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sexta-feira, 20 de março de 2009

Craque é pouco

O advogado Antônio Francisco Filho, meu companheiro de banca, foi aprovado em primeiro lugar na prova para professor substituto do campus da UFPA. Vai lecionar Direito do Trabalho. Sorte dos seus futuros alunos e da própria universidade, porque o menino é o bicho em direito trabalhista. Ele viaja amanhã para Belém onde, no sábado, faz exame para Defensor Público. Tomara que repita a performance da UFPA.

Água

Domingo, 22 de março, é o ”Dia Mundial da Água”. Bem que, para comemorar, Marabá poderia ir pro fundo, juntamente com a Cosanpa.

Reintegração: perda de tempo

A concessão da reintegração de posse das Fazendas Cedro, Fortaleza/Rio Pardo, Porto Rico/Espírito Santo/Baixa da Égua, determinada pela desembargadora do TJ-Pará Marneide Merabet, nos municípios de Marabá e Xinguara, no sudeste do Pará, ocupadas por integrantes do MST e da Federação dos Trabalhadores de Agricultura Familiar (Fetraf), poderá tornar-se absolutamente inócua, a despeito dos custos cada vez mais altos na mobilização de efetivos da polícia. É o que presumem fontes ligadas à questão agrária regional, diante da recorrência do retorno dos despejados às mesmas áreas assim que a força policial cumpre o mandado judicial.

Lagartos no paraíso

De ler Ademir Braz, nunca me canso. Escasso na missiva que hoje vem sempre pela telinha mágica do computador, sorvo goles de sua lavra quando abro o Correio do Tocantins e vejo que o redator deixou-lhe espraiar-se como comentarista acre das mazelas econômicas, ambientais e sociais de nosso país. Ainda que sob as rédeas curtas do contrato, vez ou outro ele verseja ou prosa, para o deleite do leitor aflito por suas iguarias escritas. Recebi Lua de Jade e li, por compromisso, furtando tempo aos outros que me pediam cumprimento sobre a mesa plena de papéis e projetos pendentes. Entre os sobressaltos que seu texto me provocava, acelerando os batimentos do coração e me excitando a mente, nada me fez tanto bem como imaginar “lagartos no paraiso” do poema Destinos, em prosa. Lua de Jade é muito amoroso para este que se metamorfoseia, neste livro maduro, a cada verso, em sentimentos que estão mais para a melancolia. A afiada maestria que demonstra no domínio da lâmina vernacular, entalha outros sentimentos, dissecando o leitor que se arvore em lhe encontrar no duelo que estabelece, tendo sido ele quem escolheu as armas. Ninguém lhe acertará o peito, sem lhe mirar os olhos atentos, reflexivos, e escutar-lhe a voz pausada, saída sempre de uma respiração meticulosamente contida e solta como quem economiza energia em tempos de crise. Não é o mesmo com seu verso, neste livro, que soa longo e abundante, pleno de imagens e lento no arrastar-se e arrastar-nos para o poço interior das reminiscências e mágoas, amores platônicos e desenganos. A musicalidade de Ademir Braz é prato cheio para os parceiros que lhe denunciam acompanhando em canções como Ricardo Smith, em Indagações e Javier de Mair-Abá, em Kaaru mbija (Canção para Idelma). O que mais estranho em tudo isso, é que tão fecundo trabalho ainda não tenha achado mecenas a lhe fazer voar para a fama, partilhando louros e níqueis, ainda que não seja o encontro do vil metal a arte mais desenvolvida nos poetas, e disso todos sabem e até fomentam uma idéia franciscana de que poetas não podem enriquecer em vida. Rompa-se o ciclo da miséria e derrame-se o verso do Braz sobre os nossos analfabetos e ávidos espíritos. Que a Lua de Jade nos ilumine a todos! (Gutemberg Guerra, de New York)

Legalizando a grilagem

A edição da medida provisória 458/2009, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 11 de fevereiro, é “um enorme empreendimento imobiliário a favor de grileiros contraventores que se apropriaram do patrimônio público”, denuncia a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). “Nem sequer na época da ditadura havia se chegado a uma promoção explícita, ampla e irrestrita da grilagem”, assinala em Editorial, na quinta-feira, o site amazônia.org.br, reiterando que dita MP extrapola “os limites não só da decência, mas também das muitas normas editadas para regularizar terras ao longo dos últimos 160 anos, após a adoção do código de terras”, na medida em que “chega até o cinismo de reconhecer e premiar a grilagem com expulsão das populações tradicionais, ao estabelecer que - para comprovar a ocupação - valem também a ocupação e exploração realizada por "antecessores". Em suma, o fato de ter tirado da terra famílias de ribeirinhos ou seringueiros, que na realidade deveria se constituir em fator impeditivo da regularização, se torna um fator de viabilização das condições para sua titulação”.

Ode à motosserra

Deputados da bancada ruralista querem que a reserva legal de cada propriedade possa ser averbada fora da bacia hidrográfica onde se localiza o imóvel rural. A proposta isentaria os donos de terra de demarcarem nos limites de suas propriedades a área em que não é permitido o desmatamento (corte raso de madeira) A idéia, em linhas gerais, é estimular produtores a recuperarem vegetações nativas em outras áreas. Poe exemplo: desmata na Amazônia e vai plantar no deserto de Saara.

Charles Trocate

Charles Trocate está concluindo livro novo: "Casa das Árvores", uma coletânea de poesias extraordinariamente surpreendentes. Dou-lhes uma colher de chá: “12. Novamente sou animal que ama Sem obrigações Raciocínios planificados E eletrodomésticos Sei que é o fim! A exclamação soa como o sol, sua a pele. Nenhum romance, até os dias atuais, Resistiu a essa guerra A esta afirmação invisível: É o fim! As postulações são cinzas no fogo da vida Não tenho técnicas para amar corretamente concorrer com as noites seu itinerário Ando por isso consumido: o álcool e o silêncio servem para a história O amor que me encharca deveria ser dividido entre as espécies *******

terça-feira, 17 de março de 2009

A criativa arte de espantar urubu

Li várias vezes a matéria no Correio do Tocantins, para me certificar de que era aquilo mesmo. Depois confirmei a parada em versão do Laércio Ribeiro, no Opinião. Em seguida, conversei com amigos sobre o assunto, e suas reações foram de igual espanto. “Você jura?”, indagou uma amiga. “Pela fé da mucura!”, respondi, enquanto um terceiro foi curto e grosso: “Tás com sacanagem...” Não, não era sacanagem. O negócio é o seguinte: a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) bolou um plano fenomenal para tentar salvar o lixão marabaense, que o Ministério Público Estadual condenou e quer porque quer fechá-lo por causa dos urubus que ameaçam, como incontroláveis kamikases (“vento divino”, em japonês), derrubar a força aérea da TAM. Na impossibilidade de executar o extermínio puro, simples e mais barato da urubuzada – crime ambiental e afronta grave à torcida do Flamengo -, a Semma quer seqüestrar os lixeiros alados e abandoná-los à própria sorte pelo menos a 100 quilômetros daqui, a pretexto de que, dessa distância, urubu nenhum acertaria o caminho de volta a Marabá e viveríamos todos felizes para sempre. Não bastasse a inconstitucionalidade implícita na pretensão de cercear aos animais o direito sagrado de ir e vir, no seu afã a secretaria ainda os chama de “aves de rapina”! Rapinar, rapinação, se o senhor não sabe, é roubo praticado com violência, e isso dito em relação aos urubus é injúria, calúnia e difamação. Só falta agora a Semma chamá-los de pretos, para incorrer na ofensa definitiva que é o crime inafiançável de preconceito racial... O projeto da secretaria possui desdobramentos significativos e ainda não explicados. Por exemplo, quanto custará aos cofres públicos esta remoção substitutiva do holocausto urubulino disfarçado ou presumido? Em razão da sua quantidade – centenas! – qual o preço per capita para tirar cada um daqui? Como é que vai ficar a cadeia alimentar, se são aquelas aves que devoram as carniças, os restos do consumo que estragam na mesa da burguesia e jamais chegarão à mesa dos famintos, mesmo aqueles que disputam, no lixão, as sobras justamente com os urubus? Uma questão inafastável são a forma e o destino dessa “exportação”. Para Eldorado dos Carajás, na PA-150, para o Repartimento (Transamazônica) ou para o Estado do Maranhão, nesse raio de 100 km, ou mais além, para Uruburetama, será preciso alocar inumeráveis carretões de boiadeiro ou vagões do trem da Vale com acomodações e alimentação adequada, respeitadas as regras ambientais. E quem vai nos garantir que essa ave do paraíso não acabará voltando ao berço maternal do lixão deixado por Tião Miranda, o inefável? Por fim, não seria mais barato construir um aterro sanitário de verdade fora da linha de vôo dos aviões que nos servem?

Lembra do verão passado?

O senhor, a senhora, que se elegeram em 2006 sob o signo da patifaria, é melhor abrir o olho. Os tribunais regionais eleitorais do país estão recebendo ofícios do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com informações sobre os políticos que supostamente receberam doações irregulares na campanha realizada naquele ano. Ou seja, até a Justiça Eleitoral é tarda e falha, mas um dia pega no seu pé. O documento do TSE levanta dados sobre doações de pessoas físicas e jurídicas que ultrapassam os limites fixados pela Lei das Eleições (Lei 9.504). No caso de pessoa física, o limite de doação é de 10% dos rendimentos brutos conseguidos no ano anterior à eleição. Já no caso de pessoas jurídicas, o valor máximo é de 2% do faturamento bruto. A decisão do TSE ocorreu depois que foi realizada uma investigação inédita pelo tribunal e pela Receita Federal. Após as investigações foram encontrados 18, 3 mil doadores ilegais nas campanhas de 2006 em todo o país. A investigação segue em segredo e o Ministério Público também poderá apurar eventuais práticas de crime. Os doadores ilegais representam 13,3% do total de doações. Entre os problemas encontrados, estão doadores com rendimento zero, pessoas e empresas que declaram ser isentas do Imposto de Renda, mas que fizeram doações que desmentem tal situação e tem ainda, empresas que não entregaram declarações ao leão.

Placebo? Tipo assim...

Parece que, enfim, a ciência arranjou uma utilidade para a fé: acreditar em Deus pode ajudar a acabar com a ansiedade e reduzir o estresse. Pelo menos é o que diz estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, publicado na revista Psichological Science. O estudo envolveu a comparação das reações cerebrais em pessoas de diferentes religiões e em ateus, quando submetidos a uma série de testes. Segundo os cientistas, quanto mais fé os voluntários tinham, mais tranquilos eles se mostravam diante das tarefas, mesmo quando cometiam erros. Os pesquisadores afirmam que os participantes que obtiveram melhor resultado nos testes não eram fundamentalistas, mas acreditavam que “Deus deu sentido a suas vidas”. Os voluntários religiosos eram cristãos, muçulmanos, hinduístas ou budistas. Grupos ateus argumentaram que o estudo não prova que Deus existe, apenas mostra que ter uma crença é benéfico.

Lapso

A Seplan municipal realizou, esta semana, duas reuniões com representantes de grandes e médias empresas de comércio e indústria locais para tratar de planejamento estratégico de sobrevivência na crise capitalista internacional, mas para ambas esqueceu de convidar o Sindicato do Comércio de Marabá (Sindicom), o maior responsável histórico pela vinda e fixação de siderúrgicas e outros empreendimentos em Marabá. O economista Paulo César Lopes, presidente da entidade, tem uma justificativa para o esquecimento: “O secretário é do Tocantins, não conhece Marabá.”

A quem serve a Vale?

Recebi do agrônomo e ambientalista marabaense Raimundo Gomes da Cruz Neto Nós temos, a todo instante, nos posicionado no sentido de fazer críticas ao modelo perverso com que a Vale desenvolve a apropriação e a exploração dos recursos minerais no Estado do Pará e principalmente nas regiões sul e sudeste , por entendermos que ela gera riqueza para poucos e miséria, insegurança e desesperança, para a grande maioria da população regional. É o que pretendemos mostrar neste artigo, para aqueles que ainda tenham dúvidas. Com o excelente desempenho operacional nos trimestres anteriores, a Vale registrou oito recordes anuais de produção em 2008: níquel(275,400 mil toneladas métricas), bauxita(11,7 milhões de toneladas métricas), alumina(5,0 milhões de toneladas métricas), cobre(311,600 mil toneladas métricas), carvão(4,1 milhões de toneladas métricas), cobalto(2,828 mil toneladas métricas), paládio(231,000 mil onças troy) e ouro(85,000 mil onças troy).(Vale – Relatório de Produção 2008). Vale ressaltar que Parauapebas participou com 32% da extração nacional de ferro, que 84% do manganês foi da mina do azul, em Carajás, 100% da bauxita foi de Oriximiná e Paragominas, 100% da alumina e 83% do alumínio foram de Barcarena, 40% do cobre foi do Sossego e 100% do caulim foi de São Domingos do Capim. Parauapebas, em 2008, por conta da extração mineral, ocupou o 8º(oitavo) lugar dentre todos os municipios brasileiros, em contribuição para a balança comercial brasileira por município, com 3,8 bilhões de dólares, 37,13% da exportação do Estado do Pará.(Secretaria de Comércio Exterior). Parauapebas, Marabá e Canaã dos Carajás, em 2006, estiveram entre os 10(dez) municípios mais ricos do Estado, ocupando o 3º, 4º e 9º lugar, com Produto Interno Bruto de R$ 2,9 bilhões, R$ 2,6 bilhões e R$ 700 milhões, respectivamente. Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá, apresentaram 1º(R$ 50.488), 3º(R$31.320) e 5º(13.055) lugar, respectivamente, no que se refere os maiores em renda per capita do Estado.(O Liberal, 17.12.2008). Por outro lado, saindo do que seria riqueza para a pobreza, os municípios da Área de Influência Direta(AID) da Vale (Marabá, Eldorado, Curionópolis, Parauapebas, Canaã, Ourilândia e Tucumã), comparado com o Estado, apresentam os maiores índices de crescimento populacional, criminalidade, roubos, furtos, estupros e tráfico de entorpecentes.(Diagonal Urbano, 2006). O crescimento populacional nestes municípios do ano de 2000 para 2005 representou um percentual de 22,9%, com uma projeção para 2010 de 92,9%. Com um total de habitantes no ano de 2000 de 344.386, em 2005 de 423.361, e em 2010 de 817.268 habitantes.(Diagonal Urbano, 2006). Considerando taxa de ocorrência por 100.000 habitantes. Roubo: Marabá 639, no Estado é de 423 ocorrências. Furto: Marabá, 661, Parauapebas, 574 a 611, Canaã, 365 a 574, e no estado é de 423. Homicídios: Marabá(95), Parauapebas(de 70 a 95), Curionópolis(40 a 70), Canaã(29 a 43), Eldorado(12 a 29), no Estado do Pará é de 18,5. Estupros: Marabá(7 a 7) Parauapebas(6 a 7), Canaã(4 a 6), e no Pará é de 4,6. Tráfico de entorpecentes:Parauapebas(17 a 17), Canaã(12 a 17), Marabá(11 a 12), Curionópolis(9 a 11), no Estado é de 4,86.(Diagonal Urbano, 2006). Portanto, deixando à parte aqueles(as) que ganham com roubos, furtos, homicídios, estupros, tráfico de drogas, prostituição, especulação imobiliária e outras atividades legais e ilegais, o que interessa para a maioria da população que não tem emprego, moradia, serviços de saúde, educação e segurança? Porque os governos são tão subservientes e aliados da Vale? Por ignorância, incapacidade, migalhas ou por serem mesmo desumanos? Para os(as) lúcidos(as) não há outro caminho a trilhar senão o da luta sem trégua contra este saque feito pela Vale e esta desavergonhada subserviência dos poderes constituídos. Caso contrário não haverá futuro para a humanidade. Até a vitória sempre! Marabá, 15 de março de 2008. Raimundo Gomes da Cruz Neto rgc.neto@yahoo.com.br

Camoniana

A redação da prova do Vestibular da Universidade Federal da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho do poema de Camões : 'Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, dor que desatina sem doer.' Uma vestibulanda de 16 anos deu a seguinte interpretação: 'Ah Camões! Se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos, uns quantos analgésicos, e Prozac para a depressão. Compravas um computador, consultavas a internet, e descobririas que essas dores que sentias, esses calores que te abrasavam, essas mudanças de humor repentinas, esses desatinos sem nexo, não eram feridas de amor, mas somente falta de sexo.' A candidata foi aprovada com nota 10. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de mulher...'

Lindo Poema Árabe!

Meu cumpadi Gutemberg Guerra está nos Estados Unidos, talvez assessorando O'Brahma, e mandou-me este primor da literatura árabe. Leia com atenção: سب الدستور المعدل عام أصبحت إسبانيا دولة قانون إجتماعية و ديمقراطية تحت نظام ملكي برلماني. الملك منصبه فخري و رن و واحدئيس الوزراء ه الحاكم الفعلي للبلاد. البرلمان الإسباني مقسم الى مجلسين واحد للأعيا وعدد أعضاء يبل عين و واحد للنواب و عدد نتائج الانتخابات نائب. نتائج الانتخابات الأخير مباشرة من أصبحت الشعبسنوات، بينما كل سنوات، بينما يعين عنتخاباتضو من مجلس ا الشعب أيضاً. رئيس الوزراء و الوزراءيتم ماعية و تعيينهمللأعيان Lindo, não ? Eu quase chorei onde diz: قبل البرلمان اعتماداً على نتائج