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Música para ouvidos corintianos

Derrota para Corinthians amplia inferno do Chelsea

Por Alastair Himmer
YOKOHAMA, Japão, 17 Dez (Reuters) - Perder um título pode ser algo visto como um infortúnio, mas desperdiçar quatro chances em quatro meses, como aconteceu com o Chelsea, já parece desleixo.
O time já havia sido derrotado na Supercopa da Inglaterra e na Supercopa da Uefa, e neste mês se tornou o primeiro atual campeão a ser eliminado na fase de grupos da Liga dos Campeões.
No domingo veio o quarto fracasso, contra o Corinthians, na final do Mundial de Clubes, em Yokohama, no Japão. O time também está 13 pontos atrás do Manchester United, líder do Campeonato Inglês.
"(O Japão) é muito longe para virmos perder", disse Frank Lampard a jornalistas depois de uma partida em que o Chelsea dominou até os 15 minutos do segundo tempo, mas parou nas mãos do goleiro Cássio.
"Não aproveitamos as nossas chances, e demos um gol. Esse torneio era significativo para nós desde o minuto em que embarcamos para cá. É uma grande frustração", acrescentou.
O gol que deu o bicampeonato mundial ao Corinthians saiu aos 23 minutos do segundo tempo, numa cabeçada de Paolo Guerrero dentro da pequena área, aproveitando bola espirrada pelo zagueiro Gary Cahill após chute de Danilo.
Os jogadores do Chelsea desabaram no gramado após o apito final. O zagueiro brasileiro David Luiz, chorando, foi consolado pelos colegas.
O técnico interino do Chelsea, Rafael Benítez, buscou consolo na atuação de Fernando Torres, que havia marcado cinco gols em três jogos anteriores, depois de ficar afastado por lesão.
"Fernando teve as chances. Ele marcou um gol que foi anulado (por impedimento). Ele tem de aproveitar essas chances numa final, porque não é fácil criar muitas delas em jogos assim. Se você tem duas ou três, você precisa marcar. Mas pelo menos ele estava ganhando muitas bolas no alto, e dava para ver que fisicamente ele está melhorando."
Na quarta-feira, após viajar 10 mil quilômetros de volta para casa, o Chelsea enfrenta o Leeds United pelo Campeonato Inglês.

Eleitos de Marabá e Ipixuna serão diplomados amanhã

No Terra do Nunca:


Nesta terça-feira (18), às 18 horas, acontece a  diplomação dos candidatos eleitos em Marabá e Nova Ipixuna. A diplomação será na sede da Câmara Municipal de Marabá. Mas, apesar da bonita cerimônia, nem tudo são flores. Alguns dos eleitos ainda estão com os mandatos em risco. Isso ocorre porque alguns tiveram as contas  rejeitadas ou aprovadas com ressalvas e podem ter problemas futuros com a Justiça Eleitoral. 
Além disso, alguns deles ainda podem ter o diploma cassado, pois existem ações neste sentido. Quem explica é o chefe da 23ª Zona Eleitoral, Antônio Araújo Moura. Segundo ele, os recursos contra a diplomação só podem ser feitos até três dias depois da diplomação. 
Por outro lado, a impugnação de mandato eletivo só pode ser feita até 15 dias depois da posse dos candidatos. Mas não é só isso. Existem ainda algumas ações tramitando na Justiça Eleitoral que ainda vão ser averiguadas e serão julgadas para definir a situação desses candidatos. Mas Antonio Moura deixa claro que a desaprovação das contas não implica de imediato na cassação de diploma. “Só se houver algum abuso de poder político ou de poder econômico, que ficar comprovado”, completa. 
“Os que tiveram contas reprovadas não significa que vão ter problemas quanto a cassação dos diplomas. É necessário toda uma instrução processual e apuração por parte da Justiça Eleitoral”, explica.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Sabotadores

Anotem:
Vereador eleito Adelmo Azevedo reuniu-se hoje no Sindecomar com o ex-vereador Mamoré, os dois Pedros eleitos e mais Sempré, o "nativo", para discutir meios de sabotar a candidatura de Júlia Rosa à presidência da Câmara.
Diz-que a turma integra o  "grupo do Tião", o Miranda.
Adelmo quer ser presidente, imaginem...
Vocês se lembram do Adelmo? Quando vereador e ocupante eventual da direção da Casa, ele pediu ao Executivo uma granazinha safada pra festejar o aniversário dele.

Judiciário: brasileiro acredita pouco na toga. Só 39%

No Manuel Dutra:


Revista Consultor Jurídico via
blog do advogado José Ronaldo Dias Campos

Judiciário é pouco ou nada confiável, mostra estudo

O Poder Judiciário segue como uma das instituições que têm a menor confiança da população no Brasil, conforme mostra o Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), que analisou o segundo e terceiro trimestres de 2012. Feito pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, a Direito GV, o estudo mostra que a população brasileira considera o Judiciário só é mais confiável que as emissoras de TV, os vizinhos, o Congresso Nacional e que os partidos políticos.
Confiança nas Instituições
De acordo com a pesquisa — feita com 3,3 mil pessoas —, 90% dos brasileiros consideram a Justiça morosa e 82% a consideram cara. Outros 64% dos entrevistados acreditam que o Judiciário é desonesto e 61% o enxergam como nada ou pouco independente. Além disso, 64% dos ouvidos acham a Justiça “difícil” ou “muito difícil” de acessar.

O ICJBrasil também atribui notas para o desempenho do Judiciário. Numa escala de 0 a 10, a nota geral foi 5,5. A pontuação é baseada em dois subíndices: o de comportamento, que analisa se os cidadãos, quando enfrentam problemas, procuram soluções na Justiça, e o de percepção, que apura o sentimento da população em relação a celeridade, honestidade, neutralidade e custos. No primeiro requisito, a nota foi 8,7. No segundo, 4,1.

Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do estudo, os dados seguem a mesma tendência que sempre tiveram, “de má avaliação do Judiciário como prestador de serviços públicos”. Foram entrevistadas pessoas em oito estados brasileiros, que responderam por 55% da população nacional (Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo).
Polícia
O ICJBrasil também mostrou que a população não está satisfeita com o trabalho da polícia. A instituição foi apontada como confiável pelos mesmos 39% que o Judiciário.
Grau de satisfação com a atuação da polícia
Muito Satisfeito
Um pouco satisfeito
Um pouco insatisfeito
Muito insatisfeito
Indiferente
  
Contando juntos os “insatisfeitos” e os “pouco satisfeitos”, a cifra chega a 63%. Considerando a camada mais pobre da população, o índice pula para 65%. Na camada mais rica, cai para 62%.“É um dado alarmante, principalmente se considerarmos os últimos acontecimentos envolvendo o assassinato de policiais e diversas pessoas na periferia”, analisa Luciana Gross Cunha.
Revista Consultor Jurídico, 14 de dezembro de 2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O fechamento das pontes e o fim do mundo



O infelizmente ainda prefeito Maurino Magalhães tornou-se uma ameaça pública e, pior, de dimensão transamazônica. Por causa de sua incompetência, desde quinta-feira (13) servidores municipais, inclusive os responsáveis pelo trânsito urbano, passaram a bloquear as duas pontes sobre o rio Itacaiúnas, um dos trechos mais demandados e complicados da rodovia Transamazônica.
Se o objetivo dos manifestantes era chamar a atenção da sociedade para o fato de que a prefeitura não lhes paga os “perdimentos” há quatro ou cinco meses, o fechamento das pontes gêmeas seguramente causou desagrado e indignação a todos quantos transitam da distante região da Santarém-Cuiabá rumo norte do Tocantins e o Sul do Maranhão.
No meio do tumulto do segundo dia de obstrução, toda a manhã de sexta-feira 14, ponderava-se que a ação dos servidores teria maior serventia se eles fechassem cada uma das respectivas secretarias municipais além das inventadas por Maurino Magalhães para acomodar os milhares de penduricalhos que colecionou desde o começo da sua desastrada administração. Também poderiam, como sugeriu alguém mais exaltado, pegar responsável e responsáveis por esta situação vergonhosa de calamidade pública e lhes dar um banho de, por assim dizer, um banho de pinhão roxo com sal grosso até tirar a catinga.
Se não resolvesse a angústia de cada um, pelo menos lhes deixaria a alma inefavelmente mais leve.
Não se tira a razão do protesto e reivindicação dos servidores municipais. Entre muitos deles a fome já é uma dura realidade, conseqüência do pior governo que Marabá já teve e, pelo visto, terá até 1º de janeiro de 2013 (se não cumprir-se a profecia maia do fim do mundo em 21 de dezembro próximo, cujo beneficiário maior seria o próprio Maurino Magalhães, livre do merecido castigo).           
Mas o bloqueio da Transamazônica, onde está sendo feito, é de um prejuízo incalculável para a população marabaense. No Complexo Cidade Nova estão situados o Fórum, o INSS, Ministérios Públicos Estadual e Federal, Incra, Ibama, escolas, escritórios e outros pontos de trabalho de centenas de empregados que residem do outro lado das pontes.
Na banda da Nova Marabá estão o centro administrativo, a prefeitura, secretarias municipais, Receita Federal, Sefa, hospitais materno-infantil, regional e municipal, além de dezenas de outras instituições com alta demanda popular.
Todos com sua finalidade e serviços comprometidos pela obstrução. Por fim, quem são os mais prejudicados nessa história senão os contribuintes que, em última instância, são os mantenedores do salário de cada servidor?